terça-feira, 2 de novembro de 2010

“Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo."

Evangélicos realizaram Culto para os Idosos da Casa do Caminho.
“Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros”.  Jesus – João, capítulo 13, versículo 35

Humanização da Seara, eis a meta!

Sem caridade não teremos jamais a educação, e sem educarmo-nos fugimos do objetivo primacial do Espiritismo e iludimo-nos com o velho instinto de posse no acúmulo de vitórias transitórias junto aos púlpitos do verbo eloqüente, do assistencialismo superficial, do controle personalista, em improdutiva atividade a qual, inadvertidamente nomeamos como sendo trabalho, zelo e dedicação, e terminamos afogados no fascínio sobre os méritos pessoais, em sofrível crise de personalismo...

Não é por Outro motivo que aqui, nos planos da vida imortal, lamentavelmente temos amparado em nome do Amor muitas almas distraídas de seus deveres, junto aos campos do serviço espírita da Terra. Carreiam para cá extensa quota de enganos acerca de sua realidade espiritual, supondo-se, em grande maioria, detentores de cabedais ou créditos que não fizeram por merecer. Justificando medidas e ações, decisões e escolhas, com “criativo’ e frágil desculpismo e dotados de arrogância e autoritarismo, quando percebem que não se encontram na vida espiritual tão seguros quanto pareciam no mundo físico, descobrem, pouco a pouco, as vertiginosas armadilhas que desenvolveram contra si próprios, passando por longo estágio de perturbação e inconformação até resgatarem a humildade, para reconhecerem que, em verdade, serviram a si mesmos e não ao Senhor da Vinha, amargando doloroso sentimento de culpa e arrependimento que, somente em novas e mais promissoras oportunidades, em outras reencarnações, poderão expurgar a preço de testemunhos e dores, labor e esforço, na conquista do triunfo sobre si.

Segurança, portanto, é sinônimo de “acúmulo” de bens interiores. Talvez por isso Allan Kardec considera em nosso tópico de análise que há mais segurança quanto à eficácia dos elementos que compõem agregados menos numerosos, deixando entender a importância de relações sólidas, sadias e venturosas para o bem de todos. Cria-se assim melhores condições para uma lídima segurança, em razão de permitir-nos maior introspecção que identifique necessidades de profundidade e, também, dilatarmos o patrimônio da cooperação uns com os outros, ante a extensão de nossas mazelas milenares.

Busquemos a segurança, a conservação íntima e pessoal no bem do próximo, pautando nossas vidas pela abnegação e devotamento.

Sigamos em nosso favor as felizes recomendações da questão 922 de O Livro dos Espíritos, estabelecendo-as como os pilares de uma reencarnação segura e vencedora:

“A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?
Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro.”


Amigo de jornada,

Eis a nossa grande empreitada nos estágios espirituais em que nos encontramos: alfabetizar o coração nas trilhas do bem definitivo, efetivar a aprendizagem da religião cósmica do Amor, plenificar a existência renovando o modo de sentir.

Indagamos oportunamente o sábio Bezerra de Menezes sobre qual seria o maior drama vivido pelos espíritas ao deixar a vida corporal, e dele recebemos a seguinte gema de sabedoria:

“Filha, os dramas espirituais são resultados da semeadura terrena, obrigando o lavrador da vida a colher os frutos do que plantou, conforme a lei dos méritos. Assim sendo, o maior drama daqueles que se internam na “Enfermaria do Espiritismo” não está na infeliz colheita de sofrimento aqui na vida extrafísica, mas sim no dia a dia da experiência terrena quando recusam-se, na condição de doentes, a ingerir o remédio da renovação interior. Conscientes do que existe para além da morte, deveriam submeter-se a urgente metamorfose afetiva, acionando os recursos da educação com vontade firme e muita oração. O esclarecimento, mesmo constituindo luz e lenitivo, por si só, não basta ao sublime tentame.”

“Os dramas do além são conseqüências. O verdadeiro drama está em conhecer e nada fazer para melhorar-se.

- E arrematou o venerável apóstolo do bem:

“Parece um contra-senso! Enquanto o homem comum colhe amargos frutos na vida espiritual pelo desconhecimento, os espíritas, quase sem exceções, experimentam sofrida amargura por muito conhecer!...”

Perante a missiva exposta e as palavras do “médico dos pobres”, erguemos em alta voz a campanha pela humanização nos centros espíritas, convocando os co-idealistas, como lema de suas ações, a inspirada proposta do Espírito Verdade:

“Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)”(1)


Certamente não será sem razões que nesse apelo o amor é o primeiro ensinamento...

(1) O Evangelho Segundo o Espiritismo — capítulo 6

Extraído do livro "LAÇOS DE AFETO".
WANDERLEY S. DE OLIVEIRA
DITADO PELO ESPÍRITO ERMANCE DUFAUX







































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