quinta-feira, 30 de novembro de 2017


Tempo
 
“Aquele que faz caso do dia para o Senhor o faz.”
Paulo:- Romanos – 14-6
 
A maioria dos homens ainda não percebeu os valores infinitos do tempo.
Existem mesmo os que abusam dessa concessão divina.
Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Entretanto, seria justo interrogar o motivo de semelhantes presunções.
Por constituir patrimônio comum à Criação inteira é justo que todos gozem das possibilidades do tempo, mas, em geral, a criatura não medita na harmonia das circunstancias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
O homem, por certo, contaria com o tempo, mas e se esse tempo estivesse sem luz, se saúde, sem trabalho?
Contudo, são muitos raros os que valorizam o dia.
Ao contrario, observam-se, em toda parte, as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
As expressões “matar o tempo” são bem um reflexo da inconsciência dos homens.
E nos menores recantos, há criaturas nesse mister, exterminando as possibilidades mais sagradas.
Um dia de saúde, de tranquilidade e de luz é muito importante para a cooperação na Lei Divina.
Os interesses imediatos do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para depois fazer de novo todas as obras começadas, entretanto, o apostolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.
 
Emmanuel, Luz no caminho, psicografia de Chico Xavier.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017


Viagens ao Espaço


 Irmão X

 

Falas, entusiasticamente, em habitantes de outros mundos, como se não estivéssemos habituados à experiência espírita.

Ante a evolução dos projéteis balísticos, referes-te às criaturas de Marte e Júpiter, Vênus e Saturno, com o êxtase de uma criança. E pensas em alterações e reviravoltas milagrosas, como se a tela moral do orbe pudesse modificar-se de momento.

Lembra-te, porém, de que a vida estua, vitoriosa, em toda à parte, e de que a própria gota d’água é um pequenino mundo, povoado por miríades de seres dos quais o microscópio nos proporciona ampla notícia.

 

Cada esfera quanto cada paisagem é habitada a seu modo. E todos nós, amigos desencarnados, formulamos votos para que o homem, nosso irmão, continue devassando pacificamente o espaço, surpreendendo novas características de vida no reino cósmico. Nota, entretanto, que há mais de um século os homens que “morreram” chamam, debalde, a atenção dos homens que “vão morrer”. E gritam que a vida continua para lá do sepulcro, que a matéria se gradua em outros estados diferentes daquele pelo qual é conhecida na Terra.

 

Convidados à verificação da verdade, sábios eminentes como Crookes, Myers, Morselli, Ochorowiez, Aksakof, Lodge, empenham a própria autoridade, trazendo a lume observações e declarações indiscutíveis.

Médiuns consagrados ao bem colaboram na difusão dos novos conhecimentos. Home, Eusápia, Esperance, Piper, sem nos reportarmos às irmãs Fox, submetem-se a exigências constantes.

Os espíritos são vistos, ouvidos, apalpados, fotografados e identificados, mas, porque os medianeiros permanecem naturalmente unidos à mensagem, como o violino ao musicista, o notável pesquisador constrói com tal sutileza a sua filosofia da dúvida, que a Doutrina Espírita estaria transfigurada simplesmente em vasto laboratório de intermináveis experimentos, não fosse a legião de bravos que lhe sustentam o estandarte de amor e luz, como autênticos vanguardeiros do progresso, junto da Humanidade.

 

Ainda assim, apesar de todos os empeços, avança a evidência do Mundo Espiritual.

Nos países mais cultos do Globo os fenômenos do Evangelho vão sendo revividos, imprimindo consequências morais por toda parte. Os assuntos da sobrevivência são reexaminados.

Outros médiuns chegam à sementeira das grandes revelações e o movimento prossegue, anunciando a continuação da vida no Além.

 

O problema, contudo, é tão fascinante que até mesmo os espíritos, privilegiados do entendimento, manuseiam-lhe os valores como quem lhe desconhece a grandeza. Permanecem na realidade fulgurante, à maneira do homem comum à frente do Sol. À força de recolher-lhe, gratuitamente, a vitalidade e o calor, se esquece de agradecer-lhe a presença.

Não precisa perguntar-nos, assim com esse ar de encantamento, se pode habilitar-se a uma excursão até Vênus ou Marte, em época próxima. Queiras ou não, farás, como nós já o fizemos, uma viagem muito pais importante. Mesmo que bebas soros de longevidade, com geléia real de contrapeso, conforme as usanças do século, apresentarás as tuas despedidas no momento adequado.

 

Creias ou não creias, conhecerás cidades prodigiosas e ninhos abismais, superlotados de gente que sente e pensa como tu. Não precisarás, para isso, tripular um foguete em velocidade. Virás mesmo na barca do velho Caronte.

Nem alarme, nem propaganda. Para os homens, nossos irmãos na Terra, estarás em silencia.

 

Mas teus olhos verdadeiros mostrar-se-ão percucientes por trás da fronte marmórea e a tua voz se levantará, renovada, por cima da boca hirta. Tão logo comece a romagem, dirão no mundo que estás morto.

Pensa nisso para acostumar-te, desde agora, às dificuldades com que te haverás, depois, para seres recebido entre os homens.

 

De qualquer modo, porém, encontrarás na Doutrina Espírita todos os recursos necessários à grande preparação. Se respeitada, ela te será precioso passaporte, laboriosamente adquirido, para que te dirijas, tranquilo, aos domínios maravilhosos que desejas conhecer. E essa circunstância; no caso, é a mais expressiva de todas, porque, se podes chegar hoje, em carne e osso, a planetas diversos do nosso, a fim de observares o que é dos outros para morreres em seguida, amanhã desembarcarás nos planos da Vida Maior, em espírito e verdade, para receberes o que te pertence.

 

HISTÓRIAS E ANOTAÇÕES

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

terça-feira, 28 de novembro de 2017


O Espírita na Equipe

Emmanuel

 

Numerosos companheiros estarão convencidos de que integrar uma equipe de ação espírita se resume em presenciar os atos rotineiros da instituição a que se vinculam e resgatar singelas obrigações de feição econômica. Mas não é assim. O espírita, no conjunto de realizações espíritas, é uma engrenagem inteligente com o dever de funcionar em sintonia com os elevados objetivos da máquina.

Um templo espírita não é simples construção de natureza material.

É um ponto do Planeta onde a fé raciocinada estuda as leis universais, mormente no que se reporta à consciência e à justiça, à edificação do destino e à imortalidade do ser.

Lar de esclarecimento e consolo, renovação e solidariedade, em cujo equilíbrio cada coração que lhe compõe a estrutura moral se assemelha a peça viva de amor na sustentação da obra em si.

Não bastará frequentar-lhe as reuniões.

É preciso auscultar as necessidades dessas mesmas reuniões, oferecendo-lhes solução.

Respeitar a orientação da casa, mas também contribuir, de maneira espontânea, com os dirigentes, na extinção de censuras e rixas, perturbações e dificuldades, tanto quanto possível no nascedouro, a fim de que não se convertam em motivos de escândalo.

Falar e ouvir construtivamente.

Efetuar tarefas consideradas pequeninas, como sejam: sossegar uma criança, amparar um doente, remover um perigo ou fornecer uma explicação, sem que, para isso, haja necessidade de pedidos diretos. Sobretudo, na organização espírita, o espírita é chamado a colaborar na harmonia comum, silenciando melindres e apagando ressentimentos, estimulando o bem e esquecendo omissões no terreno da exigência individual.

Todos nós, encarnados e desencarnados, comparecemos no templo espírita no intuito de receber o concurso dos Mensageiros do Senhor; no entanto, os Mensageiros do Senhor esperam igualmente por nosso concurso, no amparo a outros, e a nossa cooperação com eles será sempre, acima de tudo, trabalhar e servir, auxiliar e compreender.

 

EDUCANDÁRIO DE LUZ

 

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

ESPÍRITOS DIVERSOS

segunda-feira, 27 de novembro de 2017


O Grupo Perfeito

Irmão X

 

O Espírito de Júlio Marques comandava o pequeno agrupamento com critério e bondade. Condutor paciente do diminuto rebanho de companheiros espíritas-cristãos. Duas vezes por semana, incorporado na médium D. Maria Paula, orientava os amigos na atividade evangélica. Ternura aliada à experiência, firmeza conjugada à abnegação. Conflitos e dificuldades morais ecoavam nele de modo particular, arrancando-lhe palavras iluminadas de benevolência e candura, a deslizarem nas alheias feridas por bálsamo de esperança.

Numa das noites em que lhe compartilhávamos a responsabilidade, à feição de apagado trabalhador da retaguarda, notamos a presença de jovem senhora na assistência. Identificava-se por Dona Clara. Dama inteligente, distinta. Punha os pensamentos à mostra na conversação espontânea. Insatisfeita. Inquiridora.

Tão logo notou Marques encerrando o comentário edificante, pespegou-lhe interrogação à queima roupa:

- Irmão Júlio, posso pedir-lhe uma orientação?

O interpelado respondeu humilde:

- Sou deficiente demais para isso; entretanto, estou nesta casa para servir...

E o entendimento continuou:

- Desejo formar um grupo espírita, de acordo com o meu ideal... Acha o senhor que posso pensar nisso?

- Sem dúvida alguma. Todos somos chamados à obra do Senhor...

- Mas eu quero, irmão Júlio, organizar um círculo de criaturas elevadas e sinceras, que apenas cogitem da virtude praticada, unicamente da virtude praticada!...

- Grande propósito!

- Uma instituição em que as pessoas se confraternizem, com rigoroso censo de pureza íntima... Nada de egoísmo, irritação, incompreensão, contenda...

- Sim, minha filha...

- Um grêmio, em que todos os associados vibrem pelo padrão do Evangelho... Pessoas simples e imaculadas, que não encontrem qualquer obstáculo para a harmonia de convivência... Verdadeiros apóstolos do bem... O irmão Júlio está ouvindo?

- Sim, filha, continue...

- Anseio por uma comunidade consagrada às realizações espíritas sem a mais leve perturbação. Os médiuns serão espelhos mentais cristalinos, retratando o verbo do Alto, como os lagos transparentes que refletem o Sol. Os diretores governarão as tarefas, na posição de almas primorosas, capazes de todos os sacrifícios pela causa da verdade, e os cooperadores, corretos e conscientes, integrarão equipe afinada, de maneira incondicional com os princípios da nossa Doutrina de Luz...

- Plano sublime!...

- O ambiente lembrará uma fonte viva de paz e sabedoria em que os justos desencarnados se sentirão à vontade para ministrar aos homens os ensinamentos das Esferas Superiores, com a segurança de quem usa a instrumentação irrepreensível...

- Sim, sim...

- Aspiro a criação de um conjunto que desconheça imperfeições e fraquezas, problemas e atritos...

- Deus nos ouça...

- Entre as paredes da organização que me proponho levantar, ninguém terá lugar para malquerença ou desânimo... Tudo será tranquilidade e alegria... Nenhuma brecha para discórdias.

- Que o Senhor nos ampare...

- Um Templo a edificar-se na base de cooperadores que jamais descerão da nobreza própria, a ofertarem um espetáculo permanente de Céu na Terra, para a exaltação da caridade...

- Sim, sim...

Observando que o amigo espiritual não se desviava dos conceitos curtos, sem enunciar opiniões abertas, Dona Clara acentuou:

- Posso contar com o Senhor?

- Ah! Filha, não me vejo habilitado...

- Ora essa! Por quê?

- Sou um espírito demasiadamente imperfeito... Ainda estou muito ligado a Terra.

- Mas, recebemos tantos ensinamentos de sua boca!

- Esses ensinamentos não me pertencem, chegam dos mentores que se compadecem de minha insuficiência... Brotam em minha frase como a flor que desponta de um vaso rachado. Não confunda a semente que é divina, com a terra que, às vezes, não passa de lama...

- Então, o irmão Júlio ainda tem lutas por vencer?

- Não queira saber minha filha... Tenho a esposa, que prossegue viúva em dolorosa velhice, possuo um filho no manicômio, um genro obsedado, dois netos em casa de correção... Minha nora, ontem, fez duas tentativas de suicídio, tamanhas as privações e provações em que se encontram. Preciso atender aos que o Senhor me concedeu... Minhas dívidas do passado confundem-se com as deles. Por isso, há momentos em que me sinto fatigado, triste... Vejo-me diariamente necessitado de orar e trabalhar para restabelecer o próprio ânimo... Como verifica, embora desencarnado, sofro abatimentos e desencantos que nem sempre fazem de mim o companheiro desejado.

- Oh! É assim?

- Como não, filha? Todos estamos evoluindo, aprendendo...

Dona Clara refletiu um momento e voltou à carga:

- Mas, em algum lugar, haverá decerto uma associação impecável... Diga, irmão Júlio, o senhor sabe de alguma equipe sem defeito, como eu quero? E se sabe, onde é que ela está?

O espírito amigo, senhoreando integralmente a médium, pensou também por um instante e respondeu com a mais pura ingenuidade que já havia até agora:

- Sim, minha filha, um grupo assim tão perfeito deve existir... Com toda certeza deve ser o grupo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

domingo, 26 de novembro de 2017


O Amigo Infalível

Emmanuel

 

Viste calamidades que jamais esperaste.

Cultivaste afeições que te armaram ciladas.

Carinho que plantaste produziu menosprezo.

Não permitas, porém, que a tristeza te arrase.

 

 

Trabalha, espera e serve.

Não desistas do bem.

Tens um amigo infalível.

Conta com ele. É Deus.

sábado, 25 de novembro de 2017


Esclarece e avisa para o bem, mas não exijas do próximo aquilo que ainda não consegues fazer.

 

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Quem aprende a ouvir com atenção, aprende a falar com proveito.

 

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Cada minuto é uma semente de amor que podes cultivar ou uma abençoada luz que pode acender para o grande futuro.

 

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Obrigação cumprida será sempre o nosso mais valioso seguro de proteção.

 

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Conquista com as próprias mãos a experiência do trabalho que te aprimora e te eleva.

 

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Inteligência sem obras é tesouro enterrado.

 

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Perdão é lucro.

 

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Os parentes difíceis, quase sempre, são os fiscais da vida que nos examinam nas lições do progresso espiritual.

 

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Quando quiseres medir as tuas vantagens visita um hospital com a necessária atenção.

 

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A felicidade real é uma casa que se constrói por dentro da própria alma.

 

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O dinheiro pode proporcionar-te reconforto, mas o descanso da alma vem de Deus.

 

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Alma corajosa não é aquela que se dispões a revidar o golpe recebido e sim aquela que sabe desculpar e esquecer.

 

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Aproveita o tempo construindo o bem, a fim de que o tempo te aproveite, de modo a fazer o melhor de ti.

 

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Em qualquer parte a vida te conhece pelo que és, mas apenas te valoriza pelo que fazes de ti.

 

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Não te aflijas. As Leis de Deus estão velando.

 

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Dificuldade é um teste de paciência.

 

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Muitas vezes o agressor é apenas um doente, mais necessitado de medicina do que de punição.

 

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Mobiliza o conhecimento elevado para atenuar a ignorância.

 

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De imediato, ninguém renova pessoa alguma.

 

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A herança da liberdade pertence ao dever cumprido.

 

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Hoje – plantação, segundo a nossa vontade. Amanhã – seara, conforme a lei.

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A voz é a revelação do temperamento de cada um.

 

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Não te lastimes quando as circunstâncias te exigirem essa ou aquela mudança, isso é sinal de que a vida te favorece a renovação.

 

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Cada dia, em toda parte, dispões da riqueza das horas para as mais nobres aquisições.

 

PÉROLAS DE LUZ

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

EMMANUEL

sexta-feira, 24 de novembro de 2017


Sigamos com Jesus
 
Maomé foi valoroso condutor de homens.
Milhões de pessoas curvaram-se-lhe às ordens.
Todavia, deixou o corpo como qualquer mortal e seus restos foram encerrados numa urna, que é visitada, anualmente, por milhares de curiosos e seguidores.
Carlos 5º, poderoso imperador da Espanha, sonhou com o domínio de toda a Terra, dispôs de riquezas imensas, governou muitas regiões; entretanto, entregou, um dia, a coroa e o manto ao asilo de pó.
Napoleão era um grande homem.
Fez muitas guerras.
Dominou milhões de criaturas.
Deixou o nome inesquecível no livro das nações.
Hoje, porém, seu túmulo é venerado em Paris...
Muita gente faz peregrinação até lá, para visitar-lhe os ossos...
Como acontece a Maomé, a Carlos 5º e a Napoleão, os maiores heróis do mundo são lembrados em monumentos que lhes guardam os despojos.
Com Jesus, todavia, é diferente.
No túmulo de Nosso Senhor, não há sinal de cinzas humanas.
Nem pedrarias, nem mármores de preço, com frases que indiquem, ali, a presença da carne e do sangue.
Quando os apóstolos visitaram o sepulcro, na gloriosa manhã da Ressurreição, não havia aí nem luto, nem tristeza.
Lá encontraram um mensageiro do reino espiritual que lhes afirmou: “Não está aqui.”
E o túmulo está aberto e vazio, há quase dois mil anos.
Seguindo, pois, com Jesus, através da luta de cada dia, jamais encontraremos a angústia da morte e, sim, a vida incessante.
No caminho de notáveis orientadores do mundo poderemos encontrar formosos espetáculos da glória passageira; contudo, é muito difícil não terminarmos a experiência em desilusão e poeira.
Somente Jesus oferece estrada invariável para a Ressurreição Divina.
Quem se desenvolve, portanto, com o exemplo e com a palavra do Mestre, trabalhando por revelar bondade e luz, em si mesmo, desde as lutas e ensinamentos do mundo, pode ser considerado cidadão celeste.
ALVORADA CRISTÃ
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO NEIO LÚCIO              

quinta-feira, 23 de novembro de 2017


ENTENDIMENTO

O cultivador do campo não prescinde do arado com que sulcará o corpo da gleba.

O estatuário recorrerá ao buril para afeiçoar o mármore à ideia criadora que lhe inflama a cabeça.

A criatura interessada na produção de reflexos mentais protetores de sua senda não dispensará o entendimento por alicerce do trabalho renovador.

Entendimento que simbolize fraternidade operante.

Simpatia que se converta em fulcro de força atrativa, exteriorizando-nos a melhor parte, para que a melhor parte dos outros se exteriorize ao nosso encontro.

Todos somos compulsoriamente envolvidos na onda mental que emitimos de nós, em regime de circuito natural.

Categorizamo-nos bons ou maus, conforme o uso de nossos sentimentos e pensamentos, que, no fundo, constituem cargas de energia eletromagnética, com as quais ferimos ou acalentamos, ajudamos ou prejudicamos, vitalizamos ou destruimos, e que voltam, invariavelmente, a nós mesmos, impregnadas dos recursos felizes ou infelizes com que lhes marcamos a rota.

Quando coléricos e irritadiços, agressivos e ásperos para com os outros, criamos por atividade reflexa o desalento e a intemperança, a crueldade e a secura para nós mesmos, e, quando generosos e compreensivos, prestimosos e úteis para com aqueles que nos cercam, criamos, consequentemente, a alegria e a tranquilidade, a segurança e o bom ânimo para nós próprios.

 Responde-nos a vida em todas as coisas e em todas as criaturas, segundo a natureza de nosso chamamento.

Até o ingresso na Consciência Cósmica, todos os seres se distinguem pela face de luz com que se alteiam para os cimos da evolução e pela face de sombra pela qual ainda sofrem a influência da retaguarda.

A própria posição vulgar do homem na Terra vale por símbolo dessa condição específica. Por cima o fulgor pleno do Sol, por baixo a escuridade do abismo.

Todos recolhemos do Pai Celeste os estimulos ao futuro e todos padecemos os reflexos do passado a se nos projetarem sobre a existência.

Desatando, assim, as algemas do mal que nós mesmos forjamos em detrimento de nossas almas, há que buscar o bem, senti-lo, mentalizá-lo e plasmá-lo com todos os potenciais de realização ao nosso alcance.

Para começar, precisaremos separar o criminoso da criminalidade, como o lavrador que estabelece diferença entre o verme e a plantação, para abolir o domínio do primeiro e enriquecer a utilidade da segunda.

E assim como o trabalhador rural extingue a praga, salvando a lavoura, é necessário que o nosso entendimento improvise meios de auxiliar o companheiro que caiu sob o guante da delinquência, sem alentá-la.

Apequenar-se para ajudar, sem perder altura, é assegurar a melhoria de todos, acentuando a própria sublimação.

Entretanto, só o culto infatigável do entendimento pode garantir-nos o equilíbrio indispensável no serviço de auto burilamento em que devemos empenhar os nossos melhores sonhos, de vez que apenas o amor puro é capaz de criar em nossa mente a energia da luz divina, a expandir-se de nós em reflexos de protetora renovação.

PENSAMENTO E VIDA

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

quarta-feira, 22 de novembro de 2017


Ramos de trovas

Eugênio Rubião

 

Existência enobrecida.

Aconteça o que aconteça.

Começa no coração

E acaba pela cabeça.

 

Auxilio nos guarda a vida

Nas dádivas mais singelas:

Merecimento nos vem

Do que fazemos com elas.

 

Não há sombra tão espessa.

Nem há noite sem luar,

Que a luz de um bom pensamento

Não consiga iluminar.

 

Sofremos, sim... mas nem tanto...

A dor mais dura e feroz

É a dor do orgulho ferido.

Rugindo dentro de nós.

 

Achei tanto amor nos Céus.

Que as minhas contas não novo

Para pagar o que devo

O jeito é nascer de novo.

 

terça-feira, 21 de novembro de 2017


Reencarnados
Chiquito de Morais
 
Ontem – corsário afamado,
Matava sedento de ouro...
Hoje – menino enjeitado
A beira do ancoradouro.
 
Ontem – mulher de ilusão,
Mentiras e cabriolas...
Hoje – bendita prisão
De pratos e caçarolas.
 
Ontem – autor insensato,
Ganhando á custa do vicio...
Hoje – doente sem tato,
Vivendo com sacrifício.
 
Ontem - tirano na praça,
Falava insincero em tudo...
Hoje – mendigo que passa,
Gaguejando, tartamudo.
 
Destino desventura?!...
Nada disso, meu irmão,
Presente mostra o passado,
Bendita a reencarnação!...
 
Livro Orvalho de Luz, psicografia de Chico Xavier

segunda-feira, 20 de novembro de 2017


Estudando o Dinheiro

Não é a autoridade que solapa a elevação da alma. É o abuso do poder.

Não é a inteligência que destila o veneno intelectual. É a maldade com que a  mobilizamos.

Não é o tesouro verbalístico que abre feridas naqueles que nos ouvem. É o modo com que arremessamos o estilete da palavra.

Não é a beleza da forma que gera o fel do desencanto. É a vaidade com que malbaratamos no desequilíbrio.

Assim também não é o dinheiro que nos condena aos processos da angústia. É a nossa maneira de empregá-lo, quando nos esquecemos de facilitar a corrente do progresso, através da ação diligente na fraternidade e do devotamento ao bem, com que nos cabe colaborar no engrandecimento do trabalho e da vida.

O ouro com Jesus é bálsamo na úlcera do enfermo, é gota de leite à criança desvalida, é remédio ao doente, é agasalho aos que tremem de frio, é socorro no lar sitiado pelo infortúnio, é assistência aos braços que suplicam atividade digna, é amparo aos animais e proteção à natureza.

O cofre forte nas garras da sovinice é metal enferrujado, suscitando a penúria, mas um vintém no serviço de Jesus pode converter-se em promissora sementeira de paz e felicidade.

Não amaldiçoes o dinheiro, instrumento passivo em tuas mãos. Faze-o servir contigo, sob a inspiração do Cristo, e todas as tuas possibilidades financeiras serão valiosos talentos em teu caminho, cooperando com teu esforço, na edificação do Reino de Deus.

Mensagem de Emmanuel, do livro Dinheiro, psicografia de Chico Xavier.