segunda-feira, 29 de abril de 2019


A BRANDURA

Andradina América de Andrada E Oliveira*

Asserena-te e vara a desventura
No caminho de dor, áspero e azedo;
Serenidade – o lúcido segredo
Em que a vida se eleva e transfigura.

Tudo cresce na força da brandura.
A água desgasta os punhos do rochedo ;
Olha a chuva cantando no arvoredo,
A transfundir-se em pão, bondosa e pura.

De coração batido e lodo à face,
Inda que o fel da injúria te traspasse,
Semeia o bem que as mágoas alivia...

Mesmo trazendo o peito por cratera,
Suporta, ampara e crê, ajuda e espera,
Que amanhã será sempre novo dia.


           (*) Poetisa, contista, romancista, iniciou sua vida literária, quase menina, conforme afirma sua filha Lola de Oliveira em Minha Mãe!, escrevendo em inúmeros periódicos sul-riograndenses. Foi também teatróloga e aplaudida conferencista. Professora pela Escola Normal de Porto Alegre, com distinção em todas as matérias, a poetisa de Folhas Mortas lecionou em cursos particulares, em várias cidades gaúchas, depois de nove anos dedicados ao magistério público. Fundou um jornal literário feminino, O Escrínio, mais tarde transformado em revista ilustrada, e formou, segundo Antônio Carlos Machado, entre as maiores feministas brasileiras de sua época. De 1920 até à sua desencarnação, residiu na capital paulista. (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 12 de Junho de 1878 – S. Paulo, 19 de Junho de 1935.)

BIBLIOGRAFIA: Folhas Mortas; Preludiando, contos; Cruz de Pérolas, contos ; etc.

domingo, 28 de abril de 2019


Experimente Hoje

Agradecer a Deus os benefícios da vida e valorizar os recursos do próprio corpo.

Trabalhar e servir além do próprio dever, quanto lhe seja possível.

Observar, ainda mesmo por instantes, a beleza da paisagem que lhe emoldura a presença.

Nada reclamar.

Comentar unicamente os assuntos edificantes.

Refletir nas qualidades nobres de alguma pessoa com a qual os seus sentimentos ainda não se afinem.

Falar sem azedume e sem agressividade na voz.

Ler algum trecho construtivo.

Praticar, pelo menos, uma boa ação, sem contar isso a pessoa alguma.

Cultivar tolerância para com a liberdade dos outros sem atrapalhar a ninguém.

Atendamos diariamente a semelhante receita de atitude e, em breve tempo, realizaremos a conquista da paz.

André Luiz
Chico Xavier


Depressão

“Depressão? Alma querida,
Se tens apenas tristeza,
Se te sentes indefesa,
Contra mágoa e dissabor,
Sai de ti mesma e auxilia,
Aos que mais sofrem na estrada.

A depressão é curada
Pelo trabalho do amor”.

Autor: Maria Dolores
Psicografia de Francisco Cândido Xavier


O Centro Espírita, tem o dever de, na maior simplicidade possível, levar a público o Evangelho de Jesus.

Chico Xavier

Fonte: Grupo Espírita Os Mensageiros

sábado, 27 de abril de 2019


Três Lindos Casos:

1. TENHA PACIÊNCIA, MEU FILHO

Quando Dona Maria João do Deus desencarnou, em 29 de setembro do 1915, Chico Xavier, um de seus nove filhos, foi entregue aos cuidados de Dona Rita do Cássia, velha amiga e madrinha da criança.

Dona Rita, porém, era obsidiada e, por qualquer bagatela, se destemperava, irritadiça.

Assim é que o Chico passou a suportar, por dia, várias surras de vara de marmeleiro, recebendo, ainda, a penetração de pontas de garfos no ventre, porque a neurastênica e perversa senhora inventara êsse estranho processo do torturar.

O garôto chorava muito, permanecendo, horas e horas, com os garfos dependurados na carne sanguinolenta e corria para o quintal, a fim de desabafar-se, porque a madrinha repetia, nervosa:

- Êste menino tem a diabo no corpo.

Um dia, lembrou-se a criança de que sua Mãezinha orava sempre, todos os dias, ensinando-o a elevar o pensamento a Jesus e sentiu falta da prece que não encontrava em seu nôvo lar.

Ajoelhou-se sob velhas bananeiras e pronunciou as palavras do Pai Nosso que aprendera dos lábios maternais.

Quando terminou, oh! maravilha!

Sua progenitora, Dona Maria João de Deus, estava perfeitamente viva ao seu lado.

Chico, que ainda não lidara con as negações e dúvidas dos homens, nem por um instante pensou que a Mãezinha tivesse partido para as sombras da morte.

Abraçou-a, feliz; e gritou:

- Mamãe, não me deixe aqui... Carregue-me com a senhora...

- Não posso, - disse a entidade, triste.

- Estou apanhando muito, mamãe!

Dona Maria acariciou-o e explicou:

- Tenha paciência, meu filho. Você precisa crescer mais forte para o trabalho. E quem não sofre não aprende a lutar.

- Mas, - tornou a criança - minha madrinha diz que eu estou com o diabo no corpo...

- Que tem isso? Não se incomode. Tudo passa e se você não mais reclamar, se você tiver paciência, Jesus ajudará para que estejamos sempre juntos.

Em seguida, desapareceu.

O pequeno, aflito, chamou-a em vão.

Desde desse dia, no entanto, passou a receber o contacto de varas e garfos sem revolta e sem lágrimas.

- Chico é tão cínico - dizia Dona Rita, exasperada, que não chora, nem mesmo a pescoção.

Porque a criança explicasse ter a alegria de ver sua mãe, sempre que recebia as surras, sem chorar, o pessoal doméstico passou a dizer que ele era um "menino aluado".

E, diariamente, à tarde, com os vergões na pele e com o sangue a correr-lhe em pequeninos filêtes do ventre o pequeno seguia, de olhos enxutos e brilhantes, para o quintal!, a fim de reencontrar a mãezinha querida, sob as velha árvores, vendo-a e ouvindo-a, depois da oração.

Assim começou a luta espiritual do médium extraordinário que conhecemos.

2. O VALOR DA ORAÇÃO

A madrinha do Chico, por vêzes, passava tempos entregue a obsessão.

Assim é que, nessas fases, e exasperação dela era mais forte.

Em algumas ocasiões, por isso, condenava o menino a vários dias de fome.

Certa feita, já fazia três dias que a criança permanecia em completo jejum.

À tarde, na hora da prece, encontrou a mãezinha desencarnada que lhe perguntou o motivo da tristeza com a qual se apresentava.

- Então, a senhora não sabe, - explicou o Chico - tenho passado muita fome...

- Ora, você está reclamando muito, meu filho! - disse Dona Maria João de Deus - menino guloso tem sempre indigestão.

- Mas hoje bem que eu queria comer alguma coisa...

A mãezinha abraçou-o e recomendou:

- Continue no oração e espere um pouco.

O menino ficou repetindo as palavras do Pai Nosso e daí a instantes um grande cão da rua penetrou o quintal.

Aproximou-se dêle e deixou cair da bocarra um objeto escuro.

Era um jatobá saboroso...

Chico recolheu, alegre, o pesado fruto, ao mesmo tempo que reviu a mãezinha no seu lado, acrescentando.

- Misture o jatobá com água e você terá um bom alimento.

E, despedindo-se da criança, acentuou:

- Como você observa, meu fiiho, quando oramos com fé viva até um cão pode nos ajudar, em nome do Jesus.

3. O ANJO BOM

Dois anos do surras incessantes.

Dois anos vivera o Chico junto da madrinha.

Numa tarde muito fria, quando entrou em colóquio com Dona Maria João de Deus, Chico implorou:

- Mamãe, se a senhora vem nos ver, porque não me retira daqui?

o Espírito carinhoso afagou-o e perguntou:

Por que está você tão aflito? Tudo, no mundo, obedece a vontade de Deus...

- Mas a senhora sabe que nos faz muita falta...

A Mãezinha consolou-o e explicou:

- Não perca a paciência. Pedi a Jesus para enviar um anjo bom que tome conta de vocês todos.

E sempre que revia a progenitora, o menino indagava:

- Mamãe, quando é que a anjo chegará?

- Espere, meu filho! - era a resposta de sempre.

Decorridos dois meses, a Sr. João Cândido Xavier resolveu casar-se em segundas núpcias.

E Dona Cidália Batista, a segunda espôsa, reclamou os filhos de Dona Maria João de Deus, que se achavam espalhados em casas diversas.

Foi assim que a nobre senhora mandou buscar também o Chico.

Quando a criança voltou ao antigo lar contemplou a madrasta que lhe estendia as mãos...

Dona Cidália abraçou-o e beijou-o com ternura a perguntou:

- Meu Deus, onde estava êste menino com a barriga deste jeito?

Chico, encorajado com a carinho dela, abraçou-a também, como o pássaro que sentia saudades do ninho perdido.

A madrasta bondosa fitou-o bem nos olhos e indagou:

- Você sabe quem sou, meu filho?

- Sei sim. A senhora é o anjo bom de que minha mãe já falou...

E, desde então, entre as dois, brilhou a amor puro com que o Chico seguiu a segunda mãe, até a morte.



sexta-feira, 26 de abril de 2019


Trabalhando

Quando estudamos a lição dos trabalhadores da última hora, nas páginas divinas do Evangelho, recordamos que, realmente, trabalhando, é possível alcançar todas as realizações que nos propomos atingir.

Trabalhando, o coração empolgado pelo desânimo, pode converter, de imediato, as trevas da amargura em claridades imperecíveis de alegria e esperança.

Trabalhando a criatura frágil, se fortifica, pouco a pouco, dominando o campo em que respira, vive e cresce.

Trabalhando, a mente atacada pelo veneno do ódio ou da desesperação, encontra recursos para compreender as próprias lutas, com mais clareza, aprendendo a transformar revolta e fel em paciência e perdão.

Trabalhando, a alma isolada pela discórdia, pode surpreender a abençoada luz da harmonia e da paz, depois de longas noites de conflito e agonia.

Trabalhando, o mau se faz bom, o adversário se transforma em amigo, o infeliz atinge a casa invisível e brilhante do eterno júbilo.
Guardemos a palavra de Jesus e trabalhemos sempre na extensão do bem.

O livro ou o tribunal, a enxada ou a semente aguardam nossos braços, tanto quanto os sábios e os ignorantes esperam por nossa cooperação cada dia.

Fujamos  às sombras densas e guerras escuras do nosso próprio “eu”, devotando-nos ao serviço de Deus, na pessoa e nos círculos dos nossos semelhantes.

Plantando a felicidade dos outros, encontraremos a nossa própria felicidade.

Um anjo que se ponha a dormir num vale, tentado pelo perfume das flores efêmeras, pode repousar indefinidamente nas trevas, enquanto que o aleijado que se disponha a arrastar-se, sangrando o corpo e cobrindo-se de suor, na subida do monte, pode alcançar a glória do cimo e banhar-se de sublimes clarões, antes dos que dormem, com a graça divina da gloriosa alvorada...

Os últimos serão os primeiros - disse o Senhor!
Em verdade, será difícil a compreensão de semelhante ensino para a nossa lógica habitual, entretanto, se vives servindo, compreenderás que o trabalho realmente pode operar o divino milagre.

Emmanuel. Do livro Alma e Luz - Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 25 de abril de 2019


AGRADEÇO, SENHOR


Agradeço, Senhor,
Quando me dizes “não”
Às súplicas indébitas que faço,
Através da oração.

Muitas daquelas dádivas que peço,
Estima, concessão, posse, prazer,
Em meu caso talvez fossem espinhos,
Na senda que me deste a percorrer.

De outras vezes, imploro-te favores,
Entre lamentação, choro, barulho,
Mero capricho, simples algazarra,
Que me escapam do orgulho...

Existem privilégios que desejo,
 Reclamando-te o “sim”
Que, se me florescem na existência,
Seriam desvantagens contra mim.

Em muitas circunstâncias, rogo afeto,
 Sem achar companhia em qualquer parte,
Quando me dás a solidão por guia
Que me inspire a buscar-te.

Ensina-me que estou no lugar certo,
Que a ninguém me ligaste de improviso,
 E que desfruto agora o melhor tempo
De melhorar-me em tudo o que preciso.

Não me escutes as exigências loucas,
Faze-me perceber
Que alcançarei além do necessário,
Se cumprir o meu dever.

Agradeço, meu Deus,
Quando me dizes “não” com teu amor,
E sempre que te rogue o que não deva,
Não me atendas, Senhor!...

Maria Dolores

quarta-feira, 24 de abril de 2019


CONSTRUINDO


Falando sem agredir,

Ouvindo sem malícia,

Vendo sem criticar,

Ajudando sem humilhar,

Corrigindo sem vaidade,

Trabalhando sem egoísmo,

Compreendendo sem exigências,

Crendo sem fanatismo,

Amando sem paixão e

Sofrendo sem revolta, estaremos a cada dia, colaborando, a partir de nós mesmos, na construção do mundo melhor, sobre o alicerce indispensável da paz do Senhor.


Irmão José

terça-feira, 23 de abril de 2019


CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS

Emmanuel

2 – Se reconhecermos a Química, a Física, a Biologia, a Psicologia e a Sociologia como as cinco ciências fundamentais, qual será a posição da ciência da vida, em relação às demais?

- A Química e a Física, estudando a ação íntima dos corpos, suas relações entre si e as suas propriedades, constituem a catalogação dos valores da ciência material. A Psicologia e a Sociologia, examinando a paisagem dos sentimentos e os problemas sociais, representam a tábua de classificação das conquistas da ciência intelectual. No centro de todas está a Biologia, significando a ciência da vida em suas profundezas, revelando a transcendência da origem – o Espírito, o Verbo Divino.

Até agora, a Biologia está igualmente encarcerada nas escolas materialistas da Terra, porém, nas suas expressões mais legítimas, evolverá para Deus, com as suas demonstrações sublimes, cumprindo-nos reconhecer que, mesmo na atualidade, seus enigmas profundos, são os mais nobres apelos à realidade espiritual e ao exame das fontes divinas da existência.

Da Obra “O CONSOLADOR” – Espírito: EMMANUEL – Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

segunda-feira, 22 de abril de 2019


SINAL DE AMOR

"E saíram os fariseus e começaram a disputar com ele, pedindo-lhe, para o tentarem, um sinal do Céu." - (João, 8:11.)

No Espiritismo cristão, de quando em quando aparecem aprendizes do Evangelho, sumamente interessados em atender a certas solicitações, no capítulo dos fenômenos psíquicos.

Buscam sinais tangíveis, incontestáveis. Na maioria das vezes, movimento não passa de repetição do gesto dos fariseus antigos. Médiuns e companheiros outros, em grande número, não se precatam de que os pedidos de demonstrações do céu são formulados, por tentação. Há ilações lógicas no assunto, que cabe não desprezar.

Se um espírito permanece encarnado na Terra, como poderá fornecer sinais de Júpiter? Se as solicitações dessa natureza, endereçadas ao próprio Cristo, foram consideradas como gênero de tentação ao Mestre, pelo evangelho, com que direito poderão impô-las os discípulos novos aos seus amigos do invisível? Ao contrário disso, os aprendizes fiéis devem estar preparados ao fornecimento de demonstrações da Terra. É justo que o cristão não possa projetar uma tela mágica sobre as nuvens errantes, mas pode revelar como se exerce o ministério da fraternidade no mundo.

Nunca desdobrara a paisagem total onde se movimentam os seres invisíveis, mas está habilitado a prestar colaboração no esclarecimento dos homens do porvir.

Quem solicita sinais do Céu será talvez ignorante ou portador de má-fé; entretanto os que tentem satisfazê-los andam muito distraídos do que aprenderam como Cristo. Se te requisitam demonstrações estranhas, podes replicar com segurança resoluto, que não estás designado para à produção de maravilhas e esclarece a teu irmão que permaneces determinado a aprender com o Mestre, a fim de ofereceres à Terra o teu sinal de amor e luz, firme na fé, para não sucumbires às tentações.

Emmanuel

domingo, 21 de abril de 2019


NÃO TE INQUIETES

“Não estejais inquietos por coisa alguma”.– Paulo (FILIPENSES, 4:6.)

A observação do apóstolo Paulo é importante para todos os dias.

Ninguém esteja inquieto por coisa alguma.

Em verdade, a inquietação é fator desencadeante de numerosas calamidades.

Na maioria das vezes, está presente no erro de cálculo que compromete a construção, na dosagem inadequada do remédio que se transforma em veneno, no acidente infeliz ou no desastre da via pública.

É quase sempre um espinho no lar, um cáustico no ponto de vista, uma brasa no caminho e uma pedra na profissão.

É por ela que, muitas vezes, pronunciamos a expressão descabida e articulamos o julgamento falso a respeito dos outros.

Com ela, geramos preocupações enfermiças e arruinamos a estrada própria.

Contudo, a pretexto de aboli-la, é indispensável não venhamos a cair na preguiça.

Muita gente, a pretexto de evitar a inquietação, asila-se em comodismo deplorável, alegando que foge de trabalhar para não se afligir.


Entendamos, porém, no verdadeiro sentido, a recomendação judiciosa de Paulo. Ele que disse “não estejais inquietos por coisa alguma” nunca esteve ocioso.


Emmanuel

sábado, 20 de abril de 2019


MELHORANDO SEMPRE

 “Estamos orando a Deus para que não façais mal algum, não para que simplesmente pareçamos aprovados, mas para que façais o bem...” – Paulo. (II CORÍNTIOS, 13:7).

Evidentemente, não podes garantir a felicidade do mundo que se encontra, de maneira constante, sob o impacto das lutas evolutivas que lhe orientam a marcha, entanto, ninguém está impedido de cultivar o trato de terra em que vive, amparando uma árvore amiga ou alentando uma flor.

Certo, não podes curar as chamadas chagas sociais, indesejáveis mas compreensíveis numa coletividade de espíritos imperfeitos quais somos ainda todos nós, em regime de correção e aperfeiçoamento, contudo, ninguém está impossibilitado de proceder honestamente e apoiar os semelhantes com a força moral do bom exemplo.

Sem dúvida, não podes socorrer a todos os enfermos que choram na Terra, entretanto, ninguém está proibido de atenuar a provação de um amigo ou de um vizinho, propiciando-lhe a certeza de que o amor não desapareceu dos caminhos humanos.

Indiscutivelmente, não podes sanar as dificuldades totais da família em que nasceste, todavia, ninguém está interditado, no sentido de ajudar a um parente menos feliz ou cooperar na tranquilidade que se deve manter em casa.

Não te afastes da cultura do bem, sob o pretexto de nada conseguires realizar contra o domínio das atribulações que lavram no Planeta.

O Senhor nunca nos solicitou o impossível e nem nunca exigiu da criatura falível espetáculos de grandeza compulsória.

Conquanto existam numerosos desertos, a fonte pequenina corre, confiante, fecundando a gleba em que transita.

Não nos é facultado corrigir todos os erros e extinguir todas as aflições que campeiam nas trilhas da existência, mas todos podemos atravessar o cotidiano, melhorando a vida e dignificando-a, em nós e em torno de nós.

Emmanuel

sexta-feira, 19 de abril de 2019



Causas espirituais das doenças


1 - O que estrutura espiritualmente o corpo de carne?

- O corpo espiritual ou perispírito é o corpo básico, constituído de matéria sutil, sobre o qual se organiza o corpo de carne.


2 - O erro de uma encarnação passada pode incluir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?

- A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semi material do corpo espiritual. Havendo o espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido.


3 - Quais os dois aspectos da Justiça?

- A Justiça na Terra pune simplesmente a crueldade manifesta, cujas consequências transitam nas áreas do interesse público, dilapidando a vida e induzindo à criminalidade; entretanto, esse é apenas o seu aspecto exterior, porque a Justiça é sempre manifestação constante da Lei Divina, nos processos da evolução e nas atividades da consciência.


4 - Qual a relação existente entre doenças e a Justiça?

- No curso das enfermidades, é imperioso venhamos a examinar a Justiça, funcionando com todo o seu poder regenerativo, para sanar os males que acalentamos.


5 - O que faz o Espírito, antes de reencarnar-se visando à própria melhoria?

- Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos.


6 - Que pedem, para regenerar-se, os intelectuais que conspurcaram os tesouros da alma?

- Artífices do pensamento, que malversamos os patrimônios do espírito, rogam empeços cerebrais, que se façam por algum tempo alavancas coercitivas, contra as nossas tendências ao desequilíbrio intelectual.


7 - Que medidas de reabilitação rogam os artistas que corromperam a inteligência?

- Artistas, que intoxicamos a sensibilidade alheia com os abusos da representação viciosa, imploramos moléstias ou mutilações, que nos incapacitem para a queda em novas culpas.


8 - Que emendas solicitam os oradores e pessoas que influenciaram negativamente pela palavra?

- Tarefeiros da palavra, que nos prevalecemos dela para caluniar ou para ferir, solicitamos as deficiências dos aparelhos vocais e auditivos, que nos garantam a segregação providencial.


9 - Que providências retificadoras pedem para si próprios aqueles que abraçaram graves compromissos do sexo?

- Criaturas dotadas de harmonia orgânica, que arremessamos os valores do sexo ao terreno das paixões aviltantes, enlouquecendo corações e fomentando tragédias, suplicamos as doenças e as inibições genésicas que em nos humilhando, servem por válvulas de contenção dos nossos impulsos inferiores.


10 - Todas as enfermidades conhecidas foram solicitadas pelo Espírito do próprio enfermo, antes de renascer?

- Nem sempre o Espírito requisita deliberadamente determinadas enfermidades de vez que, em muitas circunstâncias quais aqueles que se verificam no suicídio ou na delinquência, caímos, de imediato, na desagregação ou na insanidade das próprias forças, lesando o corpo espiritual, o que nos constrange a renascer no berço físico, exibindo defeitos e moléstias congênitas, em aflitivos quadros expiatórios.


11 - Quais são os casos mais comuns de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina?

- Encontramos numerosos casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da cegueira ou da paralisia irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos, irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, mostram-se na condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses companheiros, em transitórias, mas duras dificuldades, renascem na companhia daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se cumpliciaram com eles na prática das ações reprováveis em que delinquiram.


12 - A mente invigilante pode instalar doenças no organismo?  E o que pode provocar doenças de causas espirituais na vida diária?

- A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos. Necessário, pois, considerar igualmente, que desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagam a ponto de arruinar a saúde; que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitas destruidores; que se encolerizam pelas menores razões, destrambelhando os próprios nervos; os que passam, todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo pela movimentação do trabalho, prejudicando a função dos órgãos do corpo físico, em razão da própria imobilidade, são criaturas que geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas.


13 - Qual a advertência de Jesus para que nos previnamos dos males do corpo e da alma?

- Assinalando as causas distantes e próximas das doenças de agora, destacamos o motivo por que os ensinamentos da Doutrina Espírita nos fazem considerar, com mais senso de gravidade, a advertência do Mestre: “Orai e vigiai, para não cairdes em tentação”.

Respostas de EMMANUEL

quarta-feira, 17 de abril de 2019


História Ligeira
André Luiz

O candidato ao ministério cristão penetrou o templo do serviço e proclamou-se transformado.
Na primeira semana, afirmou-se favorecido pela divina Luz e, depois de solene profissão de fé, assinalou fronteiras entre ele e o pecado, entre a sua perfeição e o mundo envilecido.
Na segunda semana, discursou, ardentemente, conclamando o povo à salvação com o Cristo.
Na terceira, traçou programas e promessas, na esfera da beneficência, mostrando-se inclinado a socorrer infelizes, curar doentes e asilar criancinhas abandonadas.
Na quarta, declarou-se vítima da incompreensão e da discórdia, entre pesadas nuvens de tristeza e insubmissão.
Na quinta, apareceu cansado e desiludido, indicando os males do mundo e os defeitos dos irmãos.
Na sexta, rogou ao Senhor licença para descansar.
Na sétima, deitou-se e dormiu por duzentos anos.
Nesse candidato às bênçãos do Evangelho, temos a história de milhões.
“Muitos chamados, poucos escolhidos.”
Oportunidades para todos e serviço de raros.
Em verdade, o Divino Amigo continua curando, levantando, consolando, reanimando e convidando almas para o banquete do Reino de Deus, mas os seguidores e discípulos começam a tarefa no calor fervente do entusiasmo, elevado à tensão mais alta...
Pronunciam votos comovedores, gesticulam e ensinam; entretanto, em poucos dias, antes mesmo de marcharem dez passos, na senda da elevação, reclamam férias espirituais para o repouso de vários séculos.


terça-feira, 16 de abril de 2019


Indagações a nós mesmos
Maria Dolores

Que seremos na casa de nossa fé, em companhia daqueles que comungam conosco o mesmo ideal e a mesma esperança?

Uma fonte cristalina ou um charco pestilento?
Um sorriso que ampara ou um soluço que desanima?
Uma abelha laboriosa ou um verme roedor?
Um raio de luz ou uma nuvem de preocupações?
Um ramo de flores ou um galho de espinhos?
Um manancial de bênçãos ou um poço de águas estagnadas?
Um amigo que compreende e perdoa ou um inquisidor que condena e destrói?
Um auxiliar devotado ou um espectador inoperante?
Um companheiro que estimula as particularidades elogiáveis do serviço ou um censor contumaz que somente repara imperfeições e defeitos?
Um pessimista inveterado ou um irmão da alegria?
Um cooperador sincero e abnegado ou um doente espiritual, entrevado no catre dos preconceitos humanos, que deva ser transportado em alheios ombros, à feição de problema insolúvel?

Indaguemos de nós mesmos, quanto à nossa atitude na comunidade a que nos ajustamos, e roguemos ao Senhor para que o vaso de nossa alma possa refletir-lhe a Divina Luz.


segunda-feira, 15 de abril de 2019


Cantiga em Caminho
Maria Dolores

Quando a prova te procure
Ao rigor de ásperos lances,
Alma boa, não te canses,
Em desespero e pesar!

Tribulação, muitas vezes
É o apoio que te escora,
De que não vês por agora,
Toda a expressão tutelar.

Ao invés de lastimar-te,
Observa, alma querida,
Vem a dor a cada vida,
Ninguém escapa ao sofrer!...

Quem julgas feliz e forte,
Talvez carregue consigo
Desventura e desabrigo
Por dentro do próprio ser.

Não esmoreças. Trabalha,
Ampara, ergue, auxilia,
A esperança, dia a dia,
É o maior de nossos bens.

Não te vendas à tristeza,
Eis que o tempo nos reclama,
Feliz quem se esquece e ama,
Na senda em que se conduz.

Sigamos. Na estrada nova,
Sob a fé que nos invade,
Ante o Sol da Caridade,
O companheiro é Jesus.


domingo, 14 de abril de 2019


Deus te Guarda

No melhor a fazer,
Não te detenhas. Segue.
Que importam precipícios,
Se guardas rumo certo?
Que valem agressões,
Se a humildade te veste?
A injúria te apedreja?
Nada temas. Confia.
Há quem te desconheça?
Não hesites. Prossegue.
Não te afastes do bem.
Deus te guarda e te vê.
  

Em Caminho

Compadece-te e ajuda
A quem te cruze os passos.
Levanta os que caíram
Sem falar-lhes da queda.
Quantos erram no mundo
Já padecem por si.
Não alargues feridas
Que suplicam remédio.
A dor roga alegria,
A treva espera a luz.
Não te esqueças que a vida
É presença de Deus.

Escalada

Todos os companheiros
Que estão servindo aos outros.
Seja dando a moeda,
Fazendo-a benefício;
Que revolvem a terra,
Garantindo a lavoura;
Que ensinam nas escolas
Ou trabalham na indústria;
Os que espalham consolo
Ou socorrem doentes;
Estão subindo os Céus,
Subindo sem saber.


Esquece Qualquer Sombra

Contempla o mundo em torno:
Tudo é benção de Deus.
O Céu resguarda a Terra
Sob teto de luz.
Em pleno mar aéreo,
A vida se alimenta.
Fontes, flores e frutos
Entregam-se sem paga.
Vive, ama, trabalha
E esquece qualquer sombra
Rejubila-te e serve.
Deus te conduz em paz.


Fica Também com Deus

Não te omitas, trabalha.
Não reclames, coopera.
Não te desculpes, serve.
Não lastimes, restaura.
Não censures, socorre.
Não te irrites, espera.
Não duvides, confia.
Não desanimes, segue.
Não revides, perdoa.
Não acuses, esquece.
Deus está sempre em ti.
Fica também com Deus.

Emmanuel

Do livro “ALGO MAIS”