sábado, 31 de março de 2018


TODOS PODEMOS

 

Nem todos revelamos grandezas, mas todos podemos cultivar humildade.

Nem todos demonstramos conhecimentos superiores, mas todos podemos estudar.

Nem todos conseguimos sustentar, economicamente, as boas obras, mas todos podemos efetuar essa ou aquela prestação de serviço.

Nem todos guardamos a competência ou o dom de curar, mas todos podemos, de um modo ou de outro, auxiliar aos nossos irmãos enfermos.

Nem todos estamos habilitados para mandar, mas todos podemos servir.

Nem todos somos heróis, mas todos podemos ser sinceros, justos e bons.

Nem todos nos achamos em condições de realizar muito no socorro aos que sofrem, mas todos podemos oferecer algo de nós, em favor deles.

Espíritas irmãos! Não alegueis indigências, pequenez, fraqueza, incapacidade ou ignorância para desertar do trabalho a que somos chamados. Comecemos, desde agora, a edificação do Reino de Deus, em nós e em torno de nós, através do serviço que já possamos fazer.

 

Albino Teixeira

sexta-feira, 30 de março de 2018


A pregação fundamental

 Emmanuel

Um aprendiz de Nosso Senhor Jesus-Cristo entusiasmou-se com os ensinamentos do Evangelho e decidiu propagá-los, enquanto vivesse. Leu, atencioso, as lições do Mestre e começou a comentá-las por toda parte, gastando dias e noites nesse mister.

Chegou, porém, o momento em que precisou pagar as próprias despesas e foi compelido a trabalhar.

Empregou-se sob as ordens de um orientador que lhe não agradou. Esse diretor de serviço achava-se muito

distante da fé e, por isto, contrariava-lhe as tendências religiosas. Controlava-lhe as horas com rigor e observava-o com apontamentos acrimoniosos e rudes.

O pregador do Crucificado não mais se movimentava com a liberdade de outro tempo. Era obrigado a consagrar largos dias a trabalhos difíceis que lhe consumiam todas as forças. Prosseguia, ensinando a boa doutrina, quanto lhe era possível; porém, não mais podia agir e falar, como queria ou quando pretendia. Tinha os minutos contados, as oportunidades divididas, as semanas tabeladas e, porque se julgasse vítima das ordenações de sua chefia, procurou o diretor do serviço e despediu-se.

O proprietário que o empregara indagou do motivo que o levava a semelhante resolução.

Um tanto irônico, o rapaz explicou-se:

— Quero ser livre para melhor servir a Jesus. Não posso, pois, aceitar o cativeiro de sua casa.

Nesse dia de folga absoluta, sentiu-se tão independente e tão satisfeito que discorreu, animadamente, sobre a doutrina cristã, até depois de meia-noite, em várias casas religiosas.

Repousando, feliz, alta madrugada sonhou que o Mestre vinha encontrá-lo.

Reparou-lhe a beleza celeste e ajoelhou-se para beijar-lhe a túnica resplandecente.

Jesus, porém, estampava na fisionomia dolorosa e indisfarçável tristeza.

O discípulo inquietou-se e interrogou:

- Senhor, porque te sentes amargurado?

O Cristo, respondeu, melancolicamente:

— Porque desprezaste, meu filho, a pregação que te confiei?

— Como assim, Senhor? — replicou o jovem — ainda hoje abandonei um homem tirânico para melhor ensinar a tua palavra. Tenho discursado em vários templos e comentado a Boa-Nova por onde passo.

— Sim — exclamou o Mestre —, esta é a pregação que me ofereces e que desejo continues fervorosamente; todavia, confiei ao teu espírito a pregação fundamental da verdade a um homem que administra os meus interesses na Terra e não soubeste executá-la. Classificaste-o de ignorante e cruel; entretanto, olvidas que ele ignora o que sabes. E pretendes, acaso, desconhecer que o orientador humano que te dei somente poderia abordar-me os ensinos, nesta hora, através de teu exemplo? Tua humildade construtiva, no

espírito de serviço, modificar-lhe-ia o coração... Se lhe desses cinco anos consecutivos de demonstrações evangélicas, estaria preparado a caminhar, por si mesmo, na direção do Reino Divino!... E ele, que determina sobre o tempo de duzentos homens, se faria melhor, mais humano e mais nobre, sem prejuízo da energia e da eficiência... Poderás ensinar o caminho celestial a cem mil

ouvidos, mas a pregação do exemplo, que converta um só coração ao Infinito Bem, estabelece com mais presteza a redenção do mundo!...

O aprendiz desejou perguntar alguma coisa; entretanto, o Cristo afastou-se num turbilhão de luminosa neblina.

Acordou, sobressaltado, e não mais dormiu naquela noite.

De manhã, pôs-se a caminho do estabelecimento em que trabalhara, procurou o diretor de quem se despedira e pediu humildemente:

—Senhor, rogo-lhe desculpas pelo meu gesto impensado e, caso seja possível, readmita-me nesta casa! aceitarei qualquer gênero de tarefa.

O chefe, admirado, indagou:

—Quem te induziu a esta modificação?

—Foi Jesus — respondeu o rapaz —; não podemos servi-lo por intermédio da indisciplina ou do orgulho pessoal.

O diretor concordou sem vacilação, exclamando:

—Entre! Estamos ao seu dispor.

Anotou a boa vontade e o sincero desejo de servir de que o empregado dava agora vivo testemunho e passou a refletir na grandeza da doutrina que assim orientava os passos de um homem no aperfeiçoamento moral. E o

aprendiz do Evangelho que retomou o trabalho comum, intensamente feliz, compreendeu, afinal, que poderia prosseguir na propaganda verbal que desejava e na pregação básica do exemplo que Jesus esperava dele.

quinta-feira, 29 de março de 2018


A conta da vida
 
Quando Levindo completou vinte e um anos, a Mâezinha recebeu-lhe os amigos, festejou a data e solenizou o acontecimento com grande alegria.
No íntimo, no entanto, a bondosa senhora estava triste, preocupada.
O filho, até à maioridade, não tolerava qualquer disciplina. Vivia ociosamente, desperdiçando o tempo e negando-se ao trabalho. Aprendera as primeiras letras, a preço de muita dedicação materna, e lutava contra todos os planos de ação digna.
Recusava bons conselhos e inclinava-se, francamente, para o desfiladeiro do vício.
Nessa noite, todavia, a abnegada Mãe orou, mais fervorosa, suplicando a Jesus o encaminhasse à elevação moral. Confiou-o ao Céu, com lágrimas, convencida de que o Mestre Divino lhe ampararia a vida Jovem.
As orações da devotada criatura foram ouvi-das, no Alto, porque Levindo, logo depois de arrebatado pelas asas do sono, sonhou que era procurado por um mensageiro espiritual, a exibir largo documento na mão.
Intrigado, o rapaz perguntou-lhe a que devia a surpresa de semelhante visita.
O emissário fitou nele os grandes olhos e respondeu:
— Meu amigo, venho trazer-te a conta dos seres sacrificados, até agora, em teu proveito.
Enquanto o moço arregalava os olhos de assombro, o mensageiro prosseguia:
— Até hoje, para sustentar-te a existência, morreram, aproximadamente,
2.000 aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3.000 peixes diversos. Nada menos de 60.000 vidas do reino vegetal foram consumidas pela tua, relacionando-se as do arroz, do milho, do feijão, do trigo, das várias raízes e legumes. Em média calculada, bebeste 3.000 litros de leite, gastaste 7.000 ovos e comeste 10.000 frutas. Tens explorado fartamente as famílias de seres do ar e das águas, de galinheiros e estábulos, pocilgas e redis. O preço dos teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação. Além disto, não relacionamos aqui os sacrifícios maternos, os recursos e doações de teu pai,
os obséquios dos amigos e as atenções dos vários benfeitores que te rodeiam.
Em troca, que fizeste de útil? Não restituiste ainda à Natureza a mínima parcela de teu débito imenso. Acreditas, porventura, que o centro do mundo repousa em tuas necessidades individuais e que viverás sem conta nos domínios da Criação? Produze algo de bom, marcando a tua passagem pela Terra. Lembra-te de que a própria erva se encontra em serviço divino. Não permitas que a
ociosidade te paralise o coração e desfigure o espírito!...
O moço, espantado, passou a ver o desfile dos animais que havia devorado e, sob forte espanto, acordou...
Amanhecera.
O Sol de ouro como que cantava em toda parte um hino glorioso ao trabalho pacífico.
Levindo escapou da cama, correu até à genitora e exclamou:
— Mãezinha, arranje-me serviço! arranje-me serviço!...
—Oh! meu filho — disse a senhora num transporte de júbilo —, que alegria! como estou contente!... que aconteceu?
 
E o rapaz, preocupado, informou:
— Nesta noite passada, eu vi a conta da vida.
Daí em diante, converteu-se Levindo num homem honrado e útil.
 
ALVORADA CRISTÃ
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO NEIO LÚCIO

quarta-feira, 28 de março de 2018


NECESSIDADE DE AÇÃO

 

Emmanuel

 

Os casos particulares não me permitem ser demasiado extenso, mas não me furto ao desejo de vos dizer duas palavras, corroborando a explanação elucidativa junto das preces da noite.

*

Espiritismo, filhos, é luz, e é necessário que cada um daqueles que o abraçam procure brilhar, testemunhando a sua claridade.

*

As nossas mensagens, a possibilidade de comunicação entre os dois mundos, são permitidas por Deus, a fim de que o homem vislumbre as realidades espirituais, aplicando-as à sua passageira vida na Terra.

*

É necessário cessar a época do verbalismo vazio.

Há muitos séculos a humanidade tem vivido uma época de pura predicação sem exemplos.

O que temos visto em todos os tempos?

Tribunas, púlpitos, livros, prolixidade de pedagogia gratuita, dentro de uma multiplicidade assombrosa de demagogos e de arautos.

*

Chegaram os tempos da iniciativa própria, do esforço pessoal em favor da iluminação consciencial do individuo, perdido no oceano da coletividade.

*

Cada homem deve e pode possuir qualidade autodidata.

Os espíritas necessitam compreender essa necessidade de ação no campo individual.  

*

Ação essa que se irradiará naturalmente para o mundo largo das sociedades.

*

Sem o esforço nada se terá feito.

*

As obras de caridade material têm sido edificadas pela Igreja Católica.

*

Seus hospitais, seus orfanatos, suas freiras, seus conventos, onde se efetuam sopas a pobres e recolhimento dos desvalidos, estão por toda parte.

*

O que os espíritas não estão percebendo é que a eles compete organizar sua consciência verdadeiramente cristã nessa civilização da fome e da febre do ouro.

*

É preciso que se arregimentem os exemplos de predicações pelos atos, trabalhando e enfrentando corajosamente as penúrias da vida, sem estagnação, sem fanatismo, sem recuos para épocas primitivas do pensamento.

*

É doloroso que sejamos mentalidades que deveriam estar afinadas em obras evangélicas, perdidas no lábaro ingrato de doutrinações inoportunas e desnecessárias.

*  

Os espíritas precisam saber que obras materiais não faltam no mundo, os grandes colossos de pedra assombram as iniciativas dos mais ousados.

*

Eles ficaram, de fato, com o apostolado da pobreza da Humilde de Assis na restauração do cristianismo, mas compete-lhes fornecer com os seus exemplos na ação, na tolerância, no trabalho, no esforço, na piedade e na resignação, uma alma a esses gigantes de alvenaria.

*

Faz-se necessário dar calor às cátedras imensas e frias. E esse calor só poderá nascer da fé realizadora e ativa, que trabalha e opera, longe de qualquer cristalização teórica.

*

O tempo da palavra vazia passou.

*

O tempo atual é dos atos.

*

Aliemos os nossos esforços e trabalhemos.

Precedamos qualquer ensinamento com um exemplo de ordem pessoal.

*

O mundo está intoxicado pela generalização da cultura sem base, sem bússola, sem norte espiritual.

*

Aprendamos e pratiquemos, trabalhando, laborando com o nosso desprendimento, sem nos fanatizarmos, dentro das atividades que nos cabe desenvolver e dentro da tarefa que nos cabe desempenhar.

Se emprego o "nós", nestes meus apelos é que também aqui não descansamos.

Não estamos inativos.

A luta é condição primordial de qualquer conquista.

Aprendamos com Jesus e coloquemos ao seu serviço toda a nossa boa vontade.

 

 AÇÃO, VIDA E LUZ

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

AUTORES DIVERSOS

terça-feira, 27 de março de 2018


 
ASSUNTO NOSSO
 
Afirmas que o mundo é mar
De abismos, trevas e escolhos;
Conserva, por isso mesmo,
A caridade nos olhos.
 
Suplicas esquecimento
Da mágoa em que tens vivido:
Guarda cautela, aplicando
A caridade no ouvido.
 
Desejas larga distância
Da falta maldosa e oca...
Cultua, quanto puderes,
A caridade na boca.
 
Pretendes largar, de todo,
Tristezas e laços vãos,
Cultiva, além do dever,
A caridade nas mãos.
 
Queres que os outros te vejam,
Coração nobre quanto és,
Atende, em questões de rumo.
À caridade os pés.
 
Sonhas banir da família
Rixa, contenda, pesar...
Inicia, praticando
A caridade no lar.
 
Ensinas beneficência,
Ante a penúria indefesa,
Mas não olvides pregar
A caridade na mesa.
 
Exiges a estima alheia
Que os empeços atenua,
Emprega, constantemente,
A caridade na rua.
 
Se indagássemos do Cristo
Como achar felicidade,
Jesus, decerto, diria:
- Caridade, caridade...
 
Casimiro Cunha

segunda-feira, 26 de março de 2018


NA EXECUÇÃO DA DIVINA LEI

 

Emmanuel

 

Amemos a Deus sobre todas as coisas, procurando-lhe o Reino do Amor, em cuja edificação devemos contribuir.

Auxiliemos ao próximo, tanto quanto desejamos ser auxiliados.

Cumpramos, de boa vontade os deveres de cada dia.

Honremos os familiares amparando-nos, quanto nos seja possível.

Procuremos não prejudicar a ninguém.

Trabalhemos com alegria servindo a todos, em favor de nós mesmos.

Desculpemos as faltas alheias, compreendendo quanto temos errado por nossa vez.

Não cobicemos dos outros senão a virtudes e as qualidades respeitáveis que nos compete imitar na experiência comum.

Busquemos não realizar despesas além das nossas possibilidades, ainda mesmo que essa medida nos custe sacrifícios ingentes.

Conservemos a saúde, através de hábitos dignos, espalhando, em torno de nós, a alegria e a fé, o otimismo e a confiança.

Não nos cansemos de aprender, entendendo que o progresso da alma é infinito, no espaço e no tempo.

Vivamos cada dia as bênçãos do serviço e do estudo, da prática do bem e do concurso fraterno, com paciência e compreensão, à frente de todas as situações, de todas as pessoas e de todas as coisas, na certeza de que poderemos ser convidados à prestação de contas da própria vida, a qualquer momento, e assim estaremos habilitados a viver diante do Senhor e diante das criaturas, cumprindo fielmente a Divina Lei.

domingo, 25 de março de 2018


PELO AMOR

 

Emmanuel

 

Não te esqueças da riqueza encerrada em teu auxílio no próprio corpo.

Reflete no tesouro da fala e ajuda ao próximo com as boas palavras.

Recorda o patrimônio das mãos e planta uma árvore amiga ou socorre a esse ou aquele doente, enquanto as horas voam, em derredor de tua permanência na Terra.

Não menosprezes a fortuna dos ouvidos e guarda o ensinamento útil ou dignificante, esquecendo quanto seja ruinoso ou sem proveito no caminho diário.

Não olvides a preciosidade dos olhos e enriquece-te de luz, fixando os quadros do Bem.

Medita nos dons da inteligência e aprende a raciocinar exclusivamente no melhor a fazer na obra da elevação.

Não é preciso bolsa recheada para atender à verdadeira fraternidade.

O amor não depende de ouro para servir.

Sem qualquer recurso monetário, Jesus transformou a Terra, trazendo-nos ensinamentos inolvidáveis cuja grandeza cresce para nós todos no transcurso dos séculos.

Pelo amor nascemos, pelo amor nos desenvolvemos, através da morte, para renascer de novo, até a perfeição final. Essa é a Lei.

sábado, 24 de março de 2018


Exaltemos a Vida

 

Não matarás – determina a Lei.

Não basta, porém, te prives de furtar o corpo aos semelhantes.

Aprendamos a cultivar a vida, engrandecendo-a, aqui e além, hoje e sempre.

Não mates o tempo com o veneno da inutilidade, porque pela sombra das horas que aniquilas em vão, serás visitado pelas trevas tentadoras da maldade e do crime, compelindo-te talvez, a investir muitos séculos do futuro em pesados compromissos.

Não aniquiles a confiança do próximo com a lâmina da aspereza ou da ingratidão, de vez que pela dor do vizinho que menosprezas, podes ser constrangido a inquietantes padecimentos de reajuste.

Não apagues o entusiasmo de teu irmão nas boas obras, nas quais nos sentimos atraídos pelo ideal superior, porquanto, o fel de teu pessimismo pode induzi-lo ao desânimo, estabelecendo aflitivos débitos em teu próprio desfavor.

Não extingas a fé que brilha no coração dos companheiros, manejando a lança do desapontamento ou da incompreensão, porque o frio em que envolves a tarefa dos outros, será, mais tarde, neve de angústia e desencanto ao redor de teus passos.

Não extermine a luz, a alegria, a paz, a esperança, o trabalho ou o otimismo dos que marcham contigo, lado a lado, na mesma senda de luta, na convicção de que a morte por tuas mãos será sempre morte a ti mesmo.

Entronizemos a vida em nossa alma e adubemo-la com a nossa boa vontade na extensão do progresso e do serviço, da harmonia e do amor, e, ainda mesmo a pretexto de legítima defesa, abstenha-se do mal, recordando, com o Divino Mestre que a cruz do supremo sacrifício será sempre brilhante ressurreição.

 

Na tarefa de esposo, desculpa a fraqueza ou a exasperação da companheira, nos dias cinzentos da incompreensão; e, no ministério da esposa aprende a perdoar as faltas do companheiro e a esquecê-las, a fim de que ele se fortaleça no crescimento do bem.

 

ALVORADA DO REINO

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

EMMANUEL

sexta-feira, 23 de março de 2018


AMOR E LUZ

 

Amai aos que não vos amam;

Fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles

Que vos perseguem e caluniam.

Porque se amardes somente àqueles que vos amam

Que recompensas tereis?

Os publicanos também não fazem o mesmo?

E se unicamente saudardes vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros?

Os pagãos também não fazem o mesmo?

Sede pois perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito.

(Mateus, 5:44-46 a 48)

quinta-feira, 22 de março de 2018


TÓPICOS DO AUXÍLIO ESPIRITUAL

 

Espírito Bezerra de Meneses

 

I

Irmãos Devotados amigos espirituais então cooperando na Vida Maior em benefício de nossa paz!

Confiemos nas Bênçãos Divina.

 

II

Prossigamos no caminho da elevação, buscando sempre a bênção e o amparo de Jesus. Os Benfeitores da Vida Maior cooperarão em favor de todos nós.

 

III

Amigos espirituais de sempre auxiliam-nos na manutenção das forças de nossa fé para o êxito nos testes de calma e serenidade, paciência e compreensão a que tenhamos sido chamados.

Com fé viva em Deus e em nós mesmos, sigamos adiante, hoje e sempre.

 

IV

Abençoemos e amemos sempre! Diversos Amigos do Plano Maior tem fortalecido as nossas energias para a superação das dificuldades no capitulo da compreensão integral da nossa necessidade de aceitação das experiências indispensáveis da vida.

Todos os nossos pensamentos de paz e esperança alcançam os entes queridos à distância, e estejamos na certeza de que não há semente de amor sem germinação no solo do tempo. Que o Senhor nos fortaleça e dirija.

 

V

Nossos irmãos em provação prosseguem com a assistência de vários amigos no estudo e na solução de vários problemas de suas lutas redentoras.

 

VI

Cada noite, consagremos um trecho do tempo às nossas preces particulares, sempre que possível à mesma hora, porquanto, assim, receberemos mais amplo auxílio espiritual à renovação das próprias forças.

O caminho é, por vezes, escuro e pedregoso, mas Jesus vence as trevas e os obstáculos, orientando-nos na jornada.

Guardemos os nossos sentimentos na confiança segura em Deus.

 

VII

Confiemos na bênção do Senhor que nos sustenta na travessia das provas necessárias.

Estamos, nós, os amigos do outro plano da Vida, a postos, e confiamos no amparo de Jesus, em benefício de todos.

Que o Senhor nos sustente e fortaleça!

 

VIII

Quando possível, simplifique as preocupações e ajude-se através da serenidade que lhe facultará a sustentação do refazimento físico.

Cada noite, faça o culto rápido da oração e medite os nossos princípios espíritas.

Receberá nessas ocasiões a cooperação mais direta dos Benfeitores que lhe assistem os passos.

 

IX

Nossos queridos companheiros da esfera física prosseguem sob o amparo espiritual de que necessitam, dentro de todas as possibilidades espirituais de auxílio ao nosso alcance.

quarta-feira, 21 de março de 2018


Mensagem de Irmão

Sebastião Carmelita

 

A vida na Terra se assemelha a um estágio em magnífica escola.

A reencarnação é abençoada oportunidade de crescimento espiritual.

Somos, porém, aprendizes rebeldes e incipientes.

Malbaratamos o tempo.

Desprezamos a lição.

Olvidamos os compromissos.

Quando sofremos, recorremos a Deus, ensaiando humildade.

Quando felizes, nem sequer nos lembramos de agradecer ao Dispensador de todas as graças.

É que em contato com a matéria densa, o espírito deixa-se hipnotizar pelos cânticos da ilusão. O imediatismo predomina em suas decisões.

Para o homem comum, importa viver o “agora” com intensidade. Falta-lhe, portanto, senso de eternidade.

Por isso, justamente, a dor se faz companheira constante em nossos caminhos... Ela nos recorda a fugacidade da vida física e nos reconduz à senda do bem.

Ai do homem, se não sofresse!...

Mas Deus não quer o sofrimento voluntário, aquele abismo em que muitos se precipitam para fugir à dor que nos aprimora interiormente. O sofrimento natural é uma luz mas, provocado, qual o suicídio, é uma infelicidade que a palavra não define.

Procuremos na caridade o nosso cajado para a subida do monte escarpado da evolução.

Amemos os nossos semelhantes.

Esforcemo-nos para perdoar as ofensas, sem guardar ressentimento no coração.

Não percamos de vista os passos do Senhor, que transitou no mundo entre zombarias e sarcasmos.

Façamos da oração o nosso pão espiritual, cujo fermento divino é a fé que raciocina.

Tenhamos sempre uma palavra de otimismo e um sorriso de esperança para oferecer aos que nos buscam a presença.

Visitemos os doentes nos hospitais, porquanto somos espíritos enfermos, necessitados também da visitação diária do Divino Médico.

Não nos queixemos de sacrifício; antes agradeçamos a Jesus que nos aceita como somos em seu ministério santo entre os homens.

Aprendamos a silenciar as nossas mágoas. A lamentação improdutiva é peso na própria alma, impedindo-nos de seguir à frente.

Que Deus seja sempre louvado em todas as providências que toma para que nós, os seus filhos, possamos viver segundo a sua Vontade.

Restaurando o Evangelho, o Espiritismo aplicado em nossas vidas é o sol que nos ilumina, desfazendo as sombras que, há séculos, pairam sobre o nosso entendimento.

Irmãos, deixo-lhes aqui o meu afetuoso abraço, na certeza de que a morte não existe e que o Senhor vela por cada um de nós.

 

(Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, em sessão pública do Centro Espírita “Amor ao Próximo”, em Leopoldina, MG, na noite de 28-6-50.)

segunda-feira, 19 de março de 2018



Por Rita Foelker.

 
Cena do Bhagavad Gitã, com Krishna e Arjuna.
 

Os livros vêm guardando, há séculos, as bases das mais diversas doutrinas e religiões no mundo todo. Temos assim o Bhagavad gitã, para os hindus; o Corão, para os muçulmanos; a Bíblia para católicos e protestantes; a Torá para os judeus; a Codificação para os espíritas, apenas para citar alguns dos mais conhecidos entre nós.
Esses livros adquiriram grande importância cultural e histórica, como fontes de conhecimento destinado aos seres humanos que buscam aproximar-se de Deus e pautar sua conduta por ideais elevados de vida, no âmbito pessoal, familiar e social. Sua influência nos costumes de cada povo é inquestionável.


Uma base doutrinal ou filosófica reunida especialmente em livros supõe uma comunidade de adeptos ou seguidores aptos a lerem e a compreenderem o que leem.
Ler, por sua vez, é muito mais que decodificar símbolos gráficos e visualizar palavras. Ler é um processo que envolve compreensão de significados e percepção de sentidos do texto; recurso a conteúdos gravados na memória, libertação de muitos preconceitos, tudo isso para assimilação do conteúdo da forma mais límpida e pura possível.


Nós, contudo, raramente nos lembramos de tudo isso. Ao depor nosso olhar sobre uma frase, carregamos este olhar com estilos de pensar e crenças preexistentes, com nossos preconceitos e gostos pessoais, com nossas noções rígidas de certo e errado que contaminam a leitura, comprometendo a compreensão do trecho lido.
Assim é que, hoje, ao ler as obras de Kardec, a fim de atingir um bom grau de entendimento das ideias e conceitos ali presentes, precisamos nos libertar de formas de pensar trazidas de meios de onde viemos e de textos anteriormente lidos.



Um exemplo


A Torá, o livro sagrado dos judeus.

A ideia de uma punição após a morte física, reservada aos seguidores que não cumprem certos preceitos de comportamento e moral, e de recompensa pela conduta adequada, é comum a várias religiões.


Mas, e quanto aos livros de kardec, o que eles dizem? Que a alma, ao desencarnar, irá vivenciar as condições inerentes ao seu grau de evolução e ao estado de consciência moral em que se encontre. E que estas condições íntimas o aproximarão de criaturas afins do plano espiritual e, mesmo, entre os encarnados.


O que existe, portanto, não é um decreto divino de prisão, sofrimento, paz ou felicidade, mas a própria dinâmica das leis divinas que define a situação do espírito desencarnado o qual, acrescente-se, também não é estático, mas condicionado ao arrependimento e à procura da melhoria interior, sempre acessível em qualquer momento da jornada e estágio evolutivo alcançado.
Tudo o que foi dito pressupõe, então, a transformação intima como chave para se entender o sentido das afirmações da doutrina espírita em seus livros básicos, ainda quando a linguagem deste ou daquele espírito fale de penas e recompensas, pois é preciso capturar o sentido dessas expressões dentro do contexto geral do espiritismo e não, como se fosse um texto católico, judaico ou outro.



Logo...


O Corão ou Alcorão é o livro sagrado dos muçulmanos.
 

Quando procuramos conhecer outros pensamentos filosóficos ou religiosos, quando lemos o Gitã ou a Torá, a mesma atitude deveria prevalecer, com abertura de entendimento para significados e sentidos diversos daqueles aos quais o conhecimento espírita nos possa ter habituado. As concordâncias e discordâncias entre visões distintas precisam ser objetivas e, não, forçadas por pontos de vista parciais.


A observação de Kardec nos "Prolegômenos" de O livro dos espíritos, segundo a qual "o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado", aplica-se a qualquer ordem de conhecimento novo para nós, que desejemos adentrar.