segunda-feira, 31 de outubro de 2016



Ajudar-se
 
É atribuída a Esopo história de um carroceiro que conduzia pesada carga.
 
Em dado momento, a carroça atolou em solo instável.
Os cavalos não conseguiam movê-la.
Olhando ao redor, notou a presença de Hércules, o herói grego.
Confiante, pediu-lhe auxílio. Estava diante de um filho dos deuses, o homem mais forte do Mundo!
Para sua surpresa, ouviu uma reprimenda:
– Faça força! Empurre! Estimule os cavalos! Se você não se dispuser a ajudar-se, não espere que eu o faça!
Certamente o prezado leitor conhece outras versões desta história, sempre enfatizando o óbvio:
Diante das dificuldades e problemas, é preciso fazer a nossa parte, se esperamos pela ajuda do Céu.

       ***
Benjamin Franklin, (1706-1790), um dos homens mais lúcidos e empreendedores do século XVIII, deu forma definitiva a essa idéia, no seu Almanaque, em 1736:
Deus ajuda quem se ajuda.
No século seguinte, Allan Kardec (1804-1869), consagraria o mesmo princípio, no capítulo XXV, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, com a máxima sempre lembrada quando somos chamados a enfrentar os desafios humanos:
Ajuda-te que o Céu te ajudará.

         ***
Uma das características lamentáveis do ser humano, fruto de sua imaturidade, é a tendência ao acomodamento.
Inspira uma interpretação equivocada da Lei de Causa e Efeito, que induz à inércia em situações difíceis.
São encaradas como inexorável carma.
Puro engano!
Carma, amigo leitor, é o que não pode ser mudado.
Carma é a deficiência congênita, a esterilidade definitiva, a doença grave, a morte prematura…
Carma é o problema insolúvel, o prejuízo irreparável…
Nessas situações, compete-nos cultivar a resignação e a submissão aos desígnios divinos para que nos conservemos em paz.
É como ter um espinho no pé. Se não pode ser retirado, melhor andar com prudência, evitando agravar o ferimento e exacerbar as dores.
Quanto ao mais, são contingências da jornada terrestre, que haveremos de superar com a ajuda de Deus, se estivermos dispostos a nos ajudar, movimentando-nos para tirar o carro existencial desses “atoleiros”.

        ***
Vivemos hoje o terrível drama do desemprego que aflige multidões.
Carma coletivo?
Obviamente, não!
Trata-se de uma contingência gerada por inúmeros fatores:
Os desacertos dos governos, a recessão econômica, os avanços da tecnologia, a decantada globalização…
Sobretudo, o que faz o desemprego é o egoísmo que concentra riquezas, subtrai oportunidades e faz do Homem “o lobo do Homem”.
Sendo contingência, é superável.
Apelando para o Céu e confiando em Deus, haveremos de encontrar meios de prover à própria subsistência.
Ensina Jesus (Mateus, 7:7-8):
Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á.
Se orarmos de verdade, como Jesus ensinou, coração isento de mágoas, cérebro iluminado pela fé, nossa oração ganhará as alturas.
Logo virá a resposta, ensejando-nos meios para superar o embaraço.
Deus espera apenas que nos movimentemos, cultivando disposição e bom ânimo.
E que, a cada dia, batamos às portas da iniciativa e procuremos nossos caminhos desde os alvores da manhã, porquanto, enfatiza velho aforismo:
Deus ajuda quem cedo madruga.
Livro Luzes no Caminho, Richard Simometti

domingo, 30 de outubro de 2016


Inconveniente e Perigos da Mediunidade
Fizemos, em nossa página do Facebook, algumas considerações sobre a mediunidade:
- Reunião mediúnica aberta ao público: caminho para obsessão. - Espírito Protetor dando bronca: mistificação. - A evocação é perigosa: mentira. - Bater a mão direita para identificar um bom Espírito: estupidez. - Depois de um mau Espírito se comunicar, precisa ter a comunicação de um bom, para “limpar o aparelho mediúnico”: ignorância. - A finalidade de um grupo mediúnico é a doutrinação dos Espíritos: estreiteza de pensamentos.
- Todos os médiuns precisam dar comunicação: indisciplina. - O “guia” comunica-se por mais de 30 minutos, falando sobre a mesma coisa: fascinação. - Não devemos interrogar os Espíritos: medo.
 
Alguns comentários me vieram de outros pontos, afirmando que tais considerações são inapropriadas e que devem ser revistas.
Ok, então para que não vejam meus comentários como pensamento particular, vamos citar as fontes:
Segundo Allan Kardec, reuniões mediúnicas não devem JAMAIS ser abertas ao público.
Livro dos Médiuns, cap. 28, item 308: “A faculdade mediúnica, mesmo limitada às manifestações físicas, não foi dada para ser exibida sobre os palcos, e qualquer pessoa que pretenda ter às suas ordens Espíritos para exibi-los em público pode com razão ser suspeita de charlatanismo ou de ilusionismo mais ou menos hábil”.
Ainda em O Livro dos Médiuns, cap. 30, tópico 3, artigo 17: “As sessões são particulares ou gerais; jamais são públicas”.
E no cap. 29, item 331 e 332, Kardec ensina que: “Toda reunião espírita deve, pois, tender à maior homogeneidade possível (…) Como a concentração e a comunhão dos pensamentos são as condições essenciais de toda reunião séria, compreende-se que um grande número de assistentes é um obstáculo contrário à homogeneidade”.
Segundo Allan Kardec, os bons Espíritos só podem dizer e fazer o bem; NÃO DÃO ORDENS, sugerem e se não são ouvidos, SE AFASTAM. Assim sendo, “broncas” não podem provir de um bom Espírito, seja qual for o nome pelo qual se manifeste, pois que os bons Espíritos respeitam nosso livre-arbítrio. Vejamos o que ensina Allan Kardec a respeito.
Livro dos Médiuns, cap. 24, item 267, 16 e 17:
“16º) reconhecem-se também os bons Espíritos pela sua prudente reserva sobre todas as coisas que envolvem perigos ou suspeitas; repugna- lhes revelar o mal. Os Espíritos levianos ou malevolentes se comprazem em o fazer sobressair. Enquanto os bons procuram suavizar os erros e pregam a indulgência, os maus os exageram e provocam a discórdia por meio de insinuações enganadoras, falsas”.
“17º) os bons Espíritos prescrevem apenas o bem. Todo ensinamento ou conselho que não está estritamente conforme a pura caridade evangélica não pode ser obra dos bons Espíritos”.
 
Segundo Allan Kardec, NÃO EVOCAR É UM ERRO.
Livro dos Médiuns, cap. 25, 169: “Algumas pessoas pensam que não se deve evocar este ou aquele Espírito e que é preferível esperar que queiram se comunicar. Baseiam-se nessa opinião os que pensam que, ao se chamar um Espírito determinado, não se pode ter certeza de que seja ele que se apresenta, enquanto o que vem espontaneamente e por vontade própria prova melhor sua identidade, uma vez que assim anuncia o desejo que tem de se comunicar conosco. Em nossa opinião, é um erro; primeiramente, porque há sempre ao redor de nós Espíritos que na maioria das vezes estão em condições inferiores e que não querem outra coisa senão se comunicar; depois, não chamar nenhum em particular é abrir a porta a todos os que querem entrar”.
 
Segundo Allan Kardec, a “limpeza” de fluidos não existe; o que existe é a troca de um mal fluido por um bom, além do que o fluido em si é neutro, não sendo nem bom nem mau, não havendo, portanto, o que “limpar”. Limpamos aquilo que se suja, e o fluido não é suscetível de se sujar.
A Gênese, cap. 14, item 17: “Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa”.
 
Segundo Allan Kardec, a finalidade de um grupo mediúnico não é o da doutrinação dos Espíritos, mas sim o estudo e o aprendizado do Espiritismo. Se assim o fosse, pobres Espíritos, que precisaram esperar a Codificação do Espiritismo e o surgimento de grupos de desobsessão, que praticamente só existem, com esta finalidade, há 150 anos mais ou menos.
Livro dos Médiuns, cap. 29, itens 324 em diante: “As reuniões espíritas têm caracteres bastante diferentes, segundo o objetivo a que se propõem e sua condição de ser; por isso mesmo também podem diferir. De acordo com sua natureza, podem ser frívolas, experimentais ou instrutivas”. (porque Kardec não cita nada a respeito de doutrinação, orientação aos Espíritos, desobsessão? Não é para se pensar?).
Ainda nos mesmos itens:
“As reuniões frívolas, fúteis, são feitas por pessoas que veem apenas o lado divertido das manifestações, que se divertem com os gracejos dos Espíritos levianos, por seu lado muito interessados por essa espécie de assembleia, onde têm toda liberdade de se manifestar e às quais não faltam”. (reuniões abertas ao público estão repletas de pessoas assim).
“As reuniões experimentais têm por objeto a produção das manifestações de efeitos físicos. Para muitas pessoas, é um espetáculo mais curioso do que instrutivo.” (Embora efeitos físicos em si não sejam mais trabalhados em atividades mediúnicas atuais, vemos fenômenos de outras espécies que não deixam a desejar em se tratando de presenciar cenas espirituais, como a manifestação de maus Espíritos que brigam, revoltam-se, batem na mesa, ameaçam e acabam por receber a doutrinação; é todo um espetáculo, embora desenvolvido com a aparência esperada por todos. Não são todos os grupos, pois há os muito sérios, mas muitos os que fazem mediunidade mais para ver manifestações do que para servir a um bem maior).
“As reuniões instrutivas têm outro caráter e, como é delas que se pode absorver o verdadeiro ensinamento, insistiremos especificamente sobre as condições em que devem se realizar. (…) Uma reunião séria se afasta de seu objetivo se troca o ensinamento pelo divertimento. (…) Os que querem compreender buscam as reuniões de estudo; é assim que tanto uns quanto outros poderão completar sua instrução espírita, assim como no estudo da medicina uns vão à sala de aula, e outros, à clínica.”
Como podemos observar Kardec não fala nada sobre doutrinar Espíritos. Embora isso possa ocorrer, com seriedade e objetivos ao bem, não é o foco nem a proposta de uma reunião mediúnica.
Segundo Allan Kardec, deixar a Espiritualidade manifestar-se SOMENTE de forma espontânea, é abrir a porta a todos os que querem entrar; não chamar nenhum em particular é dar a palavra a todos.
Livro dos Médiuns, cap. 25, 269: “Numa assembleia, não dar a palavra a ninguém é deixá-la para todos, e sabe-se o que resulta disso. O chamado direto a um Espírito determinado é um laço entre ele e nós; nós o chamamos por nosso desejo e opomos assim uma espécie de barreira aos intrusos. Sem um chamado direto, um Espírito muitas vezes não teria nenhum motivo para vir até nós, a não ser o nosso Espírito familiar”.
Segundo Allan Kardec, comunicações de Espíritos que possuem uma linguagem prolixa, não pode provir de um bom Espírito, quando esse se identifica como tal.
Livro dos Médiuns, cap. 24, 263: “Julgam-se os Espíritos, já dissemos, como se julgam os homens: pela sua linguagem”.
Livro dos Médiuns, cap. 24, item 267, 9º: “Os Espíritos superiores se exprimem de maneira simples, sem prolixidade; sem ser cansativo, seu estilo é objetivo, sem excluir a beleza das idéias e das expressões, claro, inteligível para todos e não exige esforço para ser compreendido; possuem a arte de dizer muitas coisas em poucas palavras, porque dão a cada palavra o seu exato sentido. Os Espíritos inferiores, ou falsos sábios, escondem sob a presunção e a ênfase o vazio de seus pensamentos. Sua linguagem é muitas vezes pretensiosa, ridícula ou obscura por querer parecer profunda”.
 
Não é a INTENÇÃO, mas a LINGUAGEM que deve ser analisada, Segundo Allan Kardec.
Livro dos Médiuns, cap. 24, item 268:
“Pergunta 15º) Para não ser enganado, basta ter boas intenções? E os homens perfeitamente sérios, que não misturam aos seus estudos nenhum sentimento de vã curiosidade, podem também ser enganados?
“Menos do que os outros; mas o homem tem sempre alguns defeitos que atraem os Espíritos zombeteiros. O homem se acredita forte e muitas vezes não o é. Deve, portanto, desconfiar da fraqueza que nasce do orgulho e dos preconceitos. Não se dá atenção a essas duas causas das quais os Espíritos se aproveitam; ao lisonjear as manias esses Espíritos estão seguros de triunfar.”
 
No entanto, cada um faz aquilo que acha certo, e assim vemos o Espiritualismo fazendo-se passar por Espiritismo, dentro das casas que propõe o estudo deste último. 
Por André Ariovaldo

 

sábado, 29 de outubro de 2016


A palavra que estimula
 
A palavra é faculdade natural que Deus concedeu ao homem. Graças a ela, o homem se expressa no Mundo, vivendo em sociedade.

Quando bem utilizada, é veículo de bênçãos grandiosas. Em periódico norte-americano, colhemos a história de um episódio acontecido com um industrial.

Sherman Rogers recebeu o cargo de administrador de um acampamento de madeireiros no Idaho.

Logo conheceu Tony, empregado que sempre vivia de mau humor e, por isso, pensou em despedi-lo.

Tony tinha como função cobrir de areia um morro coberto de gelo, para evitar que troncos de árvores gigantescos escorregassem sobre os homens e os animais que trabalhavam nas encostas.

O proprietário da empresa abordou Sherman e lhe disse:

Haja o que houver, aconselho-o a não mexer com Tony.

Ele é irritadiço, birrento, impulsivo mas, em 40 anos desse trabalho, nunca vi melhor empregado. Nunca se perdeu um só homem ou cavalo por negligência dele.

Naquela manhã gélida, Sherman observou Tony de pé, junto a uma fogueira. Mas ele não estava se aquecendo. Estava aquecendo a areia que ia jogar na colina gelada coberta de neve.

O administrador se aproximou, cumprimentou o empregado e lhe falou: O patrão me disse que você é um excelente empregado.

A reação emocional de Tony foi comovedora. Seus olhos se encheram de lágrimas.

Apertou demoradamente a mão de Shermann. Depois, agarrou a pá e foi trabalhar com um vigor redobrado.

À noite, Tony foi o assunto de todas as conversas. Entre risadas, comentou-se que ele jogara tanta areia nas encostas do morro que daria para cobrir uma dúzia deles.

E, mais: ele rira e fizera brincadeiras o dia inteiro.

Somente o administrador sabia o porquê do comportamento do operário.

Doze anos depois, encontrou Tony trabalhando como Superintendente na construção de uma ferrovia, em um dos maiores acampamentos de madeireiros do oeste americano.

Aquele momento em que o senhor me disse aquelas palavras estimuladoras mudou toda a minha vida, confessou Tony a Sherman Rogers.

A palavra tem um poder que ainda estamos longe de aquilatar. Seu uso correto constrói impérios, destrói vidas.

Sim ou não são palavras monossilábicas, mas que definem rumos para quem as ouve.

Um sim pode concordar com a honra, a dignidade. Ou com a corrupção e a ganância desenfreada.

Um não pode significar preguiça, indolência e acomodação. Ou motivar alguém a buscar novos caminhos, ante aqueles que estão a se fechar.

Na educação da criança, sim e não têm pesos específicos.

O que significará, no futuro, termos no Mundo um homem de bem ou um corrupto.

A palavra estimula, aquece corações, incentiva.

Pense nisso! E, na próxima vez que encontrar alguém triste, chateado ou revoltado, lembre de utilizar a palavra adequada para o retirar desse estado.

Acrescente um sorriso ao vocábulo que emitir e transformará a tristeza em serenidade.

Adicione um aperto de mão, um abraço às palavras de estímulo e conquistará amigos.

Agradeça às pessoas que estão à sua volta por existirem.

Expresse em palavras a sua gratidão.

Faça-as saber como elas são importantes na sua vida, no Mundo.

Faça isso e mudará o rumo de muitas vidas.
Autor:
Redação do Momento Espírita com base em fato colhido do
artigo O uso da palavra, de José Ferraz, da Revista Presença Espírita nº 261, ed. Leal.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016


Construindo
 
 
Falando sem agredir,
Ouvindo sem malícia,

Vendo sem criticar,
Ajudando sem humilhar,

Corrigindo sem vaidade,
Trabalhando sem egoísmo,

Compreendendo sem exigências,
Crendo sem fanatismo,

Amando sem paixão e sofrendo sem revolta, estaremos a cada dia, colaborando, a partir de nós mesmos, na construção do mundo melhor, sobre o alicerce indispensável da paz do Senhor.

 Irmão José 

quinta-feira, 27 de outubro de 2016


Ergue-te e Segue

 

Os dias de tristeza

E os desgostos à vista!...

Erraste e sofres.

Perdeste amigos.

Vieram provações.

Choram entes amados.

A ansiedade é tão grande

Que supões impossível

Levantar-te do leito...

No entanto, ergue-te e anda

Deus te renovará.

 

Emmanuel

 

 

Laços Afetivos

 

Ama a quem vai contigo,

Nas estradas do tempo.

Laços de amor na vida,

Mesmo feitos de dor.

São áreas de trabalho

Que o Céu já te entregou.

Se sofres, não desistas

De amar sem Ter amor.

Nada reclames. Serve.

Deus te apoia e vê.

 

Emmanuel

terça-feira, 25 de outubro de 2016


CHAVES LIBERTADORAS
 
André Luiz
 
Desgosto
Qualquer contratempo aborrece.
No entanto, sem desgosto, a conquista de experiência é impraticável.
 
Obstáculo
Todo empeço atrapalha.
Sem obstáculo, porém, nenhum de nós consegue efetuar a superação das próprias deficiência.
 
Decepção
Qualquer desilusão incomoda.
Todavia, sem decepção, não chegamos a discernir o certo do errado.
 
Enfermidade
Toda doença embaraça.
Sem a enfermidade, entretanto, é muito difícil consolidar a preservação consciente da própria saúde.
 
Tentação
Qualquer desafio conturba.
Mas, sem tentação, nunca se mede a própria resistência.
 
Prejuízo
Todo golpe fere.
Sem prejuízo, porém, é quase impossível construir segurança nas relações uns com os outros.
 
Ingratidão
Qualquer insulto à confiança estraga a vida espiritual.
No entanto, sem o concurso da ingratidão que nos visite, não saberemos formular equações verdadeiras nas contas de nosso tesouro afetivo.
 
Desencarnação
Toda morte traz dor.
Sem a desencarnação, porém, não atingiríamos a renovação precisa, largando processos menos felizes de vivência ou livrando-nos da caducidade no terreno das formas.
 
Compreendamos, em face disso, que não podemos louvar as dificuldades que nos rodeiam, mas é imperioso reconhecer que, sem elas, eternizaríamos paixões, enganos, desequilíbrios e desacertos, motivo pelo qual será justo interpretá-las por chaves libertadoras, que funcionam em nosso espírito, a fim de que nosso espírito se mude para o que deve ser, mudando em si e fora de si tudo aquilo que lhe compete mudar.
 
 JANELAS PARA A VIDA
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E FERNANDO WORM

segunda-feira, 24 de outubro de 2016


Rogativa do Servo
 


Senhor!

Dá-nos a força, mas não nos deixes humilhar os mais fracos.

Dá-nos a luz da inteligência, no entanto, ensina-nos a auxiliar aos irmãos que jazem nas sombras.

Dá-nos a calma, contudo, não nos consitas viver na condição das águas paradas.

Dá-nos a paciência, entretanto, não nos relegues à inércia.

Dá-nos a fé, mas não nos permitas o cultivo da intolerância.

Dá-nos a coragem, no entanto, livra-nos da imprudência.

Concede-nos, por fim, o conhecimento da harmonia e da perfeição que devemos buscar;

não nos deixe, porém, na posição de Vênus de Milo, sempre maravilhosamente bela, diante do mundo, mas sem braços para servir a ninguém.


André Luiz

domingo, 23 de outubro de 2016


O obreiro do Senhor



Questão nº 897, de “O Livro dos Espíritos”
897. Merecerá reprovação aquele que faz o bem, sem visar a qualquer recompensa na Terra, mas esperando que lhe seja levado em conta na outra vida e que lá venha a ser melhor a sua situação? E essa preocupação lhe prejudicará o progresso?
 
“O bem deve ser feito caritativamente, isto é, com
desinteresse.”
 
a) — Contudo, todos alimentam o desejo muito natural
de progredir, para forrar-se à penosa condição desta vida.
Os próprios Espíritos nos ensinam a praticar o bem com esse objetivo. Será, então, um mal pensarmos que, praticando o bem, podemos esperar coisa melhor do que temos na Terra?
 
“Não, certamente; mas aquele que faz o bem, sem ideia preconcebida, pelo só prazer de ser agradável a Deus e ao seu próximo que sofre, já se acha num certo grau de progresso, que lhe permitirá alcançar a felicidade muito mais depressa do que seu irmão que, mais positivo, faz o bem por cálculo e não impelido pelo ardor natural do seu coração.” (894)
 
b) — Não haverá aqui uma distinção a estabelecer-se
entre o bem que podemos fazer ao nosso próximo e o cuidado que pomos em corrigir-nos dos nossos defeitos? Concebemos que seja pouco meritório fazermos o bem com a ideia de que nos seja levado em conta na outra vida; mas será igualmente indício de inferioridade emendarmo-nos, vencermos as nossas paixões, corrigirmos o nosso caráter, com o propósito
de nos aproximarmos dos bons Espíritos e de nos elevarmos?
 
“Não, não. Quando dizemos — fazer o bem, queremos significar — ser caridoso. Procede como egoísta todo aquele que calcula o que lhe possa cada uma de suas boas ações render na vida futura, tanto quanto na vida terrena. Nenhum egoísmo, porém, há em querer o homem melhorar-se, para se aproximar de Deus, pois que é o fim para o qual devem todos tender.”
 
 
 

O obreiro do Senhor

 
Cada criatura mora espiritualmente na seara a que se afeiçoa.
É assim que, se o justo arrecada prêmios da retidão, o delinqüente, em qualquer parte, recolhe os frutos do crime.
O obreiro do Senhor, por isso mesmo, onde surja, é conhecido por traços essenciais.
 
Não cogita do próprio interesse.
Não exige cooperação para fazer o bem.
Não cria problemas.
Não suspeita mal.
Não cobra tributos de gratidão.
Não arma ciladas.
Não converte o serviço em fardo insuportável nos ombros do companheiro.
Não transforma a verdade em lâmina de fogo no peito dos semelhantes.
Não reclama santidade nos outros, para ser útil.
Não fiscaliza o vintém que dá.
Não espia os erros do próximo.
Não promove o exame das consciências alheias.
Não se cansa de auxiliar.
Não faz greve por notar-se desatendido.
Não desconhece as suas fraquezas.
Não cultiva espinheiros de intolerância.
Não faz coleção de queixas.
Não perde tempo em lutas desnecessárias.
Não tem a boca untada com veneno.
Não sente cóleras sagradas.
Não ergue monumentos ao derrotismo.
Não se impacienta.
Não se exibe.
Não acusa.
Não critica.
Não se ensoberbece.
Entretanto, frequentemente aparece na Seara Divina quem condene os outros e iluda a si mesmo, supondo-se na posse de imaginária dominação.
O obreiro do Senhor, todavia, encarnado ou desencarnado, em qualquer senda de educação e em qualquer campo religioso, segue à frente, ajudando e compreendendo, perdoando e servindo, para cumprir-lhe, em tudo, a sacrossanta Vontade.
 
Francisco Cândido Xavier
 
Religião dos Espíritos
 
Estudos e dissertações em torno da obra
“O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec
 
Ditado pelo Espírito
Emmanuel

 

sábado, 22 de outubro de 2016


 

DEUS SABE

Deus conhece em verdade,






 
 
Todos os sofredores.
Não acuses ninguém
Pela dor que há nas ruas.
Não agraves a luta
Das crianças sem lar.
Não faças julgamento
De supostos culpados.
O que o Céu quer saber
É o que fazes no bem.
Não condenes, ampara,
Deus acredita em ti.



Emmanuel
Livro:Tocando o Barco, médium Francisco Cândido Xavier
 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016


O caminho


“Eu sou o caminho...” - Jesus - (João, 14:6.)

Há muita gente acreditando, ainda, na Terra, que o Cristianismo seja uma panacéia como tantas para a salvação das almas.

Para essa casta de crentes, a vida humana é um processo de gozar o possível no corpo de carne, reservando-se a luz da fé para as ocasiões de sofrimento irremediável.

Há decadência na carne? Procura-se o aconchego dos templos.

Veio a morte de pessoas amadas? Ouve-se uma ou outra pregação que auxilie a descida de lágrimas momentâneas.

Há desastres? Dobram-se os joelhos, por alguns minutos, e aguarda-se a intervenção celeste.

Usa-se a oração, em momentos excepcionais, à maneira de pomada miraculosa, somente aconselhável à pele, em ocasiões de ferimento grave.

A maioria dos estudantes do Evangelho parecem esquecer que o Senhor se nos revelou como sendo o caminho...

Não se compreende estrada sem proveito.

Abraçar o Cristianismo é avançar para a vida melhor.

Aceitar a tutela de Jesus e marchar, em companhia dEle, é aprender sempre e servir diariamente, com renovação incessante para o bem infinito, porque o trabalho construtivo, em todos os momentos da vida, é a jornada sublime da alma, no rumo do conhecimento e da virtude, da experiência e da elevação.

Zonas sem estradas que lhes intensifiquem o serviço e o transporte são regiões de economia paralítica.

Cristãos que não aproveitam o caminho do Senhor para alcançarem a legítima prosperidade espiritual são criaturas voluntariamente condenadas à estagnação.

 

Emmanuel