segunda-feira, 31 de outubro de 2011

OS AMADOS


Chico Xavier autografando.


OS AMADOS

“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.” — Paulo. (HEBREUS, capítulo 6, versículo 9.)

Comenta-se com amargura o progresso aparente dos ímpios.
Admira-se o crente da boa posição dos homens que desconhecem o escrúpulo, muita vez altamente colocados na esfera financeira.
Muitos perguntam: “Onde está o Senhor que lhes não viu os processos escusos?”
A interrogação, no entanto, evidencia mais ignorância que sensatez. Onde a finalidade do tesouro amoedado do homem perverso? Ainda que experimentasse na Terra inalterável saúde de cem anos, seria compelido a abandonar o patrimônio para recomeçar o aprendizado.
A eternidade confere reduzida importância aos bens exteriores. Aqueles que exclusivamente acumulam vantagens transitórías, fora de sua alma, plenamente esquecidos da esfera interior, são dignos de piedade. Deixarão tudo, quase sempre, ao sabor da irresponsabilidade.
Isso não acontece, porém, com os donos da riqueza espiritual.
Constituindo os amados de Deus, sentem-se identificados com o Pai, em qualquer parte a que sejam conduzidos. Na dificuldade e na tormenta guardam a alegria da herança divina que se lhes entesoura no coração.
Do ímpio, é razoável esperarmos a indiferença, a ambição, a avareza, a preocupação de amontoar irrefletidamente; do ignorante, é natural recebermos perguntas loucas. Entretanto, o apóstolo da gentilidade exclama com razão:
“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.”

Emmanuel,

Extraído do livro Caminho, Verdade e Vida.

Psicografia de Chico Xavier

domingo, 30 de outubro de 2011

PERANTE OS PROFITENTES DE OUTRAS RELIGIÕES


Os Reis


PERANTE OS PROFITENTES DE OUTRAS RELIGIÕES



“Estimar e reverenciar os irmãos de outros credos religiosos. O sarcasmo não edifica. Não exasperar-se em oportunidade alguma, ainda mesmo pretextando defesa dos postulados religiosos que lhe alimentam o coração, afim de evitar o vírus da cólera e as incursões das forças inferiores no próprio intimo. A exasperação leva ao desequilíbrio e à queda.

Toda imposição, em matéria religiosa, revela o fanatismo.

Silenciar todo impulso a polêmicas com irmãos aprisionados a caprichos de natureza religiosa.

Discussão em bases de ironia e azedume, é pancadaria mental.”

André Luiz

Farol de Alexandria


sábado, 29 de outubro de 2011

CONDUTA DOS MENSAGEIROS


Harmonia na natureza.


CONDUTA DOS MENSAGEIROS

“Daí delicadamente, juntai ao benefício que fizerdes o mais precioso de todos os benefícios de uma boa palavra, de carícia, de um sorriso amistoso”. E.S.E.XIII.



Sorriso e Bondade



“Mobilize o capital do sorriso e observará que semelhantes investimentos trarão precioso rendimento de colaboração e felicidade. Uma frase de bondade e compreensão opera prodígios na construção do êxito”.

(André Luiz, Sinal verde,34 ed.p.14)



Falar com Harmonia



“Fale em tonalidade não tão alta que assuste e nem tão baixa que crie dificuldades a quem ouça”.

(André Luiz, S. verde,34 ed.p.15).



Saudações na via pública



Encontrando amigos ou simples conhecidos, tome a iniciativa da saudação, usando cordialidade e carinho sem excesso”.

(André Luiz,S. verde,34 ed.p,29).



Paciência no andar



“Caminhe em seu passo natural ou dentro da movimentação que se faça preciso, como se deve igualmente viver: sem atropelar os outros”.

(André Luiz,S. verde,41.p.29).



Respeito para com os outros



“Rogando um favor, faça isso de modo digno, evitando assovios, brincadeiras, de mau gosto ou frase desrespeitosas, na certeza que de os outros estimam ser tratados com o acatamento que reclamamos para nós”.

(André Luiz,S. verde,41 ed.p.30).



Cuidado com o interrogatório



“Observe as próprias indagações, antes de formulá-las, adotando o silêncio sempre que não tiverem finalidade justa.

Ampare quantos lhe compartilharem a vida, sem vascolhejar-lhe o coração com interrogatórios desnecessários.

A rede da boca as inquirições sem proveito sobre a família do próximo.

Não faça questionários quanto à vida íntima de ninguém”.

(André Luiz, S. verde,41 ed.p.54).

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O ANJO E O MALFEITOR


O ANJO E O MALFEITOR

O mensageiro do Céu volveu do Alto a sombrio vale do mundo, em apoio de centenas de criaturas mergulhadas na enfermidade e no crime, na miséria e na ignorância, e, necessitando de concurso alheio para estender socorro urgente, começou por recorrer à publicação de apelos do próprio Evangelho, induzindo corações, em nome do Cristo, à compaixão e à caridade.

Entretanto, porque tardasse qualquer resultado concreto, de vez que todos os habitantes do vale se comoviam com as legendas, mas não se encorajavam à menor manifestação de amparo ao próximo, o Enviado Celestial, convicto de que fora recomendado pelo Senhor a servir e não a questionar, julgou mais acertado assumir a forma de um homem e solicitar sem delegar o apoio de alguém que lhe pudesse prestar auxílio.

Materializado a preceito, procurou pela colaboração dos homens considerados mais responsáveis.

Humilde e resoluto, repetia sempre o mesmo convite à prática evangélica, registrando respostas que o surpreendiam pela diferença.

O VIRTUOSO – Não posso manchar meu nome em contacto à prática evangélica, registrando respostas que o surpreendiam pela diferença.

O SÁBIO – Cada qual está na colheita daquilo que semeou. Falta-me tempo para ajudar vagabundos, voluntariamente distanciados da própria restauração.

O PRUDENTE – Não posso arriscar minha posição dificilmente conquistada, na intimidade de pessoas que me prejudicariam a estima pública.

O FILANTROPO – Dou o dinheiro que seja necessário, mas de modo algum me animaria a lavar feridas de quem quer que seja.

O PREGADOR – Que diriam de mim se me vissem na companhia de criminosos?

O FILÓSOFO – Nunca desceria a semelhante infantilidade... Aspiro a alcançar as mais altas revelações do Universo. Devo estudar infinitamente... Além disso, estou cansado de saber que, se não houvesse sofrimento, ninguém se livraria do mal...

O PESQUISADOR DA VERDADE – Não sou a pessoa indicada. Caridade é capa de muitas dobras, que tanto acolhe o altruísmo quanto a fraude. Não me incomode... Procuro tão-somente as realizações essenciais.

Desencanto, o Mensageiro bateu à porta de conhecido malfeitor, aliás, a pessoa menos categorizada para a tarefa, e reformulou a solicitação.

O convidado, embora os desajustes íntimos, considerou, de imediato, a honra que o Senhor lhe fazia, propiciando-lhe o ensejo de operar no levantamento do bem geral, e meditou, agradecido, na Infinita Bondade que o arrancava da condenação para o favor do serviço. Não vacilou. Seguiu aquele desconhecido de maneiras fraternais que lhe pedia cooperação e entregou-se decididamente ao trabalho. Em pouco tempo, conheceu a fundo o martírio das mãos desamparadas, entre a doença e a penúria, carregando órfãos de pais vivos; o pranto das viúvas relegadas à solidão; as aflições dos enfermos que esperavam a morte nas áreas de ninguém; a tragédia das crianças abandonadas; o suplício dos caluniados sem defesa; os problemas terríveis dos obsidiados sem assistência; a mágoa das vítimas dos preconceitos levados ao exagero pelo orgulho social; a angústia dos sofredores caídos em desespero pela ausência de fé...

Modificado nos mais profundos sentimentos, o ex-malfeitor consagrou-se ao alívio e à felicidade dos outros, e, percebendo necessidades e provações que não conhecia, procurou instruír-se e aperfeiçoar-se. Com quarenta anos de abnegação, adquiriu as qualidades básicas dos Virtuosos, os recursos primordiais do Sábio, o equilíbrio do Prudente, as facilidades econômicas do Filantropo, a competência do Pregador, a acuidade mental do Filósofo e os altos pensamentos do Pesquisador da Verdade...

Quando largou o corpo físico, pela desencarnação – Espírito lucificado no cadinho da própria regeneração, ao calor do devotamento ao próximo -, entrou vitoriosamente no Céu, para a ascensão a outros Céus...

***

Um dia, chegaram ao limiar da Esfera Superior o Virtuoso, o Sábio, o Prudente, o Filantropo, o Pregador, o Filósofo e o Pesquisador da Verdade... Examinados na Justiça Divina, foram considerados dignos perante as Leis do Senhor; entretanto, para o mérito de seguirem adiante, luzes acima, faltava-lhes trabalhar na seara do amor aos semelhantes... Enquanto na Terra, não haviam desentranhado os tesouros que Deus lhes havia conferido em benefício dos outros, Cabia-lhes, assim, o dever de regressar às lides da reencarnação, mas, porque haviam abraçado conduta respeitável no mundo, o Virtuosos receberia, na existência vindoura, mais veneração, o Sábio mais apreço, o Prudente mais serenidade, o Filantropo mais dinheiro, o Pregador mais inspiração, o Filósofo mais discernimento e o Pesquisador da Verdade mais luz...

Observando, porém, que o malfeitor, sobejamente conhecido deles todos, vestia alva túnica resplendente, funcionando entre os agentes da Divina Justiça, começaram a discutir entre sí, incapazes de reconhecer que na obra do amor qualquer filho de Deus encontra os instrumentos e caminhos da própria renovação. Desalentados, passaram a reclamar... Em nome dos companheiros, o Virtuoso aproximou-se do orientador maior que lhes revisava os interesses no Plano Espiritual e indagou:

- Venerável Juiz, por que motivo um malfeitor atravessou, antes de nós, as fronteiras do Céu?!...

O magistrado, porém, abençoou-lhe a inquietação com um sorriso e informou,

simplesmente:

- Serviu.



Extraído do livro Estante da vida, do Irmão X.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

QUE TIPO DE OLHOS TEMOS NÓS?


QUE TIPO DE OLHOS TEMOS NÓS?



"...Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz..." - Jesus. (Mateus, 6:22)


Olhos...Patrimônio de todos.

Encontramos, porém, olhos diferentes em todos os lugares.

Olhos de malícia...

Olhos de crueldade...

Olhos de ciúme...

Olhos de ferir...

Olhos de desespero...

Olhos de desconfiança...

Olhos de atrair a viciação...

Olhos de perturbar...

Olhos de registrar males alheios...

Olhos de frieza...

Olhos de irritação...

Se aspiras, no entanto, a enobrecer os recursos da visão, ama e ajuda, aprende e perdoa sempre, e guardarás contigo os "olhos bons", a que se referia o Cristo de Deus, instalando no próprio espírito a grande compreensão suscetível de impulsionar-te à glória da Eterna Luz.

Emmanuel

Do livro: Palavras de vida eterna

Psicografia de: Chico Xavier

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ESPIRITISMO DIALÉTICO, de Manuel S. Porteiro.


A Terra, à parte de suas convulsões internas e de seus movimentos sísmicos, contrai-se e dilata-se, formando as chamadas marés da correnteza terrestre, que "levanta o solo a uma altura de 30 centímetros duas vezes por dia". Os astros seguem o processo de sua gênese e de seu desenvolvimento, desde a condensação de suas nebulosas, até a solidificação e redução, desde que nascem até que morrem e se desagregam no espaço para formar novos corpos celestes. E todo este movimento é mudança, transformação, determinismo.



A luz que nos ilumina durante o dia aparece imóvel e, sem dúvida, suas vibrações etéreas atravessam o espaço e nele se expandem com a velocidade apenas concebível de 300.000 quilômetros por segundo.



O espaço que parece vazio, inerte e silencioso, está pleno de radiações, de ondulações e sonoridades imperceptíveis; é a fonte etérea de onde emanam e de onde se reintegram toda energia e todo movimento, donde se fundem todos os arquétipos da vida material e retornam para refundir-se e logo transformar-se, sob a ação psicodinâmica do espírito, de onde o Pensamento criador, o eterno realizador, constrói, sem descanso, a gênese de sua obra inacabável e sempre perfectível.



"Cada glóbulo do nosso sangue é um mundo (e temos cinco milhões deles por milímetro cúbico). Em nossas artérias, como em nossas veias, em nossa carne, como em nosso cérebro, tudo circula, tudo anda, sucessivamente, sem trégua nem descanso, precipitando-se em um torvelinho vital tão rápido, proporcionalmente, como nos corpos celestes. Nosso cérebro, nosso crânio, nossos olhos, nervos e nossa carne, renovam-se molécula por molécula, constantemente e com tal rapidez que o corpo humano fica reconstituído por completo ao cabo de uns quantos meses". (21)

(21) Camille Flammarion, Urânia, pág. 101.



Tudo é circulação e movimento..., movimento encadeado em outros movimentos.

Mesmo o átomo, considerado à luz da ciência moderna, não é uma coisa inerte, mas um centro de energia condensada, um pequeno dinamismo composto de eletricidade positiva nos prótons que formam o núcleo e negativa nos elétrons que giram em seu redor, embora estas partículas energéticas se desvaneçam no éter, sob a ação de forças cósmicas ainda desconhecidas.

"A matéria, disse William Crookes, não é mais do que um modo de movimento. Toda matéria voltará a passar pelo estado etéreo de onde procede".



"Cada um de nós, diz Rodó,em Motivos de Proteu, é, sucessivamente não um, mas muitos. E estas personalidades sucessivas, que emergem umas das outras, costumam apresentar entre si os mais raros e assombrosos contrastes". E lembra como "Sainte-Beauve significava a impressão que tais metamorfoses psíquicas do tempo produzem em quem não tenha sido expectador de suas fases relativas, recordando o sentimento que experimentamos ante o retrato de Dante, cuja doçura, quase jovial, é viva antítese do gesto amargo e terrível com que o gibelino (22) luta no momento da glória; ou ante o retrato de Voltaire dos 40 anos, com seu olhar de bondade e ternura, que nos revela um mundo íntimo, logo esfriado pela malícia senil do demolidor".

"Estamos muito longe da perfeição, disse Oliver Lodge, e cada um de nós é, individualmente, um artigo inacabado"... "O homem, acrescenta, é inegavelmente um ser imperfeito e está, ainda, em desenvolvimento; mas não deve perder-se de vista que partimos da idéia de que a criação é uma operação contínua, perpetuamente em curso, em movimento, exigindo tempo para chegar à madureza da qual todas as coisas aspiram a um fim designado e de antemão desejado". (23)

(23) Evolução Biológica e Espiritual do Homem, págs. 17 e 45.



Extraído do livro ESPIRITISMO DIALÉTICO.

Manuel S. Porteiro



terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ganhando Resistência


Ganhando Resistência
 
Reconhece você que a sua resistência precisa aumentar; por isso mesmo não despreze o esforço no bem algum tanto a mais além do nível.

Se o trabalho parece estafante, suporte mais um pouco as dificuldades em que se lhe envolvem os encargos.


Onde lhe pareça já haver exercitado o máximo de humildade, apague-se um tanto mais em favor de outrem para que o seu grupo alcance a segurança ideal.


Demonstre um pouco mais de paciência nos momentos de inquietação e evitará desgostos incalculáveis.

Abstenha-se algo mais de reclamações mesmo justas, no que se reporta aos seus interesses pessoais, e observará quanta simpatia virá depois ao seu encontro.

Mostre um pouco mais de serenidade nos instantes de crise e você se transformará no apoio providencial de muita gente.

Confie algo mais na proteção da Bondade Divina e conseguirá superar obstáculos que se lhe figuravam intransponíveis.

Nos dias de enfermidade aguente um tanto mais as dificuldades do tratamento e você apressará as suas próprias melhoras de maneira imprevisível.

Tolere um tanto mais as intrigas que, porventura, lhe assediem o campo de ação, sem lhes oferecer qualquer importância e defenderá a sua própria felicidade, com inesperado brilhantismo.

Você vive no mundo em meio de provas e lutas, desafios e necessidades, ao modo de aluno entre as lições de que precisa na escola, em favor do próprio aproveitamento; aprenda a suportar os convites ao bem dos outros e você ganhará os melhores valores da resistência.

 André Luiz

Do livro 'Respostas da Vida', psicografia de Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Princípios Redentores

Geraldo (de pé), Raimundo (de óculos), Belarmino (de chapéu) e
Natércio (camisa vermelha), na Casa Transitória.

Princípios Redentores



Não se esqueça de que Deus é o tema central de nossos destinos.


Deseje o bem dos outros, tanto quanto deseja o próprio bem.


Concorde imediatamente com os adversários.


Respeite a opinião dos vizinhos.


Evite contendas desagradáveis.


Empreste sem aguardar restituição.


Dê seu concurso às boas obras, com alegria.


Não se preocupe com os caluniadores.


Agradeça ao inimigo pelo valor que ele lhe atribui.


Ajude as crianças.


Não desampare os velhos e doentes.


Pense em você, por último, em qualquer jogo de benefícios.


Desculpe sinceramente.


Não critique a ninguém.


Repare seus defeitos, antes de corrigir os alheios.

Use a fé e a prudência.



Aprenda a semear, preparando boa ceifa. Não peça uvas ao espinheiro.


Liberte-se do peso de excessivas convenções.


Cultive a simplicidade.


Fale o menos possível, relativamente a você e a seus problemas.


Estimule as qualidades nobres dos companheiros.


Trabalhe no bem de todos.


Valorize o tempo.


Metodize o trabalho, sabendo que cada dia tem as suas obrigações.


Não se aflija.


Sirva a toda gente sem prender-se.

Seja alegre, justo e agradecido.



Jamais imponha seus pontos de vista.


Lembre-se de que o mundo não foi feito apenas para você.




André Luiz







domingo, 23 de outubro de 2011

UMA PALAVRA AOS SOFREDORES


AO LEVANTAR-SE

Agradeça a Deus a bênção da vida, pela manhã. Se você não tem o hábito de orar, formule pensamentos de serenidade e otimismo, por alguns momentos, antes de retomar as próprias atividades.
Levante-se com calma.
Se deve acordar alguém, use bondade e gentileza, reconhecendo que gritaria ou brincadeiras de mau gosto não auxiliam em tempo algum.
Guarde para com tudo e para com todos a disposição de cooperar para o bem.
Antes de sair para a execução de suas tarefas, lembre-se de que é preciso abençoar a vida para que a vida nos abençoe.


 

CARTA FINAL

UMA PALAVRA AOS SOFREDORES

Páginas recebidas em 30/10/1936 ...

Concluindo a segunda edição do nosso volume, dedicadas às orfãzinhas, meu filho desejaria que eu dirigisse uma palavra aos sofredores.
Mas não posso dizer-lhes mais do que já lhes disse no conjunto de minhas páginas despretensiosas e humildes. Contei a todos os que sofrem, com palavras simples, as minhas impressões de Além-Túmulo, tentando dirigir-me, em particular, a todos os sofredores, para os quais o vento do infortúnio é mais frio.
Muitos espíritos passaram, despreocupadamente, os olhos pelas páginas em que procurei gravar as emoções de minh’alma, não obstante as dificuldades insuperáveis para me fazer compreendida. Outros lamentaram a ausência de característicos científicos em meus comunicados, ansiosos do rigorismo das críticas minuciosas.
Estas cartas, todavia, não foram grafadas para as teorias científicas que florescem no século, à beira da estrada do Espiritismo evangélico.
Consagrando o meu respeito e a minha veneração aos estudos dos sábios terrenos, eu não saberia corresponder aos seus desejos de conhecimento superior, dentro da minha insipiência individual.
Escrevi-a pensando nas mães sofredoras, cujo coração dilacerado não tem outra luz, no caminho escuro da Terra, que as esperanças e súplicas postas no Céu; vejo-lhes, daqui, as amargas dificuldades e os acerbos desgostos e sinto-lhes, comovida, a tortura dos aflitos, clamando pela misericórdia infinita de Jesus. Grafei-as ponderando as expectativas ansiosas dos homens desolados que as dores cercam e humilham, nos carreiros aspérrimos do dever e das obrigações mais penosas.
Sim!... A falange onde me encontro para executar as mais santas determinações espirituais, sabe de muitas misérias ocultas e de muitas lágrimas desconhecidas... Nem sempre os grandes infortúnios se circunscrevem às casas públicas do sofrimento. Sob as sedas faustosas e sob o som de músicas festivas, buscamos cicatrizar as úlceras cancerosas e paralisar os soluços em muitos corações que se purificam na Terra.
Não desdenhemos as atividades preciosas dos espíritos insatisfeitos que alargam atualmente os horizontes científicos do século, com o concurso do Além-Túmulo. Mas consideramos a expansão evangélica e moralizadora do Espiritismo como seu objetivo primordial.
A Europa, desde os fins do século passado, não se encontra repleta de fenômenos supranormais, servida pelas constituições medianímicas mais poderosas? Grandes mestres não têm oferecido ao continente inteiro o fruto de seus exames e de pesquisas, no caminho largo das ciências terrestres?
Entretanto, há muitos anos sucessivos, a confusão ali se estabeleceu nas almas, envenenando as fontes culturais do Velho Mundo.
Nos terríveis enganos políticos da Igreja católica romana, a Europa inteira se prepara, aguardando inquieta, a guerra cruel dos extremismos.
Entre a ciência humana e a sabedoria espiritual sempre existiu considerável distância. A primeira é filha do labor inquieto e transitório dos homens. A segunda é filha das grandes e abençoadas revelações das almas.
Na primeira sobram as dúvidas amargosas e as hipóteses falíveis. Na segunda vibram as grandes e eternas esperanças do coração do iluminado ideal da vida superior.
Dentro das ciências terrestres prevaleceram, em todos os tempos, as descrenças inquietantes e angustiosas; os trabalhos dissolventes de crítica dos campos adversos sempre objetivaram a destruição de patrimônios sagrados do ser.
Ainda agora, muitos jornalistas e estudiosos eminentes, às vezes falando de Crookes e de Lombroso procuram desmerecê-los, acusando-os como possuídos de declínio de compreensão, no trato com os fenômenos espíritas. E, nesse movimento de acusações, perde-se um tempo precioso, a par de muitas energias que poderiam se empregar na construção do edifício da felicidade humana.
Fenômenos? O homem nunca encontrará outro maior que a vida de Jesus, localizada na História.
Mensagens elucidativas? Poderia haver alguma maior que a da palavra permanente do seu Evangelho?
É para vós, os espíritos sofredores da Terra, que o Espiritismo trouxe uma aleluia de esperanças e glorificações. Heróis obscuros e ignorados do mundo; alguém sabe dos vossos sacrifícios, de vossas renúncias e dedicações que o planeta terreno não pode conhecer!...
Chorai vossas lágrimas remissoras de olhos postos no Céu, onde se guardam todos os vossos prantos e onde são conhecidas todas as vossas preces e aspirações.
Aprendei nas experiências penosas da Terra a soletrar o abecedário do amor, da piedade e da resignação, porque se viveis a dolorosa angústia das almas infortunadas e incompreendidas no mundo, há no Céu quem vos estenda as suas mãos carinhosas e compassivas.
Trabalhai, sofrei e confiai na misericórdia divina, pois não foram pronunciadas para os espíritos satisfeitos e felizes aquelas divinas palavras:

“Bem aventurados os aflitos na Terra, pois que a eles pertencem as alegrias do Céu”.

Fim.


Extraído do livro Cartas de uma MORTA, de Chico Xavier, pelo espírito de Maria João de Deus.

Extraído do livro Sinal Verde, de Chico Xavier, pelo espírito de André Luiz.

sábado, 22 de outubro de 2011

Gentilezas Salvadoras


Gentilezas Salvadoras

“Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade". (Allan Kardec. E.S.E. Cap. IX. Item 6)


Quando você afasta do piso uma casca de fruta deixada pela negligência de alguém, não pratica apenas um ato de gentileza. Evita que algum desavisado escorregue, sofrendo tombo violento.



Ao ceder o lugar no transporte coletivo a um ancião, você não realiza um gesto de cortesia somente. Atende a um corpo cansado, poupando as energias de quem poderia ser seu genitor.



Se você oferece braço moço à condução de um volume, poupando aquele que o carrega, não pratica unicamente uma delicadeza. Contribui fraternalmente para o júbilo de alguém que, raras vezes, encontra ajuda.
Portando a boa palavra em qualquer situação, você não atende exclusivamente à finura do trato. Realiza entre os ouvintes o culto do verbo são, donde fluem proveitosos e salutares ensinamentos.



Silenciando uma afronta em público, você não atesta apenas o refinamento social. Poupa-se à dialogação violenta, que dá margem a ódios irremediáveis.



Se você oferece agasalho a algum desnudo, não só atende à delicadeza humana, por filantropia. Amplia a cultura da caridade pura e simples.



Ao sorrir, discretamente, dando ensejo a um desafeto de refazer a amizade, você não age tão-somente em tributo à educação. Apaga mágoas e ressentimentos, enquanto "está no caminho com ele".



Procurando ajudar um enfermo cansado a galgar e vencer dificuldades, você não procede imbuído apenas de gentileza. Coopera para que a vida se dilate no debilitado, propiciando-lhe ensejos evolutivos.



Atendendo impertinente criança que o molesta, num grupo de amigos, você não se situa só na formosura da conduta externa. Liberta um homem futuro de uma decepção presenteNo exercício da gentileza, a alma dilata recursos evangélicos e vive o precioso ensino do Mestre ao enfático doutor da lei, com afabilidade e doçura, quando Ele afirmou: "Vai e faze o mesmo!".

Autor: Marco Prisco
Psicografia de Divaldo Franco. Da obra: Glossário Espírita-Cristão



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Velhice Pede Desculpas


Desculpai-me esta face, que se fez resignada:
já não é a minha, mas a do tempo,
com seus muitos episódios.
Retrato da melhor idade.





A Velhice Pede Desculpas



Tão velho estou como árvore no inverno,
vulcão sufocado, pássaro sonolento.
Tão velho estou, de pálpebras baixas,
acostumado apenas ao som das músicas,
à forma das letras.

Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético
dos provisórios dias do mundo:
Mas há um sol eterno, eterno e brando
e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir.

Desculpai-me esta face, que se fez resignada:
já não é a minha, mas a do tempo,
com seus muitos episódios.

Desculpai-me não ser bem eu:
mas um fantasma de tudo.
Recebereis em mim muitos mil anos, é certo,
com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras.

Desculpai-me viver ainda:
que os destroços, mesmo os da maior glória,
são na verdade só destroços, destroços.

Cecília Meireles, in 'Poemas (1958)' 



Retrato antes da velhice.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

AMAI-VOS


AMAI-VOS

"Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade." - João. (I JOÃO, 3:18.)



Por norma de fraternidade pura e sincera, recomenda a Palavra Divina: "Amai-vos uns aos outros".

Não determina seleções.

Não exalta conveniências.

Não impõe condicionais.

Não desfavorece os infelizes.

Não menoscaba os fracos.

Não faz privilégios.

Não pede o afastamento dos maus.

Não desconsidera os filhos do lar alheio.

Não destaca a parentela consanguínea.

Não menospreza os adversários.

E o apóstolo acrescenta: "Não amemos de palavra, mas através das obras, com todo o fervor do coração".

O Universo é o nosso domicílio.

A Humanidade é a nossa família.

Aproximemo-nos dos piores, para ajudar.

Aproximemo-nos dos melhores, para aprender.

Amarmo-nos, servindo uns aos outros, não de boca, mas de coração, constitui para nós todos o glorioso caminho de ascensão.



EMMANUEL

(Do livro "Vinha de Luz", Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier, FEB)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Espiritismo: remédio para a violência...




Espiritismo: remédio para a violência...



O retrato social parece estar mais violento que nunca. Desde a violência infantil nos lares, a violência doméstica sobre mulheres, violência nas escolas, gangs, assaltos, violência entre países, violência social generalizada, terrorismo, enfim, tudo parece apontar para estarmos a viver num autêntico barril de pólvora, numa espécie de guerra não declarada, sempre à espera do primeiro estilhaço.

Todos são unânimes que este cenário não pode continuar, todos nos sentimos inseguros, os "media" destacam apenas o mal, na ânsia do dinheiro fácil, sanguinolento, rematando para o lixo notícias que apontem no sentido do bem, no sentido da paz.

Mudemos de cenário!

Domingo à tarde, Caldas da Rainha, Portugal. Tinha-me deslocado com a esposa e os 2 filhotes pequenos a uma superfície comercial. Ao sair, com pouco carros no parque de estacionamento, circulava a uns 20 kms/h, ainda a arrumar um papel ou outro. Uma buzinadela sonora, na retaguarda, lembrou-me que alguém tinha mais pressa. Encostei-me à direita. O condutor apressado, ao passar pela nossa viatura, ainda soltou um sonoro (sai daí óh lesma), ele também na presença da esposa e de duas crianças. Mas o que mais me fez refletir não foi a atitude mal educada, o mau exemplo que deu aos seus filhos, mas sim o olhar do condutor, colérico, parecendo deitar chamas de ódio.

Fiquei estupefato!

Num fim de tarde de um domingo, na presença de crianças, qual seria a causa daquela atitude intempestiva, seguida daquele olhar "mortal"?

Decerto, aquele condutor quando chegasse a casa e ligasse a TV seria o primeiro a insurgir-se contra a violência no mundo, contra a corrupção, contra o roubo, enfim contra os males sociais.

De imediato centrei-me em mim próprio, desligando-me do tal "olhar mortífero", e fiquei a meditar como sou imensamente feliz por ser espírita. Não que eu seja melhor que o outro condutor, (ele até podia estar num "dia mau", a que todos têm direito), mas porque o conhecimento da doutrina espírita dá-nos outra visão da vida, menos imediatista, mais global, o que se repercute inevitavelmente, pela positiva, na nossa maneira de viver no dia-a-dia.

O espírita avança no sentido da pacificação interior, da alteração

de atitudes no seu quotidiano, pacificando os que o rodeiam,

num contágio incessante que abraça todo o planeta.

Fiquei a pensar como seria bom que as pessoas conhecessem a ideia espírita (ciência, filosofia e moral), que não é mais uma seita nem mais uma religião, que soubessem, sentissem a certeza de que somos seres imortais, temporariamente num corpo de carne. Como seria bom que soubessem que a vida continua após a morte do corpo físico, como quem muda de casa, que é possível a comunicabilidade com aqueles que já nos precederam na grande viagem, que conhecessem o mecanismo da reencarnação, única explicação plausível para as dessemelhanças sociais, dessemelhanças de oportunidades de alegrias, de dores. Como seria bom que se embrenhassem na essência da doutrina espírita, assente na moral de Jesus de Nazaré (fazer ao próximo o que desejamos para nós próprios).

Fiquei a pensar numa pessoa que há dias me dizia: "vocês espíritas são diferentes", ao que eu rematei - "mas nem sempre somos melhores, mas esforçamo-nos para isso".

O conhecimento da doutrina espírita (começando pelo "O Livro dos Espíritos", "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e outros livros, todos de Allan Kardec) leva o homem a tornar-se mais fraterno, a ter vontade de servir, de ser útil, desinteressadamente. Ao sentir essa mudança íntima, avança no sentido da pacificação interior, da alteração de atitudes no seu quotidiano, e pacificando-se, pacifica os que o rodeiam, com as suas atitudes, num contágio incessante que abraça todo o planeta.

Fiquei a pensar como seria bom que todo o planeta tivesse acesso a este tesouro espiritual (a Doutrina Espírita), e da enorme responsabilidade dos espíritas em divulgá-lo o mais e melhor possível, não no afã de arrebanhar adeptos, mas sim no sentido de contribuir para a pacificação das consciências, dos países e do mundo.

Ou não fosse o poderoso deserto composto de minúsculos e "desprezíveis" grãos de areia...

Escrito por José Lucas Óbidos, Leiria, Portugal.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Evitando Obsessões...


Evitando Obsessões...



Não deixe de sonhar, mas enfrente as suas realidades no cotidiano.


Reduza suas queixas ao mínimo, quando não possa dominá-las de todo.


Fale tranquilizando a quem ouve.


Deixe que os outros vivam a existência deles, tanto quanto você deseja viver a existência que Deus lhe deu.


Não descreia do poder do trabalho.


Nunca admita que o bem possa ser praticado sem dificuldade.


Cultive a perseverança, na direção do melhor, jamais a teimosia em pontos de vista.


Aceite suas desilusões com realismo, extraindo delas o valor da experiência, sem perder tempo com lamentações improdutivas.


Convença-se de que você somente solucionará os seus problemas se não fugir deles.

Recorde que decepções, embaraços, desenganos e provações são marcos no caminho de todos e que, por isso mesmo, para evitar o próprio enfaixamento na obsessão o que importa não é o sofrimento que nos visite e sim a nossa reação pessoal diante dele.

Pelo Espírito André Luiz

Do livro "Paz e Renovação" - Francisco C. Xavier