sábado, 31 de janeiro de 2015


Quem És?
"Há só um Legislador e um Juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?" - (TIAGO, 4:12.)

Deveria existir, por parte do homem, grande cautela em emitir opiniões relativamente à incorreção alheia.
Um parecer inconsistente ou leviano pode gerar desastres muito maiores que o erro dos outros, convertido em objeto de exame.

Naturalmente existem determinadas responsabilidades que exigem observações acuradas e pacientes daqueles a quem foram conferidas.

Um administrador necessita analisar os elementos de composição humana que lhe integram a máquina de serviços.

Um magistrado, pago pelas economias do povo, é obrigado a examinar os problemas da paz ou da saúde sociais, deliberando com serenidade e justiça na defesa do bem coletivo.

Entretanto, importa compreender que homens, como esses, entendendo a extensão e a delicadeza dos seus encargos espirituais, muito sofrem, quando compelidos ao serviço de regeneração das peças vivas, desviadas ou enfermiças, encaminhadas à sua responsabilidade.

Na estrada comum, no entanto, verifica-se grande excesso de pessoas viciadas na precipitação e na leviandade.

Cremos seja útil a cada discípulo, quando assediado pelas considerações insensatas, lembrar o papel exato que está representando no campo da vida presente, interrogando a si próprio, antes de responder às indagações tentadoras: "Será este assunto de meu interesse? Quem sou? Estarei, de fato, em condições de julgar alguém?"
Emmanuel

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015


Modo de Fazer

"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus." Paulo. (Filipenses, 2:5.)

Todos fazem alguma coisa na vida humana, mas raros não voltam à carne para desfazer quanto fizeram.

Ainda mesmo a criatura ociosa, que passou o tempo entre a inutilidade e a preguiça, é constrangida a tornar à luta, a fim de desintegrar a rede de inércia que teceu ao redor de si mesma.

Somente constrói, sem necessidade de reparação ou corrigenda, aquele que se inspira no padrão de Jesus para criar o bem.

Fazer algo em Cristo é fazer sempre o melhor para todos:

Sem expectativa de remuneração.

Sem exigências.

Sem mostrar-se.

Sem exibir superioridade.

Sem tributos de reconhecimento.

Sem perturbações.

Em todos os passos do Divino Mestre, vemo-lo na ação incessante, em favor do indivíduo e da coletividade, sem prender-se.
Da carpintaria de Nazaré à cruz de Jerusalém, passa fazendo o bem, sem outra paga além da alegria de estar executando a Vontade do Pai.

Exalta a vintém da viúva e louva a fortuna de Zaqueu, com a mesma serenidade.

Conversa amorosamente com algumas criancinhas e multiplica o pão para milhares de pessoas, sem alterar-se.
Reergue Lázaro do sepulcro e caminha para o cárcere, com a atenção centralizada nos Desígnios Celestes.

Não te esqueças de agir para a felicidade comum, na linha infinita dos teus dias e das tuas horas. Todavia, para que a ilusão te não imponha o fel do desencanto ou da soledade, ajuda a todos, indistintamente, conservando, acima de tudo, a glória de ser útil, "de modo que haja em vós o mesmo sentimento que vive em Jesus Cristo".

Emmanuel

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015


Conhecer-se

Não se menospreze. Eduque-se.

Não se marginalize. Trabalhe.

Não apenas administre. Obedeça.

Não apenas mande. Faça.

Não condene. Abençoe.

Não reclame. Desculpe.

Não desprimore. Dignifique.

Não ignore. Estude.

Não desajuste. Harmonize.

Não rebaixe. Eleve.

Não escravize. Liberte.

Não ensombre. Ilumine.

Não se lastime. Avance.

Não complique. Simplifique.

Não fuja. Permaneça.

Não dispute. Conquiste.

Não estacione. Renove.

Não se exceda. Domine-se.

Lembre-se: todos nós em tudo, dependemos de Deus, mas os empresários de nosso êxito, em qualquer ocasião, seremos sempre nós mesmos.

André Luiz

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015




Ódio e Vida


Recebi o seu bilhete,
Meu caro Joaquim Lorena.
Respondo: - ódio é loucura
Que nunca valeu a pena.

Sei que você tem sofrido
Muita pedrada encoberta..
Mas não se vingue. Perdoe.
O tempo tudo conserta.

Quem apanha aguenta feras,
Assim qual você me diz,
Mas quem ofende ou maltrata
È muito mais infeliz.

Para quantos nos imponham
Golpe, injustiça, pesar,
Injúria ou perseguição,
A desforra é perdoar.

Assim é, porquanto a vida
Não faz princípios em vão.
E a vida extingue as discórdias
Na Lei da Reencarnação.

Veja o problema de Amélia:
Por ódio arrasou com Benta,
Mas Benta nasceu de novo,
È a filha que ela amamenta.

Numa aversão prolongada,
Ninica matou Concheta...
E eis que a vítima voltou,
São agora avó e neta.

Numa briga provocada
Cristino apagou Léo Gama...
Léo, porém, tornou a Terra,
É o filho que ele mais ama.

Prejudicavam-se em ódio,
Rosendo e Janjão de Tuta...
Morreram e renasceram,
Dois irmãos gêmeos em luta.

Lalau em longa demanda
Matou Quincas da Moenda...
Quincas voltou, é o netinho
Que vai herdar-lhe a fazenda.

Por ódio ao genro, o Trajano
Caminha de mal em mal,
Sempre esgotado e nervoso,
De hospital para hospital.

Se você quer ser feliz
Nunca se arrede do bem,
Auxiliando e servindo,
Não pense mal de ninguém.

Perante a Bênção da Vida
Perdão é saúde e fé,
Ame e perdoe, caro amigo,
Deus é Amor, isso é que é.

Cornélio Pires

terça-feira, 27 de janeiro de 2015



O Trabalhador e Jesus

Em verdade, esses são dias de confusões na alma do mundo, causando dificuldades na ação do bem.


Jesus, contudo, já houvera asseverado que, na Terra, a alma humana só encontraria aflições. Há sombras que se avolumam no cerne dos seres, promovendo a sanha da violência e do crime em toda parte.


Mas, Jesus afirmara que tanto o homem bom quanto o mau retiravam os fundamentos das suas obras dos próprios corações.

Esses são tempos nos quais identificamos a devastadora atividade do materialismo e a impertinência de interesses egoísticos que espalham a miséria da guerra.


Entretanto, Jesus estabeleceu que seriam bem-aventurados os pacificadores.



Um agigantado número de indivíduos, doentes e necessitados de variados matizes, num mundo de bilhões de almas, ainda sofre a tortura da desconsideração e do abandono.

Porém, é bom recordar a ação de Jesus, considerando que Ele afirmou não ter vindo para os sãos e sim para os enfermos. Vê-se a hipocrisia que se amplia nos arraiais planetários, levando ao engano, à ilusão, numerosas criaturas, que se entregam inermes à falácia de tantos que, de fala fácil, convincente e de corações ensombrados, esmeram-se por triunfar no imediatismo do mundo.


Jesus, no entanto, advertiu para que tivéssemos cuidados com os falsos profetas, disseminados aqui e ali.


Localizam-se atitudes antifraternais, expressas por meio de intrigas, de agressões de vários tipos, de ignomínias que estabelecem comprometimentos infelizes, provocando muito sofrimento e muita frustração desalentadores.


Mas, Jesus explicou que se O levaram à praça do escárnio e ao madeiro infamante, Ele que era o ramo verde, o que é que devem esperar as varas secas que nós representamos? Às vezes, o desalento ronda a trajetória dos servos do bem, em razão de tantas e exaustivas pelejas com que se defrontam, como se carregassem o peso do mundo sobre os ombros cansados.


Porém, vale não olvidar a recomendação de Jesus: Tende bom ânimo!


Sejam, então, quais forem os problemas que se apresentem nos passos do teu caminho terreno, caro amigo, quaisquer que sejam os desafios que se insurjam na tua rota evolutiva, seja em teu próprio íntimo, no relacionamento familiar ou nas lidas da seara em que trabalhas a tua fé, terás em Jesus Cristo o ancoradouro seguro para o coração, a orientação e o conforto moral de que necessites. Nele encontrarás sempre as respostas às tuas inquietações, a fim de que não te alarmes, não te atormentes, mas para que possas seguir caminho afora, superando as deficiências em torno de ti, cumprindo a parte que te cabe cumprir na cooperação com a Obra de Deus, sob a claridade do Consolador.

Guilherme March


Mensagem

Espíritas:

Pelas portas da Ciência e da Filosofia, atingireis o altar da Nova Revelação.


Através de numerosos experimentos, indagastes quanto aos problemas do ser e do destino, da dor e da morte, e os Espíritos da Luz vos trouxeram a mensagem do Céu, conclamando-vos à sublimação espiritual.


E agora, quando a Codificação Kardequiana se avizinha do seu centenário de existência, compele-nos reafirmar-vos, perante o Segundo Congresso Espírita do Estado de Minas Gerais, que o Espiritismo é a Religião do Amor Universal, sob a inspiração de Nosso Senhor Jesus Cristo, restabelecendo a Verdade em seus fundamentos Divinos.


Se a nossa Doutrina Renovadora traduz explicação da inteligência, é também engrandecimento do coração.


Nossa bandeira é a Boa Nova rediviva.


Nossos centros de estudos são templos de elevação.


Nossas instituições de assistência social, representam santuários vivos da fraternidade, onde Jesus é venerado na pessoa dos nossos semelhantes.


Nosso trabalho individual, em favor do bem, na solução das nossas responsabilidades morais, à frente da família e da sociedade constitui o culto diário de nossa obediência às Leis Senhor.

Tanto quanto no Cristianismo primitivo, puro e simples, a caridade para nós não possui privilégios e nem fronteiras e a fé, para manifestar-se, não reclama lugares especiais.

Allan Kardec, o Apóstolo, foi claro em suas linhas primordiais, na edificação Doutrinária.


Nosso esquema é – TRABALHO.


Nosso lema é – SOLIDARIEDADE.


Nossa senha é – TOLERÂNCIA.


Agir, auxiliar e compreender para fazer, aperfeiçoar e esperar na conquista da vitória com Cristo, Nosso Mestre e Senhor.


Não vos iludais!


Enquanto a Humanidade se mergulha em lutas, na angustiada elaboração do milênio vindouro, guardais convosco a luz soberana do porvir.


O Céu conta convosco, tanto quanto contais com o Céu.


Não olvideis!


A nossa tarefa não é tão somente aquela da demonstração positiva da sobrevivência do homem além da morte, mas, acima de tudo, é a obrigação de materializarmos, cada dia, a essência dos ensinos cristãos em nossas vidas, convertendo o Espiritismo, sob a égide do Evangelho de Jesus, na religião da paz e da felicidade para o mundo inteiro.


Se desejas a bênção da paz, simplifica a própria vida para que a tranquilidade te favoreça.

Bezerra de Menezes

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015


Gratidão e Esforço

Quando você estiver à beira da inconformação, conte as bênçãos que já terá recebido.


Jamais desconsidere o valor do trabalho.


O dono da mina de ouro, só por isso, não obterá sem esforço a ervilha que lhe enriquece o prato.


Riqueza, na essência, é o aproveitamento real das oportunidades que a vida nos oferece em nome do senhor.


O homem afortunado pode ser o rico da benemerência.

O pobre pode ser o rico de esforço.

A pessoa robusta pode ser o rico de serviço.

A doente pode ser o rico de resignação.

O moço pode amealhar o tesouro da força bem dirigida.

Quem amadureceu na experiência pode organizar valioso patrimônio de ponderações edificantes.

A mulher pode torna-se um modelo de abnegação.

O homem pode converter-se numa coluna de heroísmo.

A criatura cercada de obstáculos pode enriquecer-se de virtudes excelsas.

Fortuna, de modo algum, será apenas metal ou papel amoedado. É, sobretudo, valor do espírito, bênção da alma, luz do coração.

Deus não criou a pobreza.

O homem, sim, quando perturba a marcha das leis divinas que governam a vida e abusa das graças que recebe, empobrece-se de oportunidades de progresso e gera para ele próprio a escassez, a dor, o remorso, a enfermidade e a expiação que o consomem, por largo tempo, sem destruí-lo, no purgatório necessário da regeneração.

Não esmoreça, ante os obstáculos do caminho de elevação.

André Luiz

sábado, 24 de janeiro de 2015


Ama Sempre

Encontrarás talvez, junto de ti, os que te pareçam errados.

Esse cometeu falta determinada, aquele se acomodou numa situação considerada infeliz.


Respeita o tribunal que lhes indicou tratamento, sem recusar-lhes auxílio.

Quem conhecerá todas as circunstâncias para sentenciar, em definitivo, quanto às atitudes de alguém, analisando efeitos sem penetrar as causas profundas?


Deliciava-se certa jovem com o perfume das rosas que lhe vinham desabrochar na janela. Orgulhosa das ramas que escalavam paredes, de modo a ofertar-lhe as flores, quis corrigir o jardim, no pedaço de chão em que a planta se levanta. Pequeno monte de terra adubada, a destacar-se de nível, foi violentamente arrancado, mas justamente aí palpitava o coração da roseira.


Decepada a raiz, morreram as flores.


Quantas criaturas estarão resignadas a moradia em situação categorizadas por lodo, para que as rosas da alegria e da segurança possam brilhar nas janelas de nossa vida?

Aceita os outros tais quais são.

Espera e serve.

Abençoa e ama sempre.

O errado hoje, em muitos casos, será o certo amanhã.

O julgamento é dos homens, mas a justiça é de DEUS.

Meimei

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015


Erros e Imperfeições

Comumente aqueles que abraçam a Doutrina Espírita, em lhe observando o parque de revelações e ensinamentos, — todos eles alicerçados no Evangelho de Cristo, — declaram-se mais ou menos incapazes de lhe praticarem as lições.


A pretexto de fraquezas e defeitos, muitos se afastam dos encargos em que se iniciam, ao passo que outros muitos nem se animam a começar.

Que dizer, porém, da criança que fosse retirada do ensino, sob a desculpa de que ainda está longe da madureza? do operário afastado da máquina, suposto insipiente?


O menino é trazido à escola a fim de aprender, o obreiro é conduzido à oficina para familiarizar-se com ela.


Somos igualmente levados à Obra de Cristo para integrar-nos na edificação do Reino de Deus, a principiar de nós mesmos.


Qual acontece no levantamento de grande edifício, há serviço para todos os que se proponham a trabalhar.

Não alegues ignorância ou deficiência para fugir da obrigação que nos cabe.

Ninguém adquire qualquer gênero de experiência simplesmente num dia.

Tarefa, seja qual for, exige iniciação.


Não largues ao amanhã o bem que possas fazer hoje.


Relaciona as tuas possibilidades e verifica em que setor conseguirás oferecer o melhor de ti. Em seguida, considera-te engajado na empresa do Senhor, a serviço de teus irmãos.


Trabalha e trabalha.


Se o passado te arroja sombra ao coração, esquece a sombra e trabalha por mais luz no próprio caminho.

Se alguém te ofendeu e conserva algum detrito de mágoa, olvida a mágoa e trabalha por entesourar mais amor.


Incorpora-te à sinfonia de serviço de que se constitui o Universo.

Dos sóis da imensidão às últimas gotas d’água no centro da Terra, tudo o que há de bom e belo nasce e vive do trabalho constante.

Emmanuel

Erros e Imperfeições

Comumente aqueles que abraçam a Doutrina Espírita, em lhe observando o parque de revelações e ensinamentos, — todos eles alicerçados no Evangelho de Cristo, — declaram-se mais ou menos incapazes de lhe praticarem as lições.


A pretexto de fraquezas e defeitos, muitos se afastam dos encargos em que se iniciam, ao passo que outros muitos nem se animam a começar.

Que dizer, porém, da criança que fosse retirada do ensino, sob a desculpa de que ainda está longe da madureza? do operário afastado da máquina, suposto insipiente?


O menino é trazido à escola a fim de aprender, o obreiro é conduzido à oficina para familiarizar-se com ela.


Somos igualmente levados à Obra de Cristo para integrar-nos na edificação do Reino de Deus, a principiar de nós mesmos.


Qual acontece no levantamento de grande edifício, há serviço para todos os que se proponham a trabalhar.

Não alegues ignorância ou deficiência para fugir da obrigação que nos cabe.

Ninguém adquire qualquer gênero de experiência simplesmente num dia.

Tarefa, seja qual for, exige iniciação.


Não largues ao amanhã o bem que possas fazer hoje.


Relaciona as tuas possibilidades e verifica em que setor conseguirás oferecer o melhor de ti. Em seguida, considera-te engajado na empresa do Senhor, a serviço de teus irmãos.


Trabalha e trabalha.


Se o passado te arroja sombra ao coração, esquece a sombra e trabalha por mais luz no próprio caminho.

Se alguém te ofendeu e conserva algum detrito de mágoa, olvida a mágoa e trabalha por entesourar mais amor.


Incorpora-te à sinfonia de serviço de que se constitui o Universo.

Dos sóis da imensidão às últimas gotas d’água no centro da Terra, tudo o que há de bom e belo nasce e vive do trabalho constante.

Emmanuel

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015


Maturidade

Se já prestamos serviço sem perguntar se a criatura está precisando...

Se já auxiliamos nas boas obras sem aguardar recompensa...

Se procuramos o trabalho que nos compete sem rogar que outros nos substituam nas próprias obrigações...

Se não registramos ressentimentos...

Se cooperamos espontaneamente em favor do próximo...

Se buscamos a própria renovação sem esperar que os outros bitolem emoções e idéias pelo nosso coração ou pela nossa cabeça...

Se estudamos os problemas da existência e da alma sem que ninguém nos obrigue a isso...

Se amamos sem cogitar se os outros nos amam...

Se reconhecemos que a nossa liberdade unicamente é válida pelo dever que cumprimos...

Se já sabemos esquecer o mal, para valorizar o bem...

Se já conseguimos calar todos os assuntos que induzam à intranquilidade e ao pessimismo...

Então estaremos atingindo as faixas benditas da maturidade com a Via Superior.

Hilário Silva

terça-feira, 20 de janeiro de 2015


A Negação de Pedro

"E Pedro o seguia de longe, até o pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados para ver o fim." (Mateus, 26:58)


Afirma Emmanuel que o fracasso, como qualquer êxito, tem causas positivas.

Pedro foi admoestado reiteradas vezes por Jesus no sentido de "orar e vigiar"; e o fracasso do humilde pescador Galileu teve origem na sua desatenção. Ninguém poderá, entretanto, "atirar-lhe a primeira pedra", porque todos nós participamos igualmente das mesmas negações. Ainda não aprendemos a seguir as advertências do Mestre, contidas nas páginas dos Evangelhos.


Na descrição de Mateus, vimos Pedro "seguir o Mestre de longe", permanecer "no pátio do sumo sacerdote" e "assentar-se entre os criados para ver o fim".


O mesmo quadro se repete há vinte séculos, pois, ainda agora, continuamos a seguir o Cristo à distância, temerosos de perdermos as vantagens que a vida material nos oferece.


Quando convocados para o trabalho, geralmente demorava-nos "no pátio" do convencionalismo terreno, onde se desenvolvem as tarefas transitórias que constituem a preocupação primária do homem, entre "os criados" dos interesses imediatistas e dos conchavos que levam alguns a se locupletarem à custa dos direitos alheios, preferindo "ver de longe o fim" das tarefas desenvolvidas pelos seareiros mais animosos.

Esse modo de agir leva muitos ao fracasso, do mesmo modo como fracassou o velho apóstolo. Estes também chorarão amargamente quando o "cantar do galo" anunciar-lhes que está prestes a findar-se mais uma de suas tarefas terrenas, esvaindo-se assim mais uma oportunidade redentora de um ciclo reencarnatório.

O episódio da negação de Pedro tem por objetivo principal demonstrar a necessidade imperiosa da "oração e vigilância" para não se cair nas malhas das tentações oriundas das nossas próprias inferioridades, pois, mesmo aqueles que estão colocados em posições proeminentes no desempenho das missões terrenas, poderão tornar-se vítimas das investidas das entidades trevosas, que tudo fazem no sentido de protelar o processo grandioso e incessante da implantação do reinado da luz na face da Terra.


Muitos homens fracassam porque não se revestem da couraça da fé e da decisão inabalável de servir o Cristo no setor que lhe foi atribuído pelo Alto.


As negações ou vacilações de Pedro ocorreram em etapas distintas no decurso do Messiado de Jesus:


A primeira, segundo a narração do próprio Mateus (16:22-23), teve lugar quando Pedro "tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se disse a Pedro: "Para trás de mim, satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens".


A segunda ocorreu quando o Mestre, em companhia de Pedro, Tiago e João, desciam do Monte Tabor, após a transfiguração. Os três apóstolos estavam face a face com um dilema: o Cristo havia confabulado com o Espírito de Elias, e as escrituras preconizavam que Elias viria na frente do Cristo a fim de preparar-lhe o caminho. Ou as escrituras estavam erradas, ou aquele que ali estava não era o Cristo. Se Elias era Espírito desencarnado, como poderia ser o precursor de Jesus, que já estava entre os homens?


Daí a indagação: "Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas; mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhe falara de João Batista." (Mateus, 17:10-13).

A terceira está contida em Lucas 22-31: "Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos".


A quarta ocorreu quando Pedro, no pátio do sumo sacerdote, nega Jesus por três vezes consecutivas (Lucas 22:54-62), passando a chorar amargamente quando o cantar do galo fez com que ele se lembrasse do vaticínio do Mestre em torno do seu fracasso.


O valoroso apóstolo de Jesus, apesar da sua idade avançada, foi com João e Tiago um dos que gozaram de maior confiança por parte do Mestre. Os três tomaram parte, invariavelmente, em todos os acontecimentos importantes no decurso da missão do Mestre, e algumas das vacilações ocorridas, como pode ser visto, se prenderam mais ao seu idealismo e ao desejo insopitável de servir a causa esposada pelo Meigo Rabi.


No decurso do Messiado de Jesus ocorreram muitas outras negações, de muito maior envergadura:


Os escribas e fariseus negaram o Mestre quando, apesar de todos os sinais por ele propiciados, evidentemente corroborado pelas próprias escrituras e por quase todos os profetas, vieram lhe pedir um sinal do céu.

Os setenta discípulos narrados por João, no versículo 60, capítulo 6, do seu Evangelho, negaram o Cristo quando, ouvindo o seu discurso, foram se debandando, um após outro, não se conformando com a forma de servir por ele esboçada.


Judas Escariotes negou o Senhor quando, após ter presenciado tantos fatos supranormais e ouvido tantos ensinamentos maravilhosos, entregou-o aos seus verdugos a troco de trinta moedas de prata.

 


Quando o Mestre formulou uma convocação mais ampla a um grupo de pessoas para que o seguisse, e um alegou que precisava primeira ir sepultar o seu pai, foi outro que necessitava primeiro atender os reclamos da sua casa (Lucas, 9:57-61). Ocorreu ali autêntica negação.


Os próprios irmãos de Jesus negaram-no, pois João afirma em seu Evangelho (7:5), que "nem mesmo seus irmãos criam nele".


O Mancebo de Qualidade (Lucas 18:23), de forma idêntica, negou o Mestre, quando se retirou, após ouvir o conselho para "vender e dar aos pobres tudo quando possuía".

Paulo Alves Godoy

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015


A Terra

A Terra é um magneto enorme, gigantesco aparelho cósmico em que fazemos, a pleno céu, nossa viagem evolutiva.

Comboio imenso, a deslocar-se sobre si mesmo e girando em torno do Sol, podemos comparar as classes sociais que o habitam a grandes vagões de categorias diversas.

De quando em quando, permutamos lugar com os nossos vizinhos e companheiros.

Quem viaja em instalações de luxo volta a conhecer os bancos humildes em carros de condição inferior.

Quem segue nas acomodações singelas, ergue-se, depois, a situações invejáveis, alterando as experiências que lhe dizem respeito.

Temos aí o símbolo das reencarnações.

De corpo em corpo, como quem se utiliza de variadas vestiduras, peregrina o Espírito de existência em existência, buscando aquisições novas para o tesouro de amor e sabedoria que lhe constituirá divina garantia no campo da eternidade.

Podemos, ainda, filosoficamente, classificar o Planeta, com mais propriedade, tomando-o por nossa escola multimilenária.

Há muitos aprendizes que lhe ocupam as instalações, na expectativa inoperante, mas o tempo lhes cobra caro a ociosidade, separando-os, por fim, de paisagens e criaturas amadas ou relegando-os à paralisia ou à cristalização, em largos despenhadeiros de sombra.

Outros alunos indagam, dia e noite...e, com as perquirições viciosas, perdem os valores do tempo.

Imaginemos um educandário, em cuja intimidade comparecessem os discípulos de primária iniciação, exigindo retribuições e homenagens, antes de se confiarem ao estudo das primeiras lições.

O menino bisonho não poderia reclamar esclarecimentos, quanto à congregação que dirige a casa de ensino onde está recebendo as primeiras letras.

E, ante a grandeza infinita da vida que nos cerca, não passamos de crianças no conhecimento superior.

Vacilamos, tateamos e experimentamos, a fim de aprender e amealhar os recursos do Espírito.

Compete-nos, assim, tão-somente, um direito: - o direito de trabalhar e servir, obedecendo às disciplinas edificantes que a Sabedoria Perfeita nos oferece, através das variadas circunstâncias em que a nossa vida se movimenta.

Ninguém se engane, julgando mistificar a Natureza.

O trabalho é divina lei.

Pesquisar indefinidamente, na maioria das vezes é disfarçar a preguiça intelectual.

A vida, porém, é ciosa dos seus segredos e somente responde com segurança aos que lhe batem à porta com o esforço incessante do trabalho que deseja para si a coroa resplandecente do apostolado no serviço.

Emmanuel

Do Livro: Roteiro, psicografia de  Francisco Cândido Xavier

domingo, 18 de janeiro de 2015


Anotações de Paz
Ninguém adquire paz sem aceitar a luta incessante pela segurança do bem.

Felicidade é o outro nome da consciência tranquila.

Trabalho é capital que não se desvaloriza.

Muito difícil amparar a multidão, quando não se aprende a ser útil na própria casa.

Estudo é aquisição de responsabilidade.

Quem não perdoa carrega peso desnecessário.

Azedume é o caminho para a solidão.

Observar tudo que se vê, assinalar os erros e corrigi-los, em cada um de nós, por nossa própria conta.

Admitir que é muito difícil lidar com os outros mas cultivar a obrigação de auxiliar aos outros, quanto nos seja possível, sem nunca afastar-nos dos outros e reconhecer que sem os outros nenhum de nós seguirá para frente
André Luiz