Sociedade Espírita Casa do Caminho - Cabo de SAnto Agostinho PE. |
A LUZ DA MORTE
Nada mais desafiador para o homem do que a morte. Quem já não tremeu ao pensar nessa fatalidade biológica ou já não questionou a natureza ante o corpo cadaverizado de um ente amado?
A morte tem despertado as mentes mais poderosas da civilização ao longo dos séculos. Embora as religiões assegurem a imortalidade do ser, não tem sido o bastante, pois o medo da morte continua paralisando vidas em todos os quadrantes do planeta. Isto ocorre face a aspectos culturais, a maneira como as religiões tem envolvido os cadáveres em seus rituais e devido à ciência mecanicista, enfronhada na ilusão da matéria desde Isaac Newton (embora este fosse crente em Deus). Divisa-se, no entanto, novos horizontes nesses dias que passam. Mutações profundas vêm ocorrendo em todos os ângulos da vida humana. A ciência, com seus avanços extraordinários, seus potentes aparelhos, seus instrumentos de alta tecnologia, tem vasculhado a vida, a natureza, aprofundando seu conhecimento, ampliando seus horizontes e detectando a inexistência da matéria, equacionada, segundo a física mais avançada, como energia condensada.
Toda mudança efetiva necessita de tempo. E, com respeito à morte, não poderia ser diferente.
O Espiritismo vem trabalhando a mente humana na direção da maturidade espiritual. fazê-la pensar a vida de uma forma mais ampla. O homem deveria se vê como um ser indestrutível, imortal, que experiência hoje na carne, mas que não é a carne. O volume de provas e evidencias dessa imortalidade resplandece em grande soma nos arquivos das pesquisas psíquicas, dentro e fora do campo espírita. Desde estudos criteriosos realizados com médiuns e sensitivos por cientistas de alta qualificação da época do surgimento da Doutrina Espírita, nos meados do século 19, até os dias atuais, passando por milhares de casos narrados pelo povo ao longo do tempo, casos estes que teimam em persistir e convocar o homem a tomar a consciência de sua imortalidade.
A admirável psiquiatra suíça Elizabeth Kubler Ross trouxe magnífica contribuição a respeito do tema e, sobretudo, deixou estudos significativos em que a morte apresenta-se não com um aspecto aterrador e sim como uma experiência positiva, luminosa e acariciadora. Ela apresentou-nos a luz da morte. Não que tenha sido a única a fazê-lo, mas pela forma corajosa e pioneira com que o fez. Foram muitos anos de pesquisas junto a moribundos e pessoas ressuscitadas em hospitais, mais de vinte mil casos estudados com pessoas de diversos credos ou sem eles, de várias nações e culturas, múltiplas condições sócio-econômicas. E o que fora narrado por esses pesquisados guardava inúmeros pontos convergentes, demonstrando estágios do que se passa no transe da morte e os fatos comprobatórios da imortalidade com a presença de espíritos de parentes dos vitimados junto ao leito de dor.
Recomendamos as obras de Kubler Ross. Vale à pena. Afinal, onde encontraremos por aí alguém que afirme e comprove que há beleza e doçura no processo da morte?
A LUZ DA MORTE 2
- MORRER: UMA EXPERIENCIA SOLITÁRIA?
Sim, podemos afirmar que o momento da morte é extremamente solitário no que diz respeito ao seu aspecto emocional. Ocorra à desencarnação num acidente coletivo ou no leito de um hospital, a experiência é inefável, individual, própria. Estaremos conosco mesmo, com nossa realidade mais profunda. Psicologicamente, somos nós em contato com toda a carga que conquistamos de ordem intelectual, espiritual e emocional.
Ainda que recebamos reconforto de corações amigos, nos voltamos umbilicalmente ao universo pessoal. Por outro lado, em termos de acompanhamento, nunca extremos sozinhos no instante da passagem à outra dimensão da vida. Todos os depoimentos relatados no mundo inteiro são concordes no que toca à presença de guias protetores e parentes já falecidos, além de uma luz cálida, de amor transbordante, preenchedora, formando uma caravana que nos acompanha no delicado momento. Óbvio que estes relatos a que me refiro são de pessoas que tiveram a experiência de "quase morte", porem, mensagens mediúnicas, recebidas por médiuns idôneos, dignos, também relatam a vivencia dos missivistas do alem que afirmam terem sido recebidos por avós, tios, irmãos, pais e orientadores espirituais na entrada no mundo espiritual. E isto conforta os familiares que na Terra permanecem. Afinal, é consolador não só saber que os entes amados continuam a viver como prosseguem em família e amparados do outro lado.
Quem está desencarnando está mergulhado em seu universo pessoal de maneira emocionalmente solitária mas interagindo, também, com as forças mentais circundantes, com energias pulsantes dos ambientes. Nossos pensamentos, assim, são importantíssimos para que eles, os entes queridos que estejam partindo, se sintam bem, tranqüilos e passam ter um desligamento mais aprazível. É nossa forma de auxiliá-los a deixar o mundo com mais conforto e sensação de segurança. Quanto à nossa hora, ordenemos as emoções, preenchamos nossa consciência de paz e tenhamos a certeza que estaremos sempre amparados pelos amigos de lá, embora estejamos em qualquer desenlace, com nossas próprias obras, na intimidade da consciência.
Texto de Frederico Menezes
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