terça-feira, 31 de março de 2020


Os obreiros do Senhor

5. Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão! Clamarão: “Graça! graça!” O Senhor, porém, lhes dirá: “Como implorais graças, vós que não tivestes piedade dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhes as mãos, que esmagastes o fraco, em vez de o amparardes? Como suplicais graças, vós que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa, tal qual a quisestes. Nada mais vos cabe pedir; as recompensas celestes são para os que não tenham buscado as recompensas da Terra.”

Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que Ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no Reino dos Céus.”

– O Espírito de Verdade. (Paris, 1862.)

– KARDEC, Allan. O Evangelho  segundo o Espiritismo, cap. XX, item 5.

segunda-feira, 30 de março de 2020


DESCULPA SEMPRE

Emmanuel

Não condenes. Desculpa.
Esquece toda ofensa.
Quem te fere ou te espanca
Já tem a dor da culpa.
Não precisas punir
Quem já sofre por si.
Quem prejudica aos outros
Dilapida a si mesmo.
Ora e ajuda em silêncio
A quem te bate ou humilha.
Para expiar os erros,
Bastar-nos-á viver.



O CAMINHO MAIS CURTO

Emmanuel

O estudante de religiões apresentou-se ao professor cristão e indagou:
- Instrutor, o mundo está repleto de crenças, todas elas com ensinamentos belos e dignos. Não crê o senhor que todas elas conduzem a Deus?
O orientador refletiu por momentos e esclareceu:
- Sim, compreendo. Todas as religiões que veneram o Santo Nome e praticam o amor ao próximo são estradas que nos levam a Deus, mas a religião que Jesus nos ensinou é o caminho mais curto.

domingo, 29 de março de 2020


ALERTA

José do Patrocínio

Servidores do Cristo, orem de sentinela!
Eis que o mundo sangrando é campo de batalha,
onde a treva infeliz se distende e trabalha
o coração sem Deus que, em sombras, se enregela.

Ao carro da discórdia, a maldade se atrela...
Do próprio firmamento em que o sol se agasalha
chove fogo cruel das nuvens de metralha
e o mal intensifica a indômita procela.

A Humanidade implora em súplicas estranhas
novos clarões de amor que removam as montanhas
contra o ódio voraz – nova Hidra de Lerna...

Levantemos, irmãos, as almas consumidas,
espalhando no mundo em nossas próprias vidas,
a lição de Jesus, renovadora e eterna!

Do livro “UNIÃO EM JESUS”  FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

(Soneto recebido em julho de 1948, em Pedro Leopoldo, estado de Minas Gerais).

sábado, 28 de março de 2020


Oferta da Esperança
Maria Dolores

Quando a tribulação te mostre a face
Por ferida pungente
Que viesse e ficasse, dentro de ti e em derredor,
Não te permita arrasar-te,
Recorda simplesmente.
Que o céu nos oferece, em qualquer parte,
Tão-somente o melhor.

Quando a prova te alcance,
Na crítica mordaz que te magoa,
Que teu sonho se apure, cresça e avance
Na direção da Vida Superior;
Trabalha, serve e crê, eleva-te e perdoa,
Semeando alegria,
A relembrar que em cada novo dia,
A vida é um cântico de amor

Quando tudo, na senda, ao teu olhar,
Pareça desencanto, amargura e exaustão,
Não lamentes em vão,
Mesmo entre lágrimas, sorri!...
Ergue-te da tristeza e põe-te a trabalhar,
Que o trabalho te afasta as dores e os problemas...
Todos somos de Deus, segue e não temas,
Não olvides que Deus vela por ti.

“SEARA DE FÉ”, FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

sexta-feira, 27 de março de 2020


NOS PASSOS DO SENHOR

 Irmão José

“...Estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para vida....” Jesus; Mateus, 7:4

Nos domínios da alma, não há conquista sem merecimento e não existe merecimento sem trabalho.

O caminho da ilusão é de fácil acesso, mas o que conduz à vida plena constitui permanente desafio e somente conseguem percorrê-lo os que já sabem renunciar.

A porta da felicidade que procuramos Abrir-se-á com a chave do dever cumprido.

Jesus traçou o caminho que precisamos percorrer por nós mesmos, sustentando nos ombros a cruz das provas remissoras.

 Ninguém avança sozinho.

Os que seguem à frente nos auxiliam mas, por nossa vez, devemos socorrer aos companheiros da retaguarda.

Prossigamos nos passos do Senhor e Nada nos desnorteará.

Do livro "Tende bom ânimo" Francisco Cândido Xavier e Carlos Antonio Baccelli (autores Diversos)

quarta-feira, 25 de março de 2020

EXAMINEMOS A NÓS MESMO

O dever do espírita cristão é tornar-se progressivamente melhor.

Útil, assim, verificar, de quando em quando, com rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima.

Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário.

Testa a paciência própria: - Estás mais calmo, afável e compreensivo?

Inquire as tuas relações na experiência doméstica:
- Conquistaste mais alto clima de paz dentro de casa?

Investiga as atividades que te competem no templo doutrinário: - Colaboras com mais euforia na seara do Senhor?

Observa-te nas manifestações perante os amigos: - Trazes o Evangelho mais vivo nas atitudes?

Reflete em tua capacidade de sacrifício: - Notas em ti mesmo mais ampla disposição de servir voluntariamente?

Pesquisa o próprio desapego: - Andas um pouco mais livre do anseio de influência e de posses terrestres?

Usas mais intensamente os pronomes "nos", "nosso" e "nossa" e menos os determinativos "eu", "meu" e "minha"?

Teus instantes de tristeza ou de cólera surda, às vezes tão conhecidos somente por ti, estão presentemente mais raros?

Diminuíram-te os pequenos remorsos ocultos no recesso da alma?

Dissipaste antigos desafetos e aversões?

Superastes os lapsos crônicos de desatenção e negligência?

Estudas mais profundamente a Doutrina que professas?

Entendes melhor a função da dor?

Ainda cultivas alguma discreta desavença?

Auxilias aos necessitados com mais abnegação?

Tens orado realmente?

Teus idéias evoluíram?

Tua fé raciocinada consolidou-se com mais segurança?

Tens o verbo mais indulgente, os braços mais ativos e as mãos mais abençoadoras?

Evangelho é alegria no coração: - Estás, de fato, mais alegre e feliz intimamente, nestes três últimos anos?

Tudo caminha! Tudo evolui! Confiramos o nosso rendimento individual com o Cristo!

Sopesa a existência hoje, espontaneamente, em regime de paz, para que te não vejas na obrigação de sopesá-la amanhã sob o impacto da dor.

Não te iludas! Um dia que se foi é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à Vida Espiritual, mais uma oportunidade valorizada ou perdida.

Interroga a consciência quanto à utilidade que vens dando ao tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem que desfrutas na vida diária.

Faze isso agora, enquanto te vales do corpo humano, com a possibilidade de reconsiderar diretrizes e desfazer enganos facilmente, pois, quando passares para o lado de cá, muita vez, já será mais difícil...

André Luiz, psicografia de Francisco Candido Xavier

terça-feira, 24 de março de 2020


CONHECIMENTO DE SI MESMO

919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

a) — Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer- -se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?

“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo-de-guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: ‘Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?’

“Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.

“O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas econômico e previdente; o orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo. Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.

“Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias? Pois bem! que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços? Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a idéia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa alma. Por isso foi que primeiro chamamos a vossa atenção por meio de fenômenos capazes de ferir-vos os sentidos e que agora vos damos instruções, que cada um de vós se acha encarregado de espalhar. Com este objetivo é que ditamos O Livro dos Espíritos.”

SANTO AGOSTINHO

Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que qualquer máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. Aquela exige respostas categóricas, por um sim ou um não, que não abrem lugar para qualquer alternativa e que não outros tantos argumentos pessoais. E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.

Texto extraído de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS" – Allan Kardec -  Capítulo DA PERFEIÇÃO MORAL  - página 517 a 519

segunda-feira, 23 de março de 2020


Na Ribalta da Vida

Ei-los que passam...
Tristes viajadores sem rumo...
Trazem o rosto desfigurado...
Exibem o coração sangrando...
Quem os terá feito assim?
Deus certamente não foi.
Auxiliai-os, em nome do Amor.
Perguntai porque lhes secaram as lágrimas nos olhos...
Auscultai-lhes o sofrimento...
Esses irmãos desesperados, quase enlouquecidos de dor, suplicam piedade...
Devolvei-lhes a esperança perdida e restaurai-lhes a alegria despedaçada...
Na ribalta da vida, eles esperam pelos Céus...
E Deus não possui, a fim de reerguê-los, outras mãos que não sejam as nossas...

Irmão José


Saudade

A saudade no meu peito
E uma dor chorando em mim,
Doendo com muito jeito
Remédio não lhe dá fim.

Saudade! Por defini-la,
Meu cérebro se incendeia.
Saudade algema de luz,
Amor que nos encadeia.

Uma pérola luzente
Fulgurando em justo brilho
Eis a lágrima silente
Que chora a mãe pelo filho.

Saudades de minha mãe...
Uma tristeza sem fim.
A lágrima que não cessa
De verter dentro de mim.

Adeus!... Abanas o lenço
Na hora da despedida.
Mas nunca existiu adeus
Para quem ama na vida.

Felicidade... Em dez letras
Todo um mundo de ambição.
Saudade... Em só sete letras
Tanta dor no coração.

Ninguém diga que a saudade
Dói menos em quem partiu.
Lágrima estranha e sentida
É aquela que ninguém viu.
Casimiro Cunha

domingo, 22 de março de 2020


MACROCOSMOS VERSUS MICROCOSMOS - 1

 André Luiz

No macrocosmo, a Casa Planetária onde envolvem homens terrestres é um simples departamento do nosso sistema solar que, por sua vez, é modesto conjunto da vida no rio de sóis da via láctea.

A Esfera da Crosta, em cálculo aproximado, dista 150 milhões de quilômetros da Sede Luminosa do Sistema, distância essa que é percorrida pela luz em 8 minutos e 15 segundos, média de 300 mil quilômetros por segundo.

E o homem encarnado tomasse um comboio expresso, e a velocidade de 100 quilômetros por hora em viagem, estações de parada, iria da Crosta à Sede do Sistema, aproximadamente em 170 anos, e atingiria a Lua, satélite próximo, em 166 dias. Se quisesse visitar os mundos vizinhos mais conhecidos, dependentes do mesmo Sol que lhes dá vida física, utilizando o mesmo veículo, gastaria 50 anos para chegar a Vênus, 76 para atingir Marte, 110 para alcançar Mercúrio, 740 para ir a Júpiter, 1.470 para pisar em Saturno, 3.160 para ganhar a crosta de Urano e 5.055 anos para alcançar a superfície de Netuno.

O nosso Sol é 1 milhão e 300 mil vezes maior que a Terra, mas comparado a outros sóis de sistemas planetários, é astro humilde na brilhante comunidade cósmica. Sírios é 12 vezes maior que ele, Capela 5.800 vezes maior. No diâmetro de Arctúrus caberiam milhares de sóis iguais ao nosso. Somente em Canópus poderiam aglomerar-se 8.760.

Estes são dados estatísticos suscetíveis de verificação pelo olho humano, pálida visão da alma, encarnada nas leis organogenésicas da estrutura celular, sem nos referirmos diretamente às esferas múltiplas, situadas em diferentes planos vibratórios, a expressarem-se em mundos maravilhosos, acessíveis à observação terrestre, cidades divinas, ilhas bonançosas de aprendizado e repouso, lares de afeto e encantamento, círculos de trabalho, zonas retificadoras e campos evolutivos nos domínios eternos do Espírito.

No microcosmo, a Casa Orgânica, onde habita a alma humana em estágio passageiro de aprendizado e elevação, é formada por trilhões de células, obedecendo a diferentes imposições, alimentando-se em parte, de carboidratados e proteínas e quase que exclusivamente de princípios atmosféricos e de raios luminosos e invisíveis.

Esse corpo é senhor de uma cabeça para as instalações mentais, sustentada por uma coluna de 33 vértebras, representada pelo esqueleto  que revela 4 formas diversas de articulações, no ombro, onde os ossos se movem para todos os lados, nas vértebras, em que se movimentam apenas em dois sentidos, nos dedos onde agem numa direção única e nos cotovelos, nos quais se movimentam em torno de seu eixo, à maneira de chave.

A habitação carnal da alma caracteriza-se por 3 andares distintos, o crânio, o tórax e o abdômen. Para edificá-la tecnicamente, constaria a construção de 33 elementos básicos, com 150 articulações e 1.000 ligamentos diversos.

A fim de mover os múltiplos serviços celulares, a Casa orgânica precisa de um motor eletrônico, que é o coração, vigorosa maquinaria, colocada entre grandes artérias, habilitada a suportar a pressão de 20 atmosferas.

A Casa é mantida, em sua expressão física, pela corrente sanguínea, efetuada em dois percursos, coração-cérebro-coração e coração-pé-coração, gastando-se 8 e 18 segundos, respectivamente, em cada um dos percursos referidos.

O organismo, vivendo em altitude média de 240 metros terá, aproximadamente, 5 milhões de glóbulos vermelhos, em 1 milímetro cúbico de sangue.

A moradia da alma precisa dos pulmões para a constante regeneração das células sanguíneas, ligados ao oxigênio atmosférico por um tubo de cerca de 15 centímetros, constituído pela cavidade nasal, sendo que a máquina física respira 20.000 litros de ar, diariamente; para sustentar a produção e a alimentação do sangue nos processos nutritivos, possui o corpo um aparelho digestivo, maravilhoso pela sua complexidade e sabedoria. Como fontes produtoras de substâncias químicas variadas e indispensáveis, a Casa Orgânica possui grande número de glândulas especializadas; a maior delas é o fígado, extraordinário aparelho elétrico da maquinaria física, que se compõe de um milhão de cones de um milímetro de comprimento.

Nos processos mentais de variada espécie, a moradia física dispõe de um telégrafo especial que é o sistema nervoso, a mais perfeita rede de comunicações, em toda a superfície planetária da Terra, e, para todos os serviços técnicos de governo, distribuição, troca, controle e procriação conta o aparelho fisiológico com glândulas autônomas e especializadas, salientando-se que toda a Casa Orgânica do espírito reencarnado está revestida no agasalho da pele, da qual cada centímetro quadrado é verdadeira maravilha de construção, no campo vital.

Nesse universo microscópio, expresso na organização fisiológica, existem mundos de bacilos, prodigiosas cidades celulares círculos  educativos de seres infinitesimais, centros de preparação e evolução de infusórios, subordinados à direção do homem, filho inteligente de Deus.

Neste pequenino agrupamento de dados informativos, apresentamos pálida síntese de vastos conhecimentos que a ciência humana já conseguiu catalogar; entretanto, quase sempre cega para a luz divina, se lhe pedirmos a legítima solução dos problemas referentes ao destino humano, a ciência terrestre, com sorriso irônico, nos responderá que a existência de Deus e a imortalidade da alma são apenas duas hipóteses universais.

1- No presente trabalho existem afirmativas suscetíveis de maiores verificações e observações ao quadro de conclusões provisórias da ciência oficial, considerando-se a impossibilidade de particularizados apontamentos técnicos. - Nota do Autor Espiritual

sábado, 21 de março de 2020

O TEMPO

 André Luiz

Todas as criaturas gozam o tempo – raras aproveitam-no.

Corre a oportunidade – espalhando bênçãos.
Arrasta-se o homem – estragando as dádivas recebidas.
 Cada dia é um país – de vinte e quatro províncias.
Cada hora é uma província – de sessenta unidades.
O homem, contudo, é o semeador – que não despertou ainda.
Distraído cultivador, pergunta: - que farei?

E o tempo silencioso responde, com ensejos benditos:

De servir – ganhando autoridade.
De obedecer – conquistando o mundo.
De lutar – escalando os céus.
O homem, todavia, - voluntariamente cego.
Roga sempre mais tempo – para zombar a vida,
Porque se obedece – revolta-se orgulhoso,
Se sofre – injúria e blasfema,
Se chamado a conta – lavra reclamações descabidas.
Cientistas – fogem da verdadeira ciência.
Filósofos – ausentam-se dos próprios ensinos.
Religiosos – negam a religião.
Administradores – retiram-se da responsabilidade.
Médicos – subtraem-se à medicina.
Literatos – furtam-se à divina verdade.
Estadistas – centralizam a dominação.
Servidores do povo – buscam interesses privados.
Lavradores – abandonam a terra.
Trabalhadores – escapam do serviço.
Gozadores temporários – entronizam ilusões.
Ao invés de suar no trabalho – apanham borboletas da fantasia
Desfrutam a existência – assassinando-a em si próprios.
Possuem os bens da Terra – acabando possuídos.
Reclamam liberdade – submetendo-se à escravidão.
Mas chega, um dia – porque há sempre um dia mais claro que os outros,
Em que a morte surge – reclamando trapos velhos...
 O tempo recolhe, então, apressado – as oportunidades que pareciam sem fim...
E o homem reconhece – tardiamente preocupado,

Que a Eternidade infinita – pede contas do minuto...

sexta-feira, 20 de março de 2020


O RÉU DA CRUZ

Casemiro Cunha

Em meio às perseguições
Da noite fria e sem luz,
Meus amigos do Evangelho,
Lembrai-vos do Réu da Cruz.

Sem que alguém lhe concedesse
O canto amigo de um lar,
Nasceu numa estrebaria
Por servir e por amar.

Desde a infância humilde e pobre
Na casa de Nazaré,
Trabalhava todo o dia
Entre os formões de José.

Ele, o Príncipe da Luz,
Caminho, Vida e Verdade,
Fez-se escravo pequenino
No serviço à humanidade.

Foi Messias generoso
Da bondade e do perdão,
Trazendo ao mundo oprimido
A grande renovação.

Serviu aos ricos e aos pobres,
Ao infeliz, ao sofredor,
Devotou-se a toda gente
Em sua missão de amor.

Revelou a paz do Reino
Da verdade e da Bonança,
Fez brilhar na Terra escura
Novo lume de esperança.

À cegueira dos caminhos
Trouxe a luz pura e imortal,
Pelo Evangelho da Vida
Curou a lepra do mal.

Expulsou a treva espessa,
Viveu a bondade imensa,
Trouxe a bênção da fé viva,
Trabalhou sem recompensa.

Mas, em troca dos tesouros
De sua abnegação,
Recebeu pedras e espinhos
De dor e incompreensão.

Foi traído e processado,
Encarcerado e ferido,
Ele, o Mestre da Verdade,
Foi o grande escarnecido.

Se também sois humilhados,
Lembrai-vos d’Aquele Réu,
Que foi à cruz pelo crime
De abrir a visão do Céu.

Extraído do livro “COLETÂNEAS DO ALÉM”
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

quinta-feira, 19 de março de 2020


ACIDENTADOS DA ALMA

Compadeces-te dos caídos em moléstia ou desastre, que e apresentam no corpo comovedoras mutilações. Inclina-te, porém, com igual compaixão para aqueles outros que comparecem, diante de ti, por acidentados da alma, cujas lesões dolorosas não aparecem. Além da posição de necessitados, pelas chagas ocultas de que são portadores, quase sempre se mostram na feição de companheiros menos atrativos e desejáveis.

Surgem pessoalmente bem-postos, estadeando exigências ou formulando complicações, no entanto, bastas vezes trazem o coração sob provas difíceis; espancam-te a sensibilidade com palavras ferinas, contudo, em vários lances da experiência, são feixes de nervos destrambelhados que a doença consome; revelam-se na condição de amigos, supostos ingratos, que nos deixam em abandono, nas horas de crise, mas, em muitos casos, são enfermos de espírito, que se enviscam, inconscientes, nas tramas da obsessão; acolhem-te o carinho com manifestações de aspereza, todavia, estarão provavelmente agitados pelo fogo do desespero, lembrando árvores benfeitoras quando a praga as dizima; são delinquentes e constrangem-te a profundo desgosto, pelo comportamento incorreto; no entanto, em múltiplas circunstâncias, são almas nobres tombadas em tentação, para as quais já existe bastante angústia na cabeça atormentada que o remorso atenaza e a dor suplicia...



Não te digo que aproves o mal sob a alegação de resguardar a bondade. A retificação permanece na ordem e na segurança da vida, tanto quanto vige o remédio na defesa e sustentação da saúde. Age, porém, diante dos acidentados da alma, com a prudência e a piedade do enfermo que socorre a contusão, sem alargar a ferida.

Restaurar sem destruir. Emendar sem proscrever. Não ignorar que os irmãos transviados se encontram encarcerados em labirintos de sombra, sendo necessário garantir-lhes uma saída adequada.

Em qualquer processo de reajuste, recordemos Jesus que, a ensinar servindo e corrigir amando, declarou não ter vindo à Terra para curar os sãos.

ASPECTOS DA DOR

Os soluços de dor são compreensíveis até o ponto em que não atingem a fermentação da revolta, porque, depois disso, se convertem todos eles em censura infeliz aos planos do Céu.

A enfermidade jamais erra o endereço para suas visitas.


As lágrimas, em verdade, são iguais às palavras. Nenhuma existe destituída de significação.

Somente chega a entender a vida quem compreende a dor.

A evolução regula também o sofrimento das criaturas e nelas se evidencia mais superficial ou mais profunda, conforme o aprimoramento de cada uma.

Se você pretende vencer, não menospreza a possibilidade de amargar, algumas vezes, a aflição da derrota como lição no caminho para o triunfo.

Aprende melhor quem aceita a escola da provação, porquanto, sem ela, os valores da experiência permaneceriam ignorados.

A dor não provém de Deus, de vez que, segundo a Lei, ela é uma criação de quem a sofre.

EMMANUEL E ANDRÉ LUIZ
Do livro “Estude e viva”
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO VIEIRA.

terça-feira, 17 de março de 2020


Não Desfalecer

... “Orar sempre e nunca desfalecer.” – Lucas, 18:1.

Não permitas que o serviço do próprio corpo te inabilite para a solução dos problemas externos, inclusive os da tua própria iluminação espiritual.
Enquanto te encontras no plano de exercício, qual a Crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.
A lição dada é caminho para novas lições.
Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.
Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.
Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.
Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha para que, vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as próprias limitações.
Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.
Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual.
Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.
Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte?
Onde os romanos vaidosos e dominadores?
Onde os verdugos da Boa Nova nascente?
Onde os guerreiros que desabotoaram, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor?
Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram em nome do Renovador Crucificado?
Onde as trevas da Idade Média?
Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes que feriram, em nome do Excelso Benfeitor?
Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.
Centraliza-te no esforço de auxiliar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina.
Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando e nunca desfalecer.

Ao longo de teus passos, aparece no mundo a sementeira do bem, que te pede renúncia e boa vontade, sacrifício e compreensão.
O mensageiro do Cristo é o braço do Evangelho.

EMMANUEL - Livro “ALVORADA DO REINO” - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER





Comunicado

Em obediência e acatando orientações médicas face o avanço da pandemia do covid 19 (CORONAVÍRUS), na intenção de preservar os Idosos (considerados no grupo de risco do covid 19) da Casa do Caminho, a Diretoria resolve:
- suspender temporariamente as visitas aos internos.
Agradecemos a compreensão da comunidade de Sousa e que Jesus abençoe a todos.
Sousa (PB), 16 de março de 2020.

Walter Sarmento de Sá Filho
Presidente

terça-feira, 10 de março de 2020

O livro “Old Truth in a New Light”, de Lady Cathness, nos informa uma das melhores definições inteligíveis a respeito da natureza íntima dos processos evolutivos, quando nos define de forma lúcida e racional:


Le gaz se minéralise,
Le mineral se végétalise,
Le vegetal s’animalise,
L’animal s’humanise,

L’homme se divinise.