quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

 

A MAIOR MENSAGEM

 

17 de abril de 1937

 

Muita gente boa poderá supor na Terra que o homem, atravessando as águas escuras do Aqueronte, encontrará na outra margem o poço maravilhoso da Sabedoria. Um homem de bons costumes, que andasse aí na Terra vendendo pastéis, depois dos banhos prodigiosos da Morte voltaria aos cenários da vida sentenciando em todos os problemas que ensandecem o cérebro da Humanidade.

Mas, não é assim.

Cada indivíduo conserva, no Além, a posição evolutiva que o caracterizava na Terra. Cada entidade comunicante é, portanto, o homem desencarnado, ressalvando-se, todavia, a posição elevada dos Espíritos missionários que, de vez em quando pousam no mundo abnegadamente, sem lhe reparar a miséria e a estreita relatividade.

Arrebatados, assim, para o império das sombras, não estamos vagueando em paisagens lunares, ou no céu dos teólogos. O nosso mundo é de perfeita transição.

Já Raymond, na Inglaterra, com o apoio da autoridade científica de Sir Oliver Lodge, falou ao mundo terrestre das nossas paisagens bizarras, repletas de coisas semelhantes às coisas da nossa vida e das nossas atividades no Planeta. Seus arroubos descritivos não comoveram o espírito cristalizado da ciência oficial, e provocaram exclamações pejorativas de muitos filósofos espiritualistas.

De minha parte, porém, já não quero fazer passar os olhos curiosos dos meus leitores sob o Arco de Esopo, movimentando as minhas criações do Tonel de Diógenes. Agora, mais que nunca, reconheço que cada qual compreende como pode, aí no mundo, e não me animo a provocar o riso despreocupado dos meus semelhantes, desejando somente levar-lhes o coração para as questões nobres e úteis da Vida.

Para contar-lhes, assim, o que fiquei conhecendo daqui como a Maior Mensagem existente da Terra, devo dizer-lhes que, no casarão dos espaços onde nos encontramos. agasalhados, existe o Grande Salão dos Invisíveis. É aí que nos reunimos, muitas vezes, em amável "têteà-tête", reconfortando-nos após as lutas terrestres, e recebendo freqüente. mente as opiniões esclarecidas dos mestres da espiritualidade. Aparelhos delicadíssimos, de uma radiotelefonia mais avançada, nos colocam em contato com entidades angélicas, tal como os políticos do Rio de Janeiro podem ouvir o governo de Tóquio trocando entre si as impressões de um movimento, sem se afastarem de suas cidades respectivas.

No dia a que me reporto, encontrávamos-nos ali, em animada palestra. Escritores franceses, ingleses, asiáticos e americanos, discutíamos os progressos da Terra. Não há mais aqui a barreira dos idiomas. Cada qual pode falar à vontade, porque o pensamento já é por si mesmo uma espécie de Volapuque universal.

 - "O que mais me admira na atualidade do mundo - exclamava um dos companheiros - é a obra perfeita da Engenharia moderna. Na América do Norte cuida-se da captação da energia elétrica existente na força das ondas marítimas, dentro do mecanismo de poderosas turbinas e, talvez, antes que o homem penetre o segredo do aproveitamento das forças atômicas, para repousar as suas atividades na eletricidade atmosférica, já terá construído formidáveis usinas captadoras da energia dos ventos, à mais de duzentos metros de altura. A mecânica da aviação progride a cada minuto e o homem está prestes a adotar os mais avançados sistemas de locomoção aérea, com os futuros aparelhos de vôo individual."

- “Todavia - atalhou outro -, temos de considerar igualmente o elevado plano evolutivo das criaturas, nos laboratórios”. O alemão Todtenhaupt demonstrou a maneira de se transformar a caseína do leite em lã artificial. Os tecnologistas descobriram todos os meios de se copiar perfeitamente a Natureza, e os produtos sintéticos fazem, por toda parte, as comodidades da civilização. Os raios X devassaram a organização de todos os corpos, provando que todas as matérias, na crosta terrestre, são cristalinas._facilitando o exame de suas disposições atômicas e moleculares. Essas revoluções, no campo imenso das indústrias modernas, hão de fatalmente determinar profundas modificações na vida atormentada dos homens.

Eu ouvia, interessado, esses argumentos, sem poder participar com veemência dos problemas debatidos, em virtude de trazer muito pouca bagagem do nosso pobre Brasil, com exceção das idéias políticas, quando outro amigo interveio:

- "Muito me têm preocupado as questões de Medicina e é com assombro que vejo a evolução dos processos terapêuticos no orbe terráqueo. Os hormônios, as vitaminas e as glândulas, tão desconhecidos ali, antigamente, são objeto de toda uma revolução científica. Ainda agora os hospitais de Moscou realizam, com êxito, as mais extraordinárias transfusões de sangue cadavérico. Os médicos moscovitas descobriram os recursos de conservar o sangue retirado de um cadáver, no instante imediato à morte, por mais de 20 ou 30 dias, aplicando-o com felicidade a outros organismos enfermos. Os processos de saneamento e de higiene não ficam aquém dessas conquistas. Há tempos saneou-se, na Itália, a região das Lagoas Pontinas e, onde havia pântanos e focos microbianos, florescem hoje cidades prestigiosas e progressistas."

E, nesse diapasão, todos os escritores desencarnados manifestaram seus pensamentos otimistas. Falou-se da física, da bacteriologia, dos processos pedagógicos, da industrialização, do nacional-socialismo de Hitler e dos princípios democráticos de Roosevelt.

Mas, quando a palestra atingia o fim de seu curso, uma voz, cuja origem não poderíamos determinar, exclamou em nosso meio com melancólica imponência:

- “Todas as conquistas e todas as comodidades da civilização terrestre da atualidade são questões secundárias nos ciclos eternos da Vida”... A mão invisível e poderosa que destruiu o orgulho impenitente de Babilônia e de Persépolis, que aniquilou os poderes de Roma e de Cartago, pode reduzir o mundo ocidental a um punhado de cinzas!. . .

"As plataformas políticas, os laboratórios científicos, os diplomas de novos conhecimentos, são segundos valores em todos os caminhos evolutivos, porque, sem o amor, que é a fraternidade universal, todas as portas da evolução estarão fechadas. . . Pode Einstein devassar novos segredos na teoria das relatividades; Segismund Freud poderá descobrir novas causas dos padecimentos humanos com a perseverança e a paciência de suas análises; a tecnologia pode modificar visceralmente a estrutura das indústrias do Planeta; Hitler, Mussolini, Roosevelt e Trotsky podem aventar novas sistematizações da política, renovando as concepções do Estado; mas a Maior Mensagem no mundo ainda é o Evangelho. Sem o amor de Jesus-Cristo, todos os povos estão condenados a morrer, com todo o peso de suas conquistas e de suas glórias, porque somente o Amor pode salvar o mundo que se aniquila.” Podereis todos vós descer à face escura - e triste da Terra, proclamando a vossa imortalidade, porém, nada fareis de útil se não entregardes ao espírito humano essa chave maravilhosa, para que se abram as portas imensas da Paz, no coração amargurado dos homens!...”

“ Diante dessa voz suave e terrível, todos nós silenciáramos.

Ao longe, muito ao longe, por um esforço pronunciado de nossa ação, divisávamos a Terra longínqua...

Furacões destruidores pareciam envolver atmosferas -estavam enegrecidas, pejadas de nuvens de fumo e de poeira sangrenta. Um secreto pavor dominou nossas almas e guardamos, íntimo, aquela voz profética e ameaçadora “‘A mão invisível e poderosa que destruiu impenitente de Babilônia e de Persépolis, que aniquilou os poderes de Roma e de Cartago, pode reduzir o mundo ocidental a um punhado de cinzas”!...

Humberto de Campos

CRÔNICAS DE ALÉM-TÚMULO

FRANCISCO CANDIDO XAVIER

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

 

 É VERDADE, ACONTECEU NA CASA DO CAMINHO (11).

 “Mas Deus disse-lhe: Insensato, esta noite te exigirão a tua alma; e as coisas que ajuntaste, para quem serão? Assim é aquele que entesoura para si, e não é rico para com Deus. Jesus disse a seus discípulos: Portanto vos digo: Não andeis cuidadosos da vida pelo que haveis de comer, nem do corpo pelo que haveis de vestir. Pois a vida é mais que o alimento, e o corpo mais que o vestido. Considerai os corvos, que não semeiam nem ceifam, não têm despensa nem celeiro; contudo Deus os alimenta. Quanto mais valeis vós do que as aves! Qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um cúbito à sua estatura? Se, pois, não podeis fazer nem as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras? Considerai os lírios, como não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois se Deus assim veste a erva no campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé! Não procureis o que haveis de comer ou beber, nem andeis solícitos; porque os homens do mundo é que procuram todas estas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas. Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. Não temas, pequeno rebanho; porque é do agrado de vosso Pai dar-vos o reino.” – Jesus - (Lucas 12:20-32)

Hoje a lembrança de um dos albergados da Casa do Caminho, mais valentes, mais destemidos que passou por lá, foi o Manoel Sabiá, daremos o nome fictício, ao Idoso, na intenção de evitar qualquer constrangimento por parte de seus familiares, ou mesmo pelo fato de que a intenção dos relatos é respeitarmos o ser humano, naquilo que possui de mais belo, honrado e justo.

Os sofrimentos lavaram seu corpo e sua alma, mas, continuaram firmes, na esperança de amar e ajudar, sem nada desejarem em troca, e, nunca retribuírem o mau recebido com o próprio mau. Fica patente, a altivez da alma, apesar da pobreza material, o caráter não foi corrompido pela soberba, pela estupidez e pela pobre vaidade humana.

Durante o tempo que viveu na Casa do Caminho, Manoel sempre se posicionou como um soldado do exército brasileiro, um verdadeiro guerreiro do servir e não de sê servido.

Quando jovem, morava num distrito de Sousa, mais seu sonho era ser oficial do Exército, e, naquela época longínqua, o quartel do Exercito mais próximo a Sousa (PB) era o da cidade de Caicó (RN).  Para tornar realidade seu sonho, seus pais realizam uma festa de despedida para a viagem que faria para Caicó. Familiares e amigos se cotizaram e levantaram o dinheiro de sua viagem.

E Manoel, levava um saco de roupas, alguns trocados minguados, uma galinha na farinha, sapatos emprestados, bastante apertados, chorando, abraçando os pais, irmãos e amigos e a alma cheia de esperança, afirmava em voz alta:

- Ouçam, voltarei a minha terra como um Oficial.

Todos se emocionavam com as palavras daquele jovem forte e bonito. Orgulho dos pais, pois, tratava-se de um filho trabalhador e gentil.

Sua chegada ao quartel foi comovente, recebido por um Sargento, explica que vem de Sousa e que estava de posse de seus documentos e do retrato de sua família. Foi bem acolhido, e é conduzido à sala de alistamento militar.

Vejam a surpresa que aguardava Manoel, no questionário que deveria preencher com lápis na mão, percebeu que não entendia nada do que estava escrito.

- Na verdade, era analfabeto, não sabia nem escrever o próprio nome.

Foi um desconforto intimo, sua cabeça girava ao ouvir as explicações do Sargento, seu choro partia de sua alma. Seu honrado pai tinha economizado durante anos para lhe oportunizar e concretizar seu sonho. O choro de desespero aumentava, dizia que não voltaria para casa, nada amenizava sua dor. O Sargento se encheu de compaixão e relatou o caso ao Comandante, que concordou com a idéia do Sargento de colocar um civil para ajudar em alguns serviços, sem remuneração, até que sua aflição se esvaísse.

Contudo, Manoel passa dois anos de sua vida, num quartel, sem ser soldado, tendo o novo comandante exigido sua dispensa por motivo de transgredir o regulamento militar vigente.

Assim, Manoel retorna ao Lar, recebido com alegria e lágrimas, contando estórias de soldado, todos maravilhados pelos contos, fardado com roupas emprestadas pelos soldados e comunicando que, em função do tempo de serviço, foi dada baixa no Exército.

Segundo Manoel, seu pai e sua mãe morreram e nunca souberam do ocorrido em Caicó.

Entretanto, sua alma foi marcada, sempre a noite, em preces, chorava, sem revolta, pelo que o destino tinha proporcionado.

Muito tempo depois, com mais de setenta anos, chega Manoel a nossa Casa, se dizia que fora do Exército, que nos treinos chegava há ficarem vários dias sem comer, passava sede e ficava exausto com a dureza dos treinos, informou que chegou a comer carne crua de aves.

Tinha um hábito estranho ao acordar, motivo que gerou muitos desafetos, especialmente, em dois albergados, Antônio e Vitoriano, todas as manhãs as cinco em ponto, desfilava no terraço da Casa, tocando uma corneta invisível com um dedo na boca e o outro como se estiver tocando um instrumento musical, o ritmo era realmente de uma música militar. Após a corneta, a tropa já avisada que deveria levantar, ele iniciava uma canção e batendo forte com o pé direito no chão, parecia mais que queria afundar o chão. A música com sua voz de trovão, dizia assim:

“Soldado que vai a guerra

Não leva o que comer

Só leva a própria vida

“E essa mesma vai perder.”

Eram umas quatro voltas bradando essa música, mãos em continências, parecia mais um pelotão marchando, estremecia as paredes, pancada forte no chão, bem cadenciado até o final do terraço, contudo, dois Idosos o aguardavam cada um com um cabo de vassoura, pedindo que parasse ou iam resolver na violência.

Manoel respondia:

- “Nada impede o Exército de marchar, nem a chuva, nem à noite, nem a tempestade, nada tememos, muito menos dois velhos aleijados, sonolentos e assanhados.”.

Os dois Idosos, nesse cenário, começavam a rir e até admiravam sua audácia, citação, determinação, disciplina, intrepidez em servir ao Braço Forte e Mão Amiga.

Certa manhã chega à Casa do Caminho, nosso irmão Wilson Dantas Pedrosa e começa um papo com Manoel, relatando as cobras imensas, de mais de cinco metros de comprimento que matou e que alegrava o quartel cantando e tocando sua sanfona.

No outro dia, Wilson traz uma sanfona imensa para Manoel tocar, quando coloca a sanfona em Manoel, sua cabeça fica abaixo da sanfona. Era grande e ele disse que não tocada na grande, mas nos foles de oito baixos.

- Se é assim, não tem problema, trago a de oito baixos.  - Disse Wilson.

Novamente, persistente, vem Wilson com o fole de oito baixos e entrega a Manoel.

Começou a examinar o fole, abre e fecha, mas não consegue tocar, pois, precisa exercitar os dedos.

Wilson afirma que o fole é dele e que pode exercitar a vontade, sendo a partir daquele dia mais um divertimento para Manoel, que passou a admirar cada vez mais o gesto fraterno e amigo de Wilson.

Outro fato interessante ocorreu em uma visita dos Idosos ao sítio de Wilson, localizado depois de Aparecida (PB), época da safra de manga, e, após o café da manhã, com café, leite, queijo, bolacha e pão, saímos em direção aos pés de manga, quando chega um aviso de que dos cinco sacos de manga colhidos, uma cobra enorme tinha chupado dois sacos de manga.

Wilson dirige-se para seu Manoel e pergunta:

- É melhor voltar Manoel?

-Certamente vocês não me conhecem, fui treinado no Exército, vamos em frente.

Seu Gentil pondera:

- Seu Manoel, o senhor tomou café agora, não será melhor espera o café esfriar?

Seu Manoel responde:

Tem razão, vamos aguardar um pouco enquanto esfria o café,

Gentil sugere:

- Não é melhor tirar a camisa?

- Com certeza, esfriará mais rápido. Responde Manoel.

Passado alguns minutos, todos em silêncio, seu Manoel convoca aos presentes a enfrentar a cobra, partindo na frente.

Era realmente bravo, valente, corajoso, destemido.  O argumento da cobra foi uma sugestão de Wilson.

E a manhã foi maravilhosa sob as sombras das mangueiras ao lado de um homem admirável.

Zelito Facundo ouviu, no dormitório, um relato de seu Manoel para outro Idoso, quando no quartel, à noite, em substituição a um soldado cansado, quando um vulto se aproxima de sua guarda:

- Quem vem lá? - Ele com voz enérgica.

- Quem vem lá?  Pare!  Ou vou atirar!

 Engatilha a arma para disparar e o vulto retorna.

No outro dia, soube que era o comandante do quartel que estava testando sua conduta. Foi elogiado pela maneira como se comportou.

São muitos os episódios de Manoel e fica nossa admiração pelo Exército do Amor que hoje está alistado lá no Alto, cuja sublime missão não será mais batalhas duras, odiosas, sanguinolentas daqui da Terra, ao contrário, ocorrerá o fiel cumprimento do código celeste, Universal, do Evangelho de Jesus.  

Nosso parecer pressupõe um ser humano muito acima da média, pois, desconhecia derrotas, incorporou em si um imenso desejo de ser útil, de contribuir com o bem, salvaguardou sua ingenuidade na operosidade e disciplina do trabalho.

Walter Sarmento de Sá Filho

 

Washington Marques (viu!?) admirando a Casa do Caminho, à época, projetada no plano espiritual, hoje materializada por mãos que amam.



"Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." Paulo.  Gálatas 2:20

 

 

"A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa, não trata com leviandade, não se ensoberbece." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 13:4.)

 

"Que o Senhor dirija os vossos corações para o amor de Deus e a paciência de Cristo."

2 Tessalonicenses 3:5

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

 

Seja Luz

 

Se tiver que ser algo, seja luz;
Se tiver que doar, doe amor;
Se tiver que falar, seja sábio;
Se tiver que perder, guarde sua fé;
Se tiver que chorar, chore, mas não viva de lagrimas;
Se tiver que denunciar, denuncie a si mesmo;
Se tiver que se arrepender, se apresse;
Se tiver que perdoar, não exite;
Se tiver que fazer, faça com excelência;
Se tiver que deixar, seja maduro;
Se tiver cansado, descanse fazendo o que tem que ser feito;
Se tiver que sofrer, seja forte; avance;
Se tiver que ouvir, seja humilde;
Se tiver que sacrificar, morra para que outros vivam;
Se tiver que ser alguém, seja a sua melhor versão.

 

Chelly Herreira

 

Seja Luz

 

"Seja luz, no mundo já existe muita gente sendo trevas."

 

Iago Albuquerque

sábado, 5 de dezembro de 2020

 

VOZ DE CORAÇÃO

 

 

Alma irmã!...

Não me condenes.

Venho ofertar-te

Renovação e experiência

E mostrar-te nos outros

Os irmãos do caminho

Que amam, sofrem e aprendem

Qual te acontece,

A fim de que te movas

Ao sol da compaixão.

Venho mostrar-te ainda

O peso que há na culpa

E o valor do perdão.

Sobretudo, sou eu

Quem te revela

A grandeza do amor

Na luz da compreensão.

Peço: não me censures.

Venho em nome de Deus,

Sou tua dor.

 

Meimei

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

 

                          É VERDADE, ACONTECEU NA CASA DO CAMINHO (10).

 

 

“E falou-lhes muitas coisas em parábolas...” (Mateus, 13:3)

 

 


      Jesus

 

       “ELE falou de lírios, da vida, do trigo

       Do corvo e do passarinho.

       Foi simples e foi sábio ao mesmo tempo

       Por isso Suas palavras se gravaram no coração do homem.

 

       Falou do fermento, do pão,

       De vestidos, de ovos, peixes e candeias...

       E vede como em Seus lábios as coisas comezinhas

       Divina luz destilam! ”

 

       (AUTOR DESCONHECIDO)

 

 

Maria Eulina Barbosa (Foto abaixo)

 


             Seu  nome  é  Maria  Eulina  Barbosa, dizia que era cearense, da Capital, foi casada, teve filhos, era dona de casa e desde que mora na “Casa do Caminho”, tem um comportamento alegre, gosta muito de conversar sobre a família com quem convivia antigamente. Um dos fatos mais interessantes sobre ela é que, morando há mais de 16 anos na “Casa do Caminho” chega sem nenhum documento de identidade e nem mesmo registro de nascimento, por esse fato, resolvemos adotar o dia da criança, 12 de outubro, para comemoração do seu aniversário. Atravessou provas quase insuportáveis, agressões físicas e morais diariamente, durante muitos anos. Tendo noção e consciência da pobreza do seu plantio, foi obrigada a colher o que plantou. Quanta ilusão com a beleza do corpo, quantas lágrimas derramadas por seus filhos deixados ao léu. Como doí, dizia Eulina, não poder voltar atrás e desfazer escolhas equivocadas. Na verdade, nos disse Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” Sua fortaleza intima já buscava o Mestre ao afirmar: - Oh! Nosso amigo divino Jesus! Abrandai nossos corações!

 

Relatava para as visitas, de que era mãe de um filho muito inteligente, bonito e carinhoso, e, por motivo de seu trabalho, no Exército brasileiro, era muito ocupado e não podia visitá-la na Casa do Caminho. Por esse motivo, a sua felicidade era saber do importante papel que exercia em defender a Pátria amada.

 

Um fato interessante, foi a proteção que ganhou dentro da Casa do Caminho, de um Idoso que a respeitava pelo dor que atravessou nessa existência, sempre atento, se condoendo de sua fragilidade e conhecedor daquilo que ela gostava, por exemplo, adorava laranja, e em cada prato vinha duas laranjas descascada para cada Idoso. Esse Idoso sabendo de sua predileção, deixava de chupar suas laranjas e passava para Eulina. No domingo, o almoço era galinha cozinhada, cabendo a cada um dois pedaços de galinha, contudo, esse bondoso Idoso, deixava de comer sua galinha e repassava para Eulina, que rindo e admirada, percebia que seu prato continha quatro pedaços. Apenas sorria graciosamente e agradecia tanta bondade, para consigo.

Era comum esse Idoso protetor, soluçar, rezar e perguntava à Deus.

- Porque permitiu tanto sofrimento a uma criatura tão bondosa, tão alegre e tão desprendida dos bens materiais?

 

Durante sua permanência na Casa do Caminho, Maria Eulina foi, por dois anos consecutivos, a idosa mais bonita de Sousa, essa festa em homenagem aos Idosos, era promovida pela Prefeitura Municipal de Sousa, cuja vencedora ganhava uma faixa e o privilégio de dançar com o Prefeito Municipal. Era bonito constatar a sua alegria, todos tocando sua faixa, admirando e aplaudindo-a. A infinita misericórdia de Deus paira sobre todos nós. Parecia que a Mão de Deus a envolvia, pois, colocava num cantinho distante, bem escondido, a dor d’alma amargurada, sofrida e só alegria, naquele momento,  externava.  Somos gratos a Maria Eulina, pois, nos legou uma profunda lição de vida, criatura extraordinária, onde afirmamos que, se tivéssemos passado por cinco por cento de suas provas e dificuldades, provavelmente, seríamos acometidos de grandes deficiências em nosso corpo físico.

Para finalizar, relembro quando Maria Eulina, debilitada, já acamada, e, todos os dias, Lizete fazia a sua higiene, Eulina nos surpreende em tom de brincadeira, que Lizete estava com ciumes dela. 

Dizia Eulina:

- Ela pensa que eu vou fugir com seu bonito esposo Gentil, é por isso que Lizete está triste hoje.

Ao ouvir aquela brincadeira, Lizete abre um sorriso maternal e beija-lhe a testa, abençoando-a. Ecoa uma gargalhada da boca de Maria Eulina. Todos riem. 

Momento espiritual de muita beleza, no ar aquele encanto angelical envolve a todos e lágrimas de agradecimento são derramadas.

 



Oh morte, não te orgulhes.


John Donne

Oh Morte, não te orgulhes, pois ruim
Como dizem não és, medonha e forte;
Quem pensa que abateste, pobre Morte.
Não morre; nem matar podes a mim.
Se o sono, o teu retrato, agrada assim,
Contigo fluirá melhor a sorte;
E o bom, ao conhecer o teu transporte,
Descansa o corpo e se liberta enfim.

Serva de reis, destino, acasos e ânsia,
À droga, à peste e à guerra te associas;
E adormecem-nos ópios e magias
Mas que teu golpe. Então, por que a jactânia?
Um breve sono a vida eterna traz,
E vai-se a morte. Morte morrerás.

 

 

O vovô Casimiro, observa feliz um verdadeiro Apóstolo de Jesus,

o Padre Elias (10.10.2006), após celebrar a Santa Missa, com os

Idosos da Casa do Caminho, em seus braços a garota Isabela.



 

Vovô Casimiro, Vovó Raimunda, Vovó Eulina (por trás de Casimiro)

e Vovó Rosa, aguardando o início da Santa Missa (10.10.2006).

 

Walter Sarmento de Sá Filho

terça-feira, 3 de novembro de 2020

 

DEZ MANEIRAS PARA NÃO DEIXAR MORRER UMA ASSOCIAÇÃO.    

    Aloysio Alfredo Silva

 

1)  Compareça às reuniões na hora certa e, se possível, um pouco antes do seu início;

2)  Mesmo com mau tempo, nunca falte às reuniões;

3)  Se solicitado a cooperar, demonstre boa vontade;

4)  Nunca recuse um trabalho alegando que a tarefa compete à Diretoria;

5)  Se não for convidado para participar de alguma comissão, não se aborreça; continue apoiando os bons empreendimentos;

6)  Quando criticar o desempenho daqueles que comparecem às reuniões, faça-o de maneira elevada e construtiva;

7)  Procure conservar o patrimônio da associação e não deixe o encargo apenas para a Diretoria;

8)  Chamado a opinar, opine. Fora da reunião não faça críticas desairosas, argumentando que se deveria ter feito isso ou aquilo;

9)  Trabalhe pelo bem de sua Entidade. Se alguns associados se unirem para desenvolver um trabalho profícuo, não se acomode em comentários que a sociedade é dirigida por “grupinhos”. Ao contrário, junte-se a eles;

10) Pague, em dia, suas contribuições.

 

QUE DEUS NOS ABENÇOE.

 

NESTA CASA DO CAMINHO NÃO CRITICAMOS O IRMÃO, ORAMOS POR ELE.

 

COMUNHÃO ESPÍRITA CRISTÃ A CASA DO CAMINHO.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

 

NINGUÉM FOGE À LEI DA REENCARNAÇÃO


ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral. HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.

ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício. HOJE, têmo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.

ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes. HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho problema, o cálice amargo da redenção.

ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio. HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho de reajuste.

ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinquência. HOJE, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.

ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito a punhaladas de ingratidão. HOJE, moramos no espinheiro em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho e fidelidade.

À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.

Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam...

A humildade é a chave de nossa libertação.

E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.

 Emmanuel

Psicografia de Chico Xavier.

domingo, 1 de novembro de 2020

 

ANOTAÇÕES DE PAZ

 

Ninguém adquire paz sem aceitar a luta incessante pela segurança do bem.

Felicidade é o outro nome da consciência tranquila.

Trabalho é capital que não se desvaloriza.

Muito difícil amparar a multidão, quando não se aprende a ser útil na própria casa.

Estudo é aquisição de responsabilidade.

Quem não perdoa carrega peso desnecessário,

Azedume é o caminho para a solidão Observar tudo que se vê, assinalar os erros e corrigi-los, em cada um de nós, por nossa própria conta.

Admitir que é muito difícil lidar com os outros mas cultivar a obrigação de auxiliar aos outros, quanto nos seja possível, sem nunca afastar-nos dos outros e reconhecer que sem os outros nenhum de nós seguirá para frente.

André Luiz


Livro "MOMENTOS DE OURO" 

CHICO XAVIER 

ESPÍRITOS DIVERSOS

sábado, 31 de outubro de 2020

 

Perfil dos colaboradores do ESDE

Nem sempre possuímos a bolsa farta, suscetível de garantir a longa despesa; entretanto, a bênção da amizade que suporta e ajuda, que ampara e incentiva o bem, é recurso que sobra invariavelmente no cofre vivo e milagroso da boa vontade... (XAVIER, 2010, p. 24).

Como aprendiz do Evangelho de Jesus, cabe ao trabalhador espírita vivenciar a Boa-Nova nas tarefas a que foi convidado a servir, em todos os momentos.

São condições desejáveis ao perfil do trabalhador espírita:

a) Conhecer a Doutrina Espírita;

b) Buscar evangelizar-se sempre;

c) Atualizar-se permanentemente;

d) Ser acolhedor, reflexivo e humilde;

e) Saber escutar;

f) Ser alegre e criativo;

g) Estabelecer comunicação clara, educada e edificante com todos;

h) Cultivar o equilíbrio emocional e mental;

i) Respeitar a opinião alheia;

j) Respeitar as diferenças, quaisquer que sejam;

k) Vivenciar a fraternidade, o perdão e a paciência;

l) Interagir sempre com as outras áreas de estudo;

m) Permanecer vigilante e confiante na tarefa que desempenha.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

 

 É VERDADE, ACONTECEU NA CASA DO CAMINHO (08)


Uma sublime Escola, de nome A Casa do Caminho, cujo Mestre é Jesus, o Nazareno

“Se se perdessem todos os livros sacros da humanidade, e só se salvasse O SERMÃO DA MONTANHA, nada estaria perdido.”
Mahatma Gandhi



No livro “O SERMÃO DA MONTANHA”, de HUBERTO ROHDEN, nos adverte e orienta:

- “Mas, não se iluda”! Quem vive 24 horas plenificado pelas coisas do ego — ganâncias, egoísmos, luxúrias, divertimentos profanos — não pode esvaizar-se desegoficar-se, em meia hora de meditação; esse se ilude e mistifica a si mesmo por um misticismo estéril. É indispensável que o homem que queira fazer uma meditação fecunda e eficiente, viva habitualmente desapegada das coisas supérfluas e se sirva somente das coisas necessárias para uma vida decentemente humana. Luxo e luxúria é lixo e tornam impossível uma vida em harmonia com o espírito do Cristo e do Evangelho.
O homem que queira ser crístico, não apenas cristão, necessita de viver uma vida 100% sincera consigo mesmo, e não se iludir com paliativos e camuflagens que lhe encubram a verdade sobre si mesmo.
Vai, leitor, conhece-te a ti mesmo! Realiza-te a ti mesmo! “E serás profundamente feliz.”

Realmente, observando a existência de Casimiro, viveu 102 anos, dos quais 35 anos na Casa do Caminho - Sousa (PB), nascido em Esperança (PB), quando criança o seu sonho era frequentar uma escola primária, aprender a lê e escrever para realizar seu sonho de pertencer a Igreja Católica como um sacerdote. Entretanto, seu pai não permitia seu acesso a Escola, alegando que o seu sustento vinha da enxada, nunca tinha visto leitura encher a barriga de ninguém. E, segundo seu irmão João da Mata, todos os dias, Casimiro pedia a seu pai para frequentar a escola, em contrapartida, todo dia era uma surra que levava. E assim viveu Casimiro, exímio trabalhador da enxada, sem nunca aprender a ler ou escrever.

Contudo, nunca deixou de reverenciar a Igreja Católica, onde ao assistir as missas aos domingos, sempre o fazia de joelhos, olhos fechados e a mão direita sobre o coração. Sempre questionava porque os padres não realizavam missas na Casa de Jesus, era assim que ele se referia a Casa do Caminho.

Fazia parte da Evangelização infantil.


Vamos relatar um fato verídico, acontecido na década de oitenta, quando uma colega do Banco do Brasil, muito católica, colaborava mensalmente com alimentos para manutenção do Albergue de Idosos. Numa manhã de segunda feira, um pouco triste, veio a relatar que não mais iria colaborar com a Casa, em função de que seu Pároco, Padre Dagmar, falou na missa que:

- Quem estivesse contribuindo para a Casa de Satanás, por favor, não entrasse em sua Igreja.

Compreendi a apreensão da colega e disse que não se preocupasse, pois entendia a sua religiosidade. Perguntei se poderia falar com o Padre, se haveria algum problema.

Assim sendo, resolvi ir à Casa Paroquial falar com o Padre Dagmar, me apresentando como presidente da Casa do Caminho e funcionário do Banco do Brasil.

Fui bem recebido, conversamos bastante, não obstante, eram muitos telefonemas recebidos e pessoas adentrando a sala de recepção. Observando a harmonia e a sua alegria, aproveitei o momento para convida-lo a visitar a Casa do Caminho. Aceitou o convite para o próximo sábado.

Sua visita a nossa Casa do Caminho, após vários sábados adiados sempre chegando na hora acordada, às 9 horas, finalmente aconteceu.

- Chegamos após as 11 horas da manhã, o sol quase a pino, e acontecendo a prece da manhã, com os Idosos, cada um fazendo sua prece, de olhos fechados, quando terminou, anunciou a chegada do representante da Paróquia do Bom Jesus. Para surpresa, um dos Idosos de nome Casimiro se dirige ao Padre Dagmar e beija-lhe os pés. De imediato, ele reagiu dizendo que não era digno que alguém lhe beijasse os pés e, emocionado, chorando convulsivamente, o padre abaixa-se e beija os pés de Casimiro.

É feito um cerimonial católico pelo Padre Dagmar, em seguida, todos em prantos se abraçavam e agradeciam a Jesus por ter enviado um santo representante de Deus na terra. Ninguém queria soltar o padre, o envolvimento espiritual foi sublime, bençãos e graças fluíam de todos os corações presentes.

Após esses momentos de amor e paz, convidamos o Padre e fomos conversar sobre o Espiritismo e Jesus. Ele compreendeu a nossa mensagem e disse que ali era uma Casa de Deus e iria falar de bem da Casa, liberando as pessoas que desejassem contribuir com a Obra.

Ao final, fez um pedido, que colocassem num papel, quantos idosos tinham na Casa, quantos funcionários e voluntários, quanto era consumido de alimentos e todas as despesas necessária ao funcionamento do Abrigo, pois, dizia:

- Vou construir um Abrigo para Idosos e sempre que precisarem de auxilio me procurem.

Após três dias, entregamos a documentação com tudo que se fazia no Abrigo, tendo o Padre Dagmar comunicado que já tinha conseguido um local no bairro do Angelim, em Sousa, cujos trabalhos já estavam iniciados. Ficamos felizes com a notícia.

A vida nos informa com sabedoria, a existência de uma lei Universal de Causa e Efeito, qual motivo à existência de Casimiro não logrou os píncaros da fama, do conhecimento e pungência. Poderíamos supor que dificuldades em outras existências, tais orgulho, vaidade, poder e sentir-se superior aos iguais o levou a bancarrota. Certamente possuía conhecimentos e pensava que era um Deus. Achava-se acima de tudo e de todos. Explicações existem. Quem viver. Verá.

Uma das maiores vergonha que Casimiro carregava, era as pessoas descobrirem de que ele não sabia lê. Nas reuniões públicas que participava, todos recebiam um “O Livro dos Espíritos” para acompanhar as perguntas e respostas. Ele recebia seu livro e fazia de conta que lia. Era uma alegria incontida no seu rosto segurando seu livro, com todos que estudavam.

Certamente, Casimiro não recordou das palavras de Jesus Cristo, em Mateus 10:26, quando disse:
- “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não venha a ser relevado, e nada há de escondido que não venha a ser conhecido.”

Chegando lá em cima compreendeu sua preocupação dos homens lhe julgarem.

Para falar de Casimiro tivemos que pedir ajuda a poetisa Cecília Meireles quando disse:
“Há pessoas que nos falam e nem as escutamos;
há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam.
Mas há pessoas que simplesmente aparecem
em nossa vida e nos marcam para sempre.”



O Casimiro orou muito nessa existência, participou de muitas reuniões, tinha uma sensibilidade, percebia a proximidade de entidades sofredoras e de seres angelicais.

Certa feita, uma Entidade superior utilizou suas cordas vocais e falou conceitos de Jesus sublimados e esclarecedores tais como: “Quem dentre vós quiser ser grande seja o servidor de todos”.

Ao conversar comumente, sua linguagem era pobre e corriqueira, não obstante, ao entrar em colóquio com a prece e vibrar pedindo auxilio a Jesus, seus conceitos amadurecem, crescem e ficam distantes do Casimiro do dia a dia.

Certa feita, sem titubear, inspirado no Oráculo de Delfos; “Conhece-te a Ti mesmo” assim se expressou:

- Irmãos do Caminho! Irmãos que pertencem à Casa do Caminho!
- Lembre-se: Orar na Casa é dádiva dos Céus.
- Vamos pensar sempre no bem. Sejamos bons para com todos!
- Aproveite essa escola de AMOR, chamada A Casa do Caminho!
- Trabalhe com amor!
- Ame sem nada exigir!
- Jesus é nosso modelo e guia!

Essa mensagem veio num dos momentos mais difíceis e de maiores aprendizados para os Irmãos do Caminho.

Na sua adolescência, conheceu uma moça por quem se apaixonou, durante mais de três anos, visitava sua casa, diariamente, ficava no terraço conversando com o pai da moça, apesar de noivo, nunca viu o seu rosto, apenas observava, quando ela dentro de sua casa caminhava de uma sala para outra. Esse noivado foi encerrado, pois a noiva fugiu com outro. Mais uma vez a Lei de Causa e efeito, burilando o seu coração.

Eram inúmeras as virtudes de Casimiro, tinha habilidade em tocar gaitas e manuseava muito bem o fole de sete baixo, passava horas tocando, era incansável, além de conhecer de memória todas as músicas da Casa do Caminho, ele se referia as músicas, afirmando:

- Vamos cantar uma "bendita" da Casa, dentre tantas, tinha uma bendita especial chamada "De uniforme branco" que adorava cantar.

“O amor não faz mal ao próximo, de sorte, que a vivência da Lei é o Amor, o cumprimento da Lei é o Amor.” Cap.13, item 10, de Paulo aos Romanos,

“Nos últimos tempos, diz o Senhor, espalharei do meu espírito por sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos jovens terão visões e vossos velhos terão sonhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.” (Atos, II: 17 e 18).

- Walter Sarmento de Sá Filho