segunda-feira, 31 de julho de 2017


 

A Passagem de Richet

 

O Senhor tomou lugar no tribunal da sua justiça e, examinando os documentos que se referiam ás atividades das personalidades eminentes sobre a Terra, chamou o Anjo da Morte, exclamando:

Nos meados do século findo, partiram daqui diversos servidores da Ciência que prometeram trabalhar em meu nome no orbe terráqueo, levantando a moral dos homens e suavizando-lhes as lutas. Alguns já regressaram, enobrecidos nas ações dignificadoras, nesse mundo longínquo. Outros, porém, desviaram-se dos seus deveres e outros ainda lá permanecem, no turbilhão das duvidas e das descrenças, laborando no estudo.

“Lembras-te daquele que era aqui um inquieto investigador, com as suas analises incessantes, e que se comprometeu a servir os ideais da Imortalidade, adquirindo a fé que sempre lhe faltou?

— “Senhor aludis a Charles Richet, reencarnado em Paris, em 1850, e que escolheu uma notabilidade da medicina para lhe servir de pai?”.

— “Justamente. Pelas noticias dos meus emissários, apesar da sua sinceridade e da sua nobreza, Richet não conseguiu adquirir os elementos de religiosidade que fora buscar, em favor do seu próximo. Tens conhecimento dos favores que o Céu lhe tem adjudicado, no transcurso da sua existência?”.

— “Tenho, Senhor. Todos os vossos mensageiros lhe cercaram a inteligência e a honestidade com o halo da vossa sabedoria. Desde os primórdios das suas lutas na Terra, os Gênios da Imensidade o rodeiam com o sopro divino de suas inspirações. Dessa assistência constante lhe nasceram os poderes intelectuais, tão cedo revelados no mundo. Sua passagem pelas academias da Terra, que serviu para excitar a potencia vibratória da sua mente, em favor da ressurreição do seu tesouro de conhecimentos, foi acompanhada pelos vossos emissários com especial carinho. Ainda na mocidade, lecionou na Faculdade de Medicina, obtendo a cadeira de Fisiologia. Nesse tempo, já seu nome, com os vossos auxílios, estava cercado de admiração e respeito. As suas produções granjearam-lhe a veneração e a simpatia dos seus contemporâneos. De 1877 a 1884, publicou estudos notáveis sobre a circulação do sangue, sobre a sensibilidade, sobre a estrutura das circunvoluções celebrais, sobre a fisiologia dos músculos e dos nervos, perquirindo os problemas graves do ser, investigando no circulo de todas as atividades humanas, conquistando o seu nome a admiração universal.”

— “E em matéria de espiritualidade, replicou austeramente o Senhor, que lhe deram os meus emissários e de que forma retribuiu o seu espírito a essas dádivas?”.

— “Nesse particular, exclamou solicito o Anjo, muito lhe foi dado. Quando deixastes cair, mais intensamente, a vossa luz sobre os mistérios que me envolvem, ele foi dos primeiros a receber-lhe os raios fulgurantes. Em Carqueiranne, em Milão e na ilha Roubaud, muitas claridades o bafejaram, junto de Eusapia Paladino, quando o seu gênio se entregava a observações positivas, com os seus colegas Lodge, Myers e Sidwick. De outras vezes, com Delanne, analisou as celebres experiências de Alger, que revolucionaram os ambientes intelectuais e materialistas da França, que então representava o cérebro da civilização ocidental.

“Todos os portadores das vossas graças levaram as sementes da Verdade á sua poderosa organização FÍSICA, apelando para o seu coração, afim de que cite afirmasse as realidades da sobrevivência; povoaram-lhe as noites de severas meditações, com as imagens maravilhosas das vossas verdades, porém, apenas conseguiram que ele escrevesse o Tratado de Metapsíquica e um estudo proveitoso, a favor da concórdia humana, que lhe valeu o Premio Nobel da Paz, em 1913.

“Os mestres espirituais não desanimaram, nem descansaram nunca em torno da sua individualidade; mas, apesar de todos os esforços despendidos, Rechia viu, nas expressões fenomenológicas de que foi atento observador, apenas a exteriorizarão das possibilidades de um sexto sentido nos organismos humanos. Ele que fora o primeiro organizador de um dicionário de fisiologia, não se resignou a ir além das demonstrações histológicas. Dentro da espiritualidade, todos os seus trabalhos de investigador se caracterizam pela duvida que lhe martiriza a personalidade. Nunca pode, Senhor, encarar as verdades imortalistas, senão como hipótese, mas o seu coração é generoso e sincero. Ultimamente, nas reflexões da velhice, o grande lutador se veio inclinando para a fé, até hoje inaccessível ao seu entendimento de estudioso. Os vossos mensageiros conseguiram inspirar-lhe um trabalho profundo, que apareceu no planeta como “A Grande Esperança” e, nestes últimos dias, a sua formosa inteligência realizou para o mundo uma mensagem entusiástica, em prol dos estudos espiritualistas.

— “Pois bem, exclamou o Senhor, Richet terá de voltar agora a penates. Traze de novo aqui a sua individualidade, para as necessárias interpelações.”.

— “Senhor, assim tão depressa? — retornou o Anjo, advogando a causa do grande cientista — O mundo vê em Richet um dos seus gênios mais poderosos, guardando nele sua esperança. Não conviria protelar a sua permanência na Terra, afim de que ele vos servisse, servindo á Humanidade?”.

— “Não — disse o Senhor tristemente. — Se, após oitenta e cinco anos de existência sobre a face da Terra, não pode reconhecer, com a sua ciência, a certeza da Imortalidade, é desnecessária a continuação de sua estadia nesse mundo. Como recompensa aos seus esforços honestos em beneficio dos seus irmãos em humanidade, quero dar-lhe agora, com o poder do meu amor, á centelha divina da crença, que a ciência planetária jamais lhe concedeu, nos seus labores ingratos e frios.”.

 

*

 

No leito de morte, Richet tem as pálpebras cerradas e o corpo na posição derradeira, em caminho da sepultura. Seu espírito inquieto de investigador não dormiu o grande sono.

Há ali, cercando-lhe os despojos, uma multidão de fantasmas.

Gabriel Delanne estende-lhe os braços de amigo. Denis e Flammarion o contemplam com bondade e carinho. Personalidades eminentes da França antiga, velhos colaboradoras da “Revista dos Mundos” cooperadores devotados dos “Anais das Ciência Físicas” ali estão, para abraçarem o mestre no limiar do seu tumulo.

Richet abre os olhos para as realidades espirituais que lhe eram desconhecidas. Parece-lhe haver retrocedido ás materializações da Vila Carmem; mas, ao seu lado, repousam os seus despojos, cheios de detalhes anatômicos. O eminente fisiologista reconhece-se no mundo dos verdadeiros vivos. Suas percepções estão intensificadas, sua personalidade é a mesma e, no momento em que volve a atenção para a atitude carinhosa dos que o rodeiam, ouve uma voz suave e profunda falando do Infinito:

— “Richet, exclama o Senhor no tribunal da sua misericórdia, porque não afirmaste a Imortalidade, e porque desconheceste o meu nome no teu apostolado de missionário da ciência e do labor? Abri todas as portas de ouro que te poderia reservar sobre o mundo. Perquiriste todos os livros. Aprendeste e ensinaste, fundaste sistemas novos do pensamento, á base das duvidas dissolventes. Oitenta e cinco anos se passaram, esperando eu que a tua honestidade me reconhecesse, sem que a fé desabrochasse em teu coração... Todavia, decifraste, com o teu esforço abençoado, muitos enigmas dolorosos da ciência do mundo e todos os teus dias representaram uma sede grandiosa de conhecimentos... Mas, eis, meu filho, onde a tua razão positiva é inferior á revelação divina da fé. Experimentaste as torturas da morte com todos os teus livros e diante dela desapareceram os teus compêndios, ricos de experimentações no campo das filosofias e das ciências. E agora, premiando os teus labores, eu te concedo os tesouros da fé que te faltou, na dolorosa estrada do mundo!”.

Sobre o peito do abnegado apostolo, desce do Céu um punhal de luz opalina, como um vernábulo maravilhoso de luar indescritível.

Richet sente o coração tocado de luminosidade infinita e misericordiosa, que as ciência nunca lhe haviam dado. Seus olhos são duas fontes abundantes de lagrimas de reconhecimento ao Senhor. Seus lábios, como se voltassem a ser os lábios de um menino recitam o “Pai Nosso que estais no Céu...”.

Formas luminosas e aéreas arrebatam-no, pela estrada de Eder da eternidade e, entre prantos de gratidão e de alegria, o apostolo da ciência caminhou da grande esperança para a certeza divina da Imortalidade.

Humberto de Campos

(Recebida em Pedro Leopoldo, 21 de janeiro de 1936).

 

Francisco Cândido Xavier

Humberto de Campos

Palavras do Infinito

domingo, 30 de julho de 2017


VEJAMOS  COM  JESUS

 
Emmanuel
 
 
Do ponto de vista das nossas multimilenárias imperfeições, é possível reconheças frequentemente no próximo um companheiro em situação deficitária, perante a vida.
***
De pensamento mergulhado no pessimismo, encontrarás o avarento, recolhido à sovinice, negando-te concurso e a criatura vaidosa a exibir-se na praça, tanto quanto, os que se sentem pobres de tudo para serem úteis ou os que se declaram suficientemente desencantados para acenderem nos outros, a luz de qualquer esperança.
 
Entretanto, isso pode ser simplesmente o nosso modo particular de entender.
***
Procuremos, porém, enxergar os outros pela interpretação de Jesus.
 
Busquemos o ponto de vista de nosso Divino Mestre e descobriremos em nosso irmão do caminho alguém com infinitas reservas de bondade no próprio ser.
***
Aprenderemos, então, que o mordomo da fortuna terrestre foi chamado a realizar grandes obras na sementeira do bem, bastando sabermos tocar-lhe a porta do coração; que o companheiro enganado na superestimação dos próprios valores assim procede à face da ignorância que o senhoreia, cabendo-nos tão somente a obrigação de ofertar-lhe sadio exemplo de humildade, a fim de que desperte e se reajuste.
***
Surpreenderemos nos amigos vacilantes as promessas da vida, quais plantas, tenras, endereçadas ao porvir, que precisamos auxiliar, de modo a que se expandam em frutos de fraternidade e entendimento; e identificaremos nos que se vêm infortunados e inúteis o justo ensejo ao exercício de nosso amor, para que se convertam em vasos de reconforto e harmonia.
***
Esqueçamos nossa maneira pessoal de ver para ver como Cristo vê, em nos renovando as oportunidades de serviço e consolação no curso da cada hora, porque num mundo qual a Terra, em que todos somos necessitados, é imperioso acreditar como crê o Senhor, porque se não fosse admitida por Ele a possibilidade de nossa restauração para Deus, não nos reformaria diariamente os títulos de trabalho e aprendizado, no rumo da vida imperecível que nos conferirá, de futuro, a perfeita alegria.
 
 
 

sexta-feira, 28 de julho de 2017


ANOTEMOS

 

 

Os ensinamentos de Jesus estão nas linhas da Natureza.

*

Quanto menos perseverança na enxada, mais ferrugem a dificultar-lhe o serviço.

*

Quanto mais suor no arado, mais bênçãos na sementeira.

*

Quanto menos repouso à fonte, mais limpidez na corrente.

*

Quanto mais descanso ao poço. mais estagnação enfermiça nas águas.

*

Quanto menos trato às plantas do pomar, mais ampla invasão da erva daninha.

*

Quanto mais poda nas árvores benfeitoras, mais valiosa se lhe faz a produção.

*

Assim também na vida.

*

Quanto menos esforço, mais intensa excursão na ociosidade.

*

Quanto mais diligência, mais crédito na ação.

*

Quanto menos fé, mais névoa de incerteza.

*

Quanto mais serviço apresentado, suprimento mais alto.

*

Quanto menos bondade, mais pessimismo.

*

Quanto mais amizade, alegria mais pura.

*

Quanto mais desprendimento no amparo, simpatia maior.

*

Quanto menos perdão, mais sombra de ressentimento.

*

Quanto mais amor, mais luz no caminho.

*

Quanto menos brandura, mais inquietação.

*

Quanto mais humildade, mais compreensão.

*

Por isso mesmo, nós, armados de vontade e discernimento, somos livres para estabelecer na vida o clima de sofrimento que nos segregue ou para construir o nosso caminho de felicidade, facilitando-nos a ascensão para a Grande Luz.

*

Decerto, pensando na importância da Caridade nos mecanismos de nossas relações recíprocas, é que Jesus nos legou a observação inesquecível:

- “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”

CONVIVÊNCIA

 

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

EMMANUEL

quinta-feira, 27 de julho de 2017


Abstém-se

 

Abstém-se de fixar as deficiências do companheiro e procura destacar-lhe as qualidades nobres, nas quais se caracterizem de alguma forma.

Examina o bem, louva o bem e estende o bem quanto puderes.

A paz pode passar a residir hoje mesmo em nosso campo íntimo. Basta lhe ofereçamos o refúgio da compreensão e isso depende unicamente de nós.

Se te encontras na condição de peça na engrenagem de hoje, a que se acolhem tantas criaturas aflitas, não te entregues ao luxo do desânimo e, sim, trabalha servindo sempre. É preciso aprender a suportar os revezes do mundo, sem perder a própria segurança.

Haja o que houver, trabalha na edificação do bem e segue adiante.

Dor, na maioria das vezes, é o tributo que se paga ao aperfeiçoamento espiritual.

Dificuldade mede eficiência.

Ofensa avalia a compreensão.

A própria morte é nova forma de vida.

Resiste aos movimentos que tendam a desfibrar-te a coragem e mantém-te de pé na tarefa a que a vida te buscou.

Recorda que tudo se altera para o bem.

 

CAMINHO ILUMINADO

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

EMMANUEL

quarta-feira, 26 de julho de 2017


Esta é a Nossa Mais Importante Encarnação de Todos os Tempos!


Cada encarnação é como se fosse um atalho nas estradas da ascensão. Por este motivo o ser humano deve amar a sua existência de lutas e de amarguras temporárias, porquanto ela significa uma benção divina, quase um perdão de Deus”.
Emmanuel

Se de um lado a boa lógica nos diz que nossa última encarnação é sempre a mais importante, pois mais uma vez temos a oportunidade de nos redimir dos erros passados, creio que esta atual, pelas deduções mais abaixo, é especialíssima. Creio firmemente que é a nossa mais importante existência de todos os tempos. Se conscientizarmo-nos deste fato, faremos com que nossos pensamentos, sentimentos e atitudes tomem salutar direção. Por exemplo, poderemos deduzir de que, se temos Jesus como nosso guia e modelo, é imprescindível – nesta nossa mais importante existência - termos como meta o amor incondicional. Pois é esta modalidade de amar que irá ditar o conteúdo dos nossos textos e de nossos procedimentos diários e, por consequência, melhor iremos aproveitar dos ensinamentos espíritas nesta fundamental e decisiva existência.
Para que a conclusão do tema deste seja confirmada pelo(a) leitor(a), atentemos aos textos abaixo de Santo Agostinho e também às conclusões que vêm logo a seguir.

a) “(O planeta Terra) há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que de orbe expiatório, mudar-se à em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus”.
Santo Agostinho, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, item 19

b) As características do Mundo de Regeneração:
“O homem (...) ainda é de carne. (...) Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. (...) Eles (os mundos de regeneração) representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel”.
Santo Agostinho, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, item 17

c) “Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeram os primeiros átomos destinados a constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso”.
Santo Agostinho, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, item 19

Dos depoimentos logo acima destaquei, em negrito, a expressão “degraus imperceptíveis”, a qual denota que não perceberemos de maneira evidente a passagem do nosso mundo, de Expiação e Provas, para a próxima e determinante etapa, a de Mundo de Regeneração. Consoante a esta condição, o Espiritismo nos faculta a possibilidade, através de pesquisa e do raciocínio lógico, de passarmos a enxergar o que parece não estar evidente.
Se não há dúvida de que estamos num período de transição para um Mundo de Regeneração, vou além, tenho a convicção de que caminhamos a passos largos nessa bendita direção. Creio que toda esta atual convulsão mundial é importante prenúncio desta aprazível mudança, pois todos os sofrimentos atuais estão despertando o ser humano a procurar um significado à vida. A Terra, com sua revolução interior, movimentando as placas tectônicas nos alerta e nos desperta para nossa também necessária revolução interior, com o propósito de movimentarmos as placas endurecidas de nossos corações.
É saudável, caro(a) leitor(a), que duvide desta minha convicção de que caminhamos a passos largos para um Mundo de Regeneração. Ninguém tem a obrigação de crer na convicção de outrem. Mas, após as informações que vêm a seguir, procure liberar sua mente de idéias pré-concebidas que possam impedir o raciocínio dedutivo, para livremente poder refletir sobre os esclarecimentos oriundos de grandes mestres de nossa Seara. Comecemos pelo preposto imediato do nosso Mestre Jesus, Allan Kardec:

I - ALLAN KARDEC NOS DIZ QUANDO O ESPIRITISMO SE TORNARÁ CRENÇA COMUM EM TODO O MUNDO TERRENO:
Antes de expor o dito de Kardec, entendamos que a expressão constante no título logo acima, “crença comum”, não necessariamente significa religião comum. Pois, talvez por um longo período as diversas religiões hoje existentes continuarão a ter suas atuais denominações. No entanto, Kardec esclarece que futuramente o princípio essencial de todas elas será calcado nos fundamentos espíritas, uma vez que estes são provenientes de leis da natureza. E toda lei da natureza, depois de revelada, se torna incontestável. Veja o exemplo da eletricidade, a qual por muito tempo foi vista como feitiçaria e hoje universalmente compreendemo-la como lei natural. Lembremo-nos também da lei da gravidade, que não obstante por muito tempo desconhecida da humanidade, hoje é aceita sem qualquer contestação. O mesmo ocorrerá com os temas Reencarnação, Pluralidade dos Mundos Habitados e Comunicabilidade dos Espíritos, que, por serem leis naturais, no tempo certo todos seres humanos naturalmente irão crer. Portanto, o Catolicismo (por exemplo) continuará existindo, mas a diferença será que os seus seguidores irão crer na reencarnação, na pluralidade dos mundos habitados e em outros princípios e verdades já reveladas pelo Espiritismo.
Retornando ao assunto-título deste parágrafo, muitos de nós, espíritas, não tivemos olhos para enxergar o que está claro e límpido como um lago cristalino: Kardec já nos informou quando o Espiritismo será implantado na Terra. Na questão 798 d’O Livro dos Espíritos, a qual tem como foco quando haverá a implantação do Espiritismo na Terra, Kardec nos esclarece que “(...) durante duas ou três gerações, ainda haverá um fermento de incredulidade, que unicamente o tempo aniquilará”.
Como a boa lógica nos diz que após um período de incredulidade a única alternativa será um período de credulidade, façamos as contas para esclarecermo-nos sobre quando chegaremos a esse alvissareiro período. Antes, é importante dizer que, mesmo a expectativa de vida na época de Kardec ser bem inferior aos 70 anos, o fato é que as pessoas consideravam esta idade como sendo o tempo de uma geração. Agora, sim, façamos as contas:

a) Se na época de Kardec uma geração correspondia a um período de 70 anos;

b) Se Kardec afirma que o período de incredulidade durará duas ou três gerações (140 a 210 anos);

c) Se após o período de incredulidade vem o período de credulidade:

d) Se O Livros dos Espíritos, que iniciou a Era do Espiritismo, foi editado em 1.857;

Então, fazendo as contas chega-se à seguinte conclusão:

Conclusão-I: O Espiritismo passará a ser crença comum no período compreendido entre os anos de 1.997 a 2.067.

II – CHICO XAVIER, NOS INFORMA QUANDO A TERRA SERÁ UM MUNDO DE REGENERAÇÃO:
No livro Plantão de Respostas, Volume II, Chico Xavier diz: “Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2.057”.
Percebamos que o ano de 2.057 está dentro dos limites preconizado por Kardec, no Conclusão-I, logo acima. O que nos leva a crer que, quando os princípios espíritas estiverem implantados em todo o planeta, haverá uma revolução cultural em tamanha proporção, que veremos o alvorecer do tão esperado Mundo de Regeneração.

Conclusão-II: O Mundo de Regeneração terá seu alvorecer por volta de 2.057, ano este dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

III – BEZERRA DE MENEZES, NOS INFORMA QUANDO O ESPIRITISMO SERÁ IMPLANTADO NA TERRA.
No livro (*)Atitude de Amor, Editora Dufaux, Psicografia de Wanderley Soares de Oliveira, Bezerra de Menezes nos esclarece que para o Espiritismo ser implantado na Terra houve um planejamento na espiritualidade (como não poderia deixar de ser), e que a implantação teve uma delimitação de três períodos distintos de 70 anos.
O primeiro período de 70 anos (de 1.857 a 1.927) teve como foco a consolidação do fato de que o Espiritismo não é uma crença fundamentada em idéias humanas, mas, sim, o Espiritismo é a Doutrina dos Espíritos.
O segundo período (de 1.928 a 1.997) teve como objetivos a proliferação dos Centros Espíritas e a difusão do conhecimento espírita. Foi o período em que ficamos especialistas em fazer belos discursos, sem praticá-los! Passamos a ter conhecimento, mas, sem as correspondentes atitudes.
O terceiro e último período de 70 anos (1.998 a 2.067) é o que estamos vivendo neste momento! O que implica o quão essencial é crermos que nossa atual reencarnação é a mais importante de todas as existências que até hoje tivemos.
Sobre este último período, diz Bezerra de Menezes que é o período das atitudes, isto é, este é o momento de praticarmos o que até agora aprendemos com o Espiritismo. Por exemplo, se temos um belo discurso sobre fraternidade, chegou a hora de sermos fraternos. Como disse Richard Simonetti, “Chegou a hora do conhecimento descer da cabeça para o coração”, ou como disse nosso também confrade Carlos Abranches: “Precisamos raciocinar com o coração e amar com o cérebro”.

Conclusão – III: Bezerra de Menezes nos informa que a implantação do Espiritismo na Terra será no período de 1.997 a 2.067, período este dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

IV – CINCO RESPEITABILÍSSIMAS E VALOROSAS INSTITUIÇÕES ESPÍRITAS SERVEM DE CANAL PARA NOS INFORMAR QUE O MUNDO DE REGENERAÇÃO ESTÁ PRÓXIMO:
Imaginemos o que é receber uma mensagem espírita que reforça e valida as conclusões de todos os itens anteriores, e, além disto, traz em seu bojo o endosso de cinco instituições reconhecidas em nosso país pela sua importância e, principalmente, credibilidade:

Instituição-1) Bezerra de Menezes (é nosso irmão desencarnado, mas não deixa de ter o peso e o valor de uma “instituição” pelas suas contribuições sobejamente sabidas por nós espíritas);

Instituição-2) Divaldo Franco (é nosso irmão e médium encarnado, mas também não deixa de ter o peso e o valor de uma “instituição” pelas suas contribuições sobejamente sabidas por nós espíritas);

Instituição-3) Conselho Federativo Nacional

Instituição-4) FEB- Federação Espírita Brasileira

Instituição-5) Revista Reformador

Em janeiro de 2.005, a revista Reformador, traz um dos mais esclarecedores textos de Bezerra de Menezes sobre o momento atual do nosso mundo, do Espiritismo e também sobre nossas responsabilidades advindas dos fatos por ele mencionados.
A mensagem foi recebida na última reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB do ano de 2.004. Nosso amado benfeitor espiritual utilizou-se da mediunidade psicofonica de Divaldo Franco para dizer com todas as letras, sem deixar dúvida alguma sobre o teor do que tinha a nos passar, que: “Não podemos negar que este é o grande momento de transição do Mundo de Provas e de Expiações para o Mundo de Regeneração”.
Caro(a) leitor(a), para reforçar o ‘’obvio coloquei em negrito a expressão “este é o grande momento”. Mas antes de reforçar o óbvio, pergunto-lhe: A palavra “este” tem relação com o passado, com o presente ou com o futuro? Desculpe-me pela pergunta tão simplória. A verdade é que todos nós sabemos que tal palavra tem a ver com o momento “presente”. Portanto, Bezerra não está se referindo ao futuro! Daí o fato de, no mesmo texto, Bezerra de Menezes complementar: “(...) Já não há mais tempo para adiarmos a proposta de renovação do planeta”.
Mais uma dedução importante para nós espíritas: se Bezerra de Menezes afirma que já não há mais tempo para adiarmos a proposta de renovação do planeta, a lógica elementar nos leva à quarta conclusão, a seguir:

Conclusão – IV: Bezerra de Menezes nos informa que este é o grande momento de transição do Mundo de Provas e de Expiações para o Mundo de Regeneração. Momento este dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

V – OS ESPÍRITOS MARIA MODESTO CRAVO E JOANNA DE ÂNGELIS NOS ALERTAM SOBRE A RENOVAÇÃO QUE JÁ ESTÁ OCORRENDO EM NOSSO PLANETA!
Duas informações:
A primeira:
No livro Reforma Íntima Sem Martírio, lançado e editado nesta primeira década do século XXI (esta informação é importante), Editora Dufaux, psicografia de Wanderley Soares de Oliveira, o espírito Maria Modesto Cravo diz: “Uma geração nova regressa às fileiras carnais da humanidade para arejar o panorama de todas as expressões segmentares do orbe, interligando-as e projetando-as a ampliados patamares de utilidade. (...) É tempo de renovar”.

A segunda informação:
No livro Momentos de Harmonia, lançado e editado em 1.991 (esta informação é importante), Editora Leal, psicografia de Divaldo Franco, o espírito Joanna de Ângelis diz: “(...) dá-se neste momento a renovação do Planeta, graças à qualidade dos espíritos que começam a habitá-lo, enriquecidos de títulos de enobrecimento e de interesse fraternal”.

Caro(a) leitor(a), se você convive com crianças, pergunto-lhe: As crianças de hoje não são muito inteligentes? Sei qual vai ser sua resposta: “Sim, muito inteligentes!!!”
Por que são tão inteligentes? A resposta está na análise dos dois textos dos espíritos amigos acima: Informam-nos os amáveis espíritos Joanna de Angelis e Maria Modesto Cravo que, de poucas décadas para cá, os espíritos que estão nascendo em nosso planeta são muito especiais. São nobres de alma, são fraternais, e por natural dedução, inteligentes.
Esta alvissareira notícia de renovação do planeta, certamente a mais importante ocorrência depois da vinda de Cristo e do nascimento de Kardec, nos leva à quinta conclusão:

Conclusão – V: Os espíritos Joanna de Angelis e Maria Modesto Cravo nos informam que espíritos especiais (fraternos, nobres) estão retornando à Terra com o objetivo de arejar o panorama de todas as expressões segmentares do nosso planeta, com o objetivo de renová-lo, e esta renovação se dá dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

VI – O RESPEITADO MÉDIUM E ORADOR BAIANO, DIVALDO FRANCO, DISSE, EM PALESTRA PROFERIDA EM 1.999, QUE NO ANO DE 2.025 DUZENTOS MIL ESPÍRITOS ALTAMENTE EVOLUÍDOS RETORNARÃO À TERRA.
Caro(a) leitor(a), conforme a bem-vinda informação do título logo acima, mais a informação do item V, onde Joanna de Ângelis e Maria Modesto Cravo esclarecem-nos que espíritos nobres e fraternais (também inteligentes), estão retornando à Terra com o objetivo de ajudarem na renovação do planeta, podemos então formular a seguinte pergunta:
COMO SERÁ NOSSO PLANETA TERRA EM 2.060?
A resposta da questão acima, a teremos de forma dedutiva:

a) Em 2.060 os espíritos nobres, fraternos e inteligentes que, segundo os amáveis espíritos Joanna de Angelis e Maria Modesto Cravo, já estão retornando à Terra, terão até 70 anos de idade;

b) Em 2.060 os duzentos mil espíritos altamente evoluídos que reencarnarão em 2.025, segundo informação recebida (e divulgada) pelo respeitabilíssimo médium e orador Divaldo Franco, terão 35 anos de idade;

c) Em 2.060 os atuais líderes mundiais e indivíduos outros que tendem ao mal ESTARÃO DESENCARNADOS!

Conclusão – VI: No ano de 2.060 estarão habitando a Terra espíritos que, pela sua índole, tem todas as qualidades para habitar um Mundo de Regeneração, dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

PARA REFLETIRMOS:
Considerando que nós, habitantes atuais da Terra:
a) Eventualmente não fazemos parte dos espíritos que nas últimas décadas do século XX iniciaram o retorno a este planeta, com nobreza no coração e espírito de fraternidade;

b) Com certeza, não fazemos parte dos espíritos altamente evoluídos que reencarnarão em 2.025;

A questão é: Como ficamos nós?
Bem, a oportunidade nos foi dada.
Somos habitantes da Terra num momento muito especial, o que é uma dádiva divina. Esta é grande oportunidade que temos de iniciarmos a reparação dos nossos erros pretéritos. Precisamos com toda nossa força, com toda nossa vontade, com todo nosso empenho, aproveitar desta oportunidade de aqui estarmos habitando este planeta que logo-logo pode nos dar a condição de termos um ambiente onde a tendência ao bem será a tônica. Como alcançarmos esta graça? A única solução é iniciarmos já nossa regeneração espiritual.
Sugiro três passos, para bem aproveitarmos dessa nossa atual existência:

Primeiro Passo:
Valorizarmos e agradecermos ao Mestre Jesus pela oportunidade de estarmos vivendo nossa mais importante encarnação de todas as existências que tivemos.
Sobre a importância da reencarnação, relembremos o que disse o espírito Emmanuel:
“Cada encarnação é como se fosse um atalho nas estradas da ascensão. Por este motivo, o ser humano deve amar a sua existência de lutas e de amarguras temporárias, porquanto ela significa uma benção divina, quase um perdão de Deus”.
Considerando que grande é a fila de seres que querem ter a oportunidade de reencarnar na Terra, e cientes de que poucos conseguem este retorno, então a afirmação acima, de Emmanuel, nos faz refletir como temos que agradecer por termos tido a oportunidade de sermos atuais moradores deste nosso amado planeta. Reflitamos: Por que dentre bilhões de espíritos que habitam as diversas dimensões do nosso planeta Terra, nós fazemos parte do percentual mínimo dos que vivem em sua superfície justamente na época da transição para o mundo de regeneração?

Segundo Passo:
Iniciarmos urgentemente um processo de auto-conhecimento.
A base de toda mudança comportamental é o auto-conhecimento. E aí está a maior dificuldade do ser humano. O auto-conhecimento não é “uma das maiores” dificuldades, é (repito) “a maior” dificuldade do ser humano. Por exemplo, se somos avarentos, dissemos que somos “econômicos”; se somos prepotentes, afirmamos que sabemos reconhecer o nosso valor!
Para nos conhecermos, o Budismo nos ensina dois especiais procedimentos:

Atenção Plena: Que é a arte budista de observarmo-nos incansavelmente, procurando dirigir os olhos para nós mesmos. O que é um hábito que para ser desenvolvido exige esforço e grande força de vontade.

Interiorização: Que é o ato de enfrentarmos o nosso mundo interior e de admitirmos para nós mesmos a natureza de nossos sentimentos. Isto é, não falarmos “eu nunca sinto mágoa” ou “a raiva não faz parte de minha vida”. Este proceder de negar nossos sentimentos inferiores chama-se auto-ilusão, um proceder altamente destrutivo. A partir do momento em que admitimos nossos sentimentos inferiores, abre-se uma porta para aprendermos a ter autocontrole e nos dá condição de iniciarmos o processo de mudança.

Complementa a “interiorização” o ato de estudarmos nossas reações perante a vida. Por exemplo: quando alguém nos chama de “incompetente” e sentimos vontade de estrangulá-lo, devemos perguntar a nós mesmos “se sei que sou competente, por que senti tamanha raiva quando meu colega chamou-me de incompetente?” Assim agindo estaremos nos dando a oportunidade de estudarmos e conhecer o porquê de nossas reações, o que é um importante passo para a mudança de comportamento.
Os dois procedimentos acima levam-nos a adquirir a maior riqueza que podemos ter: o auto-conhecimento, que é a base do desenvolvimento em todos os campos de nossa vida.

Sobre o tema auto-conhecimento, disse o espírito Ermance Dufaux (livro Mereça Ser Feliz, Editora Dufaux):
“Não existe felicidade, sem pleno conhecimento de si mesmo. O mergulho nas águas abissais do mar íntimo é indispensável. E a convivência, nesse contexto, é a Escola Bendita. Saber os motivos de nossas reações frente aos outros, entender os sentimentos e idéias nas relações é preciosa lição para o engrandecimento da alma na busca de si próprio”.

Terceiro Passo:
Transformarmos em vivência prática nosso discurso sobre convivência e fraternidade, principalmente em nossa casa espírita.
Sobre o tema fraternidade, disse o espírito Ermance Dufaux (livro Unidos Pelo Amor, Editora Dufaux):
“Antes dos projetos ‘além-paredes’, estimulemos a fraternidade, prioritariamente, ao próximo mais próximo, aquele que divide conosco as responsabilidades doutrinárias rotineiras em nossa casa espírita, encetando esforços pela convivência jubilosa e libertadora. Conviver fraternalmente deve ser a essência de nossa causa. O Centro Espírita, Escola das Virtudes Superiores, é o ambiente de disciplina e treinamento dos novos modelos de relações (...).”

CONCLUSÃO FINAL:
No primeiro semestre do ano de 2.005 ouvi de uma presidenta de determinado Centro Espírita da cidade de São Paulo: “Dentro de nossa casa espírita havia muita intriga, muitas discussões e conflitos improdutivos. Um dia nossa equipe se reuniu e fizemos um acordo, o de sermos fraternos. Isto já faz um ano. Desde aquele dia até hoje, a fraternidade está presente entre nós. Sabe, nós descobrimos que ser fraterno é uma questão de escolha”.
Concluindo, podemos em nosso meio espírita escolher uma das duas opções seguintes:

a) Sermos iniciadores ou propagadores de conflitos improdutivos entre irmãos do mesmo ideal, como ainda ocorre atualmente, ou

b) Escolher sermos fraternos, aceitando nossas diferenças, isto é, exercitando a alteridade.

Sermos fraternos é - simplesmente - uma questão de escolha. Então, que nós que temos a dádiva de ter conhecido o Espírito Consolador, possamos escolher o caminho da fraternidade e, com isto, merecermos ser habitantes da Terra em sua nova e breve etapa: Mundo de Regeneração!


(*) Em setembro de 2.005 foi editado o que considero um dos mais importantes livros dos últimos tempos. Um livro que resgata Kardec e o Espiritismo. Pela sua qualidade, mereceu o prefácio do admirável espírita baiano Ildefonso do Espírito Santo, um homem cuja vida é exemplo do que é ser espírita e, que, com seu conhecimento e com seus mais de 80 anos de idade, não prefaciaria um livro em que não endossasse o seu conteúdo.
O livro traz textos curtos, educativos e elucidativos de Bezerra de Menezes e Eurípedes Barsanulfo, os quais -os textos - têm a função de mostrar um norte para o espírita e para o movimento espírita. Traz ainda a “Agenda 21”, que a vejo como um dos projetos mais sucintos e objetivos deste especial momento do Espiritismo. A “Agenda 21” foi elaborada pelo confrade espírita pernambucano Carlos Pereira, Presidente da Associação dos Divulgadores do Espiritismo no Estado de Pernambuco.
O livro, ou opúsculo, tem pouquíssimas páginas, mas é um pequeno-grande livro. Recomendo-o: Livro Atitude de Amor, Editora Dufaux, Psicografia de Wanderley Soares de Oliveira. Pela importância do livro, divulgo os dados da editora, sem constrangimento e com muita alegria: Fone: (31) 3275-3953; E-mail: editora@ermance.com.br
Caso venha a ler o citado livro, provavelmente se motivará para ler o seu complemento: livro SEARA BENDITA (da mesma editora), o qual é importante (e esta é a palavra certa) para quem queira encontrar caminhos para o crescimento interior e para o arejamento do movimento espírita.

Fonte:  caminholuz.com.br

terça-feira, 25 de julho de 2017


Testemunhos

Narra-se, na História do Cristianismo primitivo, que, ao se acirrarem os ódios romanos contra os seguidores de Jesus, os amigos de Simão Pedro aconselharam-no a sair de Roma, porque ele era a valiosa testemunha da vida e atos do inesquecível Mestre.


Embora relutante, ao amanhecer de um belo dia, o discípulo dedicado dispôs-se a visitar outras comunidades, e quando se encontrava às portas das muralhas protetoras da cidade, viu pelo mesmo caminho, à margem do Rio Tibre, um vulto em luz que se aproximava. Quando lhe chegou mais perto, foi tomado de surpresa e, reconhecendo o Rabi amado, perguntou-Lhe: – Quo vadis Domini? (Para onde ides, Senhor?). E o sublime Amigo respondeu: – Dar novamente a vida por aqueles aos quais abandonaste!


Desnecessário dizer do choque do pescador, que se recompôs e retornou, entregando-se ao trabalho de iluminar consciências até o momento final, quando aprisionado com Paulo foi crucificado de cabeça para baixo, a seu pedido, por considerar não merecer morte igual à do Senhor...

O seu exemplo infundiu ânimo aos discípulos e aprendizes corajosos que buscavam as catacumbas, a fim de cultivarem o pensamento e a vida dAquele que, por amor, ofereceu a existência.

Todo ideal para tornar-se realidade exige testemunho, o sacrifício de quem o mantém. Os grandes idealistas do bem para a Humanidade sofreram reproche dos seus contemporâneos, perseguições e desprezo.


A História da sociedade é feita de sacrifícios e renúncias de mulheres e homens especiais que compreenderam a necessidade de imolar-se a benefício dos demais.

Seus silêncios estoicos, sua dedicação incomum e seus sacrifícios modificaram as estruturas das épocas em que viveram, facultando os benefícios que hoje todos usufruímos, sem dar-nos conta do tributo que lhes foi exigido pela ignorância e prepotência dos seus coetâneos.

Não raro invejamos os triunfadores e ases do progresso em todas as áreas do pensamento, da ação, da cultura. No entanto, bem poucos gostaríamos de oferecer as renúncias que lhes custaram as dores que padeceram, as situações que padeceram, as situações que passaram pelo caminho...

Não sejam, pois, de estranhar, as exigências e dificuldades que se te apresentam, sempre que planejas a autoiluminação, a dedicação ao bem geral, a renovação interior e a melhora da sociedade.


Nunca faltarão ociosos apedrejadores, nem insensatos difamadores, que se recusam a progredir e criam embaraços aos construtores da felicidade.


Nestes dias, quando a mensagem de Jesus perdeu o Seu significado libertador de consciências, muitos contentam-se em acomodar-se no prazer, acreditando-se verdadeiros fiéis.

Não temas, pois, os testemunhos. Eles te identificarão como seguidor real de Jesus.

Divaldo Franco

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 30.6.2017. Do site: http://divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=474