segunda-feira, 29 de setembro de 2014


Holocausto à Fé
A mensagem rutilante avançava gloriosa por quase todo o Império.

No Oriente, a Palavra alcançara o Egito, Bizâncio, Cartago, Líbia e se ampliara imensamente em Israel, mesmo sob perseguições insanas...
No Ocidente, galvanizava as vidas que se dedicavam a Jesus, pela imensidão da Espanha, das Gálias, da Península Itálica e particularmente na capital do Império, com incomparáveis demonstrações de fidelidade que culminava com o sacrifício da própria vida, abalando as estruturas hegemônicas das Legiões...

Depois das calamitosas perseguições que se prolongaram com mais ou menos vigor, Roma havia amenizado o cerco à doutrina do Crucificado, e embora não fosse aceita legalmente, conseguira erguer igrejas, difundir os ensinamentos, publicar as lições incomparáveis do Mestre, realizar reuniões...

Penetrando as classes dominantes, era praticada por comandantes de algumas tropas e seus soldados, por governantes de cidades e pelo povo...

Diocleciano, após muitas lutas sangrentas assumira a governança geral de todo o Império em 284, embora dividisse algumas regiões com outros guerreiros, logo percebendo o perigo que ameaçava a unidade de Roma, que se espalhava por, praticamente, todo o mundo conhecido, porquanto, não poucos generais e comandantes de legiões vinculados à
cristã, recusavam-se a guerrear, não matando quem quer que fosse, e a impor as leis severas que se faziam necessárias para impedir as sedições e a fragmentação.


Advertido, mais de uma vez, por alguns generais pagãos que se opunham à fraternidade e à
doutrina contrária aos deuses das suas tradições politeístas, encomendou o primeiro Édito, firmado no dia 23 de fevereiro de 303, data reservada á celebração da festa da Terminália, que se tratava de homenagear o deus Terminus, protetor das famílias e das fronteiras, coibindo a expansão da doutrina cristã, autorizando a queima dos documentos da nascente e a punição dos que se opunham a atender aos deveres do Estado... A seguir, mandou preparar mais dois Éditos, que se transformaram em instrumentos de perseguição sistemática e cruel, variando de acordo com a região em que eram aplicados, caracterizando o pior e o mais perverso período enfrentado pelos novos cristãos.

As mais terríveis técnicas foram aplicadas para que abjurassem a e homenageassem os deuses.

Os holocaustos ficariam célebres pela rudeza da aplicação das penas, especialmente nos líderes das igrejas como em relação ao poviléu.

Propunha-se que abjurassem a
crença e teriam a benevolência do Imperador. Mas quase todos, apenas um pequeno número de apóstatas, permaneceram fiéis e estoicamente enfrentaram os algozes perdoando-os como fizera Jesus.

Em Antioquia, como em Roma, alongando-se pelas Províncias, mesmo as mais distantes da capital, os cristãos eram queimados vivos em grelhas e postes, decapitados, empalados, atirados às feras, mandados ao trabalho forçado em minas perigosas de onde nunca poderiam sair com vida...

Um pouco antes, por volta do ano 280, Maximiano avançou com a Legião Tebana que fazia parte do seu exército, conseguindo a vitória almejada. Por ocasião do retorno a Agaunum, na Suíça, Maximianus, exultante, impôs que todo o exército deveria homenagear os deuses e fazer sacrifícios, coroando os atos com a proposta de execução de alguns cristãos que estavam aprisionados.

Ocorreu o inesperado, porque a Legião Tebana, comandada pelo capitão Maurício, negou-se a fazê-lo, já que era constituída de cristãos, não atendendo à imposição de celebrar os ritos impostos...

Contrariado, Maximinus sendo desobedecido, impôs que a Legião fosse dizimada, isto é, um entre dez soldados fosse assassinado. Ninguém recuou, e o processo hediondo prosseguiu até a destruição da Legião, inclusive, com a morte do seu comandante, ampliando-se por outras partes do Império...

Diocleciano e seus sequazes, logo após o primeiro Édito, destruíram igrejas, e somente não as incendiaram porque receavam o alastramento das chamas, tendo em vista que as mesmas haviam sido construídas ao lado de grandes edifícios.

É nesse período de hediondez que desaparecem os preciosos documentos originais que narram a história do Evangelho e do suave Rabi, todos ou quase todos reduzidos a cinzas...

Essa página de hediondez histórica permaneceu em atividade perversa por dez anos, somente sendo modificada no dia 13 de junho de 313, quando Constantino e Licínio propuseram o Édito de Milão, iniciando-se uma nova era para a cristã.

A liberalidade do novo Imperador logo transformou o Cristianismo em doutrina do Estado, conspurcando a pureza do comportamento moral dos seus adeptos, ceifando a humildade e a simplicidade nascidas na Manjedoura de Belém, tornando-o poderoso e infiel.

Ao longo do tempo, a fim de manter a autoridade e o poder terreno, face à perda dos valores morais, os seus escritores e copistas adulteraram os fatos, interpolaram as informações, falsificaram os ensinamento, criaram dogmas ultrajantes, compatíveis com as formulações políticas e arbitrárias, dando lugar às lamentáveis perseguições aos herejes que eram todos aqueles que não compactuavam com os absurdos estabelecidos pelo Papa e pelo Colégio dos Cardeais, assim como pelos membros da organização em defesa da ...

As inqualificáveis Cruzadas são as heranças absurdas da temeridade do poder dos Papas e Reis alucinados pelas glórias do mundo, mais tarde ampliadas pela Inquisição que se utilizou dos mesmos métodos que Diocleciano usara, aprimorados pela volúpia da loucura humana que se alastrava...

Foi transformada a Mensagem em força de destruição contra os judeus e ou mouros, contra os albigenses, que tinham também direito à vida, por serem as outras ovelhas que não eram do rebanho, conforme se referira Jesus.

O inevitável progresso, porém, através dos tempos futuros rompeu a densa treva da ignorância e de alucinação, libertando os asfixiados ideais humanos de liberdade, de fraternidade e de dignidade, ao tempo em que o ser humano alcançou e compreendeu as leis do Universo, relegando ao olvido a presunção e prepotência dogmáticas...

Novos tempos, novos conteúdos comportamentais e decadência da cristã, dividida, na atualidade, pelo fanatismo dos neopentecostalistas e dos indiferentes vinculados à tradição, deixando as massas sofredoras ao abandono e à desordem moral.

Nada obstante, graças ao advento de O Consolador, renasce a Mensagem dúlcida e simples de Jesus, evocando o sublime Amigo, que prossegue convidando aqueles que O amam ao holocausto pela e à abnegação na tarefa do amor em todas as suas dimensões.

Os cristãos novos, sem dúvida, os mesmos que antes conspurcaram a nobre doutrina, encontram-se na liça, buscando restaurar a pulcritude do Evangelho, promovendo o ser humano e construindo a nova era, não estando indenes ao holocausto, certamente diverso daquele do passado, como forma de reabilitação em testemunho de fidelidade e de honradez.

Que se façam dignos da nova investidura libertadora, são os votos que formulamos todos aqueles que os antecipamos na experiência redentora e iluminativa!
Vianna de Carvalho

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Emmanuel


A CANDEIA

Examina os teus desejos e vigia os próprios pensamentos, porque onde situares o coração aí a vida te aguardará com as asas do bem ou com as algemas do mal. (Emmanuel)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Você é Feliz?


José Carlos de Lucca.
 
Você é Feliz?

"As pessoas não conhecem a própria felicidade, mas a dos outros não lhes escapa nunca." PIERRE DANINOS



Todos estão à procura da felicidade. Ninguém diria em sã consciência que não deseja ser feliz. Ricos e pobres, homens e mulheres, crianças e adultos, doentes e sãos, religiosos e ateus, enfim, todos querem a tal felicidade. Daí por que todos a procuram, nos mais variados lugares e das mais diferentes formas. Mas, se a procura é grande, nem sempre o encontro ocorre.


Para muitos, a conquista da felicidade está associada à aquisição de bens materiais. Pensam, por exemplo, que serão felizes quando comprarem aquele carro importado, aquela casa na praia ou quando ganharem grande fortuna na loteria. E, por vezes, chegam até ao intento sonhado, mas, a despeito da riqueza, continuam infelizes, sentem um enorme vazio existencial. A fortuna alcançada só aumentou a carga de sofrimentos daquela pessoa, com o acréscimo das preocupações que antes não a visitavam.


Outros ancoraram o sonho da felicidade na busca da fama, do sucesso, do poder. Imaginam que só o reconhecimento público de seus talentos artísticos ou intelectuais poderá fazê-los felizes. E, de igual forma, muitas vezes vem o sucesso, vem a consagração, mas a felicidade não vem junto. Ao contrário, ficaram mais tristes. Apesar de serem publicamente conhecidos, continuam sós. Temem a aproximação das pessoas. Vivem a dualidade da fama e da solidão e dizem, com freqüência, que dariam tudo para levar uma vida comum.

Certa feita, ouvi de um famoso cantor que seu maior desejo era poder ir à praia como uma pessoa comum. Mas a fama não lhe permitia desfrutar desse simples prazer da vida.


Para outros a felicidade está condicionada à inexistência de problemas. Dizem eles:


"Como posso ser feliz carregando vários tormentos?"


E assim caminham pela vida aguardando o dia em que seus problemas terminem para aí sim desfrutarem a tal felicidade.


Mas existirá alguém na face da terra que não tenha problemas?


Não pensemos que uma pessoa rica esteja isenta de dificuldades. Pode não ter as preocupações com a moeda, mas certamente tem outras aflições que a riqueza não é capaz de superar. O ouro não resolve todos os problemas. Que o digam aqueles afortunados que desejariam saborear as melhores comidas do mundo, mas que por doenças tormentosas sequer podem alimentar-se de um simples prato de arroz e feijão.


Então muitas pessoas estão condicionando a felicidade à ocorrência de um fator externo. Só serão felizes quando forem ricas; quando forem famosas; quando forem amadas; quando arranjarem um bom emprego; quando não tiverem problemas; e a lista prossegue sem fim.


E nós? Será que também estamos condicionando a nossa felicidade a algum acontecimento, a algum bem material, a alguma pessoa? Será esse o caminho da felicidade? Certamente, não. A felicidade não está fora de nós. Ela é, antes de tudo, um estado de espírito, uma maneira de ver a vida e não um determinado acontecimento.


Deus, que nos quer bem e, portanto, deseja a nossa felicidade, não faria com que este sublime sentimento ficasse na dependência de algum evento futuro, incerto e externo.


Podemos alcançar a felicidade hoje, agora, a despeito dos problemas que estejamos enfrentando. Basta olhar a vida com outros olhos, mudando as lentes pelas quais enxergamos os fatos.


A vida não é um problema, é um desafio.


Ela nos apresenta oportunidades de crescimento, notadamente nos setores onde mais necessitamos. Por detrás dos problemas existem lições, desafios, tarefas. E grande ventura tomará conta de nós quando vencermos os obstáculos que a vida nos apresenta. O Sermão da Montanha é a pura prova de que somente serão bem-aventurados aqueles que souberem superar as dificuldades da vida. Se o amigo leitor ainda não está convencido, basta então olhar para as pessoas felizes e verificar que todas elas passaram por grandes provas e expiações. Lembremo-nos dos primeiros cristãos, que seguiam cantando alegres até a arena onde seriam devorados pelas feras.


Lembremo-nos da felicidade de Francisco de Assis, conquistada na humildade, na pobreza e no serviço ao próximo. O santo da humildade era moço rico, mas vivia amargurado na riqueza que possuía. Só encontrou a paz depois que renunciou à vida fácil e se entregou à riqueza do espírito. Não nos esqueçamos de que Paulo de Tarso, que na condição do poderoso Saulo era infeliz, mas voltou a viver após o célebre encontro com Jesus na Estrada de Damasco. Paulo perdeu o poder temporal, mas encontrou a felicidade pessoal. Gandhi encontrou a sua felicidade na luta pela paz. Madre Tereza e Irmã Dulce, apesar dos inúmeros padecimentos que sofreram, conseguiram encontrar a felicidade na felicidade que podiam proporcionar aos desvalidos do caminho. Albert Schweitzer(1), médico, encontrou a felicidade vivendo 52 anos de sua vida entre os povos primitivos da África.
Como esquecer a permanente alegria de Chico Xavier? E olha que problemas na vida não lhe faltaram. Perguntem ao médium de Uberaba se ele estaria disposto a passar por todas as provações que a vida lhe marcou. A resposta já é conhecida de todos. Chico já disse mais de mil vezes que faria tudo de novo e que pretende, no mundo espiritual, continuar a sua tarefa de médium.


Então, amigo, a felicidade não consiste em ter bens materiais, posição social ou poder político.


A felicidade não pode ser conquistada fora de nós, embora seja sempre lá que a procuramos.


Vicente de Carvalho já considerou que a felicidade existe, mas é difícil de ser alcançada, porque está sempre onde a pomos e nunca a pomos onde estamos. E nós já dispomos de tudo para sermos felizes hoje, apesar das dificuldades pelas quais atravessamos. Aliás, são os desafios que nos impulsionam ao progresso. Já pensou o que seria da sua vida sem desafios? Será que você aguentaria passar o resto de sua vida deitado numa rede? Por quanto tempo você conseguiria viver na ociosidade? Nunca vi um espírito superior ficar um minuto sem trabalho. Encaremos a vida com os olhos do bem, com a visão do amor e com o concreto desejo de olharmos à nossa volta e verificarmos que o Pai tudo nos legou para que a nossa felicidade se efetive já.

Abençoemos o trabalho em que a vida nos situou; santifiquemos a família terrena do jeito que os familiares são; enfrentemos com dinamismo e alegria os obstáculos da vida e assim, amando e servindo, haveremos de encontrar a felicidade que há muito tempo espera por nós.
Será que você vai concordar comigo?




1 - Albert Schweitzer (1875-1957), médico, teólogo, escritor e filósofo. Em 1952, foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz. Aos 26 anos, tinha diplomas de doutor em filosofia, teologia e música. Depois, com 30 anos, deixou suas carreiras para estudar medicina, alegando que estava cansado de palavras e queria ação. Decidiu partir para a África, em trabalho missionário, exercendo a medicina em plena selva junto aos irmãos daquele continente (Albert Schweitzer por ele mesmo, Ed. Martin Claret).

José Carlos de Lucca

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Realidade distante


 


REALIDADE DISTANTE

 

Sonhei que sonhava...


Tudo era, então, risonho e doce encantamento, onde a dor e o sofrimento, a tristeza e a maldade se diluíam, quais bolas de sabão ao sabor do vento, em primavera cantarolante.


Os rios encachoeirados douravam-se sob os raios de permanente luz e os homens, em bandos gárrulos, exaltavam o amor.


Havia, em toda parte, a fraternidade sem suspeita e o serviço sem remuneração.


A poesia do bem recitava os versos de enternecimento com que as criaturas melhor se entendiam e completavam.


Recordei-me da guerra e do ódio, das pestes e dos suplícios, mas ninguém me pôde responder, quando interroguei os felizes habitantes desse paraíso.


Todos eram jovens e sábios com a idade dos tempos vencidos, além dos tempos a vencer...


Nem sombra ou mácula encontrei em parte alguma e dei-me conta de que as claridades que fulguravam em todo lugar nasciam em toda parte, sem extinguir-se em noite de triunfo mentiroso.


Sonhei que sonhava com o porvir, quando o Carro do Rei da Juventude e da Paz rasgará a estrada do infinito no rumo do sem-fim.


Amado Rei, por quem anelo, sempre sonhei contigo, porém hoje sonhei que sonhava.


... A Realidade chegou e despertou-me, dizendo-me, em canção de esperança: durma e aguarda! Amanhã já não sonharás, porque o teu sonho já será.



(Do Livro “Estesia”, de Divaldo Pereira Franco/Rabindranath Tagore)

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Os exilados de Capela



Richard Simonetti
 
OS EXILADOS DE CAPELA
 
Emmanuel informa, no livro “A Caminho da Luz”, psicografia de Chico Xavier, que há cerca de dez mil anos um planeta do sistema de Capela, situado na Constelação de Cocheiro, passava por decisivas reformas, consolidando importantes conquistas morais.
Diríamos que se efetuava ali a transição anunciada para o próximo milênio na Terra: de “Mundos de Expiações e Provas”, onde consciências despertas trabalham incessantemente em favor da própria renovação.
No entanto, uma minoria agressiva, recalcitrante no mal, barulhenta na defesa de suas ambições, ainda que requintada intelectualmente, retardava a esperada promoção.
Decidiram, então, os gênios tutelares que governam aquele orbe confiná-los em planeta primitivo, onde estariam submetidos a limitações e dificuldades que atuariam como elementos desbastadores de sua rebeldia.
A escolha recaiu sobre a Terra, cujos habitantes praticamente engatinhavam nos domínios do raciocínio, e que de pronto beneficiaram-se com a encarnação dos capelinos. Inteligentes, dotados de iniciativa e capacidade de organização, dispararam um notável surto de progresso. No curto espaço de alguns séculos a Humanidade aprendeu a cultivar a terra, concentrando-se em cidades, aprimorou a escrita, inventou os utensílios de metal, domesticou os animais…
A presença dos capelinos explica o espantoso “salto evolutivo” que ocorreu naquele período, chamado neolítico, que ainda hoje inspira perplexidade aos antropólogos.
Concentrando-se em grupos distintos, explica Emmanuel, eles formaram 4 grandes culturas: egípcias, hindu, israelense e europeia, que se destacaram por extraordinárias realizações.
É interessante salientar que nos princípios religiosos desses povos há a referência à sua condição de degredados, particularmente nas tradições bíblicas do paraíso perdido.
Informações da espiritualidade nos dão conta de que estamos às vésperas de dois surtos migratórios em nosso planeta.
O primeiro, marcado pela encarnação de espíritos altamente evoluídos, que pontificarão em todos os campos do conhecimento, num grandioso renascimento moral e espiritual da Humanidade. Virão de esferas mais altas, preparando a promoção da Terra para Mundo de Regeneração.
O segundo será constituído por milhões de Espíritos acomodados, comprometidos com o mal, que se recusam sistematicamente ao esforço por ajustarem-se às Leis Divinas, semelhante à minoria barulhenta de Capela. Confinados em mundos primitivos, também aprenderão, à custa de muitas lágrimas, a respeitar os valores da Vida, superando seus impulsos inferiores.
Teremos, então, a decantada Civilização do Terceiro Milênio, edificada sob inspiração dos princípios redentores do Cristo, nosso Governador espiritual.
A “senha” que nos habilitará a permanecer na Terra nesse futuro promissor está definida na terceira promessa de “O Sermão da Montanha”: “Bem-aventurados os mansos e pacíficos, porque herdarão a Terra.”
A mansuetude, característica do indivíduo que cumpre a lei, que observa a ordem, que respeita o semelhante, que superou o individualismo e venceu a si mesmo, superando a agressividade, será o emblema do homem terrestre nesse sonhado Reino de Deus.
Richard Simonetti

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A Morte não é Nada


Santo Agostinho



A Morte não é Nada

" Santo Agostinho "


"A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi."


Fonte: Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/amizade/a-morte-nao-e-nada-(-por-santo-agostinho)/#ixzz3DzdIM8gf

domingo, 21 de setembro de 2014

Amor Verdadeiro

 
Amor Verdadeiro
Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento.
Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.
O mestre disse que respeitava sua opinião mas lhes contou a seguinte história:
"Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarto.
Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à caminhonete. Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta. Durante o velório, meu pai não falou.
Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.
 Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção:
"- Meus filhos, foram 55 bons anos... Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.
Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou: "- Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal, e perdoamos nossos erros...
Filhos, agora ela se foi e estou contente. E vocês sabem por que? Porque ela se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim...
Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo: Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa."
E, por fim, o professor concluiu:
Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor.
Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas. Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar. Pois esse tipo de amor era algo que não conheciam.
O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia-a-dia e por todos os dias.
O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.
 "Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe..."
·                   Autor Desconhecido

sábado, 20 de setembro de 2014

O Bem que se Faz



 
O Bem que se Faz

Quando a ingratidão te bater à porta, não digas: nunca mais ajudarei a ninguém! Quando a impiedade daqueles a quem beneficiaste chegar ao teu lar, não exclames: para mim, chega!

Não sofras e nem te arrependas de ter ajudado.

Nem reclames: e eu que lhes dei tudo!

Não retribuas mal por mal, pois que assim, vitalizarás o próprio mal.

O bem que se faz a alguém é sempre luz que se acende na intimidade.

Naturalmente, gostarias de receber gratidão, amizade, compreensão. Todos apreciamos experimentar os frutos da gratidão.

Pensa que a árvore jamais pergunta a quem lhe colhe os frutos para onde os carregará ou o que pretende fazer deles.

Ela se felicita por poder dar. Por se multiplicar através da semente que, atirada ao solo, o abençoa com novas dádivas de alegria.

Segue-lhe o exemplo.

Teus frutos bons, que produzam bons frutos além...

Tuas nobres tarefas, que se desdobrem em tarefas superiores mais tarde.

Fica com a alegria de fazer, de doar. Nunca com a idéia de colher reconhecimento ou gratidão.

Porque esperar gratidão pode ser também uma espécie de pagamento.

Sê tu sempre grato, mas não esperes pelo reconhecimento de ninguém.

O bem que faças, viajando sem parar em muitos corações, espalhará luz no longo curso da tua vida.

Amanhã ou depois, nos caminhos sem fim do futuro, mesmo que não o saibas ou que o tenhas esquecido, esse bem te alcançará, mais formoso, mais fecundo.

Assim, prossegue ajudando sempre. Observa como age a natureza:

O rio não cogita de examinar as bênçãos que conduz em suas águas, nem interpela o solo por onde segue.

Deixa-se jorrar, beneficiando a terra, a agricultura, as gentes.

O perfume, bailando no ar, nada pede para se espalhar até onde possa.

O grão não espera nada, além de ser triturado, para se converter em alimento.

O sol não escolhe lugar para visitar com luz, calor e vida.

A chuva não tem preferência por onde espalhar vitalidade.

Todos cooperam em nome da divindade, sem exigências e sem reclamações.

São úteis e passam. Nada esperam, nada impõem.

Age desta forma, tu também, e transforma-te num cálice de bênçãos, servindo sempre.

Se a tristeza te visitar a alma, ante a ingratidão de tantos a quem doaste o que possuías de melhor, recorda o mestre de todos nós.

Ele disse que estava no meio de nós, como aquele que serve.

E, tendo derramado o seu amor, plenificando de vida a todos os que dele se aproximaram, recebeu na hora extrema a ingratidão do abandono.

Mesmo assim, até hoje ele prossegue, convidando: vinde a mim.

Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao pai senão por mim.

Texto extraído do site http://www.momento.com.br

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A Cela Oculta





A Cela Oculta

Cada criatura, na Terra, traz consigo uma cela oculta em que trabalha com os instrumentos da provação em que se burila.


Pensa nisso e auxilia aos que te rodeiam.


Esse companheiro alcançou a fortuna, mas sofre a falta de alguém; outro dispõe de autoridade, no entanto, suporta espinhosos conflitos nos sentimentos; essa irmã construiu o lar sobre preciosas vantagens materiais, contudo, tem um filho que lhe destrói a felicidade; e aquele outro atingiu o favor público, entretanto, é portador de moléstia indefinível a corroer-lhe todas as forças.


Quando encontres alguém que te pareça em crises de inquietação e desarmonia, isso não é sinal de que a tua presença se lhe fez indesejável.


Esse alguém estará em momentos de enormes dificuldades no reduto invisível do coração em que se aperfeiçoa. E os resíduos da luta íntima se lhe transbordam do ser pelas janelas do trato.


Observa o ponto nevrálgico da própria vida em que o sentimento te procura para efeito de prova e compadece-te dos outros para que os outros se compadeçam de ti.

Meimei

Do livro Somente Amor,  psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Entrega-te a Deus


Vovô Casimiro

 

Entrega-te a Deus


Se o sofrimento te alcança, confia em Deus e a dor se te fará um caminho de elevação.


Se a provação te procura, pensa em Deus e a prova será luz em tua própria alma.


Se problemas te assolam a existência, persevera em Deus e os empeços da senda se te transformarão em pontos de apoio.

Se alguma afeição querida te deixa a companhia, espera em Deus e a solidão te beneficiará com o tesouro inalienável da experiência.

Se a doença te compele a longos períodos de imobilização, resigna-te em Deus e a enfermidade te descortinará novos horizontes no mundo íntimo.


Segundo a palavra abençoada do apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, no versículo 28 do capítulo oitavo, “nós sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus”.


Isto equivale a dizer que, se entregares a tua vida a Deus, tudo que possa trazer-te algum prejuízo é recurso movimentado em favor de tua felicidade que, de imediato, nem sempre consegues compreender.

Irmão José

Do livro: Crer e Agir, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Carlos A. Bacelli - Editora Ideal