segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016


De retorno ao Caminho
Emmanuel
 
Em plena vida espiritual, antes de tornar ao terrestre sorvedouro, contemplamos a paisagem do mundo em que nos propomos realizar complicados serviços.
Lá se encontra o antigo lar que deixamos, velho ninho dourado pelo sol de nosso amor e encharcado da lama de nossos escuros débitos.
E, disputando o regresso para a obra de regeneração que nos cabe efetuar, prometemos sacrifícios mil.
É o coração amado que desejamos auxiliar no reajuste doloroso, hipotecando cooperação e carinho para abreviar-lhe os sofrimentos...
É a conta que esperamos resgatar integralmente, lançando ao futuro os nossos votos de abnegação.
É o inimigo multissecular que pretendemos converter em irmão, ao preço de nossa renuncia suprema...
É a coleção de afetos e desafetos que insistimos em receber, metamorfoseados em filhos de nossa ternura, para conduzir, montanha acima, à feição de flores e espinhos, jóias e pedras sobre o próprio peito...
E, aqueles que se elegeram orientadores do nosso destino, endossam-nos o apelo...
Voltamos, com a veste carnal que escolhemos e conquistamos as situações e os recursos de que nos supomos necessitados para a tarefa que nos elevará.
Mas, ai de nós!
Tão logo a matéria densa nos cobre parcialmente a visão, olvidamos, à pressa, os compromissos assumidos.
E esquecemos promessas, entusiasmos e afirmações edificantes que constituíam a base de nossos planos redentores.
Novamente na carne, deixamo-nos iludir pelas requisições do pretérito e , ao invés de procurar o conselho do amor que tudo compreende e tudo ilumina, buscamos as falaciosas opiniões do “eu” enfermiço do passado que teimamos retomar.
E o adversário continua adversário, a desarmonia prossegue desarmonia e a treva, sem alteração, tudo ensombra, mergulhando-nos em desespero cruel.


Ó vós que guardais, por sublime depósito, as verdades do Além, auxiliai-nos a sustentar o serviço do Amor! Redimamos o passado que sentimos vivo e atuante dentro de nós. Somente o fogo do sacrifício conseguirá extinguir os remanescentes de nossos velhos erros e, assim sendo, permaneçamos valorosos e leais à Divina Vontade, na cruz de nossas obrigações santificantes, na abençoada certeza de que, além do monte empedrado e triste de nossos aflitivos testemunhos, brilha, infindável e divina, a celeste alvorada de nossa eterna ressurreição.
 
Do livro RELICÁRIO DE LUZ FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER ESPÍRITOS DIVERSOS



 

domingo, 28 de fevereiro de 2016


 Abençoa Sempre

 

 

Seja onde for, abençoa para que a benção dos outros te acompanhe.

Todas as criaturas e todas as coisas te respondem, segundo o toque de tuas palavras ou de tuas mãos.

Abençoa teu lar com a luz do amor, em forma de abnegação e trabalho, e o lar abençoar-te-á com gratidão e alegria.

Abençoa a árvore de tua casa com a dádiva e teu carinho e a árvore de tua casa abençoar-te-á com o perfume da flor e com a riqueza do fruto.

Se amaldiçoas, porém, o companheiro de cada dia com o azorrague da censura, dele receberás a mágoa e a desconfiança.

Se condenas o animal que te partilha o clima doméstico à fome e à flagelação, dele obterá rebeldia e aspereza.

Em verdade, não podes abençoar o mal, a exprimir-se na crueldade, mas deves abençoar-lhe as vítimas para que se refaçam, de modo a extinguí-lo.

Não será justo abençoes a enfermidade que te aflige, mas é indispensável abençoes o teu órgão doente, para que com mais segurança se reajuste, expulsando a moléstia que, às vezes, te impõe amargura e desequilíbrio.

Não amaldiçoes nem mesmo por pensamento.

A idéia agressiva ou destruidora é corrosivo em nossa boca, sombra em nossos olhos, alucinação em nossos braços e infortúnio em nossa vida.

Abençoa a mão que te fere e a mão que te fere aprenderá como eximir-se da delinqüência.

Abençoa o verbo que te insulta e evitarás a extensão do revide.

Abençoa a dificuldade e a dificuldade revelar-te-á preciosas lições.

Abençoa o sofrimento e o sofrimento regenerar-te-á.

Abençoa a pedra e a pedra servirá na construção.

Não olvides o Divino Mestre da Bênção.

Jesus abençoou a Manjedoura e dela fez o berço luminoso do Evangelho nascente; abençoou a Pedro, enfraquecido e vacilante, transformando-o em vigoroso pescador de almas; abençoou a Madalena obsidiada e nela plasmou o sinal da sublimação humana; abençoou Lázaro, cadaverizado, e devolveu-lhe a vida; e, por fim, abençoou a própria cruz, nela esculpindo a vitória da ressurreição imperecível.

Abençoa a Terra, por onde passes, e a Terra abençoara a tua passagem para sempre.
 
Scheilla

 
 

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Ante a mediunidade

Reunião pública de 15/1/60 Questão nº 30
No trato da mediunidade, não andemos à cata de louros terrestres, nem mesmo esperemos pelo entendimento imediato das criaturas.
Age e serve, ajuda e socorre sem recompensa.
Recordemos Jesus e os fenômenos do espírito.
Ainda criança, ele se submete, no Templo, ao exame de homens doutos que lhe ouvem o verbo com imensa admiração, mas a atitude dos sábios não passa de êxtase improdutivo.
João Batista, o amigo eleito para organizar-lhe os caminhos, depois de vê-lo nimbado de luz, em plena consagração messiânica, ante as vozes diretas do Plano Superior, envia mensageiros para lhe verificarem a idoneidade.
Dos nazarenos que lhe desfrutam a convivência, apenas recebe zombaria e desprezo.
Dos enfermos que lhe ouvem o sermão do monte, buscando tocá-lo, ansiosos, na expectativa da própria cura, não se destaca um só para segui-lo até à cruz.
Dos setenta discípulos designados para misteres santificantes, não há lembrança de qualquer deles, na lealdade maior.
Dos seguidores que comeram os pães multiplicados, ninguém surge perguntando pelo burilamento da alma.
Dos numerosos doentes por ele reerguidos à bênção da saúde, nenhum aparece, nos instantes amargos, para testemunhar-lhe agradecimento.
Nicodemos, que podia assimilar-lhe os princípios, procura-lhe a palavra, na sombra noturna, sem coragem de liberar-se dos preconceitos.
Dos admiradores que o saúdam em regozijo, na entrada triunfal em Jerusalém, não emerge uma voz para defendê-lo das falsas acusações, perante a justiça.
Judas, que lhe conhece a intimidade, não hesita em comprometer-lhe a obra, diante dos interesses inferiores.
Somente aqueles que modificaram as próprias vidas foram capazes de refleti-lo, na glória do apostolado.
Pedro, fraco, fez-se forte na fé e, esquecendo a si mesmo, busca servi-lo até à morte.
Maria de Magdala, tresmalhada na obsessão, recupera o próprio equilíbrio e, apagando-se na humildade, converte-se em mensageira de esperança e ressurreição.
Joana de Cusa, amolecida no conforto doméstico, olvida as conveniências humanas e acompanha-lhe os passos, sem vacilar no martírio.
Paulo de Tarso, o perseguidor, aceita-lhe a palavra amorosa e estende-lhe a Boa-Nova em suprema renúncia.
Não detenhas, assim, qualquer ilusão à frente dos fenômenos medianímicos.
Encontrarás sempre, e por toda parte, muitas pessoas beneficiadas e crentes, como testemunhas convencidas e deslumbradas diante deles; mas, apenas aquelas que transfiguram a si mesmas, aperfeiçoando-se em bases de sacrifício pela felicidade dos outros, conseguem aproveitá-los no serviço constante em louvor do bem.
 
Emmanuel

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Legítima Defesa
 


O recurso a legitima defesa é naturalmente um direito comum a todas as criaturas.



Nem há que duvidar de semelhante prerrogativa.



No entanto, importa considerar que esse direito não consiste em subtrair a existência do próximo, invadindo atribuições que pertencem a Deus.


 
Dispomos do privilégio da defensiva, aplicando anos mesmos os artigos da Lei Divina obedecendo-lhe as determinações que nos garantem responsabilidade e equilíbrio.


 


Defender-nos-emos contra a incursão em novos débitos, abstendo-nos de alongar a despesa de cada dia, além da receita que nos compete.


 
Estaremos agindo contra as hostilidades alheias, ofertando aos outros, simpatia e cooperação.


 


Não cairemos no fogo da calúnia, desde que vivamos em guarda contra a leviandade e a maledicência.



 
Elevar-nos-emos, além da vasa do crime, submetendo-nos ao culto incessante do bem, segundo os nossos deveres, e fugindo ao império da tentação.


 


Respiraremos libertos da irritação e da cólera se dermos ao companheiro de caminho o respeito e a compreensão que desejamos dele próprio, em nosso favor.


 

Distanciar-nos-emos das extravagâncias da vaidade e do orgulho, sustentando, em nós mesmos, a humildade que a vida nos aconselha.



 
Cristo é o nosso Divino Médico, ensinando-nos a observar os mais avançados princípios de imunologia da alma, na preservação dos valores eternos do Espírito.


 
Perdoemo-nos uns aos outros, setenta vezes sete, em todas as nossas falhas na jornada evolutiva; amparemos o vizinho, tanto quanto lhe reclamamos o entendimento e o auxílio e, amando-nos reciprocamente no padrão do Senhor que nos protegeu até o sacrifício supremo, estaremos praticando a defesa legítima; único baluarte de nossa segurança e de nossa paz.


Emmanuel

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016


Sejamos Bons

 

Não te aflijas com a perspectiva da perfeição de um dia para outro.

 

As tarefas redentoras desconhecem o improviso.

 

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Ergue-se a casa, tijolo a tijolo.

 

Forma-se o rio, gota a gota.

 

Constitui-se o tecido, fio a fio.

 

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O Mestre, por isso mesmo, não espera do discípulo prodígios de santidade, num simples momento, de vez que a virtude não é flor ilusória no jardim sublimado da alma.

 

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Entretanto, se não podemos realizar o aprimoramento numa hora, devemos aprender a lição da bondade, dia a dia.

 

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Sejamos bons para com aqueles que a Divina Bondade situou em nossos próprios passos, auxiliando-os na senda de elevação.

 

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Sejamos bons para com os que caíram na margem de nossa própria estrada, oferecendo-lhes o toque da nossa amizade ou encorajando-lhes o reerguimento com o sorriso de nossa compreensão.

 

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Sejamos bons para com as vítimas da maldade, amparando-as sem ruído para que a maledicência emudeça e para que a calúnia imobilize as garras de treva.

 

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Sejamos bons para com os fracos que não podem ainda caminhar sem a neurastenia, sem a queixa e sem a lágrima, sustentando-lhes o coração com os nossos braços fraternos.

 

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Por onde passamos há sempre alguém que espera um pouco de carinho a fim de restaurar-se.

 

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Na harmonia da natureza a flor estende o perfume, a ave carreia a música, a fonte desliza servindo e a árvore produz reconforto e alegria exaltando o sol que mergulha na Terra em ondas ilimitadas de luz.

 

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Por nossa vez ofereçamos a bondade a quem possa por nós ou a quem respira conosco e estaremos louvando a Infinita Bondade do Pai Celestial que, em todos os ângulos da vida, nos envolve em suas Bênçãos de Amor.

 

Emmanuel

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Corrigendas

“Porque o Senhor corrige ao que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.” - Paulo. (Hebreus, 12:6.)
Quando os discípulos do Evangelho começam a entender o valor da corrigenda, eleva-se-lhes a mente a planos mais altos da vida.
Naturalmente que o Pai ama a todos os filhos, no entanto, os que procuram compreendê-lo perceberão, de mais perto, o amor divino.
Máxima identificação com o Senhor representa máxima capacidade sentimental.
Chegado a essa posição, penetra o espírito em outras zonas de serviço e aprendizado.
A princípio, doem-lhe as corrigendas, atormentam-no os açoites da experiência, entretanto, se sabe vencer nas primeiras provas, entra no conhecimento das próprias necessidades e aceita a luta por alimento espiritual e o testemunho de serviço diário por indispensável expressão da melhoria de si mesmo.
A vida está repleta de lições nesse particular.
O mineral dorme.
A árvore sonha.
O irracional atende ao impulso.
O homem selvagem obedece ao instinto.
A infância brinca.
A juventude idealiza.
O espírito consciente esforça-se e luta.
O homem renovado e convertido a Jesus, porém, é o filho do céu, colocado entre as zonas inferiores e superiores do caminho evolutivo. Nele, o trabalho de iluminação e aperfeiçoamento é incessante; deve, portanto, ser o primeiro a receber as corrigendas do Senhor e os açoites da retificação paterna.
Se te encontras, pois, mais perto do Pai, aprende a compreender o amor da educação divina.
 
Emmanuel

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016


DOUTRINA E APLICAÇÃO

 

BEZERRA DE MENEZES

 

Filhos, o Senhor nos abençoe.

Somos defrontados hoje por impositivos da fé que realmente se nos mostram por obrigações de caráter inadiável.

Achamo-nos, sem dúvida, à frente de um mundo, - nossa casa, - atravancado de problemas que a nós outros compete resolver.

Lutas, conflitos, dificuldades. Desafios de variada espécie nos convocam à divulgação da Doutrina de Amor e Luz, a cujo engrandecimento estamos convocados, cada qual de nós na posição em que se encontra.

Por isso mesmo, já que estudais a virtude, reflitamos na expansão dos princípios espíritas evangélicos como sendo a demonstração generalizada e simples da virtude do Cristianismo Redivivo no Espiritismo; a porta libertadora de nossos corações no rumo da emancipação com o Cristo de Deus,

Entretanto, filhos, a divulgação a que nos reportamos será, sim, a da exposição verbal de nossas teses edificantes, mas, sobretudo a prática dos ensinamentos a que se nos afeiçoam idéia e coração.

Acrescentemos Espiritismo à nossas atividades cotidianas.

Mais amor no exercício de nossos deveres, mais luz em nossa palavra.

Em casa, aditemos Doutrina às nossas mínimas atitudes, a fim de que o lar se nos mantenha por santuário bendito do aperfeiçoamento espiritual a que nos empenhamos em nossos grupos de serviço apliquemos Doutrina em nossos gestos mais obscuros, de vez que no instituto doméstico e sem nossa equipe de trabalho é que surpreendemos os mais difíceis problemas de ordem espiritual para a iluminação do futuro.

Isso porque é no ambiente mais íntimo da experiência terrestre que acolhemos os laços mais sublimes do amor e os elos mais aflitivos das aversões que nós mesmos trazemos na bagagem de passadas reencarnações.

Do lar e do grupo social, seja esse grupo de caráter idealístico ou afetivo, na ação e na afinidade, é que nos afastamos para a Família Maior, - a Humanidade, - assim como a embarcação que se retira do cais, em demanda do mar alto.

Por esta razão, nessas duas escolas da alma é forçoso adestrar-no em Doutrina Espírita, a fim de que a travessia da viagem na vida física se faça amparada no êxito necessário.

Enfim, traduzamos a nossa fé em trabalho incessante no Bem, desentranhemos as lições de Jesus, milenarmente arquivadas em nossa memória para o trato afetivo com as experiências do dia-a-dia, auxiliando-nos uns aos outros, através do perdão aprendido e sofrido e da tolerância trabalhada e esculpida no próprio esforço, reconhecendo que o outro é o nosso reflexo.

O próximo é o caminho e Jesus é a meta.

Sirvamo-nos.

Ajudemo-nos.

Tão-somente assim, ofereceremos substância às realizações espíritas-cristãs, à maneira do material que monumentaliza esse ou aquele plano de construção.

Atividade, mas não aquela atividade que os nossos irmãos ainda sediados na rebeldia se referem nos apelos com que conclamam o Mundo à renovação.

Esforço em nós mesmos, para que a nossa fé se nos instale definitivamente na vida pessoal para que a felicidade não mais se erija em nós por mito que a desilusão quebra ou destrói.

Construamos Doutrina em nós e em nossas próprias existências, dando conta dos encargos que o Senhor nos reservou, tomando a compreensão e a bondade por diretrizes de cada dia.

Apenas assim, - unicamente assim, - faremos a divulgação do Espiritismo por Doutrina Perfeita, a destacar-se de nossas próprias imperfeições, a fim de que pelo trabalho de hoje, venhamos a alcançar com o Divino Mestre, a felicidade indestrutível pela vivência positiva e real da legenda que Ele mesmo, Jesus, nos deu a todas as criaturas na Terra, por divino roteiro indispensável à paz de cada um: - “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Livro “DOUTRINA E VIDA” - ESPÍRITOS DIVERSOS –

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016


Esse  O  Caminho

 

Meimei

 

Rogaste a Deus acesso à felicidade.

Entretanto, hoje mesmo, ofereceste aos próprios irmãos o veneno do pessimismo no prato da intolerância.

Gritaste maldição para os que te feriram e acusaste por desertores os amigos que a vida arredou para longe de teu afeto.

Assinalaste companheiros sofredores com objetivos amargos e fugiste à presença dos que te rogavam consolação.

Pára e pensa.

Cada pessoa necessitada, quanto cada problema, constituem degraus para a Grande Subida.

A ingratidão dos familiares e o azedume dos que mais amas são convites e apelos à revelação de tua própria bondade.

Suportando o buril, o mármore desvela a obra prima e tolerando os golpes do arado é que a terra produz.

Esse é o nosso caminho para o triunfo.

É por isso talvez que Jesus escolheu a cruz da renunciação à maneira de trono para a suprema vitória.

Nem conforto entre os homens, nem piedade para si mesmo.

Somente o amor puro, embora sangrando, mas de braços abertos.

 

domingo, 21 de fevereiro de 2016


Realidade e Suposição
 
Quando te sintas em dificuldade no relacionamento com os outros, observa que, muitas vezes, esses mesmos outros suportam problemas e percalços muito maiores do que os nossos.
Semelhante exercício te renovará os pensamentos e a compaixão te surgirá no íntimo, obstando-te a queda em pessimismo e revolta.
Se possuísses um engenho capaz de radiografar os sentimentos alheios, reconhecerias, de pronto, o contraste entre a suposição e a realidade.
Aquele chefe, supostamente arbitrário, guarda consigo a mente esfogueada de inquietações pelo próprio serviço de que recebes os recursos que se te fazem necessários à vida.
Provavelmente o amigo que não te notou a presença carrega as próprias idéias e emoções concentradas num filhinho doente.
A senhora que tantos julgavam excessivamente enfeitada, assim se preparou diversos dias a fim de solicitar emprego a determinadas autoridades para o esposo recém demitido da organização em que trabalhava.
O rapaz que passou, conduzindo o carro em alta velocidade, é portador de um cérebro enfermiço.
O artista que se negou a colaborar contigo na realização das boas obras em que te empenhas, estará sob o peso terrível da estafa.
A ninguém julguemos precipitadamente.
Procuremos o melhor de cada situação e de cada criatura, de modo a seguirmos para diante com o melhor a fazer, esquecendo o desnecessário.
Em muitos lances de marcha na direção de Deus erramos, a fim de aprender com segurança, ou caímos, de modo a levantar-nos para conquistar o equilíbrio seguro.
Ninguém segue sem o apoio de alguém nos caminhos da vida.
Em vista disso, compadeçamo-nos dos outros para que os outros se compadeçam de nós.
 
Emmanuel

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Em silêncio

“Não servindo à vista como para agradar aos homens, mas como servos do Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus.” - Paulo. (Efésios, 6:6.)
Se sabes, atende ao que ignora, sem ofuscá-lo com a tua luz.
Se tens, ajuda ao necessitado, sem molestá-lo com tua posse.
Se amas, não firas o objeto amado com exigências.
Se pretendes curar, não humilhes o doente.
Se queres melhorar os outros, não maldigues ninguém.
Se ensinas a caridade, não te trajes de espinhos, para que teu contato não dilacere os que sofrem.
Tem cuidado na tarefa que o Senhor te confiou.
É muito fácil servir à vista. Todos querem fazê-lo, procurando o apreço dos homens.
Difícil, porém, é servir às ocultas, sem o ilusório manto da vaidade.
É por isto que, em todos os tempos, quase todo o trabalho das criaturas é dispersivo e enganoso. Em geral, cuida-se de obter a qualquer preço as gratificações e as honras humanas.
Tu, porém, meu amigo, aprende que o servidor sincero do Cristo fala pouco e constrói, cada vez mais, com o Senhor, no divino silêncio do espírito...
Vai e serve.
Não te dêem cuidado as fantasias que confundem os olhos da carne e nem te consagres aos ruídos da boca.
Faze o bem, em silêncio.
Foge às referências pessoais e aprendamos a cumprir, de coração, a vontade de Deus.
 
Emmanuel

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016


ANOTAÇÕES DA VIDA
 

Lucano Reis

Quem cumpre o próprio dever

Acende luz no porvir

Não é bastante viver,

É necessário servir.

-*-*-


Pedro Silva

Conversa maliciosa

É sempre treva em caminho;

Pessoa que beija a rosa

Não beija a ponta do espinho.

-*-*-


Lourenço Prado

O mundo tem um rifão

Que diz, ao sol do progresso:

“Todo fracasso é lição

que aponta para o sucesso “”.

-*-*-


Silveira Carvalho

Grande bem pregar o bem,

Que o bem sempre nos garante;

Mas praticá-lo na vida

É muito mais importante.

-*-*-


Casimiro Cunha

Ofensas em derredor?

Ouve o mal fazendo o bem;

Auxilia quanto possas,

Sem buscar saber a quem.

-*-*-
 

Lulu Parola

Para largar-me do mundo

E criar novo destino,

Sofri sob o pente grosso,

E agora é no pente fino.

-*-*-


Maria Dolores

Quem diz que a fé propagada

Não serve para os ateus,

Anote: a estrela nos Céus

É um belo cartaz de Deus.

-*-*-


Lívio Barreto

Em qualquer questão da vida,

Quem não cede por amor

Após a morte é chamado

De espírito obsessor.

-*-*-


Cornélio Pires

Toda briga mais leve

Faz conta que não se atrasa:

Reencarnação chega breve

E cobra dentro de casa.

-*-*-   
 
Auta de Souza

A morte não analisa

A fortuna que possuir:

Mas te confisca a riqueza

Quando nada distribuis.