sexta-feira, 31 de julho de 2015


Rogativa do Servo

Senhor!

Dá-nos a força, mas não nos deixes humilhar os mais fracos.

Dá-nos a luz da inteligência, no entanto, ensina-nos a auxiliar aos irmãos que jazem nas sombras.


Dá-nos a calma, contudo, não nos consistas viver na condição das águas paradas.


Dá-nos a paciência, entretanto, não nos relegues à inércia.

Dá-nos a fé, mas não nos permitas o cultivo da intolerância.

Dá-nos a coragem, no entanto, livra-nos da imprudência.

Concede-nos, por fim, o conhecimento da harmonia e da perfeição que devemos buscar; não nos deixes, porém, na posição da Vênus de Milo, sempre maravilhosamente bela, diante do Mundo, mas sem braços para servir a ninguém.

André Luiz

quinta-feira, 30 de julho de 2015


Nosso Pai


Quando acordamos para a razão, descobrimos os traços vivos da Bondade de Deus, por toda parte.


Seu imenso carinho para conosco está no Sol que nos aquece, dando sustento e alegria a todos os seres e a todas as coisas; nas nuvens que fazem a chuva para o contentamento da Natureza; nas águas dos rios e das fontes, que deslizam para o benefício das cidades, dos campos e dos rebanhos; no pão que nos alimenta; na doçura do vento que refresca; na bondade das árvores que nos estendem os galhos dadivosos, em forma de braços ricos de bênçãos; na flor que espalha perfume na atmosfera; na ternura e na segurança de nosso lar; na assistência dos nossos pais, dos nossos irmãos e dos nossos amigos que nos ajudam a vencer as dificuldades do mundo e da vida, e na providência silenciosa, que nos garante a conservação da saúde e da paz espiritual.


Muitos homens de ciência pretendem definir Deus para nós, mas, quando reparamos na proteção do Todo-Poderoso, dispensada aos nossos caminhos e aos nossos trabalhos na Terra, em todos os instantes da vida, somos obrigados a reconhecer que o mais belo nome que podemos dar ao Supremo Senhor é justamente aquele que Jesus nos ensinou em sua divina oração: “Nosso Pai”.

Meimei

·                   Sobre o Autor

o    Homenageada por tantas casas espíritas, que adotam o seu nome; autora de vários livros psicografados por Chico Xavier, entre eles: "Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração", "Cartilha do bem", "Evangelho em Casa", "Deus Aguarda", "Mãe" etc... Irma de Castro (Meimei) nasceu em 22 de outubro de 1922, na cidade de Mateus Leme - MG e transferiu residência para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma de Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer com 24 anos de idade, no dia 01 de Outubro de 1946, na cidade de Belo Horizonte - MG, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crônica.

quarta-feira, 29 de julho de 2015


Saúde e Amor

Se buscas a saúde física e psíquica de forma integral, aprende a amar.


Assim como a linfa que brota da fonte converte-se no rio que irriga o solo por onde passa, o amor que nasce do coração fraterno transforma-se em energia luminosa, favorecendo o equilíbrio das células.


Quem já aprendeu o valor do verdadeiro amor sabe sair de si mesmo para ir ao encontro do semelhante.


Por isso, não conhece a solidão.

·         Scheilla

 

·                   Sobre o Autor

o    Tem-se notícias apenas de duas encarnações de Scheilla: uma na França, no século XVI, e outra na Alemanha. Na existência francesa, chamou-se Joana Francisca Frémiot, nascida em Dijon a 28/01/1572 e desencarnada em Moulins a 13/12/1641. Ficou conhecida como Santa Joana de Chantal (canonizada em 1767) ou Baronesa de Chantal. Casará-se, aos 20 anos, com o barão de Chantal. Tendo muito cedo perdido seu marido, passou a dedicar-se à obras piedosas e orações, juntamente com os deveres de mãe para com seus 4 filhos. Fundou, em 1604, juntamente com o bispo de Genebra, S. Francisco de Salles, em Annecy, a congregação da Visitação de Maria, que dirigiu como superiora, em Paris. Em 1619, Santa Joana de Chantal deixou o cargo de superiora da Ordem de Visitação e voltou a Annecy, onde ficava a casa-mãe da Ordem. A 13 de dezembro de 1641 ela veio a falecer. A outra encarnação conhecida de Scheilla, verificou-se na Alemanha. Com a guerra no continente Europeu, aflições e angústias assolaram a cidade de Berlim, na Alemanha, onde Scheilla atuava como enfermeira. Seu estilo simples, sua meiguice espontânea, muito ajudavam em sua profissão. Bonita, tez clara, cabelo muito louro, que lhe davam um ar de graça muito suave. Seus olhos, azuis-esverdeados, de um brilho intenso, refletiam a grandeza de seu Espírito. Estatura mediana, sempre com seu avental branco, lá estava Scheilla, preocupada em ajudar, indistintamente. Esquecia-se de si mesma, pensava somente na sua responsabilidade. Via primeiro a dor, depois a criatura... Numa tarde de pleno combate, desencarna Scheilla, a jovem enfermeira. Morria no campo de lutas, aos 28 anos de idade. Muitos anos depois, surgia nas esferas superiores da espiritualidade, com o seu mesmo estilo, aprimorado carinho e dedicação, Scheilla, a Enfermeira do Alto! Do site: www.neis.org.br

 

terça-feira, 28 de julho de 2015


Evolução do Espiritismo

Muito embora os desentendimentos e suplementações marginais, compreensivelmente encontradiços aqui e ali, em nossas atividades, não se pode negar o seguro avanço do Espiritismo, em seu primeiro século de existência.


Dentre as múltiplas conquistas em que se lhe verifica o progresso, apontemos ligeiramente nas construções que lhe dizem respeito:



A valorização do aspecto moral e das conseqüências religiosas.


O estabelecimento necessário da separação entre mediunidade e doutrina.


A acomodação do fenômeno em lugar adequado.


A compreensão do médium por personalidade humana falível.


O reconhecimento de que a desencarnação não altera a criatura de maneira fundamental.


O impositivo de análise nas comunicações e revelações.


A exigência de moralidade e objetivos edificantes nas investigações psíquicas.


O esclarecimento mais amplo em torno de determinadas manifestações dos desencarnados.


A sublimação gradativa das faculdades de efeitos físicos, transferidas de espetáculos menos úteis ao socorro da Humanidade sofredora.


O afastamento gradual da evocação direta.


O aperfeiçoamento das atividades alusivas à desobsessão.


O repúdio à polêmica religiosa.


A elevação do vocabulário doutrinário.


O desbaste natural das influências de outros credos e a poda espontânea de rituais do magismo.


A confirmação progressiva dos princípios espíritas por parte da ciência terrestre.


A melhoria dos processos de divulgação na imprensa falada e escrita.


A orientação clara quanto à educação da infância.


A formação de núcleos da juventude espírita em movimentos próprios.


A criação da literatura espírita.


A intensificação das obras de assistência social.


O culto do Evangelho em família, nos recintos domésticos.


A simplificação de hábitos e definição de atitude da vida dos espíritas.



À vista de semelhantes ocorrências, efetivamente incontestes, reunamos ideais e energias, emoção e discernimento na ampliação do trabalho espírita que nos compete na Seara Redentora de Jesus, com as chaves elucidativas de Allan Kardec, transformando convicção em serviço e convertendo as sensações do maravilhoso em noções de responsabilidade que nos preparem o cérebro e o coração para a Vida Maior.

André Luiz

segunda-feira, 27 de julho de 2015


Pelos Frutos

"Por seus frutos os conhecereis.." Jesus (Mateus, 7:16)
Nem pelo tamanho.
Nem pela configuração.
Nem pelas ramagens.
Nem pela imponência da copa.
Nem pelos rebentos verdes.
Nem pelas pontas ressequidas.
Nem pelo aspecto brilhante.
Nem pela apresentação desagradável.
Nem pela antiguidade do tronco.
Nem pela fragilidade das folhas.
Nem pela casca rústica ou delicada.
Nem pelas flores perfumadas ou inodoras.
Nem pelo aroma atraente.
Nem pelas emanações repulsivas.
Árvore alguma será conhecida ou amada pelas aparências exteriores, mas sim pelos frutos, peja utilidade, pela produção.
Assim também nosso espírito em plena jornada...
Ninguém que se consagre realmente à verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos, pela superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substância de nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem geral.
- "Pelos frutos os conhecereis" - disse o Mestre.
- "Pelas nossas ações seremos conhecidos" - repetiremos nós.
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 7.

domingo, 26 de julho de 2015

D e s e n c a r n e (José Raul Teixeira)

 
Quando encarnamos, recebemos uma carga de fluido vital (fluido da vida).
Quando este fluido acaba, morremos. Somos como a pilha que com o tempo vai descarregando.

*****
Chegamos ao ponto que os remédios já não fazem mais efeito. Daí não resta outra alternativa senão trocar de “roupa” e voltar para a escola planetária.

Mas a quantidade de fluido vital não é igual em todos seres orgânicos. Isso dependerá da necessidade reencarnatória de cada um de nós.

Quando chegamos á Terra cada um tem uma “estimativa de vida”. Vai depender do que viemos fazer aqui. A pessoa que está estimado viver em torno de 60 anos receberá mais fluido que a pessoa que está estimado viver 20 anos.

*****

André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier, explica que poucos são completistas, ou seja, nascemos com uma estimativa de vida e, com os abusos, desencarnamos antes do previsto, não completamos o tempo estimado, isso chama-se suicídio indireto.

Se viemos acertar as pendências biológicas por mau uso do corpo, como o suicídio direto ou indireto, nós vamos ficar aqui pouco tempo. É só para cobrir aquele buraco que nós deixamos. Exemplo: Se nossa estimativa de vida é 60 anos e nós, por abusos, desencarnamos aos 40 anos, ficamos devendo 20 anos. Então, na próxima encarnação viveremos somente 20 anos.

Mas há outros indivíduos que vem para uma tarefa prisional. E daí vai ficar, 70, 80, 90, 100 anos. Imaginamos que quem vira os 100 anos está resgatando débitos. Porque vê as diversas gerações que já não são as suas. E o indivíduo vai se sentindo cada vez mais um estranho no ninho.

*****

Os jovens o olham como se ele fosse um dinossauro. Os da sua idade já não se entendem mais porque já faltam certos estímulos (visuais, auditivos, etc.). Já não podem visitar reciprocamente, com raras exceções.

Tornam-se pessoas dependentes dos parentes, dos descendentes para levar aqui e acolá. Até para cuidar-se e tratar-se. Então, só pode ser resgate para dobrar o orgulho, para ficar nas mãos de pessoas que nem sempre gostam dela. Alguns velhos apanham, outros são explorados na sua aposentadoria, outros são colocados em asilos onde nunca recebem visitas.

Em compensação, outros vêm, cuidam da família, educam os filhos em condição de caminhar, fecham os olhos e voltam para a casa com a missão cumprida com aqueles que se comprometeu em orientar, impulsionar, a ajudar.

*****
Por isso, precisamos conversar com os jovens. Dizer a eles que é na juventude que a gente estabelece o que quer na velhice, se chegar lá. E que vamos colher na velhice do corpo o que tivermos plantado na juventude. Se ele quiser ter um ídolo, que escolha alguém que esteja envolvido com a paz, com a saúde, a ética, ao invés de achar ídolos da droga, do crime, das sombras.

E aqueles que não tem jovens para orientar e que estão curtindo a própria maturidade, avaliar o que fizeram da vida até agora. Se a morte chegasse hoje, o que teriam para levar? Se chegarem a conclusão que não tem nada para levar lembrem que: HÁ TEMPO.

Enquanto Deus nos permitir ficar na Terra, HÁ TEMPO, para fazermos algum serviço no Bem seja ao próximo ou a nós mesmos: estudar, aprender uma língua, uma arte, praticar um esporte. Enquanto respirarmos no corpo perguntemos: “O QUE DEUS QUER QUE EU FAÇA?” Usemos bem o fluido que nos foi disponibilizado.

ATENÇÃO: a vida bem vivida pela causa do Bem pode nos dar “MORATÓRIA”, ou seja, uma sobrevida, uma dilatação do tempo de permanência do Espírito no corpo de carne. Por isso vemos muitos trabalhadores do BEM desencarnando com idade bem avançada. Estes receberão uma carga extra de fluido vital para estender seu tempo no corpo físico.
Então, há idosos em caráter expiatório e em caráter de moratória.

José Raul Teixeira

sábado, 25 de julho de 2015


Na Hora da Irritação

Na hora da irritação que te ocorra:
não grites;
não escrevas;
não prometas;
não te ausentes;
não compres;
não vendas;
não te agites;
não opines;
não gracejes;
e não reclames.

Recolhe-te ao silêncio por alguns minutos, e entrega-te à oração, rogando o auxílio da Providência Divina.


Sentirás, então, que a crise te haverá deixado e retornarás a normalidade da própria vida, para reger com segurança as próprias decisões.

Emmanuel

sexta-feira, 24 de julho de 2015


Servir sempre

  
Saber-se útil é essencial para um viver equilibrado.
Por isso, convém desenvolver o hábito de servir.
Não apenas em dias de arrependimento ou reparação.
Em todas as circunstâncias, o serviço é o antídoto do mal.
Talvez você tenha caído na trama de terríveis enganos e sonhe em se reabilitar.
Sendo assim, não desperdice a riqueza das horas, em inúteis lamentações.
Levante-se e sirva nos próprios lugares onde espalhou a sombra do erro.
Com essa atitude humilde, granjeará apoio infalível ao reajuste.
Quem sabe você enfrente duros problemas em sua vida particular.
Nessa hipótese, livre-se do fardo inútil da aflição sem proveito.
Reanime-se e sirva, no quadro de provações e dificuldades em que se situa.
A diligência e o labor funcionarão como preciosas tutoras, abrindo a senda ao concurso fraterno.
Quiçá você padeça obscura posição no edifício social.
Nessa situação, convém se prevenir do micróbio da inveja.
Movimente-se e sirva no anonimato.
A conduta digna e o devotamento funcionarão como luminosa escada rumo ao Alto.
É provável que você sofra o assalto de ferozes calúnias.
Esqueça a vingança, que seria aviltamento e baixeza.
Silencie e sirva, olvidando ofensas.
Ao eleger o perdão e a atividade no bem como estandartes, você forjará um invencível escudo contra os dardos da injúria.
Quem o vir trabalhador e nobre não conseguirá acreditar na maledicência.
Pode ser que você suporte o assédio de Espíritos inferiores.
Antigos desafetos de outras vidas podem estar a persegui-lo, no desejo de vê-lo recair em velhos vícios.
Abstenha-se da queixa sem utilidade.
Resista e sirva, dedicando-se ao socorro dos que choram em dificuldades maiores.
A dedicação à beneficência terminará por conquistar a simpatia de seus próprios adversários.
Ao vê-lo incansável no serviço ao próximo, eles se envergonharão de desejar seu mal.
A preguiça é ópio das trevas.
Os que não trabalham transformam-se facilmente em focos de tédio e ociosidade, revolta e desespero.
Tornam-se desequilibrados, pessimistas e ressentidos.
Como prestam muita atenção nos próprios problemas, acham-se os mais desafortunados do mundo.
Também estão sempre dispostos a fiscalizar o comportamento alheio e a apontar falhas.
Ao contrário, quem se dispõe a amparar raramente encontra tempo para criticar.
Assim, servir é um imperativo de saúde física e espiritual.
Para ser feliz e equilibrado, impõe-se adquirir esse saudável hábito.
Quem busca sinceramente servir nunca encontra motivos para se arrepender.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. LXXI, do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.

Em 23.7.2015.

quinta-feira, 23 de julho de 2015


Quando Há Luz


"O amor do Cristo nos constrange." Paulo (2 Coríntios, 5:14)

Quando Jesus encontra santuário no coração de um homem, modifica-se lhe a marcha inteiramente.

Não há mais lugar dentro dele para a adoração improdutiva, para a crença sem obras, para a fé inoperante.

Algo de indefinível na terrestre linguagem transtorna-lhe o espírito.

Categoriza-o a massa comum por desajustado, entretanto, o aprendiz do Evangelho, chegando a essa condição, sabe que o Trabalhador Divino como que lhe ocupa as profundidades do ser.

Renova .se lhe toda a conceituação da existência.

O que ontem era prazer, hoje é ídolo quebrado o que representava meta a atingir, é roteiro errado que ele deixa ao abandono.

Torna-se criatura fácil de contentar, mas muito difícil de agradar.

A voz do Mestre, persuasiva e doce, exorta-o a servir sem descanso.

Converte .se lhe a alma num estuário maravilhoso, onde os padecimentos vão ter, buscando arrimo, e por isso sofre a constante pressão das dores alheias.

A própria vida física afigura .se lhe um madeiro, em que o Mestre se aflige. É-lhe o corpo a cruz viva em que o Senhor se agita crucificado.

O único refúgio em que repousa é o trabalho perseverante no bem geral.

Insatisfeito, embora resignado firme na fé, não obstante angustiado servindo a todos, mas sozinho em si mesmo, segue, estrada afora, impelido por ocultos e indescritíveis aguilhões...

Esse é o tipo de aprendiz que o amor do Cristo constrange, na feliz expressão de Paulo. Vergasta-o a luz celeste por dentro até que abandone as zonas inferiores em definitivo.

Para o mundo, será inadaptado e louco.

Para Jesus, é o vaso das bênçãos.

A flor é uma linda promessa, onde se encontre.

O fruto maduro, porém, é alimento para Hoje.

Felizes daqueles que espalham a esperança, mas bem-aventurados sejam os seguidores do Cristo que suam e padecem, dia a dia, para que seus irmãos se reconfortem e se alimentem no Senhor!

XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 74.

 

O Que Mais Sofremos

O que mais sofremos no mundo -

Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.

Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.

Não é a doença. É o pavor de recebê-la.

Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.

Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.

Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.

Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.

Não é a injúria. É o orgulho ferido.

Não é a tentação. É a volúpia de experimentar - lhes os alvitres.

Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.

Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflição que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.

Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Albino Teixeira.

quarta-feira, 22 de julho de 2015


O Vagabundo


Ei-lo que passa na estrada,
De roupinha esfarrapada,
Sem mãos amigas de alguém.
Pobrezinho!... é vagabundo,
Vagueia por este mundo.
Sem ninguém.


Às vezes, tem sede e fome,
Na miséria que o consome,
De pés e bracinhos nus...
Tão tenro e de alma sombria!
Sem amor, sem alegria
E sem luz.


Mete pena vê-lo à solta
De cabeleira revolta,
Tal a penúria em que vai;
Sua alma geme e padece,
Não teve mãe que o quisesse
E nem pai.


Tenhamos piedade ao vê-lo.
Quem não pede auxílio e zelo
Num bocadito de amor?!...
Como punge, no caminho,
Tanta falta de carinho,
Tanta dor...


Lembremos, em nossa vida,
Que essa criança ferida,
Como nós, tem coração;
Que esse pequeno mendigo
Seja agora nosso amigo,
Nosso irmão.


XAVIER, Francisco Cândido. Jardim de Infância. Pelo Espírito João de Deus. FEB. Capítulo 12.

Insegurança e Medo

O homem é as suas memórias, o somatório das experiências que se lhe armazenam no inconsciente, estabelecendo as linhas do seu comportamento moral, social, educacional.


Essas memórias constituem-lhe o que convém e o que não é lícito realizar.


Concorrem para a libertação ou a submissão aos códigos estabelecidos, que propõem o correto e o errado, o moral, o legal, o conveniente e o prejudicial.


Face a tais impositivos desencadeiam-se, no seu comportamento, as fobias, as ansiedades, as satisfações, o bem ou o mal-estar.


Neste momento social, o medo assume avantajadas proporções, perturbando a liberdade pessoal e comunitária do indivíduo terrestre.


Procurando liberar-se desse terrível algoz, as suas vítimas intentam descobrir-lhe as causas, as raízes que alimentam a sua proliferação. Todavia, estas são facilmente detectáveis.

Estão constituídas pela insegurança gerada pela violência; pelo desequilíbrio social vigente; pela fragilidade da vida física - saúde em deterioramento, equilíbrio em dissolução, afetividade sob ameaça; receio de serem desvelados ao público os engodos e erros praticados às escondidas; e, por fim, a presença invisível da morte...


Mais importante do que pensar e repensar as causas do medo é a atitude saudável, ante uma conduta existencial tranquila, pelo fruir cada momento em plenitude, sem memória do passado - evitando o padrão atemorizante - nem preocupação com o futuro.


A existência humana deve transcorrer dentro de um esquema atemporal, sem passado, sem futuro, num interminável presente.


Não transfiras para depois a execução de tarefas ou decisões nenhumas.

Toma a atitude natural do momento e age conforme as circunstâncias, as possibilidades.


Cada instante, vive-o, totalmente sem aguardar o que virá ou lamentar o que se foi.


Descobrirás que assim agindo, sem constrições, nem pressas ou postergações, te sentirás interiormente livre, pois que somente em liberdade o medo desaparece.

 
Não aguardes, nem busques a liberdade. Realiza-a na consciência plena que age de forma responsável e tranqüiliza os sentimentos.

 
O medo desfigura e entorpece a realidade. Agiganta e avoluma insignificâncias, produzindo fantasmas onde apenas suspeitas se apresentam.


É responsável pela ansiedade - medo de perder isto ou aquilo - sem dar-se conta que somente se perde o que se não tem, portanto, o que não faz falta.


A ação consciente, prolongando-se pelo fio das horas, anula o medo, por não facultar a medida do comportamento nas memórias pessoais ou sociais.


Simão Pedro, por medo dos poderosos do seu tempo, negou o Amigo que o amava e a Quem amava.


Judas, por medo que Ele não levasse a cabo os compromissos assumidos, vendeu o Benfeitor.


Os beneficiários das mãos misericordiosas de Jesus, por medo se omitiram, quando Ele foi levado ao sublime holocausto.

Pilatos, por medo, indeciso e pusilânime, lavou as mãos quanto à vida do Justo.


...E Anás, Caifás, a turbamulta, com medo do Homem Livre, resolveram crucificá-lO, através do hediondo e covarde conciliábulo da própria miséria moral, que os caracterizava.

Ele porém, não teve medo. Pensa e busca-O, libertando-te do medo e seguindo-O, em consciência  tranquila, mediante cujo comportamento te sentirás pleno, em harmonia.

Joanna de Ângelis

terça-feira, 21 de julho de 2015


Aceita a Correção

É, na verdade, toda correção, no presente, não parece ser do gozo, senão de tristeza. Mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” - Paulo. ( HEBREUS, 12: 11.)

A terra, sob a pressão do arado, rasga-se e dilacera-se, no entanto, a breve tempo, de suas leiras retificadas brotam flores e frutos deliciosos.


A árvore, em regime de poda, perde vastas reservas de seiva, desnutrindo-se e afeando-se, todavia, em semanas rápidas, cobre-se de nova robustez, habilitando-se à beleza e à fartura.


A água humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcança o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar.


Qual ocorre na esfera simples da Natureza, acontece no reino complexo da alma.


A corrigenda é sempre rude, desagradável, amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abençoados de experiência, conhecimento, compreensão e justiça.


A terra, á árvore e a água suportam-na, através de constrangimento, mas o Homem, campeão da inteligência no Planeta, é livre para recebê-la e ambientá-la no próprio coração.


O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador.


Exterioriza-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra.


Raros, contudo, lhe aceitam a bênção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em arminho, e, quando levada aos lábios, não se assemelha a saboroso confeito. Surge, revestida de acúleos ou misturada de fel, à guisa de remédio curativo e salutar.


Não percas, portanto, a tua preciosa oportunidade de aperfeiçoamento.


A dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar.

Emmanuel

segunda-feira, 20 de julho de 2015


Beleza

Reserva um breve espaço de tempo entre os teus deveres para a beleza.


Desperta cedo, a fim de acompanhar o nascer do dia, embriagando-te com a pujança da luz.


Caminha por um bosque, silenciosamente, aspirando o ar da Natureza.


Movimenta-te numa praia deserta e reflexiona em torno da grandiosidade do mar.


Contempla uma noite estrelada e faze mudas interrogações.


Contempla uma rosa em pleno desabrochar...


Detém-te ao lado de uma criança inocente...


Conversa com um ancião tranquilo...


Abre-te à beleza que há em tudo e adorna-te com ela.

Joanna de Ângelis