sexta-feira, 30 de setembro de 2016


 

 

ANTES  E  AGORA


 


Pedro de Alcântara

 

 

Antes era preciso lutar por Jesus nos circos e nos cárceres, afrontando a renunciação e a morte.

Agora é indispensável combater pelo Cristo, em nós mesmos, vencendo o egoísmo e a ignorância.

Antes era necessário crer.

Agora é imprescindível edificar.

Antes, o mundo perseguia o discípulo do Cristianismo, impondo-lhe sofrimento e sangue.

Agora, o mundo espera que o aprendiz da luz se disponha a auxiliá-lo e redimi-lo.

Antes, os seguidores da Boa Nova enfrentavam suplícios e feras para se afirmarem com o Senhor.

Agora, pelejam na própria carne para alcançar a perfeição.

Antes, o Benfeitor inesquecível recomendava: - Ide e pregai! Agora, o Celeste Emissário, por milhares de vozes que descem da Altura, proclama solene: - Ide e exemplificai! Antes, o programa.

Agora, a realização.

Filhos do Evangelho, não temamos!

O Mestre Ressuscitado vem de novo às assembleias dos continuadores de Sua obra de redenção humana, reiterando-nos a promessa de que permanecerá conosco até o fim dos séculos!...

Caminhemos servindo, armando o coração de humildade.

Antes, o amor infinito a sustentar-nos! Agora, o infinito amor a soerguer-nos! Cristo avança!

Cristo reina! Ave, Cristo!

 

Pedro

 

(Mensagem psicografada pelo médium Chico Xavier, no transcurso de uma reunião íntima, em 1948, na cidade de Pedro Leopoldo, MG)  

 

Anotações:

Frei Pedro de Alcântara - Pedro Garavito, seu nome no século, famoso franciscano espanhol, nasceu em Alcântara, em 1499.

Foi benemérito reformador da Ordem Franciscana, fundando o ramo chamado "da mais estrita observância".

É o mesmo São Pedro de Alcântara, grande amigo de Santa Teresa de Jesus, que em sua autobiografia - Vida - relata as grandezas de sua piedade e humildade.

Considerado o mestre da mística, é autor do Tratado de Oração e Meditação.

São edificantes suas cartas a Teresa de Jesus.

Frei Pedro de Alcântara, desencarnou em Arenas, Espanha, com 63 anos de idade e 47 de vida religiosa, no dia 18 de outubro de 1562.

É um dos devotados Mentores Espirituais do Grupo Meimei, de Pedro Leopoldo, MG, e da Escola Jesus Cristo, de Campos, RJ.

Do livro Tempo e Amor

quinta-feira, 29 de setembro de 2016


MENSAGEM  DE  MARIA  JOÃO  DE  DEUS


 

Minhas irmãs em Cristo.

Elevo meu sincero voto à Mãe Excelsa de Jesus para todos vossos corações experimentem o orvalho de seu amor desvelado e constante.

Nós, hoje, estudamos o Evangelho com lágrimas, no labor de nossa tenda humilde. Nossas lágrimas, contudo, não são as do mundo, que varrem as almas, como tempestades de fogo, no torvelinho das paixões. Foram para o nosso espírito a chuva benéfica que fecunda a terra dos sentimentos. Sentimentos a união das esperanças em torno do Mestre Divino e recordamos a Sua infinita misericórdia. É o nosso regresso ao Seu aprisco de amor inesgotável; é a ânsia de integração na substância de Sua exemplificação imortal.

A igreja doméstica erige-se novamente no íntimo santuário dos nossos corações. As mulheres modernas, nossas pobres irmãs em humanidade, costumam perder-se na imitação falsa dos labores que Deus destinou aos homens, na constituição de seus deveres sagrados.

Em todos os lugares, há um apelo criminoso e uma sugestão infeliz para que o coração feminino perca as suas características de ternura. Em toda a parte, falsas ideologias concitam a mulher a realizações desesperadas. Generaliza-se o esquecimento de que elas foi confiada a missão da vida, que, muitas vezes se executa em silêncio, como o trabalho do Todo-Poderoso, que todas as criaturas parecem ignorar.

Todas as edificações grandiosas do mundo pertencem a Deus e, apesar disso, somente os nomes transitórios de homens falíveis surgem, na publicidade de cada dia, quando todas as boas dádivas representam uma real dispensão dos céus.

Em todos os tempos os homens fizeram as batalhas, destruindo os caminhos da vida, destruindo instituições ou intoxicando patrimônios, porém, a mulher, na excelsitude de sua tarefa, foi sempre a jardineira de Jesus, plantando as flores da vida sobre as devastações dos movimentos destruidores, como a primavera que enfeita de rosas uma casa desprezada, em dolosas ruínas...

Irmãs muito amigas, nos espaços mais próximos da Terra, também existem colégios de preparação e de amor das almas femininas para revelação permanente das glórias de Deus. Procuremos saturar o coração da prece e da vigilância Daquela que, em Nazaré, soube esperar os desígnios santos do Céu a Seu respeito.

Seu manto constelado de toda as virtudes se abre generosamente para nós como um pálio divino. Saibamos compreendê-la, desde a Manjedoura até o Calvário. Seu exemplo é a luz de todos os séculos para a missionária do Cristo no seu esforço de redenção.

Transformemos o lar no templo de cada hora, onde a fé seja um ensino de todos os instantes, a dor um motivo de resgate venturoso, a esperança uma aurora perene e o amor uma fonte daquela Água viva que dessedenta toda sede coração.

Que outras criaturas frágeis e pobres se façam ao mar revolto das ilusões e das amarguras que lhe são consequentes, que outras desfraldem bandeiras novas na estrada das experimentações inconvenientes e tristes!... Fiquemos nós com Jesus, colocando bem alto o Seu exemplo e o Seu amor.

Esta é a pobre lembrança de vossa irmã e serva muito humilde.

Espírito: “Maria João de Deus”

 

Maria João de Deus – a Mãezinha de nosso querido amigo e benfeitor Francisco Cândido Xavier, nosso amado, ternamente amado Chico, o Chico que nos ama a todos e a quem todos amamos...

 

TEMPO E AMOR

quarta-feira, 28 de setembro de 2016


SANTOS-DUMONT 
E O CAMINHO DA VERDADEIRA GLÓRIA


 

Espírito: “Santos-Dumond”

 

 

Amigos, Deus vos recompense.

A lembrança da prece me comove as fibras íntimas.²

O espírito liberto esquece o homem prisioneiro.

A alvorada não entende a sombra.

Tenho hoje dificuldade para compreender a luta que passou e, não fosse a responsabilidade que me enlaça ainda ao campo humano, em vista das aflições que me povoaram as últimas vigílias na carne, preferiria que as vossas recordações, ainda mesmo carinhosas e doces, não me envolvessem o nome lutador insignificante.

Descobrir caminhos foi a obsessão do meu pensamento. Reconheço hoje, porém, que outra deve ser a vocação da altura.

Dominar continentes e subjugar povos, através dos ares, será talvez, extensão do domínio da inteligência perversa que se distancia de Deus. Facilitar comunicações às criaturas que ainda não se entendem, possivelmente será acentuar os processos de ataque e morte, de surpresa, nas aventuras da guerra. Dolorosa é a situação do missionário da ciência que se vê confundido nos ideais superiores. Atormentada vive a cultura que não alcançou o cerne sublime da vida.

Terei errado, buscando rotas diferentes?

Certo, não.

O mundo e os homens aprenderão sempre.

A evolução é fatal.

Todavia, recolhido presentemente à humildade de mim mesmo, procuro caminhos mais altos e estradas desconhecidas, no aprendizado do roteiro para o Cristo, Senhor de nossas vidas.

Não há vôo mais divino que o da alma.

Não existe mundo mais nobre a conquistar, além do que se localiza na própria consciência, quando deliberamos converter-nos ao bem supremo.

Sejamos descobridores de nós mesmos.

Alcemos corações e pensamentos ao Cristo.

Aprimoremos-nos para refletir a vontade soberana e divina do Alto por onde passamos.

Crescimento sem Deus é curso preparatório da queda espetacular.

Humilharmos-nos para servir em nome de Dele é o caminho da verdadeira glória.

De qualquer modo, agradeço-vos.

O trabalhador que repara as possibilidades para ser mais útil jamais se esquecerá de endereçar reconhecimento às flores que lhe desabrocham na senda.

Crede! Não passo de servidor pequenino.

Que o Senhor nos enriqueça com Sua divina bênção. A. Santos-Dumont

Espírito: “Santos-Dumond”

 

 

Anotações:

1 – Esta mensagem foi recebida na noite de 20 de julho de 1948, data aniversária de Santos-Dumont, no Grupo Espírita Luís Gonzaga, em Pedro Leopoldo, MG.

 

DO LIVRO  “TEMPO E AMOR”, PSICOGRAFIA DE CHICO XAVIER.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

segunda-feira, 26 de setembro de 2016


EM NOME DE JESUS

 

Emmanuel

 

A viúva havia perdido o filho que se lhe fizera arrimo, assassinado por um amigo que o tóxico desequilibrara e que fugira a o pronunciamento da justiça.

Depois de alguns meses, estava ela distribuindo refeições a pessoas necessitadas, numa instituição cristã de beneficência, quando alguém lhe apontou um rapaz à mesa e lhe segredou:

- Aquele é o matador do seu filho.

A senhora, com grande terrina às mãos, estremeceu, mas voltando-se para uma parede lateral, como quem desejava ausentar-se daquela situação, esbarrou com a efígie de Cristo Crucificado.

Imediatamente, recordou que o Divino Mestre também fora exterminado sem culpa.

Estranha força lhe surgiu no coração e prosseguiu adiante.

Chegando ao prato do rapaz indicado, passou a servi-lo com gentileza.

O moço surpreendido, perguntou-lhe:

- A senhora sabe que matei seu filho e que sou um assassino...

Como pode me servir com tanta bondade?

- Ela, porém, sorriu levemente e apontando-lhe, com o olhar, a face do Senhor, na tela à frente, respondeu com brandura:

- O Senhor não é o assassino de meu filho.

Em nome de Jesus, o senhor é nosso irmão.

 

MOMENTOS DE PAZ - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER - EMMANUEL

 

domingo, 25 de setembro de 2016


Educação



 

4. Pois que o Espírito da criança já viveu, por que não se mostra, desde o nascimento, tal qual é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura materna lhe pode dispensar, ternura que se acresce da fraqueza e da ingenuidade da criança.

 

Para uma mãe, seu filho é sempre um anjo e assim era preciso que fosse, para lhe cativar a solicitude. Ela não houvera podido ter-lhe o mesmo devotamento, se, em vez da graça ingênua, deparasse nele, sob os traços infantis, um caráter viril e as ideias de um adulto e, ainda menos, se lhe viesse a conhecer o passado.

 

Aliás, faz-se necessário que a atividade do princípio inteligente seja proporcionada à fraqueza do corpo, que não poderia resistir a uma atividade muito grande do Espírito, como se verifica nos indivíduos grandemente precoces. Essa a razão por que, ao aproximar-se-lhe a encarnação, o Espírito entra em perturbação e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo, ficando, por certo tempo, numa espécie de sono, durante o qual todas as suas faculdades permanecem em estado latente. É necessário esse estado de transição para que o Espírito tenha um novo ponto de partida e para que esqueça, em sua nova existência, tudo aquilo que a possa entravar. Sobre ele, no entanto, reage o passado. É assim que o Espírito renasce melhor, mais forte, moral e intelectualmente, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.

 

A partir do nascimento, suas ideias tomam gradualmente impulso, à medida que os órgãos se desenvolvem, pelo que se pode dizer que, no curso dos primeiros anos, o Espírito é verdadeiramente criança, por se acharem ainda adormecidas as ideias que lhe formam o fundo do caráter.

 

Durante o tempo em que seus instintos se conservam amodorrados, ele é mais maleável e, por isso mesmo, mais acessível às impressões capazes de lhe modificarem a natureza e de fazê-lo progredir, o que torna mais fácil a tarefa que incumbe aos pais.

 

O Espírito, pois, enverga temporariamente a túnica da inocência e, assim, Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza e da simplicidade.

 

Educação


 

O amor é a base do ensino.

Professor e aluno, cooperação mútua.
 

O auto aprimoramento será sempre espontâneo.

Disciplina excessiva, caminho de violência.
 

A curiosidade construtiva ajuda o aprendizado.

Indagação ociosa, dúvida enfermiça.
 

Egoísmo n’alma gera temor e insegurança.

Evangelho no coração, coragem na consciência.
 

Cada criatura é um mundo particular de trabalho e experiência.

Não existe vocação compulsória.
 

Toda aula deve nascer do sentimento.

Automatismo na instrução, gelo na ideia.
 

A educação real não recompensa nem castiga.

A lição inicial do instrutor envolve em si mesma a responsabilidade pessoal do aprendiz.


Os desvios da infância e da juventude refletem os desvios da madureza.

Aproveitamento do estudante, eficiência do mestre.
 

Maternidade e paternidade são magistérios sublimes.

Lar, primeira escola; pais, primeiros professores; primeiro dia de vida, primeira aula do filho.
 
Pais e educadores! Se o lar deve entrosar-se com a escola, o culto do Evangelho em casa deve unir-se à matéria lecionada em classe, na iluminação da mente em trânsito para as esferas superiores de Vida.

 

André Luiz, extraído do livro “O Espírito da Verdade”

sábado, 24 de setembro de 2016


Caminha alegremente



“Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe e, por ela, muitos se contaminem.” – Paulo.
(Hebreus, 12: 15)
Raízes de amargura existirão sempre, nos corações humanos, aqui e ali, como sementes de plantas inúteis ou venenosas estarão no seio de qualquer campo.
Contudo, tanto quanto é preciso expulsar a erva daninha para que haja colheita nobre e farta, é indispensável relegar ao esquecimento os problemas superados e as provações vencidas, para que reminiscências destruidoras não brotem no solo da alma, produzindo os frutos azedos das palavras e das ações infelizes.
Mãos prestimosas arrancarão o escalracho, em torno da lavoura nascente, e atitudes valorosas devem extirpar do espírito as recordações amargas, suscetíveis de perturbar o caminho.
Se alguém te trouxe dano ou se alguém te feriu, pensa nos danos e nas feridas que terás causado a outrem, muitas vezes sem perceber. E tanto quanto estimas ser desculpado, perdoa também, sem quaisquer restrições.
Observa a sabedoria de Deus na esfera da Natureza.
A fonte dissolve os detritos que lhe arrojam.
A luz não faz coleção de sombras.
Caminha alegremente e constrói para o bem, porque só o bem permanecerá.
Seja qual for a dor que hajas sofrido, lembra-te de que tudo amanhã será melhor se não engarrafares fel ou vinagre no coração.

Emmanuel

Francisco Cândido Xavier

 

O Espírito da Verdade

 

Estudos e dissertações em torno da obra

“O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec

 

Ditado pelo Espírito

Emmanuel

sexta-feira, 23 de setembro de 2016


Nos Domínios da Voz
Observe como vai indo a sua voz, porque a voz é dos instrumentos mais importantes na vida de cada um. A voz de cada pessoa está carregada pelo magnetismo dos seus próprios sentimentos.
Fale em tonalidade não tão alta que assuste e nem tão baixa que crie dificuldade a quem ouça.
Sempre aconselhável repetir com paciência o que já foi dito para o interlocutor, quando necessário, sem alterar o tom de voz, entendendo-se que nem todas as pessoas trazem audição impecável.
A quem não disponha de facilidades para ouvir, nunca dizer frases como estas: "Você está surdo?", "Você quer que eu grite?", "Quantas vezes quer você que eu fale?" ou "Já cansei de repetir isso".
A voz descontrolada pela cólera, no fundo, é uma agressão e a agressão jamais convence. Converse com serenidade e respeito, colocando-se no lugar da pessoa que ouve, e educará suas manifestações verbais com mais segurança e proveito.
Em qualquer telefonema, recorde que no outro lado do fio está alguém que precisa de sua calma, a fim de manter a própria tranquilidade.
André Luiz

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

 
Para encontrar o bem e assimilar-lhe a luz, não basta adimitir-lhe a existência. É indispensável buscá-lo com perseverança e fervor.
Ninguém pode duvidar da eletricidade, mas para que a lâmpada nos ilumine o aposento recorremos a fios Condutores que lhe transportem a força,
desde a aparelhagem da usina distante até o recesso de nossa casa.
A fotografia é hoje fenômeno corriqueiro; contudo, para que a imagem se fixe, na execução do retrato, é preciso que a emulsão gelatinosa sensibilize a placa que a recebe.
A voz humana, através da radiofonia, é transmitida de um continente a outro, com absoluta fidelidade; todavia, não prescinde do remoinho eletrônico que, devidamente disciplinado, lhe transporta as ondulações.
Não podemos, desse modo, plasmar realização alguma sem atitude positiva de confiança.
Entretanto, como exprimir a fé? — indaga-se muitas vezes.
A fé não encontra definição no vocabulário vulgar.
É força que nasce com a própria alma, certeza instintiva na Sabedoria de Deus que é a sabedoria da própria vida. Palpita em todos os seres, vibra em
todas as coisas. Mostra-se no cristal fraturado que se recompõe, humilde, e revela-se na árvore decepada que se refaz, gradativamente, entregando-se às leis de renovação que abarcam a Natureza.
Todas as operações da existência se desenvolvem, de algum modo, sob a energia da fé.
Confia o campo no vigor da primavera e cobre-se de flores.
Fia-se o rio na realidade da fonte, e dela não prescinde para a sua caudal larga e profunda.
A simples refeição é, para o homem, espontâneo ato de fé. Alimentando-se, confia ele nas vísceras abdominais que não vê.
Todo o êxito da experiência social resulta da fé que a comunidade empenhe no respeito às determinações de ordem legal que lhe regem a vida.
Utilizando-nos conscientemente de semelhante energia, é-nos possível suprimir longas curvas em nosso caminho de evolução.
Para isso, seja qual for a nossa interpretação religiosa da ideia de Deus, é imprescindível acentuar em nós a confiança no bem para refletir-lhe a grandeza.
Recordemos a lente e o Sol. O astro do dia distribui equitativamente os recursos de que dispõe. Convergindo-lhe porém, os raios com a lente comum, dele auferimos poder mais amplo.
O Bem Eterno é a mesma luz para todos, mas concentrando-lhe a força em nós, por intermédio de positiva segurança íntima, decerto com mais eficiência lhe retrataremos a glória.
Busquemo-lo, pois, infatigavelmente, sem nos determos no mal.
O tronco podado oferece frutos iguais àqueles que produzia antes do golpe que o mutilou.
A fonte alcança o rio, desfazendo no próprio seio a lama que lhe atiram.
Sustentemos o coração nas águas vivas do bem inexaurível.
Procuremos a boa parte das criaturas, das coisas e dos sucessos que nos cruzem a lide cotidiana. Teremos, assim, o espelho de nossa mente voltado para o bem, incorporando-lhe os tesouros eternos, e a felicidade que nasce da fé, generosa e operante, libertar-nos-á dos grilhões de todo o mal, de vez que o bem, constante e puro, terá encontrado em nós seguro refletor.
 
PENSAMENTO E VIDA
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

quarta-feira, 21 de setembro de 2016


O DOM DIVINO
 

Irmão X
 

Antigo devoto, extremamente apaixonado pelo Senhor, mantinha consigo o velho desejo de encontrá-lo, afagá-lo e ser-lhe útil.

“Oh! se pudesse viver na intimidade do Mestre” – pensava em êxtase – “tudo faria por rodeá-lo de cooperação e carinho..”

Por isso mesmo buscava cultivar todas as virtudes e aperfeiçoar todas as qualidades nobres, a fim de oferecer-lhe dons perfeitos.

Entre esperanças e orações, seguia a esteira infinita do tempo, aguardando o instante sublime de identificar-se com Jesus, quando, num sonho prodigioso, viu que o Senhor o visitava, acompanhando de sublime cortejo. O carro fulgurante do Rei do mundo vinha ladeado de Arcanjos e Tronos, ostentando flores e estrelas do Paraíso, maravilhado, o crente demandou o interior da casa, procurando joias com que pretendia

mimosear o Divino Amigo.

Não encontrou, porém, o ouro e a prata, as rosas e os perfumes, com os quais esperava render-lhe culto. Em lugar deles, no entanto, reparou, espantado, que as suas virtudes se haviam materializado em vasos simbólicos. Tentou escolher dentre eles alguma preciosidade com que pudesse atender ao próprio coração, mas notou que o seu amor estava representado por uma candeia sem óleo, a sua paciência era um prato fendido, que a sua fé exprimia-se numa ânfora enlameada, que a sua caridade era um jarro vistoso e vazio e outras virtudes como, por exemplo, a humanidade e o entendimento fraterno, nem chegavam a aparecer...

Desapontado e pesaroso por não haver encontrado algum recurso, de modo a satisfazer-se, o devoto reconheceu que não passava de miserável mendigo, incapaz de uma oferta condigna ao Visitante Celestial.

Quis fugiu, escondendo a própria indigência, todavia, surpreendido pelo Mestre que o abraçava, bondoso, clamou em lagrimas.

-Eterno Benfeitor, perdoa-me a pobreza! Nada tenho para expressar-te o meu carinho!...

Minhas virtudes não passam de baixelas desprezíveis...

Jesus complementou as alfaias expostas, sorriu e falou, sereno:

-Realmente, as qualidades edificantes que o reino do Todo-Poderoso espera de nós revelam-se em construção, no terreno de tua alma. è imprescindível que o tempo te aprimore os talentos imortais. Entretanto, trazes contigo o dom divino oculto em todas as criaturas. É por ele que a Obra de Deus se aperfeiçoa na Terra, usando-o poder colaborar comigo em toda parte, santificando-te, cada vez mais, para a glória do paraíso.

E por que o discípulo indagasse, entre aflito e jubiloso, o Mestre completou:

- É o dom do servir, indistintamente.

Ajuda-me a velar pelos homens, pela vida, pela natureza... Auxilia comigo ao ignorante e ao doente, ao velho e à criancinha, ao animal e à erva tenra. A qualquer criatura ou a qualquer coisa que ofereças o bem é a mim mesmo que o fazes...

O devoto quis falar, traduzindo a imensa ventura que lhe banhava a lama toda, ante a lição recebida, mas, ao murmúrio do vento, que parecia chamá-lo ao trabalho, fora do aconchego doméstico, despertou no leito macio e começou a pensar.

 

CARTAS DO CORAÇÃO

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Ditados por

Espíritos Diversos

terça-feira, 20 de setembro de 2016


 

SOCORRO OPORTUNO

 

Sensibiliza-te diante do irmão positivamente obsidiado e esmera-te em ofertar-lhe o esclarecimento salvador com que a Doutrina Espírita te favorece.

Bendito seja o impulso que te leva a socorrer semelhante doente da alma; entretanto, reflete nos outros, os que se encontram nas últimas trincheiras da resistência ao desequilíbrio espiritual.

Por um alienado que se candidata às terapias do manicômio, centenas de fronteiriços da obsessão renteiam contigo na experiência cotidiana. Desambientados num mundo que ainda não dispõe de recursos que lhes aliviem o íntimo atormentado, esperam por algo que lhes pacifiquem as energias, à maneira de viajores tresmalhados nas trevas, suspirando por um raio de luz. . . Marchavam resguardados na honestidade e viram-se lesados a golpes de crueldade, mascarada de inteligência; abraçaram tarefas edificantes e foram espancados pela injúria, acusados de faltas que jamais seriam capazes de cometer; entregaram-se, tranquilos, a compromissos que supuseram inconspurcáveis e acabaram espezinhados nos sonhos mais puros; edificaram o lar, como sendo um caminho de elevação, e reconheceram-se, dentro dele, à feição de prisioneiros sem esperança; criaram filhos, investindo em casa toda a sua riqueza de ideal e ternura, na expectativa de encontrarem companheiros abençoados para a velhice, e acharam-se relegados a extremo abandono; saíram da juventude, plenos de aspirações renovadoras e toparam enfermidades que lhes atenazam a vida. . . E, com eles, os que se acusam desajustados, temos ainda os que vieram do berço em aflição e penúria, os que se emaranharam em labirintos de tédio, por demasia de conforto, os que esmorecem nas responsabilidades que esposaram e os que carregam no corpo dolorosas inibições. . .

 

Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação.

 

O ESPIRITISMO EM SUA VIDA

 

Reflita na importância do Espiritismo em sua encarnação. Confrontemo-lo com as circunstâncias diversas em que você despende a própria existência.

 

Corpo – Engenho vivo que você recebe com os tributos da hereditariedade fisiológica, em caráter de obrigatoriedade, para transitar no Planeta, por tempo variável, máquina essa que funciona tal qual o estado vibratório de sua mente.

 

Família – Grupo consanguíneo a que você forçosamente se vincula por remanescentes do pretérito ou imposições de afinidade com vistas ao burilamento pessoal.

 

Profissão – Quadro de atividades constrangendo-lhe as energias à repetição diária das mesmas obrigações de trabalho, expressando aprendizado compulsório, seja para recapitular experiências imperfeitas do passado ou para a aquisição de competência em demanda do futuro.

 

Provas – Lições retardadas que nós mesmos acumulamos no caminho, através de erros impensados ou conscientes em transatas reencarnações, e que somos compelidos a rememorar e reaprender.

 

Doenças – Problemas que carregamos conosco, criados por vícios de outras épocas ou abusos de agora, que a Lei nos impõe em favor de nosso equilíbrio.

 

Decepções – Cortes necessários em nossas fantasias, provocados por nossos excessos, aos quais ninguém pode fugir.

 

Inibições - Embaraços gerados pelo comportamento que adotávamos ontem e que hoje nos cabe suportar em esforço reeducativo.

 

Condição – Meio social merecido que nos facilita ou dificulta as realizações, conforme os débitos e créditos adquiridos.

 

Segundo é fácil de concluir, todas as situações da existência humana são deveres a que nos obrigamos sob impositivos de regeneração ou progresso. Mas a Doutrina Espírita é o primeiro sinal de que estamos entrando em libertação espiritual, à frente do Universo, habilitando-nos, pela compreensão da justiça e pelo serviço à Humanidade, a crescer e aprimorar-nos para Esferas Superiores.

 

Pense no valor do Espiritismo em sua vida. Ele é a sua verdadeira oportunidade de partilhar a imortalidade desde hoje.

 

Do livro “Estude e Viva”