quarta-feira, 31 de agosto de 2016

ANTE A MEDIUNIDADE
 
Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes.” JESUS — MATEUS, 10:8.
 
“Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor.
Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.” - Cap. 26, 10.
 
Mediunidade na bênção do auxílio é semelhante à luz em louvor do bem.
Toda luz é providencial.
Toda mediunidade é importante.
Reflitamos na divina missão da luz, a expressar-se de maneiras diversas.
Temo-la no alto de torres, mostrando rota segura aos navegantes; nos postes da via pública, a beneficio de todos; no recinto doméstico, em uso particular; nos sinais de trânsito, prevenindo desastres; nos educandários, garantindo a instrução; nas enfermarias em socorro aos doentes; nas lanternas humildes, que ajudam o viajor, à distância do lar; nas câmaras do subsolo, alentando o operário suarento, na conquista do pão.
Todo núcleo de energia luminosa se caracteriza por utilidade especifica.
Nenhum deles ineficiente, nenhum desprezível.
A vela bruxuleante que salva um barco, posto à deriva, é tão indispensável quanto o lustre aristocrático que se erige na escola, no amparo as inteligências transviadas na ignorância.
A candeia frágil que indica as letras de um livro, numa choça esquecida no campo, é irmã do foco vigoroso que assegura o êxito do salão cultural.
No que tange à luz, o espetáculo é acessório.
Vale o proveito.
Em matéria de mediunidade, o fenômeno é suplemento.
Importa o serviço.
Em qualquer tarefa das boas obras, deixa, pois, que a mediunidade te brilhe nas mãos.
Entre a lâmpada apagada e a força das trevas não há diferença.
Livro da Esperança
Psicografia Francisco Cândido Xavier – Espírito Emmanuel

 

terça-feira, 30 de agosto de 2016


Mãos à Obra

Emmanuel

 

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”.

Paulo. (I Cor., 14:26).

 

A igreja de Coríntio lutava com certas dificuldades mais fortes, quando Paulo lhe escreveu a observação aqui transcrita.

 

O conteúdo da carta apreciava diversos problemas espirituais dos companheiros do Peloponeso, mas podemos insular o versículo e aplicá-lo a certas situações dos novos agrupamentos cristãos, formados no ambiente do Espiritismo, na revivescência do Evangelho.

 

Quase sempre notamos intensa preocupação nos trabalhadores, por novidades em fenomenologia e revelação.

 

Alguns núcleos costumam paralisar atividades quando não dispõem de médiuns adestrados.

 

Por quê?

 

Médium algum solucionará, em definitivo, o problema fundamental da iluminação dos companheiros.

 

Nossa tarefa espiritual seria absurda se estivesse circunscrita a frequência mecânica de muitos, a um centro qualquer, simplesmente para assinalarem o esforço de alguns poucos.

 

Convençam-se os discípulos de que o trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se movimente cada qual no serviço edificante que lhe compete. Ninguém alegue ausência de novidades, quando vultosas concessões da esfera superior aguardam a firme decisão do aprendiz de boa vontade, no sentido de conhecer a vida e elevar-se.

 

Quando vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelação, o poder de falar e de interpretar de que já sois detentores e colocai mãos à obra do bem e da luz, no aperfeiçoamento indispensável.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016


O bem é incansável


“E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.” – Paulo. (2ª Epístola aos Tessalonicenses, 3:13.)

É muito comum encontrarmos pessoas que se declaram cansadas de praticar o bem. Estejamos, contudo, convictos de que semelhantes alegações não procedem de fonte pura.
Somente aqueles que visam determinadas vantagens aos interesses particularistas, na zona do imediatismo, adquirem o tédio vizinho da desesperação, quando não podem atender a propósitos egoísticos.
É indispensável muita prudência quando essa ou aquela circunstância nos induz a refletir nos males que nos assaltam, depois do bem que julgamos haver semeado ou nutrido.
O aprendiz sincero não ignora que Jesus exerce o seu ministério de amor sem exaurir-se, desde o princípio da organização planetária. Relativamente aos nossos casos pessoais, muita vez terá o Mestre sentido o espinho de nossa ingratidão, identificando-nos o recuo aos trabalhos da nossa própria iluminação; todavia, nem mesmo verificando-nos os desvios voluntários e criminosos, jamais se esgotou a paciência do Cristo que nos corrige, amando, e tolera, edificando, abrindo-nos misericordiosos braços para a atividade renovadora.
Se Ele nos tem suportado e esperado através de tantos séculos, por que não poderemos experimentar de ânimo firme algumas pequenas decepções durante alguns dias?
A observação de Paulo aos tessalonicenses, portanto, é muito justa. Se nos entediarmos na prática do bem, semelhante desastre expressará em verdade que ainda nos não foi possível a emersão do mal de nós mesmos.
 
Francisco Cândido Xavier
Pão Nosso
2o livro da Coleção “Fonte Viva”
(Interpretação dos Textos Evangélicos)
Ditado pelo Espírito
Emmanuel

domingo, 28 de agosto de 2016


A Piedade



A piedade é a virtude que mais vos aproxima dos anjos. É a irmã de caridade que vos conduz para Deus. Ah!, deixai vosso coração enternecer-se, diante das misérias e dos sofrimentos de vossos semelhantes. Vossas lágrimas são um bálsamo que derramais nas suas feridas. E quando, tocados por uma doce simpatia, conseguis restituir-lhes a esperança e a resignação, que ventura experimentais! É verdade que essa ventura tem um certo amargor, porque surge ao lado da desgraça; mas se não apresenta o forte sabor dos gozos mundanos, também não traz as pungentes decepções do vazio deixado por estes; pelo contrário, tem uma penetrante suavidade, que encanta a alma.
A piedade, quando profundamente sentida, é amor: o amor é devotamento é o olvido de si mesmo; e esse olvido, essa abnegação pelos infelizes, é a virtude por excelência, aquela mesma que o divino Messias praticou em toda a sua vida, e ensinou na sua doutrina tão santa e sublime. Quando essa doutrina for devolvida à sua pureza primitiva, quando for admitida por todos os povos, ela tornará a Terra feliz, fazendo reinar na sua face à concórdia, a paz e o amor.

O sentimento mais apropriado a vos fazer progredir, domando vosso egoísmo e vosso orgulho, aquele que dispõe vossa alma à humildade, à beneficência e ao amor do próximo, é a piedade, essa piedade que vos comove até as fibras mais íntimas, diante do sofrimento de vossos irmãos, que vos leva a estender-lhes a mão caridosa e vos arranca lágrimas de simpatia. Jamais sufoqueis, portanto, em vossos corações, essa emoção celeste, nem façais como esses endurecidos egoístas que fogem dos aflitos, para que a visão de suas misérias não lhes perturbe por um instante a feliz existência. Temei ficar indiferente, quando puderdes ser úteis! A tranqüilidade conseguida ao preço de uma indiferença culposa é a tranqüilidade do Mar Morto, que oculta na profundeza de suas águas a lama fétida e a corrupção.
Quanto a piedade está longe, entretanto, de produzir a perturbação e o aborrecimento de que se arreceia o egoísta! Não há dúvida que a alma experimenta, ao contato da desgraça alheia, confrangendo-se, um estremecimento natural e profundo, que faz vibrar todo o vosso ser e vos afeta penosamente. Mas compensação é grande, quando conseguis devolver a coragem e a esperança a um irmão infeliz, que se comove ao aperto da mão amiga, e cujo olhar, ao mesmo tempo umedecido de emoção e recolhimento, se volta com doçura para vós, antes de se elevar ao céu, agradecendo por lhe haver enviado um consolador, um amparo. A piedade é a melancólica, mas celeste precursora da caridade, esta primeira entre as virtudes, de que ela é irmã, e cujos benefícios prepara e enobrece.



MICHEL

Bordeaux, 1862


Evangelho Segundo Espiritismo Cap-XIII - Piedade

sábado, 27 de agosto de 2016

História de um médium
As observações interessantes sobre a doutrina dos Espíritos sucediam-se umas às outras, quando um amigo nosso, velho lidador do Espiritismo, no Rio de Janeiro, acentuou, gravemente:
- "Em Espiritismo, uma das questões mais sérias é o problema do médium..."
-  "Sob que prisma?" - Indagou um dos circunstantes.
-  "Quanto ao da necessidade de sua própria edificação para vencer o meio."
 - "Para esclarecer a minha observação - continuou o nosso amigo -  contar-lhe-ei a história de um companheiro dedicado, que desencarnou, há poucos anos, sob os efeitos de uma obsessão terrível e dolorosa."
Todo o grupo, lembrando os hábitos antigos, como se ainda estacionássemos num ambiente terrestre, aguçou os ouvidos, colocando-se à escuta:
-  "Azarias Pacheco -  começou o narrador -  era um operário despreocupado e humilde do meu bairro, quando as forças do Alto chamaram o seu coração ao sacerdócio mediúnico. Moço e inteligente, trabalhava na administração dos serviços de uma oficina de consertos, ganhando, honradamente, a remuneração mensal de quatrocentos mil réis.
Em vista do seu espírito de compreensão geral da vida, o Espiritismo e a mediunidade lhe abriram um novo campo de estudos, a cujas atividades se entregou sob uma fascinação crescente e singular.
Azarias dedicou-se amorosamente à sua tarefa, e, nas horas de folga, atendia aos seus deveres mediúnicos com irrepreensível dedicação. Elevados mentores do Alto forneciam lições proveitosas, através de suas mãos. Médicos desencarnados atendiam, por ele, a volumoso receituário.
E não tardou que o seu nome fosse objeto de geral admiração.
Algumas notas de imprensa evidenciaram ainda mais os seus valores medianímicos e, em pouco tempo, a sua residência humilde povoava-se de caçadores de anotações e de mensagens. Muitos deles diziam-se espíritas confessos, outros eram crentes de meia-convicção ou curiosos do campo doutrinário.
O rapaz, que guardava sob a sua responsabilidade pessoal numerosas obrigações de família, começou a sacrificar primeiramente os seus deveres de ordem sentimental, subtraindo à esposa e aos filhinhos as horas que habitualmente lhes consagrava, na intimidade doméstica.
Quase sempre cercado de companheiros, restavam-lhe apenas as horas dedicadas à conquista de seu pão cotidiano, com vistas aos que o seguiam carinhosamente pelos caminhos da vida.
Havia muito tempo perdurava semelhante situação, em face de sua preciosa resistência espiritual, no cumprimento de seus deveres.
Dentro de sua relativa educação medianímica,  Azarias encontrava facilidade para identificar a palavra de seu guia sábio e incansável, sempre a lhe advertir quanto à necessidade de oração e de vigilância.
Acontece, porém, que cada triunfo multiplicava as suas preocupações e os seus trabalhos.
Os seus admiradores não queriam saber das circunstâncias especiais de sua vida.
Grande parte exigia as suas vigílias pela noite a dentro, em longas narrativas dispensáveis. Outros alegavam os seus direitos às exclusivas atenções do médium. Alguns acusavam-no de preferências injustas, manifestando o gracioso egoísmo de sua amizade expressando o ciúme que lhes ia n'alma, em palavras carinhosas e alegres. Os grupos doutrinários disputavam-no.
Azarias verificou que a sua existência tomava um rumo diverso, mas os testemunhos de tantos afetos lhe eram sumamente agradáveis ao coração.
Sua fama corria sempre. Cada dia era portador de novas relações e novos conhecimentos.
Os centros importantes começaram a reclamar a sua presença e, de vez em quando, surpreendiam-no as oportunidades das viagens pelos caminhos de ferro, em face da generosidade dos amigos, com grandes reuniões de homenagens, no ponto de destino.
A cada instante, um admirador o assaltava:
-  "Azarias, onde trabalha você?..."
-  "Numa oficina de consertos."
-  "Ó! Ó!... e quanto ganha por mês?"
-  "Quatrocentos mil réis."
-  "Ó! mas isso é um absurdo... Você não é criatura para um salário como esse! Isso é uma miséria!...”
Em seguida outros ajuntavam:
-  "O Azarias não pode ficar nessa situação. Precisamos arranjar-lhe coisa melhor no centro da cidade, com uma remuneração à altura de seus méritos ou, então, poderemos tentar-lhe uma colocação no serviço público, onde encontrará mais possibilidades de tempo para dedicar-se à missão...”
O pobre médium, todavia, dentro de sua capacidade de resistência, respondia:
-  "Ora, meus amigos, tudo está bem. Cada qual tem na vida o que mereceu da Providência Divina e, além de tudo, precisamos considerar que o Espiritismo tem de ser propagado, antes do mais, pelos Espíritos e não pelos homens!...”
Azarias, contudo, se era médium, não deixava de ser humano.
Requisitado pelas exigências dos companheiros, já nem pensava no lar e começava a assinalar na sua ficha de serviços faltas numerosas.
A princípio, algumas raras dedicações começaram a defendê-lo na oficina, considerando que, aos olhos dos chefes, suas falhas eram sempre mais graves que as dos outros colegas, em virtude do renome que o cercava; mas, um dia, foi ele chamado ao gabinete de seu diretor que o despediu nestes termos:
"Azarias, infelizmente não me é possível conservá-lo aqui, por mais tempo. Suas faltas no trabalho atingiram o máximo e a administração central resolveu eliminá-lo do quadro de nossos companheiros."
O interpelado saiu com certo desapontamento, mas lembrou-se das numerosas promessas dos amigos.
Naquele mesmo dia, buscou providenciar para um nova colocação, mas, em cada tentativa, encontrava sempre um dos seus admiradores e conhecidos que obtemperava:
-  "Ora Azarias, você precisa ter mais calma!... Lembre-se de que a sua mediunidade é um patrimônio de nossa doutrina... Sossega, homem de Deus!... Volte à casa e nós todos saberemos ajudá-lo neste transe."
Na mesma data, ficou assentado que os amigos do médium se cotizariam, entre si, de modo que ele viesse a perceber uma contribuição mensal de seiscentos mil réis, ficando, desse modo, habilitado a viver tão somente para a doutrina.
Azarias, sob a inspiração de seus mentores espirituais, vacilava ante a medida, mas à frente de sua imaginação estavam os quadros do desemprego e das imperiosas necessidades da família.
Embora a sua relutância íntima, aceitou o alvitre.
Desde então, a sua casa foi o ponto de uma romaria interminável e sem precedentes. Dia e noite, seus consulentes estacionavam à porta. O médium buscava atender a todos como lhe era possível. As suas dificuldades, todavia, eram as mais prementes.
Ao cabo de seis meses, todos os seus amigos haviam esquecido o sistema das cotas mensais.
Desorientado e desvalido, Azarias recebeu os primeiros dez mil réis que uma senhora lhe ofereceu após o receituário. No seu coração, houve um toque de alarma, mas o seu organismo estava enfraquecido. A esposa e os filhos estavam repletos de necessidades.
Era tarde para procurar, novamente, a fonte do trabalho. Sua residência era objeto de uma perseguição tenaz e implacável. E ele continuou recebendo.
Os mais sérios distúrbios psíquicos o assaltaram.
Penosos desequilíbrios íntimos lhe inquietavam o coração, mas o médium sentia-se obrigado a aceitar as injunções de quantos o procuravam levianamente.
Espíritos enganadores aproveitaram-se de suas vacilações e encheram-lhe o campo mediúnico de aberrações e descontroles.
Se as suas ações eram agora remuneradas e se delas dependia o pão dos seus, Azarias se sentia na obrigação de prometer alguma coisa, quando os Espíritos não o fizessem. Procurado para a felicidade no dinheiro, ou êxito nos negócios ou nas atrações do amor do mundo, o médium prometia sempre as melhores realizações, em troca dos míseros mil réis da consulta.
Entregue a esse gênero de especulações, não mais pode receber o pensamento dos seus protetores espirituais mais dedicados.
Experimentando toda sorte de sofrimentos e de humilhações, se chegava a queixar-se, de leve, havia sempre um cliente que lhe observava:
-  "Que é isso, "seu" Azarias?... O senhor não é médium? Um médium não sofre essas coisas!...
Se alegava cansaço, outro objetava, de pronto, ansioso pela satisfação de seus caprichos:
-  "E a sua missão, "seu" Azarias?... Não se esqueça da caridade!..."
E o médium, na sua profunda fadiga espiritual, concentrava-se, em vão, experimentando uma sensação de angustioso abandono, por parte dos seus mentores dos planos elevados.
Os mesmos amigos da véspera piscavam, então, os olhos, falando, em voz baixa, após as despedidas:
-  "Você já notou que o Azarias perdeu de todo a mediunidade?..." -  Dizia um deles.
-  "Ora, isso era esperado -  redargüia-se -  desde que ele abandonou o trabalho para viver à custa do Espiritismo, não podíamos aguardar outra coisa."
-  "Além disso -  exclamava outro do grupo -  todos os vizinhos comentam a sua indiferença para com a família, mas, de minha parte sempre vi no Azarias um grande obsidiado."
-  "O pobre do Azarias perverteu-se -  falava ainda um companheiro mais exaltado  -  e um médium nessas condições é um fracasso para a própria doutrina..."
-  "É por essa razão que o Espiritismo é tão incompreendido! ¾ sentenciava ainda outro -  Devemos tudo isso aos maus médiuns que envergonham os nossos princípios."
Cada um foi esquecendo o médium, com a sua definição e a sua falta de caridade. A própria família o abandonou à sua sorte, tão logo haviam cessado as remunerações.
Escarnecido em seus afetos mais caros, Azarias tornou-se um revoltado.
Essa circunstância foi a última porta para o livre ingresso das entidades perversas que se assenhorearam de sua vida.
O pobre náufrago da mediunidade perambulou na crônica dos noticiários, rodeado de observações ingratas e de escandalosos apontamentos, até que um leito de hospital lhe concedeu a bênção da morte..."
O narrador estava visivelmente emocionado, rememorando as suas antigas lembranças.
-  "Então, quer dizer, meu amigo -  observou um de nós -  que a perseguição da polícia ou a perseguição do padre não são os maiores inimigos da mediunidade"...
- "De modo algum. -  Replicou ele, convicto. - O Padre e a política podem até ser os portadores de grandes bens."
E, fixando em nós outros o seu olhar percuciente e calmo, rematou a sua história, sentenciando, gravemente:
-  "O maior inimigo dos médiuns está dentro de nossos próprios muros!..."
 
(Recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 29 de abril de 1939).
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Humberto de Campos

sexta-feira, 26 de agosto de 2016


Ante o Além

 

A vida não termina

Onde a morte aparece.

Não te transformes saudade

Em fel nos que se foram.

 

Eles seguem contigo,

Conquanto de outra forma.

Dá-lhes amor e paz.

Por muito que padeças.

 

Eles também te esperam

Procurando amparar-te.

Todos estamos juntos,

Na presença de Deus.

 

Emmanuel

quinta-feira, 25 de agosto de 2016


Asseio Verbal

 

Nossa conversação, sem que percebamos, age por nós em todos aqueles que nos escutam.

 

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só o que for bom para promover a edificação” – Paulo (Efésios, 4:29).

 

Quanto mais se adianta a civilização, mais se amplia o culto à higiene.

Reservatórios são tratados, salvaguardando-se o asseio das águas.

Mercados sofrem fiscalização rigorosa, com vistas à pureza das substâncias alimentícias.

Laboratórios são continuamente revistos, a fim de que não surjam medicamentos deteriorados.

Instalações sanitárias recebem, diariamente, cuidadosa assepsia.

Será que não devemos exercer cautela e diligência para evitar a palavra torpe, capaz de situar-nos em perturbação e ruína moral?

Nossa conversação, sem que percebamos, age por nós em todos aqueles que nos escutam.

Nossas frases são agentes de propaganda dos sentimentos que nos caracterizam o modo de ser; se respeitáveis, traze-nos a atenção de criaturas respeitáveis; se menos dignas, carreiam em nossa direção o interesse dos que se fazem menos dignos; se indisciplinadas, sintonizam-nos com representantes da indisciplina; se azedas, afinam-nos de imediato, com os campeões do azedume.

Controlemos o verbo, para que não venhamos a libertar essa ou aquela palavra torpe. Por muito esmerada nos seja a educação, a expressão repulsiva articulada por nossa língua é sempre uma brecha perigosa e infeliz, pela qual perigo e infelicidade nos ameaçam com desequilíbrio e perversão.
 
Emmanuel

quarta-feira, 24 de agosto de 2016


Apelo

 

Meus amigos.

Não basta recolher os frutos do caminho. É necessário fazer luz dentro dele para que não nos percamos nas trevas.

Amealhar os benefícios imediatos do Espiritismo, procurando-lhe as gratificações consoladoras será compreensível para nós todos, mormente na hora escura que a Terra vai atravessando no inquietante período de transição da atualidade.

Entretanto, não basta fartar-se a alma de reconforto superficial, de vez que o alívio nem sempre significa solução.

Saibamos aproveitas as graças e os favores da Doutrina de Amor que nos enriquece de conhecimento e esperança, plasmando no espírito a renovação que nos é indispensável.

Para isso, descurar o Evangelho será esquecer a escola e menosprezar a lição.

Consagremos alguns minutos, cada dia, à procura de orientação com o Instrutor da Imortalidade.

Evangelho no coração para que aprendamos a sentir.

Evangelho no pensamento para que não nos falhe o equilíbrio.

Evangelho na palavra para que não nos prendamos à perturbação.

Evangelho nos braços para que a preguiça não nos faça cair em seus despenhadeiros de sofrimento.

Para isso, é necessário ler os ensinamentos do Senhor e meditar-lhes a essência, imprimindo rumo certo ao barco de nossa vida.

Sem a bússola, a embarcação vagueia sem rumo.

Sem Jesus, comandando o nosso interior, erraremos na Terra, no corpo ou fora dele, ao sabor das circunstâncias e das influências alheias à nossa vontade, à maneira de folhas ressequidas ao vento.

Honremos a luz celeste que nos trouxe a bênção do Espiritismo e, cultivando o Evangelho na consciência, na família, no lar e na luta coletiva, converteremos o coração em santuário vivo em que brilhará para sempre a Vontade do Nosso Divino Mestre e Senhor.

 

EMMANUEL