domingo, 14 de novembro de 2010

Violetas na Janela

Dedé voluntário na Casa do Caminho, apesar das dificuldades de
ordem físicas, sempre alegre, cheio de força e fé agradece
diariamente a infinita misericordia de Deus.

"—Todos os médiuns têm que frequentar um Centro Espírita?

—Todos nós somos livres para decidir o que queremos. Temos o nosso livre-arbítrio. Frequentam o Centro Espírita os que querem. Trabalham com a mediunidade os que querem ser úteis. O sensitivo precisa da assistência, da presença de amigos desencarnados. Esta é a razão de os médiuns normalmente precisarem ir a um Centro Espírita. Estes amigos desencarnados são espíritos bons que nos ajudam na vida cotidiana. Eles vão aconselhar, evitar que zombeteiros e espíritos necessitados possam perturbar o sensitivo. Para que haja esta ajuda, estes desencarnados, que são espíritos que querem crescer e trabalhar no Bem, condicionam a companhia do médium também a estes trabalhos. Se o médium encarnado não participa de um grupo, o desencarnado vai continuar participando e ajudando. Não irá parar porque o encarnado não quer trabalhar, só que não irá ajudá-lo. O desencarnado dispõe-se a ajudar o médium, mas lhe quer como companheiro, que trabalhem e cresçam juntos. Nos trabalhos de um Centro Espírita ambos aprendem e crescem, vão participar do socorro a desencarnados e a outros encarnados.

O médium, não frequentando um Centro Espírita e não tendo a companhia de desencarnados bons para ajudá-lo, sofre as consequências de energias nocivas. Ou aprende pelo estudo e pesquisas a se livrar deles ou vai trabalhar na companhia dos bons desencarnados fazendo o Bem.

Todos nós devemos nos transformar e ajudar na transformação de outros para que sejam felizes um dia.

O médium não tem que ir a um Centro Espírita, ele necessita ir para ser ajudado e aprender ajudar. Para isto, não existe lugar melhor que o Centro Espírita.

—Muitas pessoas vão aos Centros Espíritas pedir ajuda para livrar-se de seus desafetos, como se fossem a uma loja buscar algo que querem para seu conforto. Muitos vão ao Centro Espírita achando que estão fazendo favores aos seus laboriosos trabalhadores e querem soluções. Estes encarnados que assim agem não vêem que se algo está errado com eles, com seu bem-estar, isto aconteceu pela sua própria imprudência. Agindo em função do seu egoísmo, imaginam que estão sofrendo por erro alheio. Acham que não fizeram mal nenhum. E que Deus não faz mais que obrigação em aliviá-los. Aliviados, esquecem-se completamente do ocorrido e voltam ser como eram antes.—Sofremos pelo débito do passado, mas nem sempre; é incontestável que o hoje é consequência do ontem. Mas também o hoje é causa do amanhã. Se hoje as circunstâncias são adversas, se estou consciente que posso transformá-las, estas adversidades ficam mais suaves. Oposição sempre teremos. Vamos lembrar do nosso gigante gênio espiritual Jesus de Nazaré que nos disse: “Vinde a mim, todos os que vos achais carregados, eu vos aliviarei.” (Mateus, XI:28-30) Para o homem insatisfeito com o que Deus lhe deu, toda dificuldade se torna um castigo, um martírio. Já para o homem que procura compreender Deus, servi-lo, amá-lo, todas as dificuldades são oportunidades que ele aproveita para superar-se.

Vou dar um exemplo bem comum em nosso dia-a-dia. Uma pessoa suja é natural que se lave, se purifique. Para muitos o banho é sacrifício. Muitos gostam de estar limpos, outros gostam de estar sujos. Para o indivíduo que está acostumado com a limpeza, a sujeira é um castigo. Para outros, tanto faz, pois gostam da sujeira. Os que não gostam e estão sujos incomodam-se. Nossos erros, vícios, são como a sujeira. Para estar limpo é necessário querer se limpar. Mas, às vezes, se quer estar limpo, mas não se quer deixar as causas que sujam. Esta luta para limpar-se muitas vezes traz sofrimentos. É como o alcoólatra que gosta de beber mas não gosta de ressaca. Quer que lhe tire o mal-estar da ressaca, mas quer continuar bebendo."

Extraído do livro Violetas na Janela
Romance de Patrícia
Psicografia de VERA LÚCIA MARINZECK DE CARVALHO

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