quarta-feira, 30 de setembro de 2020

 

LEGENDA ESPÍRITA 


Bezerra de Menezes


 

O Cultivador é conduzido ao pântano para convertê-lo em terra fértil.

O técnico é convidado ao motor em desajuste para sanar-lhe os defeitos.

O médico é solicitado ao enfermo para a bênção da cura.

O professor é trazido ao analfabeto para auxiliá-lo na escola.

Entretanto, nem as feridas da terra, nem os desequilíbrios da máquina, nem as chagas do corpo e nem as sombras da inteligência se desfazem à custa de conversas amargas e, sim, ao preço de trabalho e devotamento.

O Espírita cristão é chamado aos problemas do mundo, a fim de ajudar-lhes a solução; contudo, para atender em semelhante mister, há que silenciar discórdia e censura e alongar entendimento e serviço.

É por essa razão que, interpretando o conceito “salvar“ por “livra da ruina” ou “preservar do perigo”, colocou Allan Kardec, no luminal portal da Doutrina Espírita, a sua legenda inesquecível :

- “Fora da caridade não há salvação.”

 

Extraído do Jornal o Imortal fev. 2006

terça-feira, 29 de setembro de 2020

 

Se tiveres amor

 

Se tiveres amor, caminharás no mundo como alguém que transformou o próprio coração em chama divina a dissipar as trevas...

Encontrarás nos caluniadores almas invigilantes que a peçonha do mal entenebreceu, e relevarás toda ofensa com que te martirizem as horas...

Surpreenderás nos maldizentes criaturas desprevenidas que o veneno da crueldade enlouqueceu, e desculparás toda injúria com que te deprimam as esperanças...

Observarás no onzenário a vítima da ambição desregrada, acariciando a ignomínia da usura em que atormenta a si próprio, e no viciado o irmão que caiu voluntariamente na poça de fel em que arruína a si mesmo...

Reconhecerás a ignorância em toda manifestação contrária à justiça e descobrirás a miséria por fruto dessa mesma ignorância em toda parte onde o sofrimento plasma o cárcere da delinquência, o deserto do desespero, o inferno da revolta ou o pântano da preguiça...

Se tiveres amor saberás, assim, cultivar o bem, a cada instante, para vencer o mal a cada hora...

E perceberás, então, como o Cristo fustigado na cruz, que os teus mais acirrados perseguidores são apenas crianças de curto entendimento e de sensibilidade enfermiça, que é preciso compreender e ajudar, perdoar e servir sempre, para que a glória do amor puro, ainda mesmo nos suplícios da morte, nos erga o espírito imperecível à bênção da vida eterna.

 

Emmanuel

 

 

Pergunta 887, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec

 

887. Jesus também disse: Amai mesmo os vossos inimigos. Ora, o amor aos inimigos não será contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provirá de uma falta de simpatia entre os Espíritos?

 

Resposta - “Certo ninguém pode votar aos seus inimigos um amor terno e apaixonado.

Não foi isso o que Jesus entendeu de dizer.

Amar os inimigos é perdoar-lhes e lhes retribuir o mal com o bem. O que assim procede se

torna superior aos seus inimigos, ao passo que abaixo deles se coloca, se procura tomar vingança.”

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

 

 

CARIDADE


"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine".
 

"E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria."

"E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria".

"A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; não trata com leviandade; não se ensoberbece".

"Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade".

"Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior destas é a caridade." 

 

(Paulo, I Coríntios, cap. XIII, vers. 1 ao 13).

domingo, 27 de setembro de 2020

 

O ESPÍRITO DE SISTEMA E AS NOVAS VERDADES

 

“Veio João não comendo nem bebendo, e dizem: Ele tem demônio. Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis um homem glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! E contudo a sabedoria é justificada pelas suas obras.”

(Mateus, XI, 18-19.)

 

“Então lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, de modo que o mundo falava e via. E toda a multidão, admirada, dizia: É este porventura, o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isto, disseram: Este não expele os demônios senão por Belzebu, chefe dos demônios.”

(Mateus, XII, 22-24.)

 

O mundo não tem progredido senão à custa de lutas e sofrimentos. Todas, as novas descobertas, todas as grandes verdades, todos os grandes homens não têm conseguido exercer a sua missão no nosso planeta senão com grandes sacrifícios e depois de uma luta terrível contra o espírito de ignorância, que ensombra todas as camadas sociais!

Percorrendo atentamente as páginas dos Evangelhos, vemos a luta incessante que Jesus sustentou contra o espírito de sistema que compunha, não só a classe sacerdotal, mas também a classe doutoral do seu tempo.

Nos Atos dos Apóstolos acham-se narradas as perseguições que sofreram os discípulos do Mestre Nazareno, que também enfrentaram não menores lutas com os “sábios” daquela época.

Mas não foram só eles que se sacrificaram neste mundo em que os grandes são os depositários das crenças avoengas.

Cada jato de luz que vibra na mansão das trevas agita os ignorantes sistemáticos, assim como os lampejos do Sol alvoroça os morcegos e as corujas que só se comprazem com a noite.

A árvore secular das idéias sistemáticas e preconcebidas dos nossos avós não pode cair com um ligeiro sopro, assim como a árvore dos bosques não cai ao primeiro golpe do machado; é preciso muitas “machadadas” e grande trabalho para arrasar a floresta inculta das concepções humanas. E o progresso não se faz de uma vez; vem paulatina, gradativamente, presenteando-nos com suas generosas dádivas, para que, ofertando aos poucos seus inestimáveis dons, nos tornemos afeitos ao trabalho e ao es tudo, fonte principal de todo o entendimento humano.

Que tem sido a vida de todos os grandes homens que nos têm legado o bem-estar que agora possuímos? Aí está a História, de cujas páginas não se poderá excluir uma só letra, e que demonstra o quanto pode o espírito de classe, os conservadores de rotina unidos aos poderes conjugados do papado.

Disse um sábio contemporâneo, falando de Allan Kardec: “Aquele que se adiantou cem anos a seus contemporâneos, precisa de mais cem anos para ser compreendido”.

Esta verdade se reflete em todas as épocas históricas.

Antes do Cristo, Sócrates havia sido consumado pela sicuta, por causa da sua doutrina, precursora do Cristianismo. E depois do Cristo, quantos suplícios infligiram aos Apóstolos, quer no ramo da Ciência, quer no ramo da Religião! É quase incalculável o número de mártires que passaram pelo batismo da perseguição.

Galileu teve de reparar a “insólita pretensão” que teve de ver a Terra girar em torno de seu eixo, fato este ensinado atualmente no mundo todo e abraçado pela Congregação Papalina, que, afinal, abjurou a crença antiga de “parada do Sol por ordem de Josué”.

Giordano Bruno foi queimado vivo por afirmar a existência de outros mundos.

Bailly, o célebre astrônomo francês, e Lavoisier, o grande químico, foram guilhotinados durante a Revolução Francesa; Priestley, Pai da Química Moderna, viu incendiada a sua casa e destruída a sua biblioteca, entre exclamações da populaça inconsciente: “Não queremos mais filósofos!”

Com grande dificuldade lutou Cristóvão Colombo para nos deixar este grande legado, a América, onde nascemos, donde tiramos o pão cotidiano, e onde atualmente vivemos!

Quando Arago apresentou à Academia o seu trabalho sobre a navegação a vapor, levantou-se uma tempestade tão grande que quase a sua descoberta naufragou entre apupos e maldições da gente sábia!

A Lei da Gravitação foi considerada uma heresia, uma blasfêmia contra os ensinos ortodoxos, e Newton não pode escapar ao desprezo de grande número dos seus contemporâneos.

Os estudos da eletricidade dinâmica, feitos por Galvani, foram repelidos pelo mundo; entretanto, todos nós hoje gozamos, não só desta descoberta, como também de todas as que nos proporcionam comodidade e bem-estar. É que a Verdade termina sempre pelo triunfo, e quando ela começa a iluminar, os obstáculos não conseguem senão retardar-lhe a marcha, mas chegado o termo, vem a vitória!

Quanto tempo levou em lutas o magnetismo, antes que os sábios lhe abrissem as portas das academias?

Mas os fatos se impunham e a verdade conseguiu triunfar na luta que lhe moviam seus perseguidores.

Pois bem; todas essas lutas, essas perseguições, esses trabalhos que sofreram as grandes verdades e seus defensores, se têm repetido em relação ao Espiritismo e aos seus seguidores.

Uns acoimam-no de diabólico; outros dizem que ele produz loucura; outros que é contrário à Religião. São as mil bocas da ignorância falando do que não estudaram!

São as investidas do espírito de sistema contra as novas idéias, que vêm desenraizar erros, decepar a árvore secular da ignorância, causa de todos os sofrimentos na Terra.

Enfim, o mundo não se transforma sem lutas; é da luta que vem a vitória e, então, a verdade aparece.

Nos tempos antigos, como hoje, a luz não pode ser trevas. O argumento demoníaco está ainda muito valorizado pelos sectários. Mas estão próximos os tempos em que a Verdade dominará, guiando os homens para os seus destinos imortais!

 

Cairbar Schutel

 

Parábolas e Ensinos de Jesus

 

(1ª Edição -1928)

sábado, 26 de setembro de 2020

 

VIOLÊNCIA

 Hilário Silva

 

Não se queixe da vida.

Trabalhe e conserve bondade e paciência para com todos:

Um humano irritado visitava extenso pomar, descarregando o próprio azedume nas árvores, sacudindo-as intempestivamente.

Muitos troncos amigos aceitaram a injúria com serenidade. Uma jaqueira, porém, ao ser rudemente agitada, sem querer, deixou cair um de seus frutos sobre a cabeça do agressor, causando-lhe o hematoma que lhe precedeu a morte.

 

 

(Anotações: O irmão Hilário Silva nos apresenta um exemplo material e suas consequências, e nós devemos transportar esse exemplo para ser de valor espiritual. Dá para avaliar os problemas que o Espírito terá ao acordar no mundo espiritual...)

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

 

MATURIDADE

 

 Albino Teixeira

 

Se já prestamos serviço sem perguntar se a criatura está precisando...

Se já auxiliamos nas boas obras sem aguardar recompensa...

Se procuramos o trabalho que nos compete sem rogar que outros nos substituam nas próprias obrigações...

Se não registramos ressentimentos...

Se cooperamos espontaneamente em favor do próximo...

Se buscamos a própria renovação sem esperar que os outros bitolem emoções e ideias pelo nosso coração ou pela nossa cabeça...

Se estudamos os problemas da existência e do Espírito sem que ninguém nos obrigue a isso...

Se amamos sem cogitar se os outros nos amam...

Se reconhecemos que a nossa liberdade unicamente é válida pelo dever que cumprimos...

Se já sabemos esquecer o mal, para valorizar o bem...

Se já conseguimos calar todos os assuntos que induzam à intranquilidade e ao pessimismo...

Então estaremos atingindo as faixas benditas da maturidade com a Via Superior.

 

(Anotações: Ao nos respondermos com ‘uma’ confirmação a qualquer uma das indagações acima; estaremos caminhando! Caso seja para ‘mais de uma’; já caminhamos um trecho da estrada! Eventualmente poderemos nos confundir e responder ‘todas’, e certamente estaremos enganados, pois somente ao fim da estrada é que será possível dizer ‘sim’ para todas as indagações...)

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

 

O MAIOR PROFETA

 

“Ipse et Elias qui venturus est.”

(Mateus, XI, 14.)

 

O maior Profeta precede o maior Enviado; aquele é a Voz, este a Ação; um clama, exorta, previne; outro aplaina vales, arrasa montes, derriba árvores, e, em sua passagem pela Terra, deixa um Caminho firme, vasto, imenso, luminoso, que se eleva à morada eterna do Pai!

João batiza com água os arrependidos, para apagar neles as nódoas dos eleitos; Jesus, com fogo, destrói e calcina as doutrinas humanas que lhes obscurecem as almas; se aquele limpa, o outro alveja, para que o Espírito de Deus reflita neles o “amor de Deus e do próximo, que resume a Lei e os Profetas”.

João representa os Profetas: é o maior dos profetas, dos nascidos de mulher; Jesus é a Graça e a Verdade, que recebeu no Tabor os testemunhos da Lei, pelo Espírito de Moisés, e da Profecia, pelo Espírito de Elias; o nosso Mestre é o maior dos enviados: a VOZ O ACLAMOU, quando disse: “ESTE É O MEU FILHO DILETO — OUVI-O.”

Todas as VOZES do Pai Celeste deram testemunho do Nazareno; a Lei, a Profecia, a Graça e a Verdade; de fato, Ele é o Filho Unigênito de Deus em sabedoria e Amor.

João é o maior expoente da Profecia, porque profetizou a vinda e a missão do Maior dos Enviados. O Espírito do Cristo é maior do que tudo e do que todos porque ele foi e é o expoente do Verbo de Deus: Et verbum caro factum est et habitavit in nobis: “O verbo se fez carne e habitou entre nós.”

Na Antiga Dispensação, Elias é o mais poderoso dos Profetas; na Nova Dispensação, João Batista é o maior; na Novíssima, Allan Kardec é o elevado bom senso, a sublimação da Profecia em seu mais elevado surto: Et si vultis recipere, ipse est Elias, quiventures est! “E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.”

Elias é o poderoso dominador das ÁGUAS; de fronte para o alto fez parar as chuvas por três anos e seis meses; ergue um holocausto a seu Deus, o fogo o consome, o céu cobre-se de espessas nuvens e as chuvas caem em jorros para fertilizar a Terra! Nas margens do Jordão, sua paragem predileta, a um sinal de sua capa as águas se abrem e ele passa a pé enxuto.

Elias é o Profeta das águas; João avoluma as águas do Jordão com a multidão que ouve a sua VOZ; Allan Kardec faz mana r do coração, dos rins e do ventre dos que buscam a Jesus Cristo, rios de água viva, desvendando os arcanos do Espírito da Profecia; mas quem batiza com o Espírito do Pai é Aquele que É sobre todos!

Elias apelou para as águas e para o fogo; João para a água e para o sofrimento; Allan Kardec para o sentimento e para a razão, mas os três são um mesmo Espírito. Um fere e castiga, outro corrige e ensina, o último vivifica e salva!

 

Cairbar Schutel

 

Parábolas e Ensinos de Jesus

 

(1ª Edição -1928)

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

 

Energia e Brandura

 

No caminho da vida, há que se aprender com a própria vida.

 

Na marcha do dia-a-dia, urge harmonizar as manifestações de nossas qualidades com o espírito de proporção e proveito, a fim de que o extremismo não nos imponha acidentes, no trânsito de nossas tarefas e relações.

Energia na fé; não demais que tombe em fanatismo.

Brandura na bondade; não demais que entremostre relaxamento.

Energia na convicção; não demais que se transforme em teimosia.

Brandura na humildade; não demais que degenere em servilismo.

Energia na justiça; não demais que seja crueldade.

Brandura na gentileza; não demais que denuncie bajulação.

Energia na sinceridade; não demais que descambe no desrespeito.

Brandura na paz; não demais que se acomode em preguiça.

Energia na coragem; não demais que se faça temeridade.

Brandura na prudência; não demais que se recolha ao comodismo.

No caminho da vida, há que se aprender com a própria vida.

Vejamos o carro moderno nas viagens de hoje: nem passo a passo, porque isso seria ignorar o progresso, diante do motor, e nem velocidade além dos limites justos, o que seria abusar do motor para descer ao desastre e à morte prematura.

Em tudo equilíbrio, porque, se tivermos equilíbrio, asseguraremos, em toda parte e em qualquer tempo, a presença da caridade e da paciência, em nós mesmos, as duas guardiãs capazes de garantir-nos trajeto seguro e chegada feliz.

 

EMMANUEL

terça-feira, 22 de setembro de 2020

 

JESUS E O CENTURIÃO

 

“Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião e rogou-lhe: Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, padecendo horrivelmente. Disse-lhe: eu irei curá-lo. Mas o centurião respondeu: Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas dize somente uma palavra e o meu criado há de sarar. Porque também eu sou homem sujeito à autoridade e tenho soldados às minhas ordens, e digo a um: vai ali, e ele vai; a outro: vem cá, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz. Jesus ouvindo isto admirou-se e disse aos que o acompanhavam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé. E digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e hão de sentar-se com Abraão, Isaac e Jacó no Reino dos Céus; mas os filhos deste reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e como creste, assim te seja feito. E naquela mesma hora sarou o criado.”

(Mateus, VIII, 5-13.)

 

Cafarnaum, era uma das grandes cidades da Galiléia, muito próxima à foz do Rio Jordão, onde João Batista costumava fazer suas pregações, convidando o povo ao arrependimento dos pecados.

E como ficava na estrada comercial que ia da cidade de Damasco ao Mar Mediterrâneo, o governo romano tinha lá uma milícia composta de cem soldados, sob a direção de um comandante.

Esse comandante tinha o título de centurião, justamente porque comandava cem soldados. Pelo que se compreende do trecho que acabamos de ler, logo que o centurião teve conhecimento da entrada de Jesus na cidade de Cafarnaum, sem mais detenças fardou-se e foi à procura do Moço Nazareno, e, encontrando-o logo, queixou-se do mal de que sofria o seu criado: “O meu criado jaz em casa paralítico, padecendo horrivelmente.”

Ora, sendo Cafarnaum uma cidade populosa, de certa importância, a ponto de ser guardada por uma milícia de cem soldados, comandada por um centurião, havia forçosamente alguns “médicos” ali residentes — pois naquele tempo já os havia; tanto assim que um deles, Lucas, se tornou apóstolo de Jesus.

Pelo que diz o Evangelho, podemos ainda ficar sabendo que a moléstia que acometera o criado do Centurião era paralisia, e paralisia que ocasionava grandes sofrimentos; sabemos ainda mais, que a moléstia do homem era grave, e que esse servo do centurião, segundo afirma Lucas, que era médico, estava até moribundo, nas vascas da agonia, às portas da morte. É impossível, pois, que o centurião, que era pessoa de recursos, e que muito estimava o seu servo, não houvesse chamado médicos para tratá-la!

O doente não podia ter ficado até aquele momento sem medicação, embora a medicação não lhe tivesse dado melhoras.

Provavelmente desanimado com o tratamento da Ciência daquele tempo, o centurião, homem instruído, sabendo das curas que Jesus havia operado, pois, pouco antes de entrar em Cafarnaum, o Mestre tinha curado um leproso, deliberou valer-se do Grande Médico Espiritual para curar o servo.

E sabiamente agiu o centurião, porque seu pedido foi recebido com toda a consideração:

“Eu irei curá-lo”, disse Jesus. Admirável frase esta: “Eu irei curá-lo”!

Qual é o médico que, sem ver o doente, sem perscrutar, sem examinar; sem ver os olhos, tocar o ventre, o fígado, o peito ou as costas; sem auscultar o coração ou os pulmões; sem fazer análise de urina, ou de escarros, ou de fezes; sem inquirir do doente, ou da pessoa que o assiste, onde sente dor; se come, se bebe, se tem febre, pode dizer categoricamente a qualquer que o chama para socorrer um sofredor: “Eu irei curá-lo”?

Sabemos que todos os médicos podem dizer, ao serem chamados para assistir um doente: “Eu irei tratá-lo”, mas dizer: “eu irei curá-lo”?!

Só houve um na Terra que, sem tomar pulso, sem pôr termômetro, sem perguntar sintomas e sem ver o doente, nem lhe saber o nome, nem lhe indagar a idade, pode afirmar sábia e categoricamente, quando lhe pediram auxílio: “Eu irei curá-lo”!

Eis porque sempre afirmamos que Jesus foi o maior de todos os médicos e que ninguém foi, nem é tão sábio quanto ele. O Mestre não tratava de doente, não alimentava moléstias; curava os doentes, matava as moléstias. A sua ação no mundo foi verdadeiramente estupenda, extraordinária, maravilhosa. Só ele era capaz de fazer o que fez; só ele é capaz ainda hoje de fazer o de que nós precisamos; e o fará, se, como o centurião, soubermos implorar-lhe assistência.

Vimos que Jesus se prontificou imediatamente a ir à casa do centurião para curar o enfermo. Mas, que pensou o centurião sobre a resposta do Mestre?

“Senhor! Não sou digno de que entres em minha casa; porém dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar. Porque também sou homem sujeito à autoridade e tenho soldados às minhas ordens, e digo a um: vai ali, e ele vai; a outro: vem cá, e ele vem; ao meu servo: faze isto, e ele o faz.”

Quantos ensinamentos se tiram destas palavras, que, não sendo de Jesus Cristo, foram, entretanto, proferidas diante dele e mereceram a sua aprovação! “Eu não sou digno de que entres em minha casa.” É esta a frase que todos nós deveríamos sempre, em nossas preces, em nossos rogos e de todo o coração, dizer ao Mestre, quando, todos os dias, lhe solicitamos graças e benefícios: “Senhor! dá-nos isto ou aquilo; faze-nos este ou aquele benefício, mas não venhas à nossa casa, porque não somos dignos de que entres em nosso lar. Nossas paixões, nossos vícios, nossa inferioridade e o nosso coração pequenino nos fazem envergonhar em tua presença.”

Mas, infelizmente, não é isso o que dizemos. Todos chamam a Jesus em suas casas, todos querem vê-lo a seu lado; e alguns há que pretendem encerrá-lo em armários, ou então devorá-lo, metê-lo no ventre!

Vede que iniqüidade, que natureza avara de humildade tem a criatura humana!

O criminoso se constrange diante do magistrado: o réu se envergonha em face dos juizes; a criatura humana, negra de ignorância, asquerosa de orgulho e de vaidade horrenda de egoísmo, julga-se tão iluminada, tão casta, tão pura, a ponto de se dizer irmã do Coração de Jesus; desse Coração Imaculado, puríssimo, que não palpita senão para fazer sentir o amor; que não movimenta as suas aurículas senão para transmitir, aos sofredores, uma parcela do seu puríssimo afeto; que não fala senão para abençoar e ensinar; que não brilha senão para arrancar as almas das trevas, da devassidão, das mentiras e dos enganos!

Não, não era preciso que o Espírito Puríssimo entrasse em casa do centurião para que o servo desse comandante ficasse livre da enfermidade; assim como não era preciso que o centurião fosse pessoalmente abrir as “portas do cárcere” para libertar dele um prisioneiro que desejasse soltar.

“Também eu sou um homem sujeito à autoridade, Senhor; não és só tu que estás sob o domínio da autoridade; eu também o estou; com a diferença de que a minha autoridade é da Terra e a tua é do Céu. O meu chefe é o governador romano; o teu chefe é o Governador do Universo. Mas, apesar disso, eu tenho soldados à minha disposição; assim como também sei que tu tens legiões de Espíritos santificados pela tua Palavra, que estão sob o teu domínio. Eu digo a um dos meus soldados: vai para lá, e ele vai; a outro: vem para cá, e ele vem; a outro: faze isto ou aquilo, e ele o faz; tu, pela mesma forma, mandas na tua milícia; teus soldados e teus servos fazem tudo o que tu ordenas, assim como os meus fazem tudo quanto eu ordeno. “Dize só uma palavra, e o meu criado há de sarar”, porque eu também, quando quero fazer qualquer coisa, seja prender um turbulento ou libertar um prisioneiro, digo só uma palavra, são cumpridas imediatamente as minhas ordens!

E Jesus, maravilhado ante a fé que amparava o centurião, cheio de alegria diante das palavras do soldado romano, vira-se para seus discípulos e lhes diz: “Em verdade vos afirmo, que nem mesmo em Israel achei tamanha fé!”

A luz não foi feita senão para iluminar, assim como a Verdade para libertar, a Esperança para consolar e animar, a Caridade para amparar e purificar, e a Sabedoria para guiar e engrandecer!

Todas estas virtudes, todos estes dons celestiais, que enchem a criatura de bem-estar e de paz, são raios coloridos de um mesmo Sol, são reflexos multicores de uma mesma Estrela, que orienta os povos, que encaminha as nações, que eleva a dignidade humana, e cujas luzes penetram no coração, sobem ao cérebro e se expandem na alma. Essa venturosa claridade dos céus a que nós chamamos Fé, implantada no Espírito humano, nasce como o grão de mostarda da parábola, cresce e torna a crescer; cresce sempre sem parar, e, quando lhe chega o momento feliz de não mais elevar suas hastes, de não mais alongar seus galhos, de não mais engrossar seu tronco, de não mais estender suas raízes; quando chega esse momento, em que a nossos olhos parece completada a conta de seus dias, concluído o seu itinerário, finda a sua vida, é então que lhe é chegado o momento de maior crescimento, de maiores trabalhos, de mais produtiva Vida, porque é então que ela vai frutificar, para, depois, estender-se em ramificações cada vez mais consideráveis e crescentes, a ponto de se fazer seara e cobrir extensão considerável de terreno! Foi esta a Fé que Jesus saudou com alegria, quando a viu cultivada pelo soldado romano; foi esta a Fé, engrandecida pelos conhecimentos, purificada pela humildade, santificada pela prece na pessoa do centurião, que o Mestre justificou, dizendo: “Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei tamanha fé!”

Além de dizer aos seus discípulos perto do centurião: “Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”, o Mestre acrescentou, ainda, como para servir de incentivo àqueles que o ouviam, para que estudassem, para que fizessem também crescer a fé que possuíam:

“Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e hão de sentar-se com Abraão, Isaac e Jacó no Reino dos Céus; mas os filhos deste reino serão lançados nas trevas exteriores e ali haverá choro e ranger de dentes.”

Aqueles que estiverem fora das Igrejas que paralisam o crescimento da Fé; aqueles que têm a felicidade de não pertencer a esse Reino do Mundo, onde os sacerdotes aprisionam as almas, a política deprime o caráter e a ciência balofa entenebrece; aqueles que estão no Oriente ou no Ocidente, de um lado ou de outro, mas não estão dentro do Reino do Farisaísmo; aqueles que não são filhos desse reino, porque só têm como paternidade, como domínio o Reinado de Deus — esses hão de subir às regiões da felicidade e da luz, onde estão os Espíritos Puros que viveram outrora neste mundo — Abraão, Issac e Jacó! Hão de sentar-se à mesa espiritual, onde lhes serão oferecidos novos e ainda mais saborosos manjares, para engrandecerem mais ainda a sua Fé, para tornarem-na maior, mais robusta, mais viva, mais luminosa, mais sábia, mais divina!

E os filhos deste reino, deste reino da mentira, da mercancia, do orgulho, da hipocrisia, das exterioridades e da idolatria, ficarão imersos nessas mesmas trevas por eles criadas; estagnaram a crença, como uma poça d'água na estrada; abdicaram os direitos do crescimento, do engrandecimento, da floração dessa plantinha cuja semente Jesus lhes colocara no coração; não terão nem árvore para sombra, nem flores para perfume, nem frutos para alimento; e chorarão de fome, e quebrarão os próprios dentes ao rangê-los no sofrimento nas trevas!

E havendo Jesus dado todos esses ensinamentos a uns, e bênçãos a outros, pois que tanto os ensinamentos, como os aplausos do Mestre, são bênçãos de perfeição, ou seja, de aperfeiçoamento, depois de Jesus haver exaltado a Fé do Centurião, concluiu a sua lição dizendo ao comandante da milícia:

“Vai-te, e como creste, assim te seja feito!”

“Como creste, assim te seja feito” e o centurião foi e encontrou o seu criado curado, são.

Como creu o centurião?

Por que forma acreditava ele que a cura de seu servo se devia operar?

Naturalmente que, com a autorização e a mandado de Jesus, alguns dos Espíritos que acompanhavam o Mestre, na sua Missão, iriam à casa do centurião e a cura se operaria. Porque, como disse ele ao nazareno, “não precisas vir a minha casa, Senhor, mas com uma palavra tua meu servo há de sarar”; pela mesma forma que com uma palavra minha, os prisioneiros são postos em liberdade.”

Foi assim que o centurião creu, e foi assim que seu servo foi curado; e assim foi que Jesus afirmou ter ele de sarar, quando disse: “Como creste, assim te seja feito!”

 

 

Cairbar Schutel

 

Parábolas e Ensinos de Jesus (1ª Edição -1928)

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

 

NOS CAMINHOS DA FÉ

 

Emmanuel

 

Não te julgues melhor

Que os teus irmãos de estrada.

Cada qual tem a fé,

Segundo pode crer.

Esse vê Deus no Sol,

Outro, na pedra simples.

E o Criador nos ama

Sem qualquer distinção.

A escada para os Céus

Tem degraus que não vemos.

O Eterno Amor de Deus É maior do que pensas.

 

 

RECADOS DO CAMINHO

 

Emmanuel

 

Não te lastime. Age.

Tens o tempo ao dispor.

Não reproves. Destaca

O melhor do que vejas.

Não grites. Baixa a voz,

Se queres que te escutem.

Não desprezes. Socorre,

Caso intentes ser útil.

Não te irrites. Aguarda

O alheio entendimento.

Não desanimes. Ama,

Se pretendes vencer.


 

PRECE POR LIBERDADE

 

 Emmanuel

 

Deus da Eterna Bondade

Sei que me queres livre.

Não me deixes, porém,

Tão livre quanto o lobo.

Nem consintas que eu viva

Qual um barco à matroca.

Faze-me independente

Para seguir-te as Leis.

Quero agir livremente,

A fim de obedecer-te.

Ensina-me, Senhor,

O que queres que eu seja.

 

 

 

ISTO É A LEI DE DEUS

 

Emmanuel

 

Tolera, construindo

Todo o bem que puderes.

Não exijas dos outros

Dons que ainda te faltam.

Erros nos companheiros

Poderiam ser nossos.

Aceita as provações

Por exames de fé.

Trarás contigo a paz

Que fizeres nos outros.

Temos sempre o que damos.

Isso é da Lei de Deus.

 


SUSTENTAÇÃO

 

 Emmanuel

 

Por maior que seja a prova,

Não te afastes de Deus.

Pode a estrada ser fria,

No entanto, Deus te aquece.

Sentes que há sombra em torno,

Deus, porém, te ilumina.

Se te notas sem força,

Eis que Deus te sustenta.

Nos piores conflitos,

Deus se te faz descanso.

Não desista do bem.

Deus não te faltará.

 

 

Livro "Tocando o Barco" - Psicografia Francisco Candido Xavier.

domingo, 20 de setembro de 2020

 

PERGUNTA NO AR


Em tempo algum, ser-nos-ia lícito subestimar a importância da Ciência na Terra, fonte de conhecimento superior e de segurança para o reconforto e progresso da Civilização.

- O –

Entretanto, anotemos:

Se a inteligência humana estabelecesse, de inesperado, o intercâmbio do Plano Terrestre com outros mundos da nossa galáxia...

Se aproveitasse, de momento, todo o poder das forças cósmicas que a rodeiam...

Se empregasse, de improviso, a totalidade das energias solares...

Se conseguisse meios para curar qualquer tipo de moléstias que afligem a Humanidade...

Se penetrasse as complexidades da embriologia, comandando com segurança as ocorrências mais íntimas da gênese do corpo físico...

Se dominasse a velocidade, sem sacrifícios, a ponto de transportar-se, em alguns minutos, de pólo à pólo do mundo...

Se recebesse repentinamente a visita de seres materializados de outros orbes...

Se governasse os recursos telepáticos e mediúnicos da personalidade, criando a comunicação clara e fácil entre pessoas e nações, unicamente na base da transmissão pura e simples...

Se obtivesse demonstrações matemáticas da sobrevivência da alma, após a morte, tão-somente manobrando pesquisas e instrumentos de abordagem sutil da matéria, em outras modalidades vibratórias...

Se dispusesse de todos os prodígios a que nos referimos, sem a prática das lições que o Cristo nos legou, através da própria exemplificação, ensinando-nos a viver, compreendendo-nos e auxiliando-nos uns aos outros, quem poderá dizer que o problema da paz e da felicidade entre as criaturas estaria resolvido?

Emmanuel

Livro "Tocando o Barco" - Psicografia Francisco Candido Xavier.

sábado, 19 de setembro de 2020

 

História Ligeira



 

O candidato ao ministério cristão penetrou o templo do serviço e proclamou-se transformado.

Na primeira semana, afirmou-se favorecido pela divina Luz e, depois de solene profissão de fé, assinalou fronteiras entre ele e o pecado, entre a sua perfeição e o mundo envilecido.

Na segunda semana, discursou, ardentemente, conclamando o povo à salvação com o Cristo.

Na terceira, traçou programas e promessas, na esfera da beneficência, mostrando-se inclinado a socorrer infelizes, curar doentes e asilar criancinhas abandonadas.

Na quarta, declarou-se vítima da incompreensão e da discórdia, entre pesadas nuvens de tristeza e insubmissão.

Na quinta, apareceu cansado e desiludido, indicando os males do mundo e os defeitos dos irmãos.

Na sexta, rogou ao Senhor licença para descansar.

Na sétima, deitou-se e dormiu por duzentos anos.

Nesse candidato às bênçãos do Evangelho, temos a história de milhões.

“Muitos chamados, poucos escolhidos.”

Oportunidades para todos e serviço de raros.

Em verdade, o Divino Amigo continua curando, levantando, consolando, reanimando e convidando almas para o banquete do Reino de Deus, mas os seguidores e discípulos começam a tarefa no calor fervente do entusiasmo, elevado à tensão mais alta...

Pronunciam votos comovedores, gesticulam e ensinam; entretanto, em poucos dias, antes mesmo de marcharem dez passos, na senda da elevação, reclamam férias espirituais para o repouso de vários séculos.


André Luiz

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

 

PROVAÇÕES  VOLUNTÁRIAS

 

 

Nunca te pese sofrer

Desencantos e embaraços;

A ciência de vencer

Vem na lição dos fracassos.  

Lourenço Prado

 

 

Comparo a vida na Terra

A grande e rico armazém;

Cada cliente procura

O artigo que lhe convém.  

Antonio de Barros

 

 

Ganhara na loteria

Seis milhões, o Gil Moraes,

Mas o pobre se afligia

Por não haver ganho mais.  

Augusto Coelho

 

 

Era uma queixa invulgar

A de Antonino Sarmento...

Não queria trabalhar,

Mas queria o vencimento.  

Antenor Horta

 

 

Não vem de vidas passadas

Toda mágoa que se chora;

Muita dor nasce dos erros

Que praticamos agora.  

Fidelis Alves

 

 

Casou-se Armênio com Joana,

Depois amou Ana Ruas,

Afirmava-se na prova

De ter filhos delas duas.  

Arthur Azevedo

 

 

A declarar-se doente,

Tanto saía o Ladeira,

Que, na loja, era chamado

Por “paletó na cadeira”.  

João Moreira da Silva

 

 

Pedindo aos Céus grande prova,

Ao sofrê-la, o Téo Marinho,

Clamou a Deus que rogara

Somente a prova de vinho.  

Pedro Silva

 

 

Amor livre? Não entendo

O que isso vem a ser;

Xarope que o ganso bebe

A gansa pode beber.  

Juvenal Galeno

 

 

Amor livre é provação...

Deus, tirando a luz das trevas,

Não fez estepes de Adão

E nem criou duas Evas.  

Cornélio Pires

 

 

Eis nosso caminho à vista:

Provação a provação,

Quem as suporta conquista

O rumo da perfeição.  

Auta de Souza

 

 

Sorrir e Pensar

 

Francisco Cândido Xavier

(Autores Diversos)