segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O EXAME DA CARIDADE

Alfabetização infanto-juvenil

O EXAME DA CARIDADE

Em populosa cidade do Brasil, os três amigos, Ribeiro, Pires e Martins, inspirados no Espiritismo consolador, fundaram prestigioso núcleo doutrinário, exclusivamente consagrado a estudos da caridade cristã.

Expressivo número de companheiros se lhes agregaram ao ideal e entidades amigas, através de médiuns devotados à Causa, se revelaram simpáticas, ao trabalho que se propunham desenvolver, colaborando brilhantemente para que a melhor compreensão do Evangelho reinasse no grupo; dentre elas, salientava-se a benfeitora Custódia, que tomou a si o encargo maternal de orientar os três companheiros que haviam entrelaçado esperanças e aspirações, em torno da redentora virtude.

Irmã Custódia ensaiava as mais belas tarefas verbais, na condição de iluminada instrutora; e Ribeiro, Pires e Martins completavam-lhe a obra, proferindo comentários luminosos, junto à
comunidade acolhedora.

Evangélicos pregam a palavra da Bíblia e cantam louvores
para os Idosos da Casa.


Livros edificantes eram interpretados com inimitável brilho.

A protetora invisível aos trabalhadores encarnados rejubilava-se, feliz. Explicava-nos, exultante, que encontrara, finalmente, uma sementeira promissora, que lhe dava direito à mais ampla expectativa. A caridade, ali, seria, a breve tempo, árvore abençoada e frondosa, resultando em fonte para sedentos, mesa farta aos famintos e refúgio calmo aos sofredores.

Conferências evangélicas multiplicavam-se em admiráveis torneios oratórios.

Convertera-se a casa num florilégio precioso.

Cada irmão na fé, amparando-se, sobretudo, nas convicções dos três fundadores, incansáveis nas preleções reconfortantes, era portador de observações fraternas e convincentes.

Inúmeros estudiosos visitaram, com enlevo, aquele reduto iluminativo e, ao se despedirem, quase sempre tinham lágrimas copiosas, ante a emoção recolhida nos discursos sublimes.

Autores quais Richet, Delanne e Crookes, inclinados às perquirições cientificas, quando lidos em semelhante parlamento de amor, soavam estranhamente, porque, no fundo, a instituição era um templo exclusivamente dedicado ao evangelismo salvador.

Avizinhando-se o décimo aniversário da instalação, Custódia, a benfeitora, pediu que fizessem orações comemorativas, especiais.

As irradiações da caridade do Alto visitariam os três pilares humanos daquela obra divina e, por isso, convidava o trio a solenizar o acontecimento com palavras de louvor ao Mestre dos mestres.

Ribeiro, Pires e Martins exultaram de contentamento.

Combinaram pronunciar três palestras diferentes, no dia indicado. Um deles falaria sobre o tema “Caridade e Humanidade”, o segundo discorreria sobre “Caridade e Iluminação” e o último sobre “Caridade e Harmonia”.

Chegada a noite de paz e luz, no templo ornado de flores, a trindade orientadora encantou os ouvintes com as suas dissertações renovadoras e inspiradas.

Houve preces tocantes, de mistura com lágrimas insofreáveis.

A mentora espiritual da casa comunicou-se, através de conceitos construtivos e comoventes, esclarecendo que, por haver reservado pequena tarefa para si mesma, durante as horas próximas, tornaria ao agrupamento na semana seguinte, de maneira a apreciar os júbilos da efeméride com a desejável amplitude.

E a notável sessão foi encerrada com indisfarçáveis sensações de ventura no espírito coletivo.

Ribeiro, Pires e Martins, não cabendo em si de contentes, evitaram o bonde, para melhor se entregarem à conversação íntima e longa, no retorno ao ambiente domestico.

Não haviam caminhado um quilômetro, quando foram defrontados por uma senhora de humilde expressão. Não se lhe viam os traços fisionômicos, com suficiente nitidez, mas os pés calçados pobremente, a roupa modesta e limpa e o chalé escuro infundiam-lhe dignidade venerável.

Abordou-os, franca e reverente:

– Senhores! Ajudem-me, em nome da caridade! Estou sozinha e é mais de meia-noite...

Tenho trabalho urgente em arrabalde próximo, entretanto, na posição em que me vejo, sou desconhecida na cidade.

E, em tom súplice, acentuou:

– Qual dos três me concederá um abrigo até manhãzinha? Somente até o nascer do Sol...

Os cavalheiros entreolharam-se, assustadiços.

Ribeiro, constrangido, manifestou-se, hesitante:

– Infelizmente, não posso. Minha mulher não compreenderia.

Pires, encorajado, ajuntou:

– Eu também sinto dificuldade. Sem dúvida, estou pronto a praticar o bem; contudo, a senhora, apesar de credora de todo o meu respeito, é mulher, e meus vizinhos não me perdoariam, notando-lhe a presença, junto de mim...

Martins, por último, falou, firme:

– Por minha vez, nada posso fazer. Realmente não sou um homem sem lar. Minha família, entretanto, não entenderia a concessão que a senhora está pedindo. Aliás, não é mesmo razoável o que solicita a uma hora destas...

Não posso arriscar...

Enorme silêncio abateu-se, ali, sobre os quatro, mas Ribeiro lembrou que se cotizassem, oferecendo-se-lhe um leito, por algumas horas, num hotel barato. Cada qual ofereceu cinco cruzeiros e a senhora afastou-se, com palavras de agradecimento.

Acontece, no entanto, que nem Ribeiro, nem Pires, nem Martins conseguiram repousar.

Preocupados com o incidente, ergueram-se, antes do amanhecer, e encontraram-se, infinitamente surpreendidos, à porta da pensão modesta que haviam indicado à forasteira.

Algo lhes feria a consciência e o coração. Desejavam saber como havia passado a senhora que lhes dirigira a palavra com tão grande confiança e intimidade. Não conseguiram, porém, a mínima notícia, até que, na reunião da semana seguinte, consoante a promessa que formulara, Custódia apareceu e, muito bem humorada, através do médium, explicou ao trio assombrado:

– Sim, meus amigos, aquela senhora era eu mesma.

Com a graça de Jesus, materializei-me, em plena rua, a fim de examinar-lhes o progresso em matéria de caridade.

Reparei que para vocês ainda é muito difícil abrir a porta do lar. Mas, se com dez anos de estudo, puderam desatar a bolsa e ceder quinze cruzeiros, sentir-me-ei muito feliz se conseguirem abrir o coração ao verdadeiro amor fraterno, daqui a cem anos...

Sorriu, expressivamente, embora um tanto desapontada, e rematou:

– O essencial, porém, é não interromperem, de nenhum modo, o estudo e o trabalho na direção do Alto...

Não há motivo para desânimo!

Vamos continuar.
 
 
Extraído do livro CONTOS E APÓLOGOS
PELO ESPÍRITO IRMÃO X
Francisco Candido Xavier

As vovós Helena, Raimunda e Maria atentas à prece.











































































Momentos de aprendizagem com visitas fraternas. 







Senhoras católicas realizaram orações com os Idosos da Casa. 






domingo, 30 de janeiro de 2011

NA VISÃO DO MUNDO


NA VISÃO DO MUNDO

Emmanuel

Não diga que o mundo é perverso, quando é justamente do chão do mundo que se recolhe a bênção de pão.

*

O charco é uma queixa da gleba contra o descaso do lavrador.

*

Compara a Terra, à uma universidade e notarás que todo espírito encarnado é um aluno em formação.

*

Aquilo que plantares nos corações alheios é o que colherás nas manifestações dos outros.

*

Quem aplique lentes esfumaçadas nos olhos, não notará senão tristeza onde o mundo está ostentando as cores da esperança e da alegria.

*

A existência para cada um de nós é o que estivermos fazendo.

*

Cada pessoa vê no mundo a própria imagem.

*

A melhor crítica é aquela que se expressa mostrando como se deve fazer.

*

A utilidade é a força real que assegura a situação de cada um.

*

A proteção mais segura que possas desfrutar é a de teu próprio serviço.

*

Não perguntes além do necessário, para que os teus encargos não surjam atrasados.

*

De quando a quando, para efeito de valorização do tempo, relaciona quantas palavras terás pronunciado, no transcurso do dia, sem qualquer significação para o bem.

*

A sabedoria da vida te colocou no lugar onde possas aprender com eficiência e servir melhor.

*

Quando alguém condena o mundo, é porque se sente condenado em si mesmo.

*

O trabalho que executes é tua certidão de identidade do ponto de vista espiritual.

*

Faze e terás certamente aquilo que esperas seja feito.

*

O que estiveres realizando para os outros é justamente o que estarás realizando por ti mesmo.

*

As leis do mundo não se enganam: o que deres de ti, ser-te-á dado.

*

A Terra é a nossa escola benemérita: lembra-te de que o relógio não pára.

*

Do Livro “COMPANHEIRO”
 – PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

sábado, 29 de janeiro de 2011

A PETIÇÃO DE JESUS


A PETIÇÃO DE JESUS



... E Jesus, retido por deveres constrangedores, junto da multidão, em Cafarnaum, falou a Simão, num gesto de bênção:



- Vai, Pedro! Peço-te! ... Vai à casa de Jeremias, o curtidor, para ajudar. Sara, a filha dele, prostrada no leito, tem a cabeça conturbada e o corpo abatido. Vai sem delonga, ora ao lado dela, e o Pai, a quem rogamos apoio, socorrerá a doente por tuas mãos.



Na manhã ensolarada, pôs-se o discípulo em marcha, entusiasmado e sorridente com a perspectiva de servir. À tarde, quando o sol cedia as últimas posições à sombra noturna, vinha de retorno enunciando inquietação e pesar no rosto áspero.



- Ah! Senhor! - disse ao Mestre que lhe escutava os apontamentos - todo esforço baldado, tudo em vão! ...

- Como assim?



E o apóstolo explicou amargamente, qual se fora um odre de fel a derramar-se:



- A casa de Jeremias é um antro de perdição... Antes fosse um pasto selvagem. O abastado curtidor é um homem que ajuntou dinheiro, a fim de corromper-se. De entrada, dei com ele bebericando vinho num paiol, a cuja porta bati, na esperança de obter informações para demandar o recinto doméstico. Não parecia um patriarca e sim um gozador desavergonhado. Sentava-se na palha de trigo e, de momento a momento, colava os lábios ao gargalo de pesada botelha, desferindo gargalhadas, ao pé de serva bonita e jovem, que se refestelava no chão, positivamente embriagada... Ao receber-me, começou perguntando quantos piolhos trago à cabeça e acabou mandando-me ao primogênito... Saí à procura de Zoar, o filho mais idoso, e o achei, enfurecido, no jogo de dados em que perdia largas somas para conhecido traficante de Jope. Acolheu-me aos berros, explicando que a sorte da irmã não lhe despertava o menor interesse... Por fim, expulsou-me aos coices, dando a idéia de uma besta-fera solta no campo



Afastava-me, apressado, quando esbarrei com a dona da casa. Dei-lhe a razão de minha presença; contudo, antes de atender-me, passou a espancar esquelética menina, alegando que a criança lhe havia surrupiado um figo, enquanto a pequena chorosa tentava esclarecer que a fruta havia sido devorada por galos de estimação... Somente após ensangüentar a vítima, resolveu a megera designar o aposento em que poderia avistar-me com a filha enferma...



Ante o olhar melancólico do ouvinte, o discípulo prosseguiu:



- A dificuldade, porém, não ficou nisso... Visivelmente transtornada por bagatela, a velha sovina errou na indicação, pois entrei numa alcova estreita, onde fui defrontada por Josué, o filho mais moço do curtidor, que mergulhava a mão num cofre de jóias. Desagradavelmente surpreendido, fêz-se amarelo de raiva, acreditando decerto que eu não passava de alguém a serviço da família, a fim de espionar-lhe os movimentos. Quando ergueu o braço para esmurrar-me, supliquei-lhe considerasse a minha situação de visitante em missão de paz e socorro fraterno . Embora contrafeito, conduzindo-me ao quarto da irmã... Ah! Mestre, que tremenda desilusão!.. Não duvido de que se trata de uma doente, mas, logo me viu, a estranha criatura se tornou inconveniente, articulando gestos indecorosos e pronunciando frases indignas...Não agüentei mais... Fugi, horrorizado, e regressei pelo mesmo caminho.



Observando que o Amigo Sublime se resguardava, triste e silencioso, volveu Simão, após comprido intervalo:



- Senhor, não fui, acaso, bastante claro? Porventura, não terei procurado cumprir-te honestamente os desejos? Seria justo, Mestre, pronunciar o nome de Deus, ali, entre vícios e deboche, avareza e obscenidade?

Jesus, porém, depois de fitar longamente o céu, a inflamar-se de lumes distantes, fixou no companheiro o olhar profundamente lúcido e exclamou com serenidade:



- Pedro, conheço Jeremias, a esposa e os filhos, há muito tempo!... Quando te incumbi de ir ao encontro deles, apenas te pedi para auxiliar! .



Do livro CARTAS E CRÔNICAS
Ditadas pelo Espírito Irmão X, psicografia de FRANCISCO CANDIDO XAVIER

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Avaliação da Casa Espírita

Sede da BR 230 KM 470
Comunhão Espírita Cristã A Casa do Caminho


Rua Gualberto Filho, 31 Centro Sousa (PB)
Núcleo Espírita Cristã A Casa do Caminho

Avaliação da Casa Espírita

Toda Casa Espírita que busca o aprimoramento íntimo de seus freqüentadores, deve promover o estudo e a explanação da Doutrina Espírita no seu tríplice aspecto: científico, filosófico e religioso, consubstanciada na Codificação Kardequiana e nos ensinamentos do amado Mestre Jesus. Portanto, para que esteja em consonância com esses ensinamentos, deve ainda:


· Zelar para que as atividades exercidas em função do Movimento Espírita SEJAM GRATUITAS, vedada qualquer espécie de remuneração;

· Nas reuniões doutrinárias, jamais angariar donativos por meio de coletas, peditórios, à vista dos inconvenientes que apresentam, de vez que tais expedientes podem ser tomados à conta de pagamento por benefícios. A pureza da prática da Doutrina Espírita deve ser preservada a todo o custo;

· Evitar enfeites excessivos, jogos de luz e uso, pelos colaboradores, de paramentos e uniformes;

· Desaprovar o emprego de rituais, imagens ou símbolos de qualquer natureza nas sessões, assegurando a pureza e a simplicidade da prática do Espiritismo;

· Desaprovar a conservação de retratos, quadros, legendas ou quaisquer objetos que possam ser tidos na conta de apetrechos para ritual, tão usados em diversos meios religiosos. Os aparatos exteriores têm cristalizado a fé em todas as civilizações terrenas;

· Banir dos templos espíritas as cerimônias que, em nome da Doutrina, visem à consagração de esponsais ou nascimentos e outras práticas estranhas à Doutrina, tais como velórios e encomendações, colações de grau etc;

· Impedir a comunicação de enfermo espiritual, que só deverá ocorrer em reunião privativa e destinada a esse fim;

· Não permitir, nas reuniões do Centro, ataques ou censuras a outras religiões;

· Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial;

· Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos. O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos;
 
· Não permitir o uso do fumo, álcool e demais compostos químicos nas dependências do Centro Espírita.

Baseado nos regimentos internos da Federação Espírita Brasileira

Postado por Carlos Rey
Copiado do Blog do NEPT



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Pode acreditar


Pode acreditar

Falará você na bondade a todo instante, mas, se não for bom, isso será inútil para a sua felicidade.

Sua mão escreverá belas páginas, atendendo a inspiração superior; no entanto, se você não estampar a beleza delas em seu espírito, não passará de estafeta sem inteligência.

Lerá maravilhosos livros, com emoção e lágrimas; todavia, se não aplicar o que você leu, será tão-somente um péssimo registrador.

Cultivará convicções sinceras, em matéria de fé; entretanto, se essas convicções não servirem à sua renovação para o bem, sua mente estará resumida a um cabide de máximas religiosas.

Sua capacidade de orientar disciplinará muita gente, melhorando personalidades; contudo, se você não se disciplinar, a lei o defrontará com o mesmo rigor com que ela se utiliza de você para aprimorar os outros.

Você conhecerá perfeitamente as lições para o caminho e passará, ante os olhos mortais do mundo, à galeria dos heróis e dos santos; mas, se não praticar os bons ensinamentos que conhece, perante as leis Divinas recomeçará sempre o seu trabalho e cada vez mais dificilmente.

Você chamará a Jesus; mestre e senhor...; se não quiser, porém, aprender a servir com ele, suas palavras soarão sem qualquer sentido.


André Luiz

(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)





quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ORIENTAÇÃO


ORIENTAÇÃO

Meu irmão:

Que Jesus nos abençoe a todos, fortalecendo-nos nas realizações de seu Reino Divino.

O caminho é ainda o mesmo – não temos roteiro diferente daquele tragado pelo Divino Mestre a nossa atividade.

Servir sem recompensa.

Amar sem reclamações.

Amparar aqueles que nos ferem.

Auxiliar aos que não nos compreendem ainda.

Orar pelos que tentam perturbar-nos.

Levantar os que caem ao longo dos caminhos. Viver os ensinamentos do bem, antes de transmiti-los a outrem.

Edificar o Reino do Senhor, dentro de nós mesmos, sem exigirmos a construção evangélica dos vizinhos.

Converter-nos substancialmente ao bem; com o Cristo colaborar na paz de todos, sem esperar retribuição do próximo.

Confiarmos em Jesus, ainda que tudo constitua ameaça em derredor.

Estes, meu amigo, são princípios de nossa orientação que não devemos menosprezar em tempo algum.

Prossegue, com a tua sinceridade de aprendiz fiel do Evangelho, através do caminho áspero.

Não te desvie a tempestade que modifica e renova os quadros em torno.

Acende a tua luz e serve ao Senhor, servindo às criaturas.

Na realização deste sagrado propósito reside, hoje, aqui e agora, a nossa imediata missão.

Que o Senhor te abençoe.

Emmanuel

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ANOTAÇÕES DE AMIGO

Zenilda e Deusaires no ESDE.

ANOTAÇÕES DE AMIGO

Emmanuel

Não te deixes abater, no mundo ante as provações que atravessas.

*

Encontras-te na situação mais adequada às realizações que te dizem respeito à vida espiritual.

*

Permaneces no corpo que mais te favorece às aquisições do campo íntimo.

*

O clima social em que se instalam as atividades é a paisagem na qual dispões dos melhores recursos de experiência.

*

Tens contigo os companheiros certos que te auxiliam no aperfeiçoamento a que aspiras.

*

Dificuldades que te surpreendem são os testes aconselháveis em que te cabe encontrar aproveitamento.

*

Amigos que te deixam em caminho são afeições que se distanciam transitoriamente para que adquiras segurança.

*

Conflitos repontando na estreada são valiosas lições para a conquista da paz em ti mesmo.

*

Prejuízos são apelos à vigilância.

*

Decepções constituem o preço com que se paga a luz da verdade.

*

Incompreensões lecionam discernimento.

*

Solidão é tempo de muda nos mecanismos da alma.

*

Aceita-te como és e aceita a vida em que deves estar, na condição em que te vês, a fim de que faça em ti o burilamento possível.

*

Seja qual seja o montante das provas, na conta das obrigações que assumiste, levanta-te do chão de qualquer tristeza e faze o bem que puderes, trabalhando e servindo sem reclamar, porque se te achas no uso da razão é que Deus conta contigo para que auxilies a ti mesmo, doando à vida o máximo de tudo aquilo que já possuas de melhor.

Do Livro “COMPANHEIRO” – PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER


























































segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A ESCOLA TERRA

Nossa Terra

A ESCOLA TERRA

 
A finalidade de nossa existência na Terra é evoluir, aperfeiçoar os nossos conhecimentos e sentimentos, para tanto é necessário empenho, sobretudo, que cada um de nós realize o seu papel no auxilio para tornar a humanidade mais feliz.

A seguir, observaremos alguns tópicos tratados pelo italiano Ernesto Bozzano, no livro de sua autoria, “A alma nos animais”, onde desenvolve uma pesquisa sobre a sobrevivência da alma animal e qual a ligação especial que existe entre o homem e o animal.

O livro “Old Truth in a New Light”, de Lady Cathness, nos informa uma das melhores definições inteligíveis a respeito da natureza íntima dos processos evolutivos, quando nos define de forma lúcida e racional:


Le gaz se minéralise,
Le mineral se végétalise,
Le vegetal s’animalise,
L’animal s’humanise,
L’homme se divinise.

Traduzindo conforme o original acima seria:

O gás se mineraliza,
O mineral se vegetaliza,
O vegetal se animaliza,
O animal se humaniza,
O homem se diviniza.

Hoje, pelos conceitos de Lady Cathness, na qualidade de seres humanos somos e estamos, em verdade, no “top de linha” da criação de Deus. Atravessamos a escala evolutiva dos seres vivos, pois, através das várias etapas do progresso, atingimos a verdadeira causa da evolução, consubstanciada, alicerçada, na construção do interior cujo nome, denominou Kardec de Espírito.

Nós, aprendemos, com a Doutrina Espírita, por meio de um sistema racional e metódico, cientifico e experimental, gradativamente e lentamente, através de uma seria de etapas realizadas na transição em função de uma infinidade de existências vegetais, animais e humanas, consolidarmos a nossa evolução espiritual.

Grandes filósofos e pensadores hodiernos, homens da ciência, não espíritas, de diversos países, enfatizam com convicção por meio de experiências cientificas a sobrevivência da alma, como sendo a grande descoberta do século XXI.

O pobrezinho de Assis, Francisco de Assis, denota o conhecimento da lei de evolução quando, assim se expressou, com propriedade: “Todos os seres da criação são filhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer que auxiliemos aos animais, se necessitarem de ajuda. Toda criatura em desamparo tem o mesmo direito à proteção.”

Merece citação o conceito emitido pelo cientista alemão Wilhelm Von Humboldt(1767-1835), quando com determinação afirmou: “o grau de civilização de um povo se mede pela forma com a qual trata os animais”.

“Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução”. O Espiritismo nada ensina em contrario ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda a gente, o que foi dito apenas sob forma alegoria.”

A Doutrina Espírita faz ressurgir a mensagem cristã em bases claras e lúcidas, orientando como aplicá-las no dia-a-dia, sem a utilização de simbolismos ou metáforas.

As orientações espíritas ensinam que a pessoa que erra não deve ser julgada, mas amparada. Precisa receber o conforto necessário para saber superar as provações da vida.

As palavras de Jesus revelam que o Consolador tem como característica básica guiar os aprendizes no caminho da verdade. Não existirão mais simbolismos, nem rituais, nem interpretações pessoais, apenas o ensinamento puro da mensagem cristã.

Devemos considerar, entretanto, que a Doutrina Espírita não tem a pretensão do tudo saber, de ser dona da verdade, e nem veio ao mundo para substituir as outras crenças.

A missão do Consolador, que é a Doutrina dos Espíritos, tem que se verificar junto das almas e não ao lado das gloriosas efêmeras dos triunfos materiais.

A Verdade Suprema, contudo, está em Deus. Jesus reflete-a com autoridade, e sabedoria, enquanto os seres humanos a manifestam segundo o nível de evolução espiritual que possuem.

O Espiritismo realiza todas as condições do Consolador que Jesus prometeu. Não é uma doutrina individual, nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto do ensino coletivo dos Espíritos, ensino a que preside o Espírito de Verdade. Nada suprime do Evangelho: antes o completa e elucida.


Referências:

1. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec.
2. As leis morais Rodolfo Calligaris.
3. O Consolador -espírito Emmanuel - Francisco Cândido Xavier.
4. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec.
5. A alma nos Animais - Ernesto Bozzano.
6. A gênese - Allan Kardec.



sábado, 22 de janeiro de 2011

M i s s ã o d o s E s p í r i t a s


Missão dos Espíritas

Não escutais já o ruído da tempestade que há de arrebatar o velho mundo e abismar no nada o conjunto das iniqüidades terrenas? Ah! Bendizei o Senhor, vós que haveis posto a vossa fé na sua soberana justiça e que, novos apóstolos da crença revelada pelas proféticas vozes superiores, ides pregar o novo dogma da reencarnação e da elevação dos Espíritos, conforme tenham cumprido, bem ou mal, suas missões e suportado suas provas terrestres.

Não mais vos assusteis! As línguas de fogo estão sobre as vossas cabeças. Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo!... sois os escolhidos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações úteis. Ide e pregai. Convosco estão os Espíritos elevados.

Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as exorta incessantemente à abnegação.

Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas! Palavras perdidas, eu o sei; mas não importa. Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!

Ó todos vós, homens de boa-fé, conscientes da vossa inferioridade em face dos mundos disseminados pelo Infinito!... lançai-vos em cruzada contra a injustiça e a iniqüidade. Ide e proscrevei esse culto do bezerro de ouro, que cada dia mais se alastra. Ide, Deus vos guia!

Homens simples e ignorantes, vossas línguas se soltarão e falareis como nenhum orador fala. Ide e pregai, que as populações atentas recolherão ditosas as vossas palavras de consolação, de fraternidade, de esperança e de paz.

Que importam as emboscadas que vos armem pelo caminho!

Somente lobos caem em armadilhas para lobos, porquanto o pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras imoladoras.

Ide, homens, que, grandes diante de Deus, mais ditosos do que Tomé, credes sem fazerdes questão de ver e aceitais os fatos da mediunidade, mesmo quando não tenhais conseguido obtê-los por vós mesmos; ide, o Espírito de Deus vos conduz.

Marcha, pois, avante, falange imponente pela tua fé! Diante de ti os grandes batalhões dos incrédulos se dissiparão, como a bruma da manhã aos primeiros raios do Sol nascente.

A fé é a virtude que desloca montanhas, disse Jesus. Todavia, mais pesados do que as maiores montanhas, jazem depositados nos corações dos homens a impureza e todos os vícios que derivam da impureza. Parti, então, cheios de coragem, para removerdes essa montanha de iniqüidades que as futuras gerações só deverão conhecer como lenda, do mesmo modo que vós, que só muito imperfeitamente conheceis os tempos que antecederam a civilização pagã.

Sim, em todos os pontos do Globo vão produzir-se as subversões morais e filosóficas; aproxima-se a hora em que a luz divina se espargirá sobre os dois mundos.

Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé. Ide; estes receberão, com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e baixarão a fronte, rendendo-lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina.

Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! o arado está pronto; a terra espera; arai!

Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que Ele vos confiou; mas, atenção! entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade.

Pergunta. – Se, entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho?

Resposta. – Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de sua lei; os que seguem sua lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição. – Erasto, anjo da guarda do médium.

(Paris, 1863.)
(KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo.
Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. XX, item 4.)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

NAS FONTES DA VIDA


NAS FONTES DA VIDA

“...e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas”.

(Gênese, cap. I)



Nova luz maravilhosa alvorece no horizonte do mundo fenomênico. No tépido regaço das águas, prepara-se o planeta para acolher o primeiro germe, princípio de novo modo de existir. O momento é solene. O universo assiste à gênese da suprema maravilha, amadurecida em seu seio, através de períodos incomensuráveis de lenta preparação, quase consciente do esforço titânico da Substância nascente, da qual brotará, no ponto culminante, a síntese máxima: a vida. Nasce a flor mais complexa e mais bela, em que mais límpido transparece o conceito da Lei e o pensamento de Deus. Deus, sempre presente no âmago das coisas, aparece sempre mais evidente à proporção que se ascende, em sua progressiva manifestação, Deus aproxima-se de Sua criatura.

Ao detonar da primeira centelha nos confins extremos do mundo dinâmico, saturado de passado e totalmente amadurecido, o universo tremeu evocador e clarividente. A matéria existira, movimentara-se a energia, mas somente a vida saberia chorar ou alegrar-se, odiar ou amar, escolher e compreender; compreender o universo e a Lei e pronunciar o nome de seu Pai: Deus. Nasce a vida; não a forma que vedes, mas o princípio que por si criará aquela forma para si mesma, como veículo e meio de ascensão. Naquele princípio que animará a primeira massa protoplasmática, existe o germe de todas as sucessivas e ilimitadas realizações da nova forma da Substância; para cima, subindo sempre, até às emoções e às paixões, permanece o germe do bem e do mal, de todo o vosso mundo ético e intelectual. A fuga eletrônica de um raio de sol transformar-se-á em beleza e alegria, sensação e consciência.

Nosso caminho, alcançando a vida, atinge regiões cada vez mais altas. Desta exposição irrompe um hino de louvor ao Criador. Minha voz funde-se no canto imenso de toda a criação. Diante do mistério que se realiza, no momento supremo da gênese, a ciência torna-se mística expansão, a exposição árida incendeia-se perme ada pelo hálito do sublime; através da crua fenomenologia cientí fica sopra o senso do divino. Diante das coisas supremas, dos fe nômenos decisivos que somente aparecem nas grandes curvas da evolução, os princípios racionais da ciência e os princípios éticos das religiões fundem-se no mesmo lampejo de luz, numa única verdade. Por que a verdade descoberta por vós, racionalmente, de veria ser diferente da verdade que vos foi revelada? Diante da última síntese, caem os antagonismos inúteis do momento e de vosso espírito unilateral e cego. Cada verdade e concepção parcial tem que reentrar no Todo: a ciência tanto quanto a fé, o que nasce do coração e da mente, a matemática mais avançada e a mais alta aspi ração mística, a matéria e o espírito, nenhuma realidade, por mais relativa que seja, pode ser excluída. Se a ciência é realidade subs tancial, como pode permanecer fora da síntese? Se o aspecto ético da vida é também realidade substancial, como pode ser descuidado? Essas novas concepções podem chocar vosso misoneísmo; tão grande salto à frente talvez vos cause medo; esse conceito de Divindade pode encher-vos de desânimo, mais que de amor. Mas também tendes que admitir e, com isso, torna-se pequeno apenas o conceito do homem, em relação ao conceito de Deus, que se agiganta além da medida. Isso poderá desagradar aos egoístas e aos soberbos, jamais às almas puras.

No momento solene volita nos espaços um hálito divino. O pensamento, permeado pelo grande mistério, olha e recolhe-se em oração.

Orai assim:

“Adoro-te, recôndito Eu do universo, alma do Todo, Meu Pai e Pai de todas as coisas, minha respiração e respiração de todas as coisas.

Adoro-te, indestrutível essência, sempre presente no espaço, no tempo e além, no infinito.

Pai, amo-te, mesmo quando Tua respiração é dor, porque Tua dor é amor; mesmo quando Tua Lei é esforço, porque o es forço que tua Lei impõe é o caminho das ascensões humanas.

Pai, mergulho em tua potência, nela repouso e me aban dono, peço à fonte o alimento que me sustente.

Procuro-te no âmago onde Tu estás, de onde me atrais. Sinto-Te no infinito que não atinjo e donde me chamas. Não Te vejo e, no entanto, ofuscas-me com Tua luz; não Te ouço, mas sinto o tom de Tua Voz; não sei onde estais, mas encontro-Te a cada passo, esqueço-Te e Te ignoro, no entanto, ouço-Te em toda a minha palpitação. Não sei individuar-Te, mas gravito em torno de Ti, como gravitam todas as coisas, em busca de Ti, centro do universo.

Potência invisível que diriges os mundos e as vidas, Tu estás em Tua essência acima de toda a minha concepção. Que serás Tu, que não sei descrever nem definir, se apenas o reflexo de Tuas obras me enceguece? Que serás Tu, se já me assombra a incomensurável complexidade desta Tua emanação, pequena cen telha espiritual que me anima integralmente? O homem Te busca na Ciência, invoca-Te na dor, Te bendiz na alegria. Mas na grandio sidade de Tua potência, como na bondade de Teu amor, estás sempre além, além de todo o pensamento humano, acima das formas e do devenir, um lampejo do infinito.

No ribombar da tempestade está Deus; na carícia do humilde está Deus; na evolução do turbilhão atômico, na arran cada das formas dinâmicas, na vitória da vida e do espírito, está Deus. Na alegria e na dor, na vida e na morte, no bem e no mal, está Deus; um Deus sem limites, que tudo abarca, estreita e do mina, até mesmo as aparências dos contrários, que guia para seus fins supremos.

E o ser sobe, de forma em forma, ansioso por conhecer-Te, buscando uma realização cada vez mais completa de Teu pensa mento, tradução em ato de Tua essência.

Adoro-Te, supremo princípio do Todo, em Teu revestimento de matéria, em Tua manifestação de energia; no inexaurível renovar-se de formas sempre novas e sempre belas; eu Te adoro, conceito sempre novo, bom e belo, inesgotável Lei animadora do universo. Adoro-Te grande Todo, ilimitado além de todos os limites de meu ser.

Nesta adoração, aniquilo-me e me alimento, humilho-me e me incendeio; fundo-me na Grande Unidade, coordeno-me na grande Lei, a fim de que minha ação seja sempre harmonia, as censão, oração, amor.

Orai assim, no silêncio das coisas, olhando sobretudo para o âmago que está dentro de vós. Orai com espírito puro, com in tenso arrebatamento, com poderosa fé, e a radiação anímica, har moniosamente sintonizada com grande vibração, invadirá os espaços. E ouvireis uma voz de conforto, que vos chegará do infinito.

PIETRO UBALDI
A GRANDE SÍNTESE
Síntese e Solução dos Problemas da Ciência e do Espírito.