domingo, 31 de maio de 2015


A melhor técnica para se afastar um mau Espírito é o homem se tornar um espírito bom.
Como afirmava Chico Xavier, “não adianta o diabo assoprar onde não há brasas”. O que Chico Xavier quis dizer com esta frase?

Quis dizer que:

As sombras exteriores se ligam pelas sombras interiores.
* O que me liga a um Espírito maldoso é a maldade que alimenta as minhas atitudes e intenções.
* O que me une a um Espírito vingativo é a minha resistência em perdoar.
* O que me prende a um Espírito triste é a tristeza que cultivo em meu coração.
* O que me faz atrair energias negativas é a negatividade do meu modo de pensar, falar e agir.
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, afirma que “se não existissem homens maus na Terra, não haveria Espíritos maus ao redor da Terra”


Por isso: ORAI E VIGIAI. Reparemos mais em nós mesmos do que na interferência espiritual negativa que possa nos atingir. Não podemos ficar preocupados com o ladrão, precisamos, sim, trancar as portas para que ele não tenha acesso à nossa casa, principalmente à nossa casa mental.
 

 
(José Carlos de Lucca)

sábado, 30 de maio de 2015



Trovas de Irmão

Agora, depois da morte,
Percebo, de alma sofrida,
Que a vida que a gente leva
É o que se leva da vida.


Triunfos em pranto alheio?!...
Mentira...Conquista vã...
Muita grandeza de hoje
É a lágrima de amanhã.

Acende a luz da alegria
Sem que a sombra te degrade,
Prazer conjugado à culpa
É ovo de enfermidade.


Ante insultos do caminho,
Por mais que o golpe te doa.
Nunca reclames. Trabalha.
Nem condenes. Abençoa.

Pessoa que te injurie
Deixa que fique onde está,
Olvida, serve e perdoa,
Que a vida responderá.

 

Chiquito de Moraes

Do livro: Rosas com Amor, Médium: Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 29 de maio de 2015


Carta a Deus

Eu gostaria de dizer algumas palavras a Deus ou ao autor dos mecanismos punitivos que fazem o ser humano sofrer, seja quem for. São palavras que visam atingir a essência dos motivos pelos quais tais mecanismos foram criados:

Prezado Senhor da Vida,


Em primeiro lugar, não mais acho que a dor deva fazer parte dos mecanismos corretivos. Não seria mais adequado ensinar pelo amor, mesmo considerando o grau de ignorância da alma humana? A dor é uma espécie de alerta para que o ser humano perceba que algo não está indo bem, porém não seria melhor colocar-lhe um dispositivo que o lembrasse disso, mas que não lhe causasse a sensação de sofrimento? Talvez uma luz devesse se acender em sua consciência lembrando-lhe da necessidade de corrigir seu rumo ou então um mecanismo automático de alteração da rota. A necessidade de conscientizar-se da alteração poderia também ocorrer de tal forma que ele não precisasse repetí-la constantemente. Proponho em substituição à dor, o amor, através de uma leve sensação da necessidade de alterar as emoções, as idéias e os atos.


Em segundo lugar, gostaria de propor que as necessidades de castigar e castigar-se sejam substituídas pela compreensão da própria natureza humana. Nenhum mecanismo psíquico seria disparado para que o próprio ser humano se punisse nem sentisse, pela projeção, necessidade de agredir outrem. A punição visando o alívio da culpa seria substituída pela vontade firme de assumir as consequências pelos equívocos cometidos.


Em terceiro lugar, gostaria de dizer que deveriam ser modificados os processos dolorosos de sofrimento visando a educação da ignorância humana devido a atitudes inadequadas em suas vidas sucessivas. Que evitasse, por exemplo, deixar que mães vejam morrer seus filhos em tenra idade ou que o amor que alguém sente o leve a morrer sem nenhuma forma de reciprocidade. Que a reencarnação não se torne, como parece, um mecanismo de punição ao permitir alterações significativas nos corpos e no psiquismo de alguns pobres espíritos que trazem profundas marcas de nascença. Que, mesmo que seja necessário ao espírito vir com alterações físicas decorrentes do uso inadequado de seu livre arbítrio, que isso ocorra em etapas de tal forma que as alterações físicas sejam mínimas.


Em quarto lugar, sugiro que se altere o mecanismo corretivo daqueles que são chamados de doentes mentais. Que possibilite o surgimento de alguma forma de se detectar o que ocorre em seu íntimo, a fim de facilitar os processos de cura. Que a doença mental não seja tão estigmatizante a ponto de alienar o indivíduo por uma encarnação inteira, mas que proporcione meios de que aquilo cesse, mesmo que recomece em outra existência física. Permita-me pedir algum mecanismo de alívio e de percepção a nós outros que nos possibilite auxiliá-los, para que sofram menos e aprendam mais.


Eu gostaria que certas palavras não mais existissem, mas sei que elas apenas representam algo que é concreto e que se passa com o ser humano. São aquelas palavras que denotam inferioridades,misérias e agressividades de qualquer natureza. Peço Senhor, que dê uma ajudazinha para eliminá-las dos dicionários após erradicá-las da natureza humana com a conquista do equilíbrio de suas emoções, pensamentos, idéias e atos.


Eu gostaria, com Sua ajuda, de despertar nas pessoas os sentimentos mais nobres que possam levá-las à FELICIDADE SEM CULPA. De dizer-lhes que o amor existe e que a Vida pertence a Você, não necessitando medo de vivê-la, para que possam fazer multiplicar sobre a Terra a esperança e a felicidade.


Sei também, Senhor, que o amor quando ocorre, consciente ou inconscientemente, possibilita o despertar e a exteriorização de vibrações de criatividade mobilizadoras das inclinações superiores da Vida. Peço-Lhe que me permita alcançar a sabedoria necessária para despertar nos corações humanos o amor que os levará à retirada da culpa e assim então possam conseguir a felicidade.


Eu gostaria, Senhor, que não tomasse minhas palavras como uma reclamação ou uma incompreensão de Seus mecanismos educativos. Apenas proponho uma outra maneira. Sei que Sua inteligência já deve ter pensado nisso e não escrevo achando que possa ser diferente, mas quero Lhe dizer que assim procedo porque dói em mim mesmo. Dói por não saber o que fazer para minorar o sofrimento humano e por me sentir impotente diante de minhas próprias dores. Gostaria de contar com Sua compreensão e que possa me responder o mais breve possível.

Adenáuer Novaes

quinta-feira, 28 de maio de 2015


 

 

       Luta Contínua


Firmado o compromisso com Jesus, não te olvides das graves responsabilidades que assumiste perante a própria consciência assim como a Cósmica.


No grande litígio que se trava em toda parte, resultado da Sombra mórbida que domina a criatura humana, dificultando-lhe a ascensão ao planalto da plenitude, as Forças que se denominam adversárias, estão sempre vigilantes e combatendo-te sem descanso.


Insinuam-se no teu programa de realizações com sutileza ou intensidade irresistível, esperando qualquer brecha moral e emocional em ti, a fim de desarticular as tuas iniciativas.

Todos os teus projetos são vistos como desafios que elas devem combater, não cessando de buscar meios, para alcançar as metas infelizes a que se dedicam.


Enfermidades simulacros, olvidos inesperados, contrariedades frequentes, decepções variadas, desestímulos de todo porte, são-te impostos sempre que agasalhas as suas insinuações pérfidas.


Descobrirás inimigos que te surpreendem, e sequer os conheces, mas que se voltam contra o teu trabalho com o firme propósito de desacreditar-te no círculo em que te movimentas, assim como fora dele, ferindo-te nos belos labores a que te entregas.


Encorajadas pelos primeiros êxitos com os que te invejam e antipatizam com ou sem motivos reais, avançam, intempestivas, somando dificuldades no terreno por onde segues, confiando que desistirás.


Aumentam a fúria contra ti, na razão direta em que permaneces intimorato, sem preocupação com os males que ocasionam, procurando retirar preciosas lições de paciência e de compaixão para autoenriquecimento.


Esses inimigos espirituais são tirânicos, não descansando nunca e porque são destituídos de qualquer princípio ético, utilizam-se de todos os recursos possíveis para atingir-te, para derrubar-te um pouco mais à frente.


Sempre te chocam as informações desses adversários do teu trabalho, da tua pessoa, em razão da tua conduta pautada dentro das linhas do Evangelho. Se és fiel ao compromisso, taxam-te de fanático, ortodoxo, enfermo. Se negligencias em algo ou, se por acaso não consegues viver o que preconizas, apontam-te como hipócrita, mentiroso, covarde, traidor dos postulados abraçados.


Por mais as farpas do ódio gratuito te alcancem, prossegue adiante com as tuas possibilidades, mínimas que sejam, não te defendendo, não gastando tempo em sofrimento inútil, não te imobilizando, pois que o objetivo que têm é exatamente esse.


Quanto mais firme permaneças, mais acusado e contraditado serás, porque te considerarão inimigo ferrenho delas.


Haja o que houver, nunca desanimes, nem dês atenção aos impedimentos. Todos os desafios existem para estimular o crescimento do ser humano, proporcionar-lhe as realizações dignificantes.

Jamais receies a vitória do mal, porque tens ao teu lado os anjos tutelares que nunca te abandonam e te ajudam de maneira discreta ou visível, conforme a circunstância, demonstrando que não estás a sós.


Não podem nem devem esses benfeitores impedirem as ocorrências negativas, nem os testemunhos, porque te empurrariam para a inutilidade ou para a preguiça moral.


Ademais, tens dívidas na contabilidade divina, que te cabe resgatar, e, por isso, o Senhor da Vinha permite que sejas convidado à regularização dos antigos deslizes morais e espirituais.

Ele próprio, no Seu tempo entre nós, sempre esteve cercado pelas personagens desditosas dessas legiões maléficas, que as utilizavam em tentativas inúteis de confundi-lO, de lançá-lO contra Roma ou o Sinédrio...

Ele, sempre compreendeu a situação, pois que escolheu uma das épocas mais perturbadoras que viveu Israel, a fim de semear a esperança e a paz.


De todo lado surgiam exaltados no bem e no mal, defensores de ocasião, revolucionários apaixonados, messias equivocados, que desejavam libertar o país da subjugação, terminando em mortes horrendas pelo poder das legiões romanas aquarteladas por todo lado.


Sóbrio e, sábio, Ele procurou ensinar a mansidão e a cordura, a compaixão e o cumprimento dos retos deveres, a misericórdia e a humildade, demonstrando que o Seu reino não é deste mundo. E mesmo assim, não foi poupado de infâmias, de ultrajes, de acusações injustas dos perenes inimigos encarnados e desencarnados da humanidade.


Também tu não te verás livre de equivalentes injunções, de perseguições persistentes, que fazem parte do programa de sublimação de todos os servidores fiéis.


Insiste na tua campanha de amor, não dando campo à autocompaixão, nem ao sofrimento, pois que não fazem parte do teu esquema evolutivo.


Supera as proposituras do ego, compreendendo que a Sombra que te sitia os passos provém das tuas tendências inferiores que ainda não conseguiste superar.


Ora mais, mantendo a tua mente antenada com Aquele a quem amas e é o dono da seara.


Desse modo, não te deprimas quando descobrires novos combatentes que se comprazem em infernizar-te as horas.

Enriquece-as de luz e de paz, de alegria pelo trabalho realizado, pelas palavras de bondade daqueles que seguem contigo e são teus irmãos e amigos, nunca dando valor ao mal, que se desenvolve na razão direta em que é aceito.

Numa sociedade em que o consumismo, o utilitarismo, os desvios de conduta e a violência tornam-se naturais, é realmente estranhável a conduta saudável, o idealismo nobre e desinteressado das retribuições mundanas, o devotamento do bem incessantemente...


Quanto mais atacado estejas, compreende que isso é resultado da tua imbatível decisão de persistir na ação, jamais arrefecendo o entusiasmo e nunca te afastando do compromisso com Jesus que te espera em triunfo após o portal de cinzas da desencarnação

Joanna de Ângelis

quarta-feira, 27 de maio de 2015


Luta

Aí na Terra, as bem-aventuranças
São o sonho que o Espírito agasalha,
Mas, mesmo após a morte, a alma trabalha
Buscando o céu das suas esperanças.

Muita vez, quando pensas que descansas,
Além te espera indômita batalha,
Onde o suposto gozo se estraçalha
Sob o guante acerado das provanças.

Para cá do sepulcro a dor antiga,
Que nos traz o desânimo, a fadiga,
Sob a luz da verdade se atenua;

A febre das paixões desaparece,
O Espírito a si mesmo reconhece,
Mas a luta infinita continua.

Raul de Leoni

terça-feira, 26 de maio de 2015

Numa Cidade Celeste
Quando Joaquim Pires desencarnou, crente sincero e praticante assíduo que fora do Evangelho, procurou, incontinenti, as portas do céu.
Combatera as próprias paixões, distribuíra benefícios sem cogitar de recompensa, humilhara- se em favor dos outros, sempre que as circunstâncias lhe aconselhavam serenidade e renúncia.
Em suma, Joaquim fora um homem bom. Todavia, como vivemos sobremaneira distanciados das criaturas perfeitas, andava preocupado com a idéia de repousar no paraíso. Não tivera ocasião de provar-se em testemunhos reconhecidamente difíceis e angustiosos. No entanto,
acariciava o propósito de anestesiar-se no "outro mundo". Queria descansar, esquecer, embriagar-se no êxtase divino...
"Morreu", por isso, sem receio algum. Despediu-se, quase
contente, dos familiares. Parecia andorinha humana, no júbilo de buscar a primavera noutras paragens. E, como efeito, tantos méritos detinha consigo, que prodigioso trilho de luz assinalava-lhe o caminho, desde o túmulo até as portas de uma cidade resplandecente.
Aí chegado, Joaquim, premido pela emoção, empalidecera de
regozijo, enlevado, notou que, lá dentro, havia felicidade e luz, mas inequívocos sinais de trabalho também... Ruídos de atividade salutar e sons de campainhas inquietas alcançaram-lhe os ouvidos surpresos.
Antes de se entregar a maiores perquirições íntimas, simpático mensageiro veio recebê-lo no limiar.
-É aqui o paraíso? - inquiriu à maneira do sertanejo bisonho
que visita grande metrópole pela primeira vez.
-Sim - informou o interpelado, gentilmente -, estamos numa
cidade celestial.
Quer dizer, então, em boa geografia, que já não respiramos a atmosfera da carne... - tornou o recém-chegado, hesitante.
-Não tanto - esclareceu o enviado fraterno.
De tímpanos aguçados, Pires registrou a chamada dos clarins de serviço e considerou, tímido:
-Meu amigo, que eu não sou mais do número dos "vivos"...
O outro completou-lhe a frase reticenciosa, asseverando: -Não padece qualquer dúvida...
-Mas - prosseguiu o "morto" adventício -, trabalham, ainda, aqui?
-Muitíssimo.
-Há, nesta cidade, horários, distribuição de tarefas,
responsabilidades individuais, disposições de lei, lutas e conflitos?
O mensageiro esboçou expressivo gesto de complacência e
observou: - Acredita que a morte da carne, mero fenômeno da Natureza, purifique o Espírito milagrosamente? Temos enorme serviço a fazer, e o repouso para nós é lição, reparo ou estímulo. Nossa felicidade não se cristalizaria em altares imóveis.
-Oh! - clamou Joaquim aflito - a justiça ensinava-me no mundo que há um paraíso para os bons e um inferno para os maus.
-E você - interrogou o companheiro, intencionalmente - se
julga perfeitamente bom?
-Não - respondeu Pires com humildade não fingida - sou um
pecador, bem o reconheço; contudo... Francamente, não admitia houvesse tanto serviço após o sepulcro.
-Suporá inoportuno e intempestivo nosso propósito de luta e solidariedade, melhoria e reconstrução? Quem não é infinitamente bom, deve amparar quem não é infinitamente mau. É imprescindível atender aos imperativos da vida.
Só Deus é o Absoluto.
-Sim, compreendo... - resmungou Joaquim, descoroçoado -
todavia, sonhava com a paz perpétua.
E continuou:
- Existe aqui chefia e subalternidade?
- Perfeitamente.
- Servidores melhores e piores? - Sim, em mais elevado padrão de justiça e aproveitamento.
- Há estudos e provas, especializações e obrigações?
- Muito além dos ensaios que efetuamos na Terra...
- Há probabilidades de erro e dúvida, discussão e negação?
- Em todas as rotas de ação, porque o livre-arbítrio da alma
evolvida é naturalmente a cooperar na estruturação dos destinos, com a supervisão da Vontade de Deus.
- Conseqüentemente - prosseguiu Joaquim -, há reparações e punições, desequilíbrios e dificuldades.
- Exatamente. Você não ignora que onde o erro é possível deveexistir recurso para a corrigenda.
O recém-desencarnado meditou, meditou e aduziu:
- Procuro o repouso inalterável... Quem sabe resplandece em esfera mais elevada o céu que busco?
- Assim não é - disse-lhe o interlocutor. Quanto mais alto
subir, mais trabalho encontrará, embora em condições diferentes.
Pires, sentou-se, apalermado, sob indizível abatimento.
O emissário fixou um gesto de bom humor e acentuou com
clareza: - Parece-me que o paraíso, sonhado por você, é o éden da espécie "Limax arborum". Essas criaturas, que no fundo são igualmente filhas de Deus, organizam o próprio lar, através de folhas e flores.
Aquietam-se e dormem descansadas sob a claridade do firmamento. Nada perguntam. Não riem, nem choram. Desconhecem os enigmas. Não sabem o que vem a ser aflição ou dor de cabeça. Alimentam-se daquilo que
encontram nas árvores preciosas da vida. Ignoram se há guerra ou paz, dificuldade ou pesadelo entre os homens. Vivem alheias aos dramas biológicos, aos conflitos espirituais e, se um cataclismo fulminasse o Universo em que nos achamos, não registrariam grandes diferenças...
-Oh! - gritou Joaquim, repentinamente entusiasmado - quem são esses seres privilegiados?
-São as lesmas - esclareceu o emissário, sorrindo -, e se
você descer, suficientemente, encontrará o paraíso delas...
Joaquim modificou a expressão facial e, embora consternado, quando ouviu falar em lesmas, resolveu entrar.
Irmão X

segunda-feira, 25 de maio de 2015


A Dor

A dor é a nossa companheira até o momento de nossa integração total com a Divina Lei.

Recebe-nos no mundo, oculta nos berços enfeitados, espreita-nos no colo materno e segue-nos a experiência infantil...

Depois, observa-nos a mocidade, misturando seus raios, quase sempre incompreensíveis, com os nossos cânticos de esperanças e, atravessado o pórtico de nossa comunhão com a madureza espiritual, incorpora-se à nossa luta de cada instante...

Respira conosco, infatigavelmente marcha ao nosso lado, passo a passo, e, ainda que não queiramos, lê, sem palavras para o nosso coração, a cartilha da experiência.


Então, algo renovador se realiza dentro de nós, sem que percebamos, e, um dia, comparece em nossa estrada, conduzindo-nos à morte e à aparente separação; mas, se aceitamos as bênçãos do seu apostolado sublime, converte-se, a estranha companheira dos nossos destinos, em suave benfeitora, preparando-nos para a vitória divina, de vez que só ela é bastante forte e bastante serena para sustentar-nos até o ingresso feliz, no Reino Celestial.

Meimei

Do livro: Relicário de Luz, Médium Francisco Cândido Xavier - Autores Diversos

domingo, 24 de maio de 2015


Renovação

Engajados nos iluminativos serviços da Seara de Jesus, faz-se imprescindível que o trabalhador modesto da Oficina de Luz empenhe-se, com todos os esforços para:


ser amigo, abrindo mão da animosidade desgastante;


ser verdadeiro, deixando de lado a aparência enganadora;


ser moderado em todas as coisas, rompendo com o estouvamento nefasto;


ser autêntico junto àquilo em que crê, evitando contatos com a hipocrisia;


ser altruísta, desapegando-se da tormenta egoística;


ser trabalhador eficiente, sem atrelar-se à pachorra ou à preguiça que degenera a alma;


ser manso, desenlaçando-se dos vínculos com a violência;


ser prudente, sabendo isolar-se das armadilhas da imperícia;


ser homem de fé, cumprindo com os compromissos na esfera do bem renovador, em todo lugar;


ser disposto ao estudo sério, desligando-se da praça da ignorância que limita e oprime;


ser bom, sem pieguismo, desfazendo as nódoas do mal enquistante;


ser afetuoso, sem jungir-se à inconveniência;


ser caridoso, cooperando lucidamente com o crescimento dos irmãos do caminho evolutivo;


ser o cristão verdadeiro, mantendo-se fiel aos ensinos do Mestre, exemplificando com a própria vida o conteúdo que transmite através da palavra.



Somente desse modo, construindo sobre os escombros do homem velho enfermo, a edificação do homem realmente cristianizado, deparar-nos-emos com a realização dos propósitos divinos que são, em última análise, a condução da criatura humana para os Altos da renovação espiritual.

Ivan de Albuquerque

sábado, 23 de maio de 2015


Uma Frase de Dom Helder

Deparei-me com uma frase, em um livro de pedagogia, atribuída ao notável D. Hélder Câmara (1909-1999), que me despertou reflexões de grave importância. Essa incomparável personalidade da história brasileira, “(...) Devido a sua atuação política e social, sua pregação libertadora em defesa dos mais pobres, seja pela denúncia da exploração dos países subdesenvolvidos, ou pela sua pastoral religiosa em prol da valorização dos pobres e leigos, foi chamado de comunista, e passou a sofrer retaliações e perseguições por parte das autoridades militares. Foi impedido de ter acesso aos meios de comunicação de massa e de divulgar suas mensagens durante todo o período ditatorial. (...) escreveu diversos livros que foram traduzidos em vários idiomas, entre os quais, japonês, inglês, alemão, francês, espanhol, italiano, norueguês, sueco, dinamarquês, holandês, finlandês.

Recebeu cerca de seiscentas condecorações, entre placas, diplomas, medalhas, certificados, troféus e comendas. Foi orador de massas no Brasil e no exterior, onde expressou, com densidade e força, seus ideais, posicionamentos, questionamentos religiosos, políticos e sociais. Foi distinguido com 32 títulos de Doutor Honoris Causa, vinte e quatro prêmios dos mais diversos órgãos internacionais. Diversas cidades brasileiras concederam-lhe cerca de 30 títulos de cidadão honorário. E é lembrado na história da Igreja Católica Apostólica Romana, no Brasil e no mundo, como um Apóstolo, que soube honrar o Brasil e usar o carisma de defensor da paz e da justiça para os filhos de Deus. (...)”, deixou-nos, entre tantas, a seguinte reflexão que ora trazemos aos leitores:


Diante do colar – belo como um sonho – admirei, sobretudo, o fio que unia as pedras e se imolava, anônimo para que todos fossem um...


Notem os leitores a profundidade, grandeza e alcance da frase. Ela cabe no sentido individual, no seio de uma família, numa cidade, na sociedade brasileira e até no planeta. Quantas interpretações notáveis não estão enquadradas na palavra “fio”?!


Para estarmos unicamente numa abordagem, até pela limitação de espaço, pensemos em termos de sociedade brasileira. O “fio” podemos enquadrar no comportamento de cada cidadão, na honestidade e ética que apliquemos a nós mesmos. Ou, por outro lado, igualmente podemos compará-lo com a tolerância que nos devemos aplicar uns aos outros, nos conflitos de relacionamento, para se evitar tantas “trombadas” na defesa das próprias ideias, aí aplicado o bom senso para que o “pavio” dessa tolerância não seja curto nem longo demais, mas dentro da medida que o bom senso recomenda.


Não é este fio que está faltando em cada um de nós, brasileiros, cidadãos?


Não é o fio de pensar antes na necessidade coletiva que na nossa egoística, individual? Pois é justamente o interesse pessoal e a indiferença coletiva que está mantendo o grave momento coletivo da humanidade, em todo e qualquer sentido que queiramos analisar. Breve reflexão confirmará a tese...


Ora, o dito fio cabe nos relacionamentos, enquadra-se no momento de violências que vivemos, sugere o equilíbrio individual, situa-se muito bem dentro da harmonia que se deve construir em família e agiganta-se quando o utilizamos em termos de sociedade brasileira ou mundial. O egoísmo individual, a desarmonia familiar ou essa inquietude interior de cada um está causando a confusão generalizada.


Acalmemo-nos, pois, interiormente, unindo dentro de nós mesmos as pérolas ou pedras do colar de harmonia que podemos construir, inclusive e principalmente com a família, para que essa harmonia reflita-se em sociedade através do respeito, da ética, da bondade, da tolerância, da solidariedade, da atenção...


Ao invés dos interesses individuais, unamo-nos nos interesses comuns da coletividade e todos saberemos nos respeitar individualmente...


Nota do autor: a transcrição biográfica, parcial, acima utilizada, foi extraída do site www.fundaj.gov.br

Orson Carrara

sexta-feira, 22 de maio de 2015


O Filho do Orgulho

O melindre – filho do orgulho – propele a criatura a situar-se acima do bem de todos. É a vaidade que se contrapõe ao interesse geral.


Assim, quando o espírita se melindra, julga-se mais importante que o Espiritismo e pretende-se melhor que a própria tarefa libertadora em que se consola e esclarece.

O melindre gera a prevenção negativa, agravando problemas e acentuando dificuldades, ao invés de aboli-los. Essa alergia moral demonstra má vontade e transpira incoerência, estabelecendo moléstias obscuras nos tecidos sutis da alma.


Evitemos tal sensibilidade de porcelana, que não tem razão de ser.


Basta ligeira observação para encontrá-la a cada passo:

É o diretor que tem a sua proposição refugada e se sente desprestigiado, não mais comparecendo às assembleias.


O médium advertido construtivamente pelo condutor da sessão, quanto à própria educação mediúnica, e que se ressente, fugindo às reuniões.


O comentarista admoestado fraternalmente para abaixar o volume da voz e que se amua na inutilidade.


O colaborador do jornal que vê o artigo recusado pela redação e que se supõe menosprezado, encerrando atividades na imprensa.


A cooperadora da assistência social esquecida, na passagem de seu aniversário, e se mostra ferida, caindo na indiferença.

O servidor do templo que foi, certa vez, preterido na composição da mesa orientadora da ação espiritual e se desgosta por sentir-se infantilmente injuriado.


O doador de alguns donativos cujo nome foi omitido nas citações de agradecimento e surge magoado, esquivando-se a nova cooperação.


O pai relembrado pela professora das aulas de moral cristã, com respeito ao comportamento do filho, e que, por isso, se suscetibiliza, cortando o comparecimento da criança.

O jovem aconselhado pelo irmão amadurecido e que se descontenta, rebelando-se contra o aviso da experiência.

A pessoa que se sente desatendida ao procurar o companheiro de cuja cooperação necessita, nos horários em que esse mesmo companheiro, por sua vez, necessita de trabalhar a fim de prover a própria subsistência.

O amigo que não se viu satisfeito ante a conduta do colega, na instituição, e deserta, revoltado, englobando todos os demais em franca reprovação, incapaz de
reconhecer que essa é a hora de auxílio mais amplo.

O espírita que se nega ao concurso fraterno somente prejudica a si mesmo.


Devemos perdoar e esquecer se quisermos colaborar e servir.

A rigor, sob as bênçãos da Doutrina Espírita, quem pode dizer que ajuda alguém?


Somos sempre auxiliados.


Ninguém vai a um templo doutrinário para dar, primeiramente.

Todos nós aí comparecemos, antes de tudo, para receber, sejam quais forem as circunstâncias.


Fujamos à condição de sensitivas humanas, convictos de que a honra reside na tranquilidade da consciência, sustentada pelo dever cumprido.


Com a humildade não há o melindre que piora aquele que o sente, sem melhorar a ninguém.


Cabe-nos ouvir a consciência e segui-la, recordando que a suscetibilidade de alguém sempre surgirá no caminho, alguém que precisa de nossas preces, conquanto curtas ou aparentemente desnecessárias.


E para terminar, meu irmão, imagine se um dia Jesus se melindrasse com os nossos incessantes desacertos...

o     Caibar Schutel


 

Do livro: O Espírito da Verdade, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

quinta-feira, 21 de maio de 2015


Fé e Obras

“A fé se não tiver obras, é morta em si mesma”. TIAGO 2:l7

Imaginemos o mundo transformado num templo vasto, respeitável sem dúvida, mas plenamente superlotado de criaturas em perene adoração ao Céu.


Por dentro, a fé reinando sublime: Orações primorosas...


Discursos admiráveis... Louvores e cânticos...


Mas, por fora, o trabalho esquecido: Campos ao desamparo...

Enxadas ao abandono... Lareiras em cinza...


De que teria valido a exaltação exclusiva da fé, senão para estender a morte no mundo que o SENHOR nos confiou para a glória da vida?


Não te creias, desse modo, em comunhão com a Divina Majestade, simplesmente porque te faças cuidadoso no culto externo da religião a que te afeiçoas.


Conhecimento nobre exige atividade nobre.


Elevação espiritual é também dever de servir ao Eterno Pai na pessoa dos semelhantes.


É por isso que fé e obras se completam no sistema de nossas relações com a vida superior.


Prece e trabalho.


Santuário e oficina.


Cultura e caridade.


Ideal e realização.


Nesse sentido, Jesus é o nosso exemplo indiscutível.


Não se limitou o Senhor a simples glorificação de DEUS nos Paços Divinos, quanto à edificação dos homens. Por amor infinitamente a Deus, na Sublime Tarefa que lhe foi cometida, desceu à esfera dos homens e entregou-se à obra do Amor infatigável, levantando-nos da sombra terrestre para a Luz Espiritual.

Emmanuel

Do livro: Palavras de Vida Eterna, Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 20 de maio de 2015


Maledicência
No livro “A essência da amizade”, encontramos um precioso texto de autoria de Huberto Rohden, que trata da velha questão da maledicência.

Com o título de Não fales mal de ninguém, o referido autor tece os seguintes comentários:

“Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.

Qual a razão última dessa mania de maledicência?

É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.

Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.

A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma.

Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.

Esses homens julgam necessário apagar luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.

São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.

Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.

Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros.

Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar doentes os outros para gozar a consciência da saúde própria.”(...)

“As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência.

Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido com whisky, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.”


A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens.
Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.

Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras.

Fala-se muito por falar, para “matar tempo”.

A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.

Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem
conflitos e resolvem dificuldades.

Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.

Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões, enceguecidas que se atiraram sobre outras nações, transformando-as em ruínas.

Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel.

Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio.

São enfermos em demorado processo de reajuste.

Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.

Pense nisso!

Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas.

Evitemos a censura.

A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.

Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente.

Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.

Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina.

Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, “a boca fala do que está cheio o coração”.

Pensemos nisso.
Texto extraido do site http://www.momento.com.br