sábado, 31 de outubro de 2020

 

Perfil dos colaboradores do ESDE

Nem sempre possuímos a bolsa farta, suscetível de garantir a longa despesa; entretanto, a bênção da amizade que suporta e ajuda, que ampara e incentiva o bem, é recurso que sobra invariavelmente no cofre vivo e milagroso da boa vontade... (XAVIER, 2010, p. 24).

Como aprendiz do Evangelho de Jesus, cabe ao trabalhador espírita vivenciar a Boa-Nova nas tarefas a que foi convidado a servir, em todos os momentos.

São condições desejáveis ao perfil do trabalhador espírita:

a) Conhecer a Doutrina Espírita;

b) Buscar evangelizar-se sempre;

c) Atualizar-se permanentemente;

d) Ser acolhedor, reflexivo e humilde;

e) Saber escutar;

f) Ser alegre e criativo;

g) Estabelecer comunicação clara, educada e edificante com todos;

h) Cultivar o equilíbrio emocional e mental;

i) Respeitar a opinião alheia;

j) Respeitar as diferenças, quaisquer que sejam;

k) Vivenciar a fraternidade, o perdão e a paciência;

l) Interagir sempre com as outras áreas de estudo;

m) Permanecer vigilante e confiante na tarefa que desempenha.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

 

 É VERDADE, ACONTECEU NA CASA DO CAMINHO (08)


Uma sublime Escola, de nome A Casa do Caminho, cujo Mestre é Jesus, o Nazareno

“Se se perdessem todos os livros sacros da humanidade, e só se salvasse O SERMÃO DA MONTANHA, nada estaria perdido.”
Mahatma Gandhi



No livro “O SERMÃO DA MONTANHA”, de HUBERTO ROHDEN, nos adverte e orienta:

- “Mas, não se iluda”! Quem vive 24 horas plenificado pelas coisas do ego — ganâncias, egoísmos, luxúrias, divertimentos profanos — não pode esvaizar-se desegoficar-se, em meia hora de meditação; esse se ilude e mistifica a si mesmo por um misticismo estéril. É indispensável que o homem que queira fazer uma meditação fecunda e eficiente, viva habitualmente desapegada das coisas supérfluas e se sirva somente das coisas necessárias para uma vida decentemente humana. Luxo e luxúria é lixo e tornam impossível uma vida em harmonia com o espírito do Cristo e do Evangelho.
O homem que queira ser crístico, não apenas cristão, necessita de viver uma vida 100% sincera consigo mesmo, e não se iludir com paliativos e camuflagens que lhe encubram a verdade sobre si mesmo.
Vai, leitor, conhece-te a ti mesmo! Realiza-te a ti mesmo! “E serás profundamente feliz.”

Realmente, observando a existência de Casimiro, viveu 102 anos, dos quais 35 anos na Casa do Caminho - Sousa (PB), nascido em Esperança (PB), quando criança o seu sonho era frequentar uma escola primária, aprender a lê e escrever para realizar seu sonho de pertencer a Igreja Católica como um sacerdote. Entretanto, seu pai não permitia seu acesso a Escola, alegando que o seu sustento vinha da enxada, nunca tinha visto leitura encher a barriga de ninguém. E, segundo seu irmão João da Mata, todos os dias, Casimiro pedia a seu pai para frequentar a escola, em contrapartida, todo dia era uma surra que levava. E assim viveu Casimiro, exímio trabalhador da enxada, sem nunca aprender a ler ou escrever.

Contudo, nunca deixou de reverenciar a Igreja Católica, onde ao assistir as missas aos domingos, sempre o fazia de joelhos, olhos fechados e a mão direita sobre o coração. Sempre questionava porque os padres não realizavam missas na Casa de Jesus, era assim que ele se referia a Casa do Caminho.

Fazia parte da Evangelização infantil.


Vamos relatar um fato verídico, acontecido na década de oitenta, quando uma colega do Banco do Brasil, muito católica, colaborava mensalmente com alimentos para manutenção do Albergue de Idosos. Numa manhã de segunda feira, um pouco triste, veio a relatar que não mais iria colaborar com a Casa, em função de que seu Pároco, Padre Dagmar, falou na missa que:

- Quem estivesse contribuindo para a Casa de Satanás, por favor, não entrasse em sua Igreja.

Compreendi a apreensão da colega e disse que não se preocupasse, pois entendia a sua religiosidade. Perguntei se poderia falar com o Padre, se haveria algum problema.

Assim sendo, resolvi ir à Casa Paroquial falar com o Padre Dagmar, me apresentando como presidente da Casa do Caminho e funcionário do Banco do Brasil.

Fui bem recebido, conversamos bastante, não obstante, eram muitos telefonemas recebidos e pessoas adentrando a sala de recepção. Observando a harmonia e a sua alegria, aproveitei o momento para convida-lo a visitar a Casa do Caminho. Aceitou o convite para o próximo sábado.

Sua visita a nossa Casa do Caminho, após vários sábados adiados sempre chegando na hora acordada, às 9 horas, finalmente aconteceu.

- Chegamos após as 11 horas da manhã, o sol quase a pino, e acontecendo a prece da manhã, com os Idosos, cada um fazendo sua prece, de olhos fechados, quando terminou, anunciou a chegada do representante da Paróquia do Bom Jesus. Para surpresa, um dos Idosos de nome Casimiro se dirige ao Padre Dagmar e beija-lhe os pés. De imediato, ele reagiu dizendo que não era digno que alguém lhe beijasse os pés e, emocionado, chorando convulsivamente, o padre abaixa-se e beija os pés de Casimiro.

É feito um cerimonial católico pelo Padre Dagmar, em seguida, todos em prantos se abraçavam e agradeciam a Jesus por ter enviado um santo representante de Deus na terra. Ninguém queria soltar o padre, o envolvimento espiritual foi sublime, bençãos e graças fluíam de todos os corações presentes.

Após esses momentos de amor e paz, convidamos o Padre e fomos conversar sobre o Espiritismo e Jesus. Ele compreendeu a nossa mensagem e disse que ali era uma Casa de Deus e iria falar de bem da Casa, liberando as pessoas que desejassem contribuir com a Obra.

Ao final, fez um pedido, que colocassem num papel, quantos idosos tinham na Casa, quantos funcionários e voluntários, quanto era consumido de alimentos e todas as despesas necessária ao funcionamento do Abrigo, pois, dizia:

- Vou construir um Abrigo para Idosos e sempre que precisarem de auxilio me procurem.

Após três dias, entregamos a documentação com tudo que se fazia no Abrigo, tendo o Padre Dagmar comunicado que já tinha conseguido um local no bairro do Angelim, em Sousa, cujos trabalhos já estavam iniciados. Ficamos felizes com a notícia.

A vida nos informa com sabedoria, a existência de uma lei Universal de Causa e Efeito, qual motivo à existência de Casimiro não logrou os píncaros da fama, do conhecimento e pungência. Poderíamos supor que dificuldades em outras existências, tais orgulho, vaidade, poder e sentir-se superior aos iguais o levou a bancarrota. Certamente possuía conhecimentos e pensava que era um Deus. Achava-se acima de tudo e de todos. Explicações existem. Quem viver. Verá.

Uma das maiores vergonha que Casimiro carregava, era as pessoas descobrirem de que ele não sabia lê. Nas reuniões públicas que participava, todos recebiam um “O Livro dos Espíritos” para acompanhar as perguntas e respostas. Ele recebia seu livro e fazia de conta que lia. Era uma alegria incontida no seu rosto segurando seu livro, com todos que estudavam.

Certamente, Casimiro não recordou das palavras de Jesus Cristo, em Mateus 10:26, quando disse:
- “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não venha a ser relevado, e nada há de escondido que não venha a ser conhecido.”

Chegando lá em cima compreendeu sua preocupação dos homens lhe julgarem.

Para falar de Casimiro tivemos que pedir ajuda a poetisa Cecília Meireles quando disse:
“Há pessoas que nos falam e nem as escutamos;
há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam.
Mas há pessoas que simplesmente aparecem
em nossa vida e nos marcam para sempre.”



O Casimiro orou muito nessa existência, participou de muitas reuniões, tinha uma sensibilidade, percebia a proximidade de entidades sofredoras e de seres angelicais.

Certa feita, uma Entidade superior utilizou suas cordas vocais e falou conceitos de Jesus sublimados e esclarecedores tais como: “Quem dentre vós quiser ser grande seja o servidor de todos”.

Ao conversar comumente, sua linguagem era pobre e corriqueira, não obstante, ao entrar em colóquio com a prece e vibrar pedindo auxilio a Jesus, seus conceitos amadurecem, crescem e ficam distantes do Casimiro do dia a dia.

Certa feita, sem titubear, inspirado no Oráculo de Delfos; “Conhece-te a Ti mesmo” assim se expressou:

- Irmãos do Caminho! Irmãos que pertencem à Casa do Caminho!
- Lembre-se: Orar na Casa é dádiva dos Céus.
- Vamos pensar sempre no bem. Sejamos bons para com todos!
- Aproveite essa escola de AMOR, chamada A Casa do Caminho!
- Trabalhe com amor!
- Ame sem nada exigir!
- Jesus é nosso modelo e guia!

Essa mensagem veio num dos momentos mais difíceis e de maiores aprendizados para os Irmãos do Caminho.

Na sua adolescência, conheceu uma moça por quem se apaixonou, durante mais de três anos, visitava sua casa, diariamente, ficava no terraço conversando com o pai da moça, apesar de noivo, nunca viu o seu rosto, apenas observava, quando ela dentro de sua casa caminhava de uma sala para outra. Esse noivado foi encerrado, pois a noiva fugiu com outro. Mais uma vez a Lei de Causa e efeito, burilando o seu coração.

Eram inúmeras as virtudes de Casimiro, tinha habilidade em tocar gaitas e manuseava muito bem o fole de sete baixo, passava horas tocando, era incansável, além de conhecer de memória todas as músicas da Casa do Caminho, ele se referia as músicas, afirmando:

- Vamos cantar uma "bendita" da Casa, dentre tantas, tinha uma bendita especial chamada "De uniforme branco" que adorava cantar.

“O amor não faz mal ao próximo, de sorte, que a vivência da Lei é o Amor, o cumprimento da Lei é o Amor.” Cap.13, item 10, de Paulo aos Romanos,

“Nos últimos tempos, diz o Senhor, espalharei do meu espírito por sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos jovens terão visões e vossos velhos terão sonhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.” (Atos, II: 17 e 18).

- Walter Sarmento de Sá Filho

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

 É VERDADE, ACONTECEU NA CASA DO CAMINHO (07)



O Sr. Ozório, cuja vida foi de muitas lágrimas e sofrimento. Ele afirmava que ficou doente desde que o levaram a João Pessoa, sendo interno em hospital para doentes mentais. Segundo Osório, lá aplicaram uns choques fortes que queimaram todos os seus nervos. Era comum, logo pela manhã, encontrar o nosso irmão atirando, para todos os lados, com uma arma de fogo fictícia, contra os seus inimigos desencarnados.

Era incapaz de agredir fisicamente qualquer pessoa, pois, além do mais, era enfermo, descontrolado, articulista, dramático e megalomaníaco, quando, por diversas vezes, esteve na concessionária Chevrolet “Rio Vale” da cidade de Sousa e adquiriu de uma só vez quarenta carros. A princípio, o rosto do vendedor era todo de alegria, sendo para entregar, de imediato, dois Vectra, cujo pagamento seria efetuado em dólar (vendedor?), moeda corrente em todas as suas transações. Essa compra rendeu uma discussão com o vendedor que acionou a Polícia Militar da Paraíba e fomos avisados/convocados deste episodio que após explicar o comportamento de Ozório, foi desfeito o negócio.

Algumas semanas após o episódio da Rio Vale, Ozório vai a sua terra natal “Campo Alegre”, distrito de Vieiropólis. Lá chegando, dirigiu-se a uma residência por trás da Capela católica e, rispidamente, solicita a viúva, proprietária da residência que a desocupe, pois aquela residência era propriedade sua. Diante da dona da casa residencial, alteradamente, exigia que desocupasse a residência.
A senhora comunicava, chorando, que a casa foi herança do seu falecido marido. Ozório, em contrapartida, agressivo na voz, dizia que aquela casa lhe pertencia, pois tinha comprado de seu compadre, o presidente do Brasil Juscelino Kubitsheck.

Após esse dialogo a Senhora percebeu que Ozório tinha problemas.

Mais uma vez fomos atrás de Ozório para felicidade da Viúva de Campo Alegre.

São dezenas de casos de Ozório de compras e vendas de boiada de 500 até 1000 cabeças de gado, compra de terras, pagamento de lanches, almoço, com pedaço de papel jornal, aluguel de vários taxis, cujo pagamento era para receber em seu escritório (Casa do Caminho) agressão ao gerente Élcio do Banco do Brasil, por não lhe pagar em dólar, dentre tantos outros eventos constrangedores.

Percebíamos, assim, pelo comportamento inconsciente, inconsequente, de Ozório, a confirmação de uma sublime verdade de que a sede do ouro corrompe os mais sublimes ensinamentos.

Esses relatos, digitado apressadamente, sem preocupação com o vernáculo e sem nenhuma intenção de deixar nódoas na imagem de nossos amados amigos, apenas, registramos uma faísca de sua valorosa personalidade, da fraternidade, de seus sofrimentos, físicos e morais, que os acompanharam nesta existência, consciente de que todos eles realizaram trabalhos de realce em outras existências, para serem nesta tão requisitados a adentrarem em provas difíceis a que se submeteram. Alguns ainda persistiam em manter um poder invisível que já não possuíam, pois não registramos em sua alma a arrogância, peculiar a muitos poderosos na Terra. Como ensina a sabedoria judaica: “A arrogância é o reino – sem a coroa”.

- Walter Sarmento de Sá Filho

 

O livro dos espíritos (Introdução, it. 17) esclarece que:

 “[...] a verdadeira Doutrina Espírita está no ensino que os Espíritos deram e nos conhecimentos que esse ensino comporta, que são por demais profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo que não seja por um estudo perseverante feito no silêncio e no recolhimento”.

A construção do conhecimento no ESDE deve ser autodirigida, sendo facilitado pelo incentivo a leituras individuais complementares, além dos estudos realizados no grupo.

Há várias maneiras de incentivar o estudo individual. A experiência revela que o adulto, por característica de auto direção e capacidade de autodidatismo, resiste a todo tipo de imposição. Portanto, incentivar a leitura e a pesquisa é mais eficaz que impor e cobrar leitura de bibliografia. Por exemplo, sugerir, a título de incentivo, que dois ou mais integrantes do grupo preparem o próximo roteiro ou que todos pesquisem, durante a semana, sobre o tema que será estudado no próximo encontro, como subsídio para o aprofundamento.

O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade (KARDEC, 2013b, q. 1019).

A fraternidade será a pedra angular da nova ordem social [...](KARDEC, 2013a, cap. XVIII, it.17).

terça-feira, 27 de outubro de 2020

 É VERDADE, ACONTECEU NA CASA DO CAMINHO (06)



O Sr. Chico, calado, humilde, riso fácil, era proprietário do carro de mão mais bonito e enfeitado da cidade de Sousa, pintura impecável, tinha até bandeira do Brasil. Era um carro de quatro rodas, com direção de carro de verdade, que o mesmo empurrava e trabalhava pesado, carregando frutas, verduras e cereais. Para adquiri-lo foram dezenas de anos de trabalho. Dizia, com alegria, que as pessoas mais importantes da cidade já tinham utilizado o seu serviço de entrega de mercadoria, pois fazia freguesia em várias bodegas da cidade. Não gostava de dá trabalho a ninguém, afirmando ser um homem de vergonha e respeito. Como homem de vergonha, dizia que: “nunca fez vergonha a ninguém.” Afirmava que mesmo sob o jugo de golpes dos maus, sempre amava, pois estava em busca da luz e não das trevas.
- Walter Sarmento de Sá Filho

domingo, 25 de outubro de 2020

 

ORGULHO E HUMILDADE

 

• orgulho e humildade

• malefícios do orgulho para a economia pessoal

• verdadeira humildade.

 

 Texto (1):

Um príncipe, muito orgulhoso de sua realeza, foi certo dia cavalgar por seus domínios. Suas terras eram bastante vastas e ele cavalgou através de vales e montanhas. Andou por colinas e prados, gozando a vaidade de ser senhor de tão larga faixa de terra.

A certa altura de seu caminho, viu um velho eremita, sentado diante de uma gruta. Trazia nas mãos uma caveira humana e a contemplava com atenção.

O príncipe passou pela frente da gruta e ficou indignado por não ter o velho ao menos levantado os olhos para observar a rica caravana que acompanhava o príncipe.

Rude e zombeteiro, aproximou-se a figura real e disse:

“Levanta-te quando por ti passa o teu senhor! Que podes ver de tão interessante nessa pobre caveira, que chegas a não perceber a passagem de um príncipe e seus poderosos acompanhantes?”

O eremita ergueu para ele os olhos mansos e respondeu em voz clara e sonora:

“Perdoa, senhor. Eu estava procurando descobrir se esta caveira tinha pertencido a um mendigo ou a um príncipe. Por mais observe, não consigo distinguir de quem seja.

Nestes ossos nada há que me diga se a carne que os revestiu repousou em travesseiros de plumas ou nas pedras das estradas.

Não há na caveira nenhum sinal que me aponte, com certeza, se ela já carregou um chapéu de fidalgo ou se suportou o sol ardente, na rudeza dos trabalhos de camponês.

Por isso, eu não sei dizer se devo levantar-me ou me conservar sentado diante daquele que em vida foi o dono deste crânio anônimo.”

O príncipe baixou a cabeça e prosseguiu o seu caminho, sem mais nada dizer. Mesmo quando a noite chegou e ele retornou ao seu castelo, continuou pensativo.

A lição da caveira lhe abatera o orgulho.

Que são títulos, honrarias, riquezas ante a enfermidade e a morte?

A enfermidade, ao estabelecer o seu reino no corpo humano, nunca indaga se a criatura é detentora de poder e glória ou se é um simples alguém, perdido na multidão.

A dor, ao fazer morada no coração do homem, jamais se importa se ele tem posses ou se é alguém que simplesmente perambula pelas ruas, sem teto e sem lar.

A morte, ao arrebatar a vida física, não faz distinção de contas bancárias, títulos financeiros ou bolsos vazios. (A partir de texto intitulado A lição da caveira, de autor desconhecido).

 

Observações:

O orgulho é um terrível inimigo da criatura humana. Torna o indivíduo insensível à piedade e ao sofrimento do próximo.

Cria fantasias de força e poder que o ser está longe de possuir.

A verdadeira grandeza está no fato de se reconhecer a própria pequenez.

Verdadeiramente grande é o ser que se sabe frágil, com possibilidade de errar. É o que luta por se manter nobre.

Se algo faz de errado, dá-se conta do erro e se esforça por reparar os danos causados e o mal estar que provocou. (A partir da obra Sob a proteção de Deus/Editora Leal/Divaldo Pereira Franco/Espíritos diversos – cap. 19).

 

Texto (02):

Foi no século dezenove. O arcebispo de Viena resolveu fazer uma visita a alguns dos seus fiéis.

Preparada sua comitiva, aprestou-se para a viagem e o primeiro local que deveria visitar seria o castelo de Vivarais.

Ora, os donos do castelo, avisados antecipadamente, passaram a aguardar o ilustre visitante, esmerando-se em detalhes, a fim de que tudo transcorresse sem qualquer transtorno.

Ao cair da tarde daquele mês de março, apresentou-se no palácio um pobre sacerdote pedindo pousada.

Como todos os aposentos já se encontravam reservados para os visitantes, os donos do castelo pediram aos criados que conduzissem o pedinte para um dos alpendres, junto às cavalariças.

Algum tempo depois, chegaram ao solar os vigários que constituíam a comitiva do arcebispo. Foram recebidos, regiamente, pelo fidalgo e família, mas logo se admiraram em não ver  Sua Excelência.

Perguntando por ele, receberam dos senhores do castelo a resposta de que ele ainda não aparecera.

“Não é possível”, falou um dos padres. “Fomos obrigados a nos retardar um pouco e ele tomou a dianteira. Devia ter chegado, à nossa frente.”

Foi então que os anfitriões se recordaram do sacerdote recolhido próximo às cavalariças. Imaginando que ele poderia ter cruzado, em sua jornada, com o arcebispo, resolveram pedir aos criados que lhe fossem indagar a respeito.

Quando alguns dos integrantes da comitiva ouviram a referência a um outro sacerdote, perguntaram:

“Quem é o religioso a quem se refere o nobre senhor?”.

“Ora”, respondeu o senhor de Vivarais, “é um sacerdote muito pobre que nos bateu à porta, pedindo agasalho por uma noite.”

A um só tempo, falaram os vigários presentes: ”’É ele.”

Verdadeiramente, o pobre recebido, por caridade, no luxuoso castelo não era outro senão o grande Daivan, o arcebispo de Viena.

Assim portava-se e tão humilde era, que não se apresentava jamais com seus títulos e roupas elegantes.

Os homens essencialmente grandes não se importam com honrarias, e suntuosidades. Delas não necessitam para mostrarem seu valor, eis que este é intrínseco e aflora, onde quer que se encontrem.

Assim Jesus, o Divino Mestre, escolheu a quietude de uma noite silenciosa para nascer, num estábulo, tendo como teto a abóbada celeste, como primeiras harmonias as vozes celestiais e como primeiros visitantes os homens simples que pastoreavam no campo.

Nada que lhe denunciasse a glória aos olhos mundanos. E Ele era a luz, o modelo, o guia. (A partir de lenda de autoria de Malba Tahan intitulada A humildade).

 

Observações:

A humildade legítima não se deixa atingir pela vaidade dos elogios, nem se permite humilhar pela zombaria dos que não a entendem.

Por isso mesmo é inatingível pelo mal, de qualquer forma que ele se apresente.

 

 

Bibliografia sugerida:

01. KARDEC, Allan. Bem-aventurados os pobres de espírito. In:___. O evangelho segundo o espiritismo. 97. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. cap. VII, itens 11 e 12.

02.FRANCO, Divaldo Pereira. Zaqueu, o rico de humildade. In:___. As primícias do reino. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Rio de Janeiro: SABEDORIA, 1967.

03.______. Orgulho. In:___. Panoramas da vida. Pelo espírito Ignotus. 2. ed. Salvador:LEAL, 1971. cap. 2.

04.______. Falta e reparação.In:___. Sob a proteção de Deus. Por diversos espíritos. Salvador:LEAL, 1994. cap. 19.

05. SCHUTEL, Cairbar. Parábola do fariseu e do publicano. In:___. Parábolas e ensinos de Jesus. 9. ed. Matão: O CLARIM, 1972.

06.TEIXEIRA, J. Raul. Jesus e Zaqueu. In:___. Vida e mensagem. Pelo espírito Francisco de Paula Vitor. Niterói: FRÁTER, 1993. cap. 21.

Fonte: Federação Espírita do Paraná

sábado, 24 de outubro de 2020

 

A CARIDADE EM NOSSAS VIDAS

 

• a caridade segundo Paulo de Tarso

• verdadeiro sentido da palavra caridade

• benefícios da caridade a quem a exercita.

 

 

Após a morte de Jesus, Simão Pedro foi para Jerusalém e, junto a corações amigos do amigo que partira, fundou uma casa de assistência.

O seu objetivo era atender aos órfãos, viúvas e doentes. Chamou-a Casa do Caminho. Se o objetivo era nobre e necessário, manter aquele atendimento era bastante difícil.

Os necessitados chegavam todos os dias, batendo àquela porta de misericórdia e poucos eram os recursos.

Por isso mesmo, todas as manhãs, o Apóstolo Pedro saía a pedir, em nome do Cristo, batendo às portas de conhecidos e comerciantes. Pedia comida para os seus asilados, roupas, enfim, o que tivessem para lhe ceder.

Ao final da tarde, retornava com os braços carregados de donativos, cansado, extenuado. Na manhã seguinte, tudo se repetia.

Paulo de Tarso, que há pouco abraçara o Cristianismo, após a visão magnífica da estrada de Damasco, em visitando a obra assistencial verificou que muito se fazia ali pelo corpo físico das criaturas. Mas o espírito não era alimentado.

Pedro retornava tão cansado das suas jornadas que não conseguia se deter para lhes falar de Jesus.  

“Onde estava a mensagem”, perguntava Paulo, “em nome da qual se erguera aquela casa?”

Aqueles seres necessitavam sim do pão, das vestes, da cama limpa e de medicamentos. Muito mais que isso, precisavam de alimento para as suas almas. E esse se chamava Boa Nova, o Evangelho de Jesus.

Assim, pensando em resolver a problemática da Casa do Caminho, propôs ao velho Apóstolo Pedro que aqueles abrigados que tivessem condições poderiam aprender uma profissão e trabalhar para auxiliar no sustento.

Ele mesmo, Paulo, se propôs a ensinar a sua profissão. Ele era tecelão, sabendo manejar muito bem os fios de cabra, de camelo, a lã das ovelhas.

Animado por essa idéia, outro companheiro de Paulo, de nome Barnabé, que era oleiro, se dispôs a ensinar o seu ofício.

Logo mais, a Casa do Caminho se auto sustentava pelo trabalho dos que ali recebiam as suas bênçãos. E Pedro pôde se voltar para a tarefa de levar conforto aos corações, espalhando a palavra de Jesus a todos.

Graças a essa medida, a Casa do Caminho sobreviveu por anos, atendendo os seus objetivos assistenciais. Sobretudo, esclarecendo os espíritos dos homens, que tinham dessa forma a sua sede de justiça saciada, a sua fome de amor atendida.

Esclarecidos, os que dali partiam, curados das suas mazelas físicas, retornavam ao mundo com novos valores nos seus corações, mais aptos para as lutas de cada dia.

Para que a obra prosseguisse no tempo, ele procurou em  seguida braços fortes. Eram pessoas que diziam seguir Jesus mas não saíam de suas casas. Nada faziam para melhorar a situação do mundo.

Ele as buscou e as convidou ao trabalho pelo bem do próximo.

Com tal atitude, Paulo de Tarso inaugurou na Terra a era da caridade.

Observações:

A palavra caridade foi cunhada por Paulo de Tarso e seu significado é amor em ação.

O Divino Mestre falou intensamente a respeito do amor : amor ao próximo, amor aos inimigos, amor entre os seus seguidores.

Paulo, tomando de todos esses ensinamentos, os sintetizou em uma palavra: caridade.

 

 Sugestão bibliográfica:

01. KARDEC, Allan. Lei de conservação. In:___. O livro dos espíritos. 40. ed. São Paulo:LAKE, 1980. pt. 3, cap. V, perg. 707.

02.______. Lei de justiça, amor e caridade. In:___. Op. cit. cap. XI, pergs. 886 a 889.

03.______. Fora da caridade não há salvação. In:___. O evangelho segundo o espiritismo. 97. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1987. cap. XV, itens 4 a 7 e 10.

04.FRANCO, Divaldo Pereira. Perfil da caridade. In:___. Perfis da vida. Pelo espírito Guaracy Paraná Vieira, Salvador:LEAL, 1993. cap. 22.

05.______. Caridade em todo lugar. In:___. Sob a proteção de Deus. Por diversos espíritos. Salvador:LEAL, 1994. cap. 21.

06.______. Caridade real. In:___. Suave luz nas sombras. Pelo espírito João Cléofas. Salvador:LEAL, 1993. cap. 36.

07. ______ e PEREIRA, Nilson de Souza. O espiritismo em Portugal. In:___. A serviço do espiritismo. Salvador:LEAL, 1982. cap. 1. p. 75 – 78.

08.TEIXEIRA, J. Raul. Praticas a caridade? In:___. Revelações da luz. Pelo espírito Camilo. Niterói:FRÁTER, 1994. Cap. 18.

09.XAVIER, Francisco Cândido. Iluminação. In:___. O consolador. Pelo espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1970. pt. 2, cap. IV, perg. 225.

10.______. Evolução. In:___. Op. cit. pt. 2, cap. V, pergs. 256 e 259.

 

Fonte: Federação Espírita do Paraná

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

 

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA  PARA ELEIÇÃO DA DIRETORIA DA COMUNHÃO ESPÍRITA CRISTàA CASA DO CAMINHO DE 26.11.2020 A 26.11.2022.

 

                        A COMUNHÃO ESPIRITA CRISTÃ A CASA DO CAMINHO, com sede, na BR 230, KM 470, município de Sousa, Estado da Paraíba, através de sua Diretoria Executiva, devidamente representada por seu Presidente Sr. Walter Sarmento de Sá Filho, CONVOCA através do presente edital, todos os associados fundadores, efetivos e contribuintes, para Assembleia Geral Ordinária, que será realizada na sede da Casa do Caminho, às 09 horasdo dia 26 de novembro de 2020, com a seguinte ordem do dia:

  1. Apreciação e aprovação do relatório de atividades da gestão 2018/2020.
  2. Todos os sócios da Comunhão Espírita Cristã A Casa do Caminho, sem exceção, exercem voluntariamente suas atividades, sem nenhuma remuneração pecuniária.
  3. Apreciação e aprovação das contas dos exercícios 2018/2020, mediante parecer do Conselho Fiscal.
  4. Eleição da Diretoria Executiva, e Conselho Fiscal da Casa do Caminho, em cumprimento ao disposto no artigo 20 e seguintes do Capítulo V, do novo Estatuto da Comunhão Espírita Cristã A Casa do Caminho e artigo 33, do capítulo VI, com vigor a partir de janeiro de 2003, em substituição ao Estatuto de 26.01.1983.
  5. É vedada a participação de funcionários da Comunhão Espírita Cristã A Casa do Caminho, na Diretoria Executiva e Conselho Fiscal, ainda que cedidos ou com vínculo empregatício direto ou indireto.
  6. A Assembleia Geral instalar-se-á em primeira convocação às 9 horas, com a presença da maioria dos associados e, em segunda convocação, com qualquer número, meia hora depois, não exigindo a lei quorum especial (art.22, §1º§2º e §3º, do Estatuto).

 

Sousa, 22 de outubro de 2020.

____________________

Walter Sarmento de Sá Filho

(Presidente da A CASA DO CAMINHO)

 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

 

PROVIDÊNCIA DIVINA

 

• ação de Deus nas vidas humanas

• os amigos, os contratempos, o não de Deus

• a Providência Divina não falha

 

Texto:


Conta-se que o conquistador mongol Genghis-Khan tinha como animal de estimação um falcão. Com ele saía a caçar. Era seu amigo inseparável.

Certo dia, em uma das suas jornadas, com o falcão como companhia, sentiu muita sede. Aproximou-se de um rochedo de onde um filete de água límpida brotava.

Tomou da sua taça, encheu até à borda e levou aos lábios. No mesmo instante, o falcão se jogou contra a taça e o líquido precioso caiu ao chão.

Genghis-Khan ficou muito irritado. Levou a taça novamente até o filete de água e tornou a encher. De novo, antes que ele pudesse beber uma gota sequer, o falcão investiu contra sua mão, fazendo com que caísse ao chão a taça e se perdesse a água.

Desta vez o impiedoso conquistador olhou para a ave e falou:

“Vou tornar a encher a taça. Se você a derrubar outra vez, impedindo que eu beba, você perderá a vida.”

Na mão direita segurando a espada mongol, com a esquerda ele tornou a colocar a taça debaixo do filete de água e a encheu.

No exato momento que a levava aos lábios, o falcão voou rápido e a derrubou.

Agil como ele só, Genghis-Khan utilizou a espada e em pleno ar, decepou a cabeça do falcão, que lhe caiu morto aos pés.

Ainda com raiva, ele chutou longe o corpo do animal.

E porque a taça se tivesse quebrado na terceira queda, ele subiu pelas pedras para beber do ponto mais alto do rochedo, no que imaginou fosse a nascente da fonte.

Para sua surpresa, descobriu presa entre as pedras, bem no meio da nascente, uma enorme cobra venenosa. O animal estava morto há tempo, com certeza, porque mostrava sinais de decomposição.

Neste instante, e somente então, o grande conquistador se deu conta de que o que o falcão fizera, por três vezes, fora lhe salvar a vida, pois se bebesse daquela água contaminada, poderia adoecer e morrer.

Tardiamente, lamentou o gesto impensado que o levara a matar o animal, seu amigo.

Assim muitas vezes somos nós. A Providência Divina estabelece formas de auxílio para nós e não as entendemos. Pelo contrário, nos rebelamos. Por vezes, a presença de Deus em nossas vidas se faz através dos sábios conselhos de amigos. Contudo, quando eles vêm nos falar de como seria mais prudente agirmos nesta ou naquela circunstância, nos irritamos. E podemos chegar a romper velhas amizades.

De outras vezes, Deus estabelece que algo que desejamos intensamente, não se concretize. Algo que almejamos: um concurso, uma viagem, um prêmio, uma festa, um determinado emprego. É o suficiente para que gritemos contra o Pai, nos dizendo abandonados, esquecidos do seu apoio.  

Raras vezes paramos para pensar e analisar sobre o que nos está acontecendo. Quase nunca paramos para nos perguntar: “Não será a mão de Deus agindo, para me dizer que este não é o melhor caminho para mim?” Nada ocorre ao acaso. Tudo tem uma razão de ser. Você nunca se deu conta que um engarrafamento que o detém no trânsito por alguns preciosos minutos, pode lhe impedir ser participante de um acidente mais adiante?

Um contratempo à saída de casa, que lhe retarde a tomada do ônibus no momento que você planejava, pode ser a mão de Deus interferindo para que você não se sirva daquela condução, para não estar presente no acidente que logo acontece.

Providência Divina. Esteja atento. Busque entender as pequenas mensagens que Deus lhe envia todas as horas.

Não se irrite. Não se altere. Agradeça. A mão de Deus está agindo em seu favor, em todos os momentos, todos os dias. (A partir de história de autor desconhecido).

 

Observações:

Deus tudo provê, utilizando o próprio homem para tais fins.  

 

Sugestão bibliográfica:

01. KARDEC, Allan. Deus. In:___. A gênese. 29. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1986. cap. II, itens 20 e 30.

02.DENIS, Léon. Ação de Deus no mundo e na história. In:___. O grande enigma. 6. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1980. pt. 1, cap. VIII.

03. SCHUBERT, Suely Caldas. Nas mãos de Nilson. In:___. O semeador de estrelas. Salvador:LEAL, 1989. cap. 23.

04.______. Em um minuto apenas. In:___. Op. cit. cap. 24.

05. SIMONETTI, Richard. O bem maior. In:___. Encontros e desencontros. 7. ed. Bauru:SÃO JOÃO, 1994.

06.XAVIER, Francisco Cândido. O velho testamento. In:___. O consolador. Pelo espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1970. pt. 3, cap. I, pergs. 278 a 280.

 

Fonte: Federação Espírita do Paraná

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Agora não. Depois

Emmanuel

 

Nem cedo, nem tarde.

O presente é hoje.

O passado está no arquivo.

O futuro é uma indagação.

Faze hoje mesmo o bem a que te determinaste.

Se tens alguma dádiva a fazer, entrega isso agora.

Se desejas apagar um erro que cometeste, consciente ou inconscientemente, procura sanar essa falha sem delongas.

Caso te sintas na obrigação de escrever uma carta, não relegues semelhante dever ao esquecimento.

Na hipótese de idealizares algum trabalho de utilidade geral, não retardes o teu esforço para trazê-lo à realização.

Se alguém te ofendeu, desculpa e esquece, para que não sigas adiante carregando sombras no coração.

Auxilia aos outros, enquanto os dias te favorecem.

Faze o bem agora, pois, na maioria dos casos, “depois” significa “fora de tempo”, ou tarde demais.


terça-feira, 20 de outubro de 2020

 

FIDELIDADE

 

• fidelidade aos valores morais

• a Jesus

• coerência entre o falar e o fazer.

 

Texto:


Houve, em tempos passados, uma localidade denominada Sebastes. Situava-se entre a Judéia e a Síria. Foi ali que 40 legionários da 12ª legião romana deram sua vida por amor à verdade.

Presos por professarem o Cristianismo, os 40 jovens marcharam saindo da cidade, escoltados por outros tantos soldados.

À frente se desenhava o lago de águas tristes e frias. O sol se afundava na direção do poente e o vento soprava gelado.

Os tambores soavam, ditando o ritmo da marcha. E os prisioneiros foram entrando no lago. Um passo, dois, três, dez, vinte. Os pés foram chapinhando a água e eles entrando mais e mais. Só ficaram as cabeças descobertas fora dágua.

Os superiores haviam lhes decretado uma terrível forma de morrer. Ali parados, impassíveis e silenciosos iam morrer enregelados.

As luzes do crepúsculo se envolveram num manto dourado e se retiraram, deixando que a noite se apresentasse com seu cortejo de estrelas.

Ao redor do lago, nas margens, familiares e amigos oravam silenciosos. E silenciosos permaneciam os jovens dentro d’água.

Então, em nome de César, falou um oficial. Eles eram jovens  e levando em conta a sua inexperiência, seriam perdoados se jurassem fidelidade aos deuses protetores do Império.

Era tudo muito simples. Bastava queimar algumas ervas, perante o improvisado altar a Júpiter Olímpico, na outra margem do lago.

Dentro do lago, nem um mínimo movimento. O ar foi se fazendo mais frio e uma névoa começou a se erguer das águas.

Os guardas acendiam fogueiras nas margens, batiam as mãos, andavam para se aquecer. Mas os 40 legionários ficaram imóveis.

Então, eles começaram a cantar e mais forte do que o vento, o hino se ergueu como um grito vitorioso.

Era como uma cascata de esperanças feita de fé, ternura e renúncia.

Um a um, no transcorrer das horas, aquelas chamas foram se apagando na terra, para tremeluzirem na espiritualidade.

Quando nasceu o dia, somente um vivia. Um guarda se aproximou de uma mulher e lhe disse que seu filho vivia. Como ele vivera até então, teria sua vida poupada. Que ela o retirasse das águas, e em nome dele oferecesse sacrifício aos deuses romanos.

“Nunca, ” foi a resposta dela. “Se ele, consciente, não o fez, como poderia me aproveitar da sua agonia para traí-lo?”

Firmemente avançou para as águas e ali esteve com o filho até que o coração dele parou de bater. Depois, apertando-o firmemente nos braços, tomou o seu corpo e o veio depositar aos pés do oficial da guarda. (A partir da obra A esquina de pedra/Editora O Clarim/ Wallace Leal V. Rodrigues - cap. XXVIII).

 

 Bibliografia sugerida:

01. FRANCO, Divaldo Pereira. Convite à fidelidade. In:___. Convites da vida. Pelo espírito Joanna de Ângelis. Salvador: LEAL, 1972. cap. 24.

02.______ e SANTOS, Celeste. Primeiras experiências. In:___. A veneranda Joanna de Ângelis. Salvador:LEAL, 1987. cap. 1.

03.______. Objetivos de Joanna. A obra. In:___. Op. cit. cap. 10.

04.TEIXEIRA, J. Raul. Escândalos e fidelidade. In:___. Cintilação das estrelas. Pelo espírito Camilo. Niterói:FRÁTER, 1992. cap. 24.

05.______. A rama pujante. In:___. Quem é o Cristo? Pelo espírito Francisco de Paula Vítor. Niterói:FRÁTER, 1997. cap. 28.

06.______. Amor e fidelidade. In:___. Vida e mensagem. Pelo espírito Francisco de Paula Vitor. Niterói: FRÁTER, 1993. cap. 18.

07.______. Fidelidade e trabalho. In:___. Op. cit. cap. 16.

08.VIEIRA, Waldo. Perante a codificação kardequiana. In:___. Conduta espírita. Pelo espírito André Luiz. 2. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1961.cap. 45.

09.______. Perante Jesus. In:___. Op. cit. cap. 47.

10.XAVIER, Francisco Cândido. Fidelidade a Deus. In:___. Boa nova. Pelo espírito Humberto de Campos. 8. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1963. cap. 6.

11.______. Joana de Cusa. In:___. Op. cit. cap. 15.

 

Fonte: Federação Espírita do Paraná

 

QUASE QUE DIVALDO CAI NA CILADA DE UM OBSESSOR

 


 

 


Fui pregar numa cidade, e hospedei-me numa residência onde havia predominância feminina. Era uma casa rica e ampla. Duas filhas casadas e outras solteiras. A família toda estava reunida para me receber. Logo notei o distúrbio na filha mais velha. Aquela ansiedade, a insatisfação, o desequilíbrio . . .

Registrei-lhe a aura muito carregada e, pelo tom, interpretei o seu problema. Sem nada me falar, notei o drama de esposa que estava vivendo. Mas, fui à tarefa, retornei e me deitei. Mais tarde, ouvi um ruído na porta e acordei assustado. Uma voz me chamava:

- Divaldo, Divaldo, me ajude! Abra a porta!

Levantei-me, vesti o paletó do pijama e, quando segurei a maçaneta da porta, vi a mão de Joanna de Ângelis, muito alva, segurando a minha. Ela me alertou dizendo:

- Não abra essa porta e fale muito alto.

Então exclamei:

- Um minutinho, estou me vestindo.

Do outro lado vinha o sussurro:

- Abra a porta!

Eu respondia quase gritando:

- Um momento, já vou. Vá chamar sua mãe.

Enquanto falava, ouvi o clique do interruptor na sala e o estalar de um golpe. Abri a porta rapidamente: era o pai, que estava de vigília e esbofeteara a filha. Coloquei-me à frente do genitor e indaguei:

- Mas, o que é isto?

O pai revoltado disse:

- Minha filha é uma indigna! O marido está dormindo e ela veio te perturbar. Não podemos ter um hóspede em casa porque ela . . . E usou expressões muito vis.

Para defende-la disse:

- Todavia, o senhor está enganado. O senhor me respeite! A sua menina está doente, me pediu socorro, mas, esqueci. Estava tão cansado! Você veio me pedir passe, minha filha?

- Foi. – disse a moça.

Então, dei-lhe a mão, pedi ao pai que fosse chamar a esposa, e disse para orarmos. Fizemos o culto do Evangelho. Enquanto isso, eu via o obsessor – um espírito de baixa vibração moral que vampirizava a moça. Era uma obsidiada do sexo, assaltada por volúpia sem-fim; quanto mais buscava, pior ficava. Havia perdido a dignidade perante si mesma, odiando-se, porque o obsessor tramava o seu suicídio ou assassínio pelo marido. Era um drama do passado. Após a leitura evangélica, magnetizamos a água, apliquei-lhe um passe demorado. Quando terminei, ela deu um grito dizendo:

- Mamãe, saiu algo de mim. – e abraçou a mãe chorando.

DIVALDO CONCLUI DIZENDO: “Até hoje somos amigos. Ela é avó, educou aquela força negativa e canalizou os excessos para aplicar passes. Revelou uma bela mediunidade curativa.

Mas, vamos supor que eu houvesse aberto a porta e ela entrasse. O pai, à espreita, iria imaginar que havíamos combinado o encontro. Armava-se um escândalo e, até explicar minha inocência, quem acreditaria? E com que facilidade os escândalos tomariam corpo! Porque existe muita maldade e maledicência, mesmo no nosso Movimento! Muitos diriam o que não poderiam provar, dando-lhe tons e tintas de realidade! Seríamos vítimas de uma cilada obsessiva.”

ATENÇÃO: Vigiemo-nos! Porque há uma população invisível que nos acompanha e influencia, muito mais que simplesmente presenciar nossas ações, transformam-nos, em instrumentos de seus desejos, manipulando-nos como se fôssemos marionetes.

Espíritos que foram vítimas intentam vingar-se de seus algozes; usurários defendem o ouro amoedado; ambiciosos pretendem sustentar dominação; famintos do sexo vampirizam sexólatras; gênios da maldade semeiam confusão; alienados da realidade espiritual perturbam familiares, viciados procuram satisfazer o vício.

Os espíritos farejam as chagas da alma como as moscas farejam as chagas do corpo.

Do mesmo modo que higienizamos o corpo para evitar a bicheira, limpemos também a alma de suas impurezas para evitar a aproximação dos maus Espíritos.

 

Postado por GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC