quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A FELICIDADE

CAPÍTULO V - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

A felicidade não é deste mundo

Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. Isso, meus caros filhos, prova, melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: "A felicidade não é deste mundo."


Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.

Diante de tal fato, é incontestável que as classes laboriosas e militantes invejem com tanta ânsia a posição das que parecem favorecidas da fortuna.

Neste mundo, por mais que faça, cada um tem a sua parte de labor e de miséria, sua cota de sofrimentos e de decepções, donde facilmente se chega à conclusão de que a Terra é lugar de provas e de expiações.

Assim, pois, os que pregam que ela é a única morada do homem e que somente nela e numa só existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam os que os escutam, visto que demonstrado está, por experiência arqui-secular, que só excepcionalmente este globo apresenta as condições necessárias à completa felicidade do indivíduo.

Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.

O em que consiste a felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não tem a guiá-lo a ponderação, que, por um ano, um mês, uma semana de satisfação completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções. E notai, meus caros filhos, que falo dos venturosos da Terra, dos que são invejados pela multidão.

Conseguintemente, se à morada terrena são peculiares as provas e a expiação, forçoso é se admita que, algures, moradas há mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude os gozos inerentes à vida humana.

Tal a razão por que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão gravitar um dia, quando vos achardes suficientemente purificados e aperfeiçoados.

Todavia, não deduzais das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma penitenciária. Não, certamente! Dos progressos já realizados, podeis facilmente deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conseguidos, novos e mais fecundos melhoramentos.

Essa a tarefa imensa cuja execução cabe à nova doutrina que os Espíritos vos revelaram.

Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos anime e que cada um de vós se despoje do homem velho.

Deveis todos consagrar-vos à propagação desse Espiritismo que já deu começo à vossa própria regeneração. Corre-vos o dever de fazer que os vossos irmãos participem dos raios da sagrada luz.

Mãos, portanto, à obra, meus muito queridos filhos!

Que nesta reunião solene todos os vossos corações aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações porvindouras um mundo onde já não seja vã a palavra felicidade. - François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot. (Paris, 1863.)

Fonte: O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO por ALLAN KARDEC FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA DEPARTAMENTO EDITORIAL Rua Souza Valente, 1720941-040 - Rio - RJ - Brasil

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Diretrizes de Segurança

O homem moderno vive massificado por expressiva soma de informações que não consegue digerir emocionalmente.

Têm preferência as notícias que o agridem, atingindo-lhe o sentimento e perturbando-lhe a razão, graças à violência em alucinação e ao sexo em desgoverno, exibindo os mitos do prazer e do triunfo, como se a criatura fosse apenas um ser fisiológico, dirigido pela sensação.

Esmaecem a cultura e a ética no universo da atualidade comportamental, enquanto o despautério propõe modelos psicológicos alienados que passam a conduzir a mole que os alimenta e os atende com paixão.

As filosofias imediatistas surgem pela madrugada e desaparecem ao entardecer das emoções, deixando os vazios perturbadores na mente e no sentimento dos seus aficionados.

As doutrinas religiosas, esquecidas do homem e preocupadas com os grupos, associam Dionísio e Paulo, Cristo e Baco, realizando banquetes em favor dos seus deuses, enquanto os atiram às masmorras dos vícios e das degradações.

As conquistas científicas beneficiam as elites, enquanto o indivíduo, esquecido, encharca-se de rebeldia, contaminado pela desesperação que campeia.

Há também, inegavelmente, homens que são extraordinários exemplos de amor e de abnegação, como Instituições de beneficência e dignificação humana, de solidariedade e de progresso, quais florações de bênçãos nas terras áridas dos sentimentos individuais e coletivos.

Assim considerando, saudamos, neste pequeno livro, o esforço conjugado de dois obreiros do Cristo, interessados em esclarecer os companheiros da marcha evolutiva, em torno da vida e da sua finalidade, dos fenômenos existenciais e da morte física, da paranormalidade e da sobrevivência do Espírito, da obsessão e do serviço ao bem, nos encontros fraternos de estudos espíritas, nos quais foram sabatinados pelo desejo honesto e saudável, por parte dos seus interrogadores, ansiosos por aprenderem mais.

Não são conceitos novos, nem trazem nada de original, porquanto a Doutrina Espírita os explicita com admirável claridade, mas constituem uma contribuição louvável e prática para quem deseja uma vida pautada nas diretrizes da sadia moral e do bom tom.

Esperamos que estas páginas logrem oferecer segurança comportamental e discernimento mental a todos aqueles que, desconhecendo os temas abordados ou tendo deles uma informação apenas superficial, resolvam-se por meditá-los, incorporando-os ao seu cotidiano.

Exorando ao Senhor que a todos nos abençoe, formulamos votos de paz e plenitude para os nossos caros leitores.

Joanna de Ângelis

Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 30/08/1989, na sessão mediúnica do Centro Espírita “Caminho da Redenção”, em Salvador-Bahia.

Fonte: Do Livro Diretrizes de Segurança, de Raul Teixeira e Divaldo Franco(boa dica para leitura)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

São chegados os tempos

A GÊNESE, de Allan KARDEC - C A P Í T U L O X V I I I

São chegados os tempos
• Sinais dos tempos
• A geração nova

São chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da Humanidade. Em que sentido se devem entender essas palavras proféticas?

Para os incrédulos, nenhuma importância têm; aos seus olhos, nada mais exprimem que uma crença pueril, sem fundamento.

Para a maioria dos crentes, elas apresentam qualquer coisa de místico e de sobrenatural, parecendo-lhes prenunciadoras da subversão das leis da Natureza. São igualmente errôneas ambas essas interpretações; a primeira, porque envolve uma negação da Providência; a segunda, porque tais palavras não anunciam a perturbação das leis da Natureza, mas o cumprimento dessas leis.

Tudo revela uma previdência que não se desmente, nem nas menores, nem nas maiores coisas.

Temos, pois, que afastar, desde logo, toda idéia de capricho, por inconciliável com a sabedoria divina. Em segundo lugar, se a nossa época esta designada para a realização de certas coisas, é que estas têm uma razão de ser na marcha do conjunto.

Ele progride, fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e, moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam.
Ambos esses progressos se realizam paralelamente, porquanto o melhoramento da habitação guarda relação com o do habitante.

Quando, por conseguinte, a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus, como se pode dizer também que, em tal estação, eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita.

Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material.

Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral.

“Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra tem que se elevar na hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas palavras; vede, ao contrário, a execução da uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana.”

De crescimento moral, que ora chega a Humanidade. Da adolescência chega ao estado viril.

É demasiado efêmero o presente; ela sente que mais amplo é o seu destino e que a vida corpórea é excessivamente restrita para encerrá-lo inteiramente. Por isso, mergulha o olhar no passado e no futuro, a fim de descobrir num ou noutro o mistério da sua existência e de adquirir uma consoladora certeza.

A fraternidade será a pedra angular da nova ordem social; mas, não há fraternidade real, sólida, efetiva, senão assente em base inabalável e essa base é a fé, não a fé em tais ou tais dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos e que mutuamente se apedrejam, porquanto, anatematizando-se uns aos outros, alimentam o antagonismo, mas a fé nos princípios fundamentais que toda a gente pode aceitar e aceitará.
Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos; de que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada de injusto pode querer; que não dele, porém dos homens vem o mal, todos se considerarão filhos do mesmo Pai e se estenderão as mãos uns aos outros.

Têm idéias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém, sobretudo das disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.

Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior. Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração.

É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da Natureza.

Os incrédulos rirão destas coisas e as qualificarão de quiméricas; mas, digam o que disserem, não fugirão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e, então, que lhes acontecerá?
Eles dizem: Nada! Viverão, no entanto, a despeito de si próprios e se verão, um dia, forçados a abrir os olhos.
Fonte: A Gênese, de Allan Kardec - Editôra FEB.

domingo, 27 de setembro de 2009

Consciência do dever

Como temos cumprido os nossos deveres? Na família, na escola, na profissão, como temos nos portado?

Somos dos que primamos pela qualidade do que fazemos, sempre preocupados em realizar o melhor ou somos dos que não nos importamos muito com o resultado, desde que a tarefa seja concluída?

Embora vivamos em uma sociedade que exige qualidade, especificações técnicas, aprimoramento profissional, observamos que, de um modo geral, cada qual busca fazer o estritamente necessário e exigível.

E, contudo, deveria ser tão diferente. Deveríamos nos preocupar em tudo realizar da forma mais primorosa, quase perfeita.

Deveríamos ser criaturas sempre insatisfeitas com os resultados dos nossos trabalhos, no sentido de, embora reconhecê-los bons, saber que sempre existe a possibilidade de se melhorar um tanto mais.

Se todos assim pensássemos, não haveria necessidade de possuirmos órgãos controladores, disciplinadores, fiscalizadores e reguladores de qualidade.

Não haveria peças defeituosas, mal elaboradas, tarefas mal executadas.

A preocupação constante e de todos seria realizar o melhor.

Recordamos de que há muito tempo, na Grécia Antiga, um escultor já velho estava lapidando um bloco de pedra.

Com cuidado, examinava a rocha com o cinzel, lascava um fragmento por vez, avaliando as medidas com suas mãos vigorosas antes de dar mais um golpe.

Quando estivesse pronta, a peça serviria de capitel, aquela parte superior das colunas. Ela seria içada e colocada sobre o topo de um comprido pilar. A coluna comporia o suporte do teto de um templo majestoso.

Um funcionário do Governo, que passava, em vendo o esforço do escultor se aproximou e lhe perguntou:

Para que gastar tanto tempo e esforço nessa parte? Essa peça vai ficar a quinze metros do chão.

Nenhum olho humano será capaz de ver esses detalhes.

O velho artista descansou o martelo e o cinzel. Enxugou o suor da testa, fixou seu interlocutor e respondeu:

Mas Deus verá!

A frase resume a consciência da criatura que sabe que, embora possa enganar os homens, não enganará a Divindade. Retrata igualmente a consciência do dever, que é um dos belos ornamentos da razão.
* * *
Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de se cumprir por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração.

O dever do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio.

E o homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, mas porque confere à alma suficiente vigor para o seu desenvolvimento.

Redação do Momento Espírita com base no item 7 do cap. XVII de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb e de texto intitulado Deus verá, de autoria desconhecida.Em 24.09.2009.

Os Invisíveis

A maioria das pessoas, quando visitam as casas espíritas, querem por curiosidade conhecer os fenômenos “paranormais”, querem dialogar com médiuns incorporados, receber psicografias, muitos querem inclusive se possível ver os espíritos.

Alguns saem revoltados por não ver o espírito, alegando que ele estava “invisível”, essas pessoas mal sabem que antes de tentar ver os espíritos, deveriam ver outros seres “Invisíveis”.

E esses “invisíveis” são encarnados, e estão muitas vezes mais perto e dizendo coisas muito mais importantes, e não são notados.

Quantas pessoas vão á padaria tomar um simples cafezinho, mas ao perguntar a elas como era a pessoa que as serviu no balcão, elas não vão se lembrar.

Quando os freqüentadores vão á um centro, bebem água fluidificada que esta no copo, mas não notam quem colocou a água ali.

Sentam-se em cadeiras limpas, o chão esta varrido, assistem á palestra, mas nem notaram que os “Invisíveis” estiveram ali, varrendo o chão, limpando a cadeira e colocando a água para fluidificar.

No dia a dia, poucos notam a presença dos “ “invisíveis”, locais como restaurante onde poucos lembram do garçom, ou da loja onde comprou a caneta, quem lembra do balconista?

Isso gera outra questão, se não se lembra das pessoas com que se relaciona no dia a dia, sugere também que não houve dialogo, o comprimento: “Bom dia”, caso tenha dado, foi um gesto mecânico, uma simples frase de educação, não houve o real desejo que a pessoa tenha um BOM DIA!

Eu me pergunto; Como se pode querer ver espíritos, se não enxerga as pessoas a sua volta?

Como se pode querer falar, ou receber mensagens de espíritos, se não falam com as pessoas a sua volta?

O espiritismo nos ensina a conhecer a nós mesmos, conhecer ao próximo, nos ensina a ter consciência de nossos atos, assim como usufruir do livre arbítrio.

Portando amigo leitor, o bom espírita, não é o que procura ver os espíritos invisíveis, e sim as pessoas que estão invisíveis ao redor.

Vamos dar mais atenção para aqueles ao nosso redor, um “Bom Dia”, pode gerar alegria, uma amizade, alem de sensação de bem estar.

Desse modo, os espíritos invisíveis, que nos acompanham podem até se comunicar... Agradecendo.

Pois é...

Fonte: Marcos Paterra

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A degeneração do Espiritismo

Por: Dalmo Duque dos Santos



Comparando a história do Espiritismo com a do Cristianismo Primitivo, podemos tirar algumas conclusões importantes para a o futuro da nossa doutrina e o do seu movimento social.

O Cristianismo, cuja pureza doutrinária do Evangelho e simplicidade de organização funcional dos primeiros núcleos cristãos foi conquistando lenta e seguramente a sociedade de sua época, sofreu com o tempo um desgaste ideológico. Corrompeu-se por força dos interesses políticos, financeiros e institucionais. Os novos adeptos e seus líderes, não conseguindo penetrar na essência do Evangelho, que é regeneração, ou seja, o mergulho doloroso no mundo interior e a reversão das atitudes exteriores, adaptaram o mesmo às suas conveniências psico-sociais, atacando suas idéias mais contundentes à moral animalizada, alimentando os mecanismos de defesa da mente, fazendo concessões às fraquezas dos adeptos e desviando-os para o comodismo dos disfarces rituais exteriores. Repressão de forças espirituais espontâneas e idéias consideradas ameaçadoras ao clero, como a mediunidade e a reencarnação; a falsificação de tradições e a adoção do sincretismo do costumes bárbaros, foram as principais estratégias dessa clericalização do cristianismo.

O resultado de tudo isso é bem conhecido: dois milênios de intolerâncias, violências, atraso espiritual, perpetuação das injustiças sociais, agravamento de compromissos com a lei de ação e reação e forte comprometimento da regeneração do nosso planeta.

Com o Espiritismo não está sendo muito diferente.

Apesar das advertências dos Espíritos e do próprio Allan Kardec quanto aos períodos históricos e tendências do movimento, os espíritas insistem em cometer os mesmos erros do passado. Os mesmos erros porque provavelmente somos as mesmas almas que rejeitaram e desviaram o Cristianismo da sua vocação e agora posamos de puristas ortodoxos, inimigos ocultos do Espírito da Verdade.

Negligentes com a oração e a vigilância, cedemos constantemente aos tentáculos do poder e da vaidade. Desprezamos a toda hora a idéia do “amai-vos e instruí-vos”, entendendo-a egoisticamente, ora como fortalecimento intelectual competitivo, ora como o afrouxamento dos valores doutrinários. Não conseguindo nos adaptar ao Espiritismo, compreendendo e vivenciando suas verdades, vamos aos poucos adaptando a doutrina aos nosso limites, corrompendo os textos da codificação, ignorando a experiência histórica de Allan Kardec e dos seus colaboradores, trazendo para os centros espíritas práticas dogmáticas das nossas preferências religiosas, hábitos políticos das agremiações que freqüentamos e mais comumente a interferência negativas dos nossos caprichos e vaidades pessoais.

Como os primeiros cristãos, também lutamos pelo crescimento de nossas instituições, deixando-nos seduzir pelo mundo exterior e imitando os grupos já pervertidos, construindo palácios arquitetônicos, cuja finalidade sempre foi causar impressão aos olhos e a falsa idéia de prestígio político; e dentro deles praticamos as mesmas façanhas da deslealdade, das rivalidades, das perseguições aos desafetos, da auto-afirmação e liderança autoritária, de crítica e boicote às idéias que não concordamos.

E, finalmente, cultivamos uma equívoca concepção de unificação, esperando ingenuamente que a nossas idéias e grupos sejam majoritários num Grande Órgão Dirigente do Espiritismo Mundial, do nosso imaginário, e muitas outras tolices e fantasias que nem vale a pena enumerar aqui.

E assim caminhamos, unidos em nossas displicências e divididos nas responsabilidades. Preferimos esquecer figuras exemplares que atuaram na Sociedade Espírita de Paris quando ignoramos nossa história sabiamente registrada na Revista Espírita. Deixamos de lado líderes agregadores – ainda que divergências normais e toleráveis existissem entre eles – para ouvir e nos deixar dominar por um disfarçado clero institucional, comando por vozes medíocres e ciumentas, figueiras estéreis, sofistas encantadores e improdutivos, enfim, velhas almas e velhas tendências, vinho azedo e frutas podres em nossos mais caros celeiros doutrinários.

Mas como evitar esse processo de corrupção e, em alguns casos notórios, de contaminação e má conduta? Como reverter a situação para reconduzir essas experiências para os rumos verdadeiramente espíritas? O que fazer com as más instituições, com os maus dirigentes, os maus médiuns, maus comunicadores, enfim os maus espíritas? Devemos identificá-los e expulsá-los dos nossos quadros? Devemos denunciá-los e discriminá-los como fazia a Inquisição com os acusados de heresia?

O que fazer com os livros que consideramos impuros ou inconvenientes ao movimento?: devemos queimá-los em praça pública, censurá-los em nossas bibliotecas ou então deixar que a própria comunidade espírita pratique o livre arbítrio e aprenda a fazer escolhas corretas e adequadas às suas necessidades?

O Espiritismo foi certamente uma doutrina elaborada por Espíritos Superiores e isto nos deixa tranqüilos quanto ao seu futuro doutrinário. Mas o seu movimento vem sendo feito por seres humanos, espíritos ainda imaturos e inexperientes. Isso realmente tem nos deixado muito preocupados, pois sabemos que, hoje, os inimigos do Espiritismo estão entre os próprios espíritas.

Fonte: Dalmo Duque dos Santos

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Cantiga das Palavras

Quando escutes na estrada, alma querida e boa.
A palavra que fira.
Recordando a pedrada que se atira
Quando alguém se conturba e amaldiçoa,

Coloca-te em lugar da pessoa acusada
E, se na luz da fé que te inspira e sustém
Nada possas fazer, não diga nada,
Nem censures ninguém.

Pelos caminhos do cotidiano,
Quem se afeiçoa à queixa renitente
É igual a nós: um coração humano,
As vezes enganado, outras vezes doente!. . .

Muita afeição que cai ou se arroja, de todo,
No azedume infeliz,
Não sabe que remexe uma furna de lodo,
Nem pondera o que diz. . .

Injúria, humilhação, sarcasmo, treva
Na comunicação verbal que te procura
São canais de mais dor, quando a dor se subleva
E cria delinqüência, expiação, loucura!. . .

Ante as palavras rudes ou sombrias,
Considera, também, por outro lado,
De quanta compreensão precisarias
Se tivesses errado!. . .

Palavras de ferir, palavras de humilhar,
Mágoas de quem falhou, reclamações de alguém,
Violência, agressão, amargura, pesar,
Entrega tudo a Deus nas vibrações do bem!. . .

Nunca leves adiante a sombra que te prova;
Lembra a lição do sol, sereno e superior,
Que, abrindo cada dia em luz de vida nova,
Tudo cobre de amor.

Fonte: Livro Encontro de Paz, Espírito Maria Dolores, psicografia Chico Xavier

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O cultivo da gratidão

A ingratidão é o fruto amargo da árvore do egoísmo. O homem, porque possui a faculdade de pensar, atribui-se direitos que está longe de merecer, embora por vezes os tenha.

Como consequência, tudo aquilo que recebe da vida lhe parece insignificante em relação ao que espera conquistar.

Facilmente se afasta do afago gentil, do coração generoso, da família, esquecido de ser grato.

Uma senhora americana, de nome Faith Bedford conta como sempre se esmerou para cultivar a gratidão no coração dos seus filhos.

Toda vez que eles recebiam um presente, via correio, ela insistia para que escrevessem, de próprio punho, uma frase de agradecimento à pessoa que o enviara.

Chegou a marcar, certo dia, com as crianças, o tempo que se leva para sair de casa, tomar o carro, chegar ao shopping e escolher um presente para alguém.

Depois, o tempo gasto para fazer o embrulho, endereçar e levar ao correio. Chegou ao tempo de duas horas e 34 minutos.

Ela mesma se recorda de seu tio Arthur. Embora não o conhecesse, todo Natal ele lhe mandava um presente. Era um cheque de 5 dólares, preenchido por uma sobrinha, pois que ele era cego.

Faith sempre escrevia, agradecendo e dizendo como gastara o dinheiro. Já crescida, foi estudar em Massachusetts e teve oportunidade de visitar tio Arthur.

Cego e idoso ele lhe falou de como gostava de receber os seus cartões de agradecimento.

Pediu para que ela apanhasse a caixa com o maço de cartas guardadas e foi falando das que mais lhe agradavam.

Faith encontrou, então, entre tantas, uma carta sua que leu em voz alta: Querido tio Arthur: estou debaixo do secador, no salão de beleza, escrevendo para o senhor.

Hoje à noite é o baile de fim de ano da escola e estou gastando seu presente de Natal fazendo o cabelo para a festa. Muito obrigada.

Sei que vou ter uma noite maravilhosa, em parte por causa da sua gentileza. Com carinho. Faith.

Hoje, ao narrar este fato aos seus filhos, Faith recorda que naquela noite, naquele baile, ela encontrou um belo jovem que lhe entregou um buquê.

Ele foi seu par naquela noite e continua a ser até hoje, depois de 36 anos de um casamento, em que geraram três filhos.

Sim, ela diz, devo ser muito grata ao tio Arthur. Foi mesmo um baile muito especial para minha vida.

* * *

A gratidão é sentimento que demonstra que a criatura passou do estágio de primitivismo espiritual para os patamares da razão.

Lembrar-se de agradecer sempre pelos benefícios recebidos dos amigos, irmãos, pais e mestres é sinal de bom senso moral.

Mas a verdadeira gratidão é aquela que não esquece, no tempo, os que serviram no anonimato, os que permitiram o nosso crescimento individual, os que contribuíram para nossa formação.

Mesmo que, em algum momento, por algum motivo, eles tenham buscado outros caminhos, distantes e diversos dos nossos.

Onde estejam, não esqueçamos de lhes traduzir gratidão por tudo que representaram em nossas vidas.

Fonte: Redação do Momento Espírita com base no artigo Uma nova atitude de gratidão, de Faith Andrews Bedford, publicado na Revista Seleções Reader’s Digest, maio/2000 e no cap. 42 do livro Suave luz nas sombras, pelo Espírito João Cléofas, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Depressões

Se trazes o Espírito agoniado por sensações de pessimismo e tristeza, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.

Se alguém te ofendeu, desculpa.

Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude.

Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.

Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.

Trabalho é Lei do Universo

Disciplina é alicerce da educação.

Circunstâncias constrangedoras, assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.

Incompreensões com relação a caminhos e decisões que se adote são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.

Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.

Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.

Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.

Conflitos íntimos atingem toda criatura que aspire a elevar-se.

Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.

Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.

Compreendendo a realidade de toda pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.

Fonte: Emmanuel, do Livro “Coragem”, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Culpa e Reencarnação

Espíritos culpados!

Somos quase todos.

Julgávamos que o poder transitório entre os homens nos fosse conferido como sendo privilégio e imaginário merecimento, e usamo-lo por espada destruidora, aniquilando a alegria do semelhante...

Contudo, renascemos nos últimos degraus da subalternidade, aprendendo quanto dói o cativeiro da humilhação.

Acreditávamos que a moeda farta nos situasse a cavaleiro dos desmandos da consciência...

Entretanto, voltamos à arena terrestre, em doloroso pauperismo, experimentando a miséria que inflingimos aos outros.

Admitamos que as vítimas de nossos erros deliberados se distanciassem, para sempre de nós, depois da morte...

Mas, tornamos a encontrá-las no lar, usando nomes familiares, no seio da parentela, onde nos cobram, às vezes com juros de mora, as dívidas de outro tempo, em suor do rosto, no sacrifício constante, ou em sangue do coração em forma de lágrimas.

Suponhávamos que os abusos do sexo nos constituíssem a razão de viver e corrompemos o coração das almas sensíveis e nobres com as quais nos harmonizávamos, vampirizando-lhes a existência...

No entanto, regressamos ao mundo em corpos dilacerados ou deprimidos, exibindo as estranhas enfermidades ou as gravosas obsessões que criamos para nós mesmos, a estampar na apresentação pessoal a soma deplorável de nossos desequilíbrios.

Espíritos culpados!

Somos quase todos.

A perfeita justiça, porém, nunca se expressa sem a Perfeita Misericórdia, abre-nos a todos, sem exceção, o serviço do Bem, que podemos abraçar na altura e na quantidade que desejarmos, com o recurso infalível de resgate e reajuste, burilamento e ascensão.

Atendamos às boas obras quanto nos seja possível.

Cada migalha de bem que faças é luz contigo, clareando os que amas.

E assim é porque, de conformidade com as Leis Divinas, o aperfeiçoamento em nós mesmos depende de nós.

Fonte: Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Boa Nova

Os historiadores do Império Romano sempre observaram com espanto os profundos contrastes da gloriosa época de Augusto.

Caio Júlio César Otávio chegara ao poder, não obstante o lustre de sua notável ascendência, por uma série de acontecimentos felizes. As mentalidades mais altas da antiga República não acreditavam no seu triunfo. Alian¬do-se contra a usurpação de Antônio, com os próprios conjurados que haviam praticado o assassínio de seu pai adotivo, suas pretensões foram sempre contrariadas por sombrias perspectivas. Entretanto, suas primeiras vitórias começaram com a instituição do triunvirato e, em seguida, os desastres de Antônio, no Oriente, lhe abriram inesperados caminhos.

Como se o mundo pressentisse uma abençoada renovação de valores no tempo, em breve todas as legiões se entregavam, sem resistência, ao filho do soberano assassinado.

Uma nova era principiara com aquele jovem enérgico e magnânimo. O grande império do mundo, como que influenciado por um conjunto de forças estranhas, descansava numa onda de harmonia e de júbilo, depois de guerras seculares e tenebrosas.

Por toda parte levantavam-se templos e monumentos preciosos. O hino de uma paz duradoura começava em Roma para terminar na mais remota de suas provín¬cias, acompanhado de amplas manifestações de alegria por parte da plebe anônima e sofredora.

A cidade dos Césares se povoava de artistas, de espíritos nobres e realizadores. Em todos os recantos, per¬manecia a sagrada emoção de segurança, enquanto o organismo das leis se renovava, distribuindo os bens da educação e da justiça.

No entanto, o inesquecível Imperador era franzino e doente. Os cronistas da época referem-se, por mais de uma vez, às manchas que lhe cobriam a epiderme, transfor¬mando-se, de vez em quando, em dartros dolorosos. Otávio nunca foi senhor de uma saúde completa. Suas pernas viviam sempre enroladas em faixas e sua caixa torácica convenientemente resguardada contra os golpes de ar que lhe motivavam incessantes resfriados. Com freqüência, queixava-se de enxaquecas, que se faziam seguir de singulares abatimentos.

Não somente nesse particular padecia o Imperador das extremas vicissitudes da vida humana. Ele, que era o regenerador dos costumes, o restaurador das tradições mais puras da família, o maior reorganizador do Império, foi obrigado a humilhar os seus mais fundos e delicados sentimentos de pai e de soberano, lavrando um decreto de banimento de sua única filha, exilando-a na Ilha de Pandatária, por efeito da sua vida de condenáveis escândalos na Corte, sendo compelido, mais tarde, a tomar as mesmas providências em relação à sua neta. Notou que a companheira amada de seus dias se envolvia, na intimidade doméstica, em contínuas questões de envenenamento dos seus descendentes mais diretos, experimentando ele, assim, na família, a mais angustiosa ansiedade do coração.

Apesar de tudo, seu nome foi dado ao século ilustre que o vira nascer. Seus numerosos anos de governo se assinalaram por inolvidáveis iniciativas. A alma coletiva do Império nunca sentira tamanha impressão de estabilidade e de alegria. A paisagem gloriosa de Roma jamais reunira tão grande número de inteligências. É nessa época que surgem Vergílio, Horácio, Ovídio, Salústio, Tito Lívio e Mecenas, como favoritos dos deuses.

Em todos os lugares lavravam-se mármores soberbos, esplendiam jardins suntuosos, erigiam-se palácios e santuários, protegia-se a inteligência, criavam-se leis de harmonia e de justiça, num oceano de paz inigualável. Os carros de triunfo esqueciam, por algum tempo, as palmas de sangue e o sorriso da deusa Vitória não mais se abria para os movimentos de destruição e morticínio.

O próprio Imperador, muitas vezes, em presidindo às grandes festas populares, com o coração tomado de angustia pelos dissabores de sua vida íntima, se surpreendeu, testemunhando o júbilo e a tranqüilidade geral do seu povo e, sem que conseguisse explicar o mistério daquela onda interminável de harmonia, chorando de comoção, quando, do alto de sua tribuna dourada, escutava a famosa composição de Horácio, onde se destacavam estes versos de imorredoura beleza:

Ô Sol fecundo,
Que com teu carro brilhante
Abres e fechas o dia!...
Que surges sempre novo e sempre igual!
Que nunca possas ver
Algo maior do que Roma.

É que os historiadores ainda não perceberam, na chamada época de Augusto, o século do Evangelho ou da Boa Nova. Esqueceram-se de que o nobre Otávio era também homem e não conseguiram saber que, no seu reinado, a esfera do Cristo se aproximava da Terra, numa vibração profunda de amor e de beleza. Acercavam-se de Roma e do mundo não mais espíritos belicosos, como Alexandre ou Aníbal, porém outros que se vestiriam dos andrajos dos pescadores, para servirem de base indestrutível aos eternos ensinos do Cordeiro. Imergiam nos fluidos do planeta os que preparariam a vinda do Senhor e os que se transformariam em seguidores humildes e imortais dos seus passos divinos.

É por essa razão que o ascendente místico da era de Augusto se traduzia na paz e no júbilo do povo que, instintivamente, se sentia no limiar de uma transformação celestial.

Ia chegar à Terra o Sublime Emissário. Sua lição de verdade e de luz ia espalhar-se pelo mundo inteiro, como chuva de bênçãos magníficas e confortadoras. A Humanidade vivia, então, o século da Boa Nova. Era a “festa do noivado” a que Jesus se referiu no seu ensinamento imorredouro.

*

Depois dessa festa dos corações, qual roteiro indelével para a concórdia dos homens, ficaria o Evangelho como o livro mais vivaz e mais formoso do mundo, constituindo a mensagem permanente do céu, entre as criaturas em trânsito pela Terra, o mapa das abençoadas altitudes espirituais, o guia do caminho, o manual do amor, da coragem e da perene alegria.

E, para que essas características se conservassem entre os homens, como expressão de sua sábia vontade, Jesus recomendou aos seus apóstolos que iniciassem o seu glorioso testamento com os hinos e os perfumes da Natureza, sob a claridade maravilhosa de uma estrela a guiar reis e pastores à manjedoura rústica, onde se entoavam as primeiras notas de seu cântico de amor, e o terminassem com a luminosa visão da Humanidade futura, na posse das bênçãos de redenção. É por esse motivo que o Evangelho de Jesus, sendo livro do amor e da alegria, começa com a descrição da gloriosa noite de Natal e termina com a profunda visão da Jerusalém libertada, entrevista por João, nas suas divinas profecias do Apocalipse.

Fonte: Do livro “Boa Nova” de Humberto de Campos, psicografado por Francisco Cândido Xavier. Lição nº 1.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sentimentos Fraternos

“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.” — Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 4:9)

Forte contra-senso que desorganiza a contribuição humana, no divino edifício do Cristianismo, é o impulso sectário que atormenta enormes fileiras de seus seguidores.

Mais reflexão, mais ouvidos ao ensinamento de Jesus e essas batalhas injustificáveis estariam para sempre apagadas.

Ainda hoje, com as manifestações do plano espiritual na renovação do mundo, a cada momento surgem grupos e personalidades, solicitando fórmulas do Além para que se integrem no campo da fraternidade pura.

Que esperam, entretanto, os companheiros esclarecidos para serem efetivamente irmãos uns dos outros?

Muita gente se esquece de que a solidariedade legítima escasseia nos ambientes onde é reduzido o espírito de serviço e onde sobra a preocupação de criticar. Instituições notáveis são conduzidas à perturbação e ao extermínio, em vista da ausência do auxílio mútuo, no terreno da compreensão, do trabalho e da boa-vontade.

Falta de assistência? Não.

Toda obra honesta e generosa repercute nos planos mais altos, conquistando cooperadores abnegados.

Quando se verifique a invasão da desarmonia nos institutos do bem, que os agentes humanos acusem a si mesmos pela defecção nos compromissos assumidos ou pela indiferença ao ato de servir. E que ninguém peça ao Céu determinadas receitas de fraternidade, porque a fórmula sagrada e imutável permanece conosco no “amai-vos uns aos outros”.

Fonte: Do livro Pão Nosso, Médium - Francisco Cândido Xavier, ditado pelo espírito Emmanuel.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Receber bem

Imagine que você resolveu conhecer um determinado lugar, mas não sabe ao certo o que e quem irá encontrar, e ainda que tenha boas expectativas, nem sempre estas se concretizam da maneira como se espera. Algumas vezes elas ficam abaixo do esperado e em outras, são superadas. E se esse lugar for um Centro Espírita?

Todas as pessoas que frequentam uma Casa Espírita já passaram por esta experiência e, não muito diferente de quando se conhece lugares, a expectativa é criada antes de se adentrar pela primeira vez em um Centro Espírita.

Se observarmos como as pessoas são recebidas nas Casas Espíritas iremos notar que não há um padrão, isso porque cada lugar tem suas características peculiares, mas é possível perceber, em muitas casas, a falta do calor humano de pessoas que venham ao encontro daquelas que acabaram de chegar, sejam novos freqüentadores ou frequentadores mais antigos. Ou seja, nota-se a ausência de alguém postado logo na entrada da instituição, cumprimentando a todos e fazendo as “honras da casa.”

Receber alguém em uma Casa Espírita poderia ser similar a receber uma pessoa em nossa própria casa, de modo que aquele que chega possa sentir-se bem-vindo.

Existem Casas Espíritas em que os trabalhadores agem como se não notassem a presença de novas pessoas, passando a impressão de que tanto faz ter mais um ou menos um freqüentador naquele ambiente, agindo como se uns fossem menos importantes do que os outros.

Mas, e se você pudesse imaginar que ao chegar a uma Casa Espírita, independente do tempo de frequência, houvesse uma pessoa (ou mais) para recebê-lo com se ele(s) já estivesse(m) esperando, passando a verdadeira impressão de que você é um ser único, merecedor de atenção, de carinho, que está sendo notado e é importante para aquele lugar? Por certo, você pensaria que voltar àquele lugar seria um prazer!

As Casas Espíritas bem que poderiam proporcionar estes ambientes desejados, em razão da calorosa recepção que lá existe, em qualquer uma das atividades que lá ocorrem. Isso iria permitir que cada um dos frequentadores tivesse vontade (e não obrigação) de estar em um Centro Espírita.

Então, não é preciso muito para ser diferente! As ferramentas para proporcionar este fato são simples, não custam nada e estão à disposição de todos. Basta, apenas, um pouco de boa vontade e atenção para com o próximo, não se esquecendo da máxima “Façais aos outros o que gostaria que vos fizessem”.

Fonte: JÚLIA CRISTIANE SCHULTZ PEREIRA, julinh@floripa.com.br

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Quanta dor foi preciso

Um pequeno poema de Bertolt Brecht diz:

A minha mãe.
Quando ela acabou, foi colocada na terra
Flores nascem, borboletas voejam por cima...
Ela, leve, não fez pressão sobre a terra
Quanta dor foi preciso para que ficasse tão leve!

A dor nos faz mais leves, quando extraímos dela o sumo da sabedoria.

De nada adianta sofrer e continuar o mesmo, com a mesma maneira de pensar, com os mesmos vícios...

A dor sempre ensina. A dor sempre esculpe. Cabe ao aluno deixar-se ser formado/moldado por ela.

A dor vai retirando, a golpes de cinzel, o que, no bloco de mármore da vida, não é beleza, não é escultura.

Num primeiro momento, e numa visão acanhada, os golpes são cruéis, ferem, sangram.

Mais tarde, porém, apenas mais tarde, pode-se ver o bloco, antigamente disforme, agora tomando formas definidas e certas.

Assim é o sofrimento. Quase sempre é compreendido apenas com o passar do tempo e quando a visão madura de nós mesmos sobrepõe o imediatismo persistente na alma.

Saímos mais leves da vida, certamente, quando aprendemos com o sofrer; quando não repetimos mais os mesmos erros e eles não mais nos escravizam.

Saímos mais leves daqui, quando arrancamos de nós os pesados vícios - essas cargas perversas que insistimos em carregar pelos dias.

Saímos mais leves, sim, ao entender que somos os maiores prejudicados quando guardamos mágoa, quando permitimos que um sentimento negativo fique ressentindo em nosso peito por tanto tempo.

Saímos aliviados da existência, quando a doença nos consumiu a vida do corpo, mas renovou a vitalidade da alma, que agora nasce de novo, deixando na enfermidade transata os débitos com a Lei maior.

É certo que a dor é educadora enérgica e implacável, mas é professora indispensável de nossas existências inseguras e irresponsáveis.

É de entendimento geral que, quanto mais responsável e maduro o educando, mais flexível e ameno pode ser o educador.

Vivemos ainda a época dos educandos rebeldes, aparentemente incorrigíveis, por isso a mestra dor precisa atuar com tanta veemência e rigidez.

* * *

O pântano e as águas estagnadas experimentam rigorosa drenagem, a fim de se transformarem em jardim e pomar.

O deserto sente a modificação da sua estrutura, mediante elementos químicos, de modo a reverdecer e coroar-se de flores.

A semente sofre o esmagamento e arrebenta-se em vida exuberante.

Nos animais, o parto é violência orgânica dolorosa, que liberta a vida que conduzia encarcerada.

Compreensível, desse modo, que o desabrochar da perfeição comece pelo despedaçar do grotesco em predominância no ser humano.

Erros que geraram calamitosos efeitos a reparar, desafios que promovem à conquista de mais elevados patamares se apresentam com frequência.

São inevitáveis as ocorrências depuradoras, os sofrimentos de sublimação.

A dor é mensagem da vida cantando o hino de exaltação e glória à evolução. Recebê-la com tranquilidade constitui admirável realização íntima da lucidez intelecto-moral do ser humano.


Fonte: Redação do Momento Espírita com citação do capítulo A dor e suas bênçãos, do livro Fonte de luz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Evangelho no Lar e no Coração

“Se um homem é a partícula divina da coletividade, o lar é a célula sagrada de todo edifício da civilização.” (Emmanuel)

É incontestável a escalada da violência que afeta a sociedade humana em nível mundial. Perplexa, diante de diferentes formas de manifestação da violência, pais, pensadores, educadores e autoridades públicas se sentem impotentes em desacelerar esse surto de desamor. Cada país tem o seu cenário particular, em função dos autores e das causas, mas, na essência, todas essas manifestações têm suas raízes na formação moral das criaturas. A visão espírita da reencarnação Não resta a menor dúvida de que este cenário de conflitos guarda relação íntima com o adiantamento moral das pessoas que reencarnam em nosso Planeta.


Fonte: Psicografia de Francisco C. Xavier, Cinqüenta anos depois, 17. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985. p. 102.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O que é Evangelização?

A denominação de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil se dá à transmissão do conhecimento espírita e da moral evangélica pregada por Jesus que foi apontado pelos Espíritos superiores, que trabalharam na Codificação, como modelo de perfeição para toda a Humanidade. (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 60. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1984. Questão 625, p. 308).

Como a preocupação não é somente com a transmissão de conhecimentos, mas, sobretudo, com a formação moral, e como a formação moral se inspira no Evangelho, parece-nos muito apropriada a denominação de “evangelização espírita” dada a essa tarefa, por expressar, na sua abrangência, exatamente o que se realiza em nossos agrupamentos de crianças e jovens.

O ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os quais trabalhamos em nossas aulas. Esses conhecimentos são levados aos alunos através de situações práticas da vida, pois a metodologia empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões próprias dos temas estudados, pois só assim se efetiva a aprendizagem real.

“Devendo a prática geral do Evangelho determinar grande melhora no estado moral dos homens, ela, por isso mesmo, trará o reinado do bem e acarretará a queda do mal.” (KARDEC, Allan. Predições do Evangelho. A Gênese. Trad. de Guillon Ribeiro. 28. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1985. Item 58, p. 396.)

“Mas todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento: o do amor do bem e se unirão por um laço fraterno, que prenderá o mundo inteiro.” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 60. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1984. Prolegômenos, 14º parágrafo, p. 50.)

Fonte: O Que é Evangelização? Fundamentos da Evangelização Espírita da Infância e da Juventude, FEB,1987.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Homens de fé

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.” — Jesus. (MATEUS, CAPÍTULO 7, VERSÍCULO 24.)

Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpretados à conta de expressões máximas do Cristianismo, na galeria dos tipos veneráveis da fé; entretanto, isso somente aconteceu, quando os instrumentos da verdade, efetivamente, não olvidaram a vigilância indispensável ao justo testemunho.

É interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos os discípulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica. Daí se conclui que os homens de fé não são aqueles apenas palavrosos e entusiastas, mas os que são portadores igualmente da atenção e da boa-vontade, perante as lições de Jesus, examinando-lhes o conteúdo espiritual para o trabalho de aplicação no esforço diário.

Reconforta-nos assinalar que todas as criaturas em serviço no campo evangélico seguirão para as maravilhas interiores da fé. Todavia, cabe-nos salientar, em todos os tempos, o subido valor dos homens moderados que, registrando os ensinos e avisos da Boa Nova, cuidam, desvelados, da solução de todos os problemas do dia ou da ocasião, sem permitir que suas edificações individuais se processem, longe das bases cristãs imprescindíveis.

Em todos os serviços, o concurso da palavra é sagrado e indispensável, mas aprendiz algum deverá esquecer o sublime valor do silêncio, a seu tempo, na obra superior do aperfeiçoamento de si mesmo, a fim de que a ponderação se faça ouvida, dentro da própria alma, norteando-lhe os destinos.

Fonte:
Do livro Pão Nosso
Médium - Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo espírito EMMANUEL

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A missão educadora dos pais

Vivemos em um mundo de constantes mudanças e, sem dúvida, temos que nos adaptar a elas.

A mulher hoje tem amplo acesso ao mercado de trabalho e a figura de mãe presente ao lado de seus filhos, sempre que esses não estejam na escola, quase não existe mais.

O pai tornou-se mais participativo no cuidado das crianças, no entanto, ainda passa a maior parte de seu tempo dedicado ao trabalho, a fim de prover as necessidades materiais da família.

Consequentemente, as crianças e os jovens, habituados à televisão e ao computador, distanciam-se de seus pais e esses, atarefados, quase não se aproximam de seus filhos.

Encontramos até mesmo pais que dizem ser a escola o local de educação de seus filhos.

Em verdade a escola é local onde há transmissão de conhecimentos, bem como orientação sobre o comportamento das crianças, adolescentes e jovens. No entanto, ela jamais pode substituir a educação do lar.

Allan Kardec nos diz que o ensino é a transmissão de conhecimentos, de informações ou de esclarecimentos úteis ou indispensáveis à educação.

Desta frase podemos deduzir que a educação é muito mais ampla que o ensino formal, ao qual as escolas se dedicam.

Ainda, segundo Kardec, o educador real não é somente aquele que fala de uma tribuna como o professor.

Educador é qualquer pessoa que, pelo processo da explicação ou das experiências, procura passar ensinamentos úteis para outra pessoa.

Neste sentido estão incluídos os pais, os avós ou quem, com paciência e dedicação consiga, através do entendimento do educando, modificar a conduta deste.

Para educar de verdade não é necessária uma ocasião especial, pelo contrário, a qualquer momento, através da conversa e dos exemplos, a educação pode ser feita.

Aos casais não faltam orientações de livros, revistas e profissionais dispostos a ajudá-los na educação de seus filhos.

No entanto, vivemos hoje em uma sociedade com numerosos jovens que não se ajustam a regras ou leis, muitos deles delinquentes, e nos perguntamos o porquê.

Ao observarmos o crescente distanciamento que os múltiplos afazeres dos pais impõem, bem como o distanciamento que se impõe aos filhos ao dar a eles dias cheios de atividades, começamos a entender o que ocorre.

Sem dúvida o modelo de pai e mãe como profissionais é quase irreversível, pois é uma consequencia dos novos tempos.

Mas tal modelo não pode ser uma desculpa para nos esquecermos de uma das maiores responsabilidades que o Criador dá a quem se torne pai ou mãe: a educação.

Se o dia é cheio, que as noites sejam de aconchego. Ao invés de televisão, computador ou telefone, a refeição em família na qual se pode comentar o dia e se inteirar das atividades dos filhos demonstrando-lhes amor.

Mesmo cansados, pais que amam dedicam, diariamente, momentos para monitorar tarefas da escola de seus filhos. Em hora adequada, pais dedicados acompanham seus filhos em uma oração antes do merecido descanso.

Se a semana é de correria, que os fins de semana sejam de paz e harmonia entre a família, com atividades que permitam a convivência e o entendimento entre pais e filhos, a fim de adequadamente educá-los.

Que a tarefa sagrada da educação seja realizada amplamente para que, um dia, possamos responder com tranquilidade à pergunta: O que fizeste dos filhos que a ti foram confiados?


Fonte: Redação do Momento Espírita com base no cap. III do livro A educação à luz do espiritismo, de Lydienio Barreto de Menezes, ed. Celd.

Brasil renovado

A respeito do país onde vivemos, têm se ouvido as referências mais diversas.

Há os que o consideram simplesmente um país de Terceiro Mundo e buscam, com rapidez, outras paragens. Emigram para a Europa ou América do Norte e afirmam ser felizes.

Há os que apontam os erros gritantes, as injustiças sociais, a corrupção todos os dias, em todas as horas. Contudo, nada fazem para melhorar a situação e às vezes até se servem de todas essas condições para seu próprio existir.

Há os que pregam a divisão do imenso gigante, os que desejam modificar os símbolos nacionais, os que propõem novos versos e melodia para o Hino Nacional.

Com certeza nosso país tem problemas. Mas o que necessita não é de queixas, reclames e críticas. Precisa e com urgência de que cada um de seus filhos principie a trabalhar para a construção do melhor.

E o melhor começa na mente, na emissão dos pensamentos. Observa-se que, quando o governo realiza um pronunciamento, estabelece novas leis, apresenta novos projetos, logo surgem os que começam a clamar em coro que aquilo não vai dar certo.

Mesmo antes de experimentar, de tentar, exatamente como a criança que olha para o prato de comida e afirma: Não gosto. E não quer provar.

A soma de pensamentos negativos, derrotistas têm derrubado bons projetos, impedido ou adiado a sua concretização. Porque se o homem é o que pensa, a nação é a somatória dos pensamentos dos seus filhos.

E os pensamentos positivos, idealistas devem se corporificar na responsabilidade, no dever bem cumprido, nas obrigações atendidas. Da mente para as mãos.

* * *

Será que já paramos para pensar, um dia ao menos, o que é que determinou nosso nascimento neste país? Ou a sua adoção posterior?

Ninguém nasce no local errado. Portanto, as condições que a Pátria do Cruzeiro nos oferece são as de que necessitamos para o nosso crescimento.

Miséria, fome, desemprego, corrupção são desafios que devemos nos empenhar para vencer. Não foi de outra forma, vencendo desafios, que o homem saiu da Idade da Pedra para a moderna tecnologia.

Grandes mudanças se operam com a iniciativa individual ou comunitária. Basta se observe a abnegação de uns poucos em prol dos meninos de rua, das crianças carentes, dos idosos desamparados.

Eliminar o analfabetismo, ilustrar mentes, libertar as criaturas do comodismo, conscientizando-as do quanto valem, deve ser preocupação prioritária de cada um.

O Brasil tem jeito. Basta que nos empenhemos.

Brasil, o Coração do Mundo, deve pulsar forte, acenando esperanças porque o organismo terrestre não pode viver sem um coração saudável.

Pensemos nisso.

Fonte: Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A Casa do Caminho e o ESDE

A Comunhão Espírita Cristã “A Casa do Caminho“, sediada em Sousa, no interior da Paraíba, vem mantendo, ao longo das últimas décadas, grupos do ESDE – Estudo Sistema da Doutrina Espírita.

Em 2008 duas turmas concluíram o importante programa de estudo da Codificação Espírita, seguindo roteiros, métodos e critérios da Federação Espírita Brasileira.

Hoje, o estudo do ESDE é realizado às segundas-feiras, com coordenação de Deusaíres de Lima, e o EADE (Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita) às terças-feiras.

Conceito e Objetivo

O ESDE é uma reunião privativa de grupos, a qual objetiva o estudo metódico, contínuo e sério do Espiritismo, com programação fundamentada na Codificação Espírita.

Embora seja óbvio que o seu objetivo é o de estudar o Espiritismo de forma metódica, contínua e séria, com programação fundamentada na Codificação Espírita, não é demais ressaltar esse aspecto, uma vez que, ocasionalmente, se veem tentativas de se incluírem, nos cursos de ESDE, teorias estranhas ao contido nas obras básicas do Espiritismo. Desse modo, é preciso que estejamos sempre alertas, uma vez que o ESDE visa ao Estudo Sistematizado do Espiritismo, e nada mais.

Importância

A necessidade de sistematização do estudo do Espiritismo foi antevista por Allan Kardec, conforme se lê no Projeto 1868, inserido em Obras Póstumas, in verbis: “Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver os princípios da Ciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios (...) Considero esse curso como de natureza a exercer capital influência sobre o futuro do Espiritismo e sobre suas consequências.”

O pensamento espírita, neste ponto, não deixa margem para muita divagação. O conhecimento há de ser limitado, porque somos naturalmente limitados. Mas o espírito progride em conhecimento e em moralidade, cedo ou tarde, como aprendemos em O Livro dos Espíritos – Questão 192.

“Conhecimento... É fruto de longa paciência, de ardorosa boa vontade e de profunda meditação.” (DEJEAN, Georges. A Nova Luz).

“O conhecimento espírita é orientação para a vida essencial e profunda do ser. Claro que a evolução é lei para todas as criaturas, mas o Espiritismo intervém no plano da consciência, ditando normas de comportamento suscetíveis de traçar caminhos retos à ascensão da alma, sem necessidade de aventuras nos labirintos da ilusão que correspondem a curvas aflitivas de sofrimento.” (XAVIER, Francisco Cândido. Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz).

Então, à medida que o Espírito desenvolve todo o seu potencial, não apenas intelectual, mas também moralmente, tem mais possibilidade de avançar no conhecimento. Se não pode chegar à essência absoluta das coisas porque não tem instrumentos adequados a este tipo de inquirição, pelo menos adquire uma visão mais lúcida e cada vez mais profunda e ampliada.

“O conhecimento real não é construção de alguns dias. É obra do tempo.” (XAVIER, Francisco Cândido. Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz).

Consequências

Não obstante a definição muito clara do seu objetivo, que é o de estudar a Doutrina Espírita, o ESDE traz consequências bastante amplas para aqueles que dele participam. Essas consequências podem-se resumir da seguinte maneira:

1) facilita a reforma íntima;
2) garante a unidade de princípios doutrinários espíritas;
3) proporciona propagação da Doutrina Espírita nas bases em que foi codificada;
4) desenvolve a fé raciocinada;
5) segurança;
6) serenidade;
7) equilíbrio;
8) autoridade.

Princípios Metodológicos

1. O (...) “estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita (...), só pode ser feita com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado.” KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Introdução VIII.

2. “O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá (...). Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das idéias.” KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Introdução VIII.

Conteúdo Programático

Programa Fundamental - Tomo I

Módulo I: Introdução ao estudo do Espiritismo
Módulo II: A codificação espírita
Módulo III: Deus
Módulo IV: Existência e sobrevivência do Espírito
Módulo V: Comunicabilidade dos Espíritos
Módulo VI: Reencarnação
Módulo VII: Pluralidade dos mundos habitados
Módulo VIII: Lei divina ou natural
Módulo IX: A lei de adoração.

São conteúdos doutrinários existentes em O Livro dos Espíritos: introdução, primeira, segunda e terceira partes.

Programa Fundamental - Tomo II

Módulo X: Lei de liberdade
Módulo XI: Lei de progresso
Módulo XII: Lei de sociedade e Lei do trabalho
Módulo XIII: Lei de destruição e Lei de conservação
Módulo XIV: Lei de igualdade
Módulo XV: Lei de reprodução
Módulo XVI: Lei de justiça, amor e caridade
Módulo XVII: A Perfeição Moral
Módulo XVIII: Esperanças e Consolações

São conteúdos doutrinários existentes em O Livro dos Espíritos: terceira e quarta partes.

Programa Complementar - Tomo Único

Módulo I: Vida no mundo espiritual
Módulo II: Fluidos e perispírito
Módulo III: O fenômeno de intercomunicação mediúnica
Módulo IV: Dos médiuns
Módulo V: Da prática mediúnica
Módulo VI: Obsessão e desobsessão
Módulo VII: Fenômenos de emancipação da alma
Módulo VIII: A evolução do pensamento religioso
Módulo IX: Movimento Espírita e Unificação

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Clube do Livro: Genealogia do Espírito

O Clube do Livro Espírita, da FEB, é uma associação de leitores que visa especialmente a divulgação do Espiritismo.

Livro do Mês,
Setembro de 2009:

Genealogia do Espírito

Ainda que o título desta obra possa motivar o leitor a considerá-la como de cunho predominantemente filosófico, o autor, nas suas reflexões, apenas se utiliza da Filosofia como meio para estabelecer ligação com o Sagrado, destacando o aspecto religioso dos assuntos abordados.

Com isso, alcança o objetivo a que se propôs de "consolar o Espírito dos que laboram na própria elevação e dar-lhes força para prosseguir".

Qual via de mão dupla entre a Filosofia Contemporânea e o Espiritismo, esta obra objetiva a conversão de referências e conceitos que podem tanto esclarecer ao leitor espírita interessado por Filosofia quanto aos estudiosos de Filosofia interessados pelo Espiritismo.

Como associar-se?

Mediante o pagamento da assinatura, o associado receberá, mensalmente, um livro em sua casa durante a vigência do contrato. Para associar-se busque o site www.febnet.org.br

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ensinos fundamentais da Doutrina Espírita

Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.

Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.

No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.

O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.

Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.

Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.

Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.

Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.

Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.

Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.

As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.

Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.

A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.

O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.

A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.

A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.

A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.


Fonte: Com base em artigo da Associação Centro Espírita Adolfo Bezerra de Menezes

terça-feira, 1 de setembro de 2009

3º Congresso Espírita Brasileiro

O Foco do CONGRESSO serão as obras psicográficas de CHICO XAVIER – o médium espírita mais conhecido de nossos tempos. Estas obras contribuíram para a difusão do Espiritismo, a expansão do Movimento Espírita no Brasil e no Mundo, e, para encorajar os espíritas ao estudo e à prática da Doutrina Espírita.

O 3º Congresso Espírita Brasileiro se insere no “Projeto Centenário de Chico Xavier”, promovido pela Federação Espírita Brasileira, que tem por objetivo enfatizar a obra de Chico Xavier e contribuir com a memória de sua atuação.


Palestrantes

Divaldo Pereira Franco

Natural de Feira de Santana, Bahia. É reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores espíritas da atualidade. Fundou, juntamente com seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira, o Centro Espírita Caminho da Redenção e a Mansão do Caminho, que atendem a toda a comunidade do bairro de Pau da Lima, em Salvador, beneficiando milhares de doentes e necessitados.

Para saber mais sobre Divaldo Franco acesso o site: http://www.divaldofranco.com/

José Raul Teixeira

José Raul Teixeira nasceu em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Em sua terra natal, Niterói (RJ), junto de alguns companheiros, fundou, em 04 de setembro de 1980, a Sociedade Espírita Fraternidade (SEF), da qual é Diretor. Através do seu departamento social, Remanso Fraterno, a SEF desenvolve um trabalho de assistência a crianças socialmente carentes e a seus familiares, apoiando-as material e moralmente.

Para saber mais sobre Raul Teixeira acesso o site: http://www.raulteixeira.com/


Temas para o programa do Congresso

“Chico Xavier: Mediunidade e Caridade com Jesus e Kardec”;

“A interpretação do Evangelho nas obras de Emmanuel”;

“Orientações para a infância e para a juventude nas obras psicográficas de Chico Xavier”;

“Proposta educacional nas obras psicográficas de Chico Xavier”;

“A Vida Moral nas Obras de Emmanuel”;

“Momento Lírico com Base em “Parnaso de Além Túmulo”;

“Coerência entre as Obras da Codificação e de Chico Xavier”;

“Atualidade da Obra Psicográfica de Chico Xavier – Antecipação de Informações Científicas”;

“André Luiz e o Mundo Espiritual”;

“Contribuições às Provas da Imortalidade da Alma”;

“Coerência entre a Vida e a Obra de Chico Xavier”;

“Missão do Brasil na ótica de livro de Humberto de Campos”;

“Bezerra de Menezes, Chico Xavier e o trabalho de unificação”;

“Contribuição das Obras de Chico Xavier para a Doutrina e para o Movimento Espírita“;

“Amor – Fonte de Vida”;

“As Cartas Familiares”;

“Compreensão da Justiça Divina – Consolo e Esperança”;

“O Livro Espírita – Orientação para uma Nova Era”.


Importante

A FEB realizará em Brasília e está estimulando as Federações Estaduais, para realizarem em abril de 2010, uma atividade de "Visita Fraterna" (como as antigas "peregrinações" de Chico Xavier), para distribuição de pão e de edição comemorativa da FEB de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", em algum bairro carente, e atendendo a orientação da respectiva área de Serviço de Promoção e Assistência Social.


Participações e Inscrições

O 3º Congresso Espírita Brasileiro será realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília – DF, que possui um Auditório Principal com 2.800 lugares e um conjunto de outros auditórios que somam juntos mais 2700 acomodações.

O Congresso está programado para ter uma apresentação única de cada vez, possibilitando a todos os participantes assistirem à mesma apresentação em todos os auditórios.


Informações Gerais

Período: 16 a 18 de abril de 2010

Local: Centro de Convenções Dr. Ulysses Guimarães, em Brasília

Tema Central: “Chico Xavier: Mediunidade e Caridade com Jesus e Kardec”


Mais informações, acesse: http://www.100anoschicoxavier.com.br/