quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Somos Espíritos imortais




43. Mediunidade com Jesus - Em sua explanação, Alexandre situava com precisão o dever do trabalhador ante o compromisso. – O problema da glória mediúnica, disse o instrutor, não consiste em ser instrumento de determinadas Inteligências, mas em ser instrumento fiel da Divindade. Para isso é indispensável desenvolver nossos próprios princípios divinos, porquanto sem o Cristo a mediunidade é simples "meio de comunicação" e nada mais, mera possibilidade de informação, como tantas outras, da qual poderão assenhorear-se também os interessados em perturbações. Se as máquinas mais simples da Terra pedem o treinamento prévio do operário, para que o setor de produção não desmereça em qualidade e quantidade, como esperar que a mediunidade sublime se reduza a serviços automáticos, a puras manifestações de mecanismo fisiológico, sem educação e responsabilidade? Alexandre acentuou, em seguida, a importância do preparo individual, sobretudo no campo do sentimento e das aplicações legítimas, para que o médium se converta em agente do bem, e não das trevas. Que dizer dos discípulos que estudam sempre, sem jamais aplicarem? Que dizer dos companheiros portadores de luzes verbais para os outros, que nunca se iluminam a si mesmos? Mediunidade não é disposição da carne transitória e sim expressão do Espírito imortal. Evidentemente, o intercâmbio aprimorado entre os dois planos requer sadias condições do vaso fisiológico, mas o corpo é instrumento elevado nas mãos do artista, que deve ser divino. Se aspiramos ao desenvolvimento superior, abandonemos os planos inferiores. Se pretendemos o intercâmbio com os sábios, cresçamos no conhecimento, valorizemos as experiências, intensifiquemos as luzes do raciocínio! Se, por fim, aguardamos a companhia dos santos, santifiquemo-nos na luta de cada dia, porque as entidades angélicas não ficam insuladas nos júbilos celestes e trabalham também pelo aperfeiçoamento do mundo. Tornemo-nos bondosos. Sem afabilidade e doçura, sem compreensão fraternal e sem atitudes edificantes, não poderemos entender os Espíritos afáveis e amigos, elevados e construtivos. (Cap. 9, págs. 98 a 103)


44. Verbalismo sem obras - Depois de asseverar que a mediunidade não é somente um sexto sentido, nem é dom de privilegiados, mas sim qualidade comum a todos os homens demandando a boa vontade sincera no terreno da elevação, o instrutor Alexandre prosseguiu a sua explanação aludindo ao futuro, em que o serviço dessa natureza pertencerá a todas as criaturas, porque todos nós somos Espíritos imortais. É preciso, pois, intensificar nosso esforço espiritual, renovando as disposições milenárias do pensamento animalizado do mundo, construindo estradas sólidas para a fraternidade legítima, concretizando as obras de elevação dos sentimentos e dos raciocínios das criaturas e formando bases cristãs que santifiquem o curso das relações entre os homens! "Não provoqueis o desenvolvimento prematuro de vossas faculdades psíquicas!" – asseverou Alexandre. "Ver sem compreender ou ouvir sem discernir pode ocasionar desastres vultosos ao coração. Buscai, acima de tudo, progredir na virtude e aprimorar sentimentos. Acentuai o próprio equilíbrio e o Senhor vos abrirá a porta dos novos conhecimentos!". É preciso, enfatizou o palestrante, desligar-nos do excessivo verbalismo sem obras! Não apenas das obras do bem exteriorizadas no plano físico, mas, particularmente, das construções silenciosas da renúncia, do trabalho de cada dia no entendimento de Jesus-Cristo, da paciência, da esperança, do perdão, que se efetuam portas a dentro da alma, no grande país de nossas experiências interiores! Em todos os labores terrestres, transformemo-nos na Vontade de Nosso Pai e, nos serviços da fé, não queiramos fazer baixar até nós os Espíritos superiores, mas aprendamos a subir até eles, conscientes de que os caminhos de intercâmbio são os mesmos para todos e que mais vale elevar o coração para receber o infinito bem, que exigir o sacrifício dos benfeitores! Jamais permitamos que o egoísmo e a vaidade, os apetites inferiores e as tiranias do "eu" nos empanem a faculdade de refletir a Divina Luz. Coloquemos as expressões fenomênicas dos nossos trabalhos em segundo plano, lembrando sempre de que o Espírito é tudo! (Cap. 9, págs. 104 a 106)

MISSIONÁRIOS DA LUZ
André Luiz
Obra psicografada por Francisco Cândido Xavier
 


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A SURPRESA DO CRENTE




Chico Xavier autografando.

A SURPRESA DO CRENTE
O devoto feliz experimentava a doce comoção do espetáculo celeste. Mais que a perspectiva do plano divino, porém, via, extasiado, o Senhor à frente dele.
Chorava, ébrio de júbilo. Sim, era o Mestre que se erguia, ali, inundando-lhe o espírito de
alegria e de luz.
Sentia-se compensado de todos os tormentos da vida humana. Esquecera espinhos e
pedras, dificuldades e dores.
Não vivia, agora, o instante supremo da realização? não esperara, impacientemente, aquele
minuto divino? suspirara, muitos anos, por repousar na bem-aventurança. Recolhera-se em
si próprio, no mundo, aguardando aquela hora de imortalidade e beleza. Fugira aos homens,
renunciara aos mais singelos prazeres, distanciara-se das contradições da existência
terrestre, afastara-se de todos os companheiros de humanidade, que se mantinham
possuídos pela ilusão ou pelo mal. Assombrado com as perturbações sociais de seu tempo e receoso de complicar-se, no domínio das responsabilidades, asilara-se no místico santuário da adoração e aguardara o Senhor que resplandecia glorificado, ali diante dos seus olhos.
Jesus aproximou-se e saudou-o.

Oh! semelhante manifestação de carinho embriagava-o de ventura. Sentia-se mais poderoso e mais feliz que todos os príncipes do mundo, reunidos!...
O Divino Mestre sorriu e perguntou-lhe:
– Dize-me, discípulo querido, onde puseste os ensinamentos que te dei?
O crente levou a destra ao tórax opresso de alegria e respondeu:
– No coração.
– Onde guardaste – tornou o Amigo Sublime – minhas continuadas bênçãos de paz e
misericórdia?
– No coração – retrucou o interpelado.
– E as luzes que acendi, em torno de teus passos?
– Tenho-as no coração – repetiu o devoto, possuído de intenso júbilo.
O Mestre silenciou por instantes e indagou novamente:
– E os dons que te ministrei?
– Permanecem comigo – informou o aprendiz –, no recôndito da alma.
Silenciou o Cristo e, depois de longo intervalo, inquiriu, ainda:
– Ouve! onde arquivaste a fé, as dádivas, as oportunidades de santificação, as esperanças e os bens infinitos que te foram entregues em meu nome?
Reafirmou o discípulo, reverente e humilde:
– Depositei-os no coração, Senhor!...
A essa altura, interrompeu-se o diálogo comovente. Jesus calou-se num véu de melancolia
sublime, que lhe transparecia do rosto.
O devoto perdeu a expressão de beatitude inicial e, reparando que o Mestre se mantinha em silêncio, indagou :
– Benfeitor Divino, poderei doravante abrigar-me na paz inalterável de tua graça? já que fiz o depósito sagrado de tuas bênçãos em meu coração, gozarei o descanso eterno em teu
jardim de infinito amor?
O Mestre meneou tristemente a cabeça e redargüiu:
– Ainda não!... o trabalho é a única ferramenta que pode construir o palácio do repouso
legítimo. Por enquanto, serias aqui um poço admirável e valioso pelo conteúdo, mas
incomunicável e inútil... Volta, pois, à Terra! Convive com os bons e os maus, justos e
injustos, ignorantes e sábios, ricos e pobres, distribuindo os bens que represaste! Regressa,
meu amigo, regressa ao mundo de onde vieste e passa todos os tesouros que guardaste no
santuário do coração para a oficina de tuas mãos!...
Nesse momento, o devoto, em lágrimas, notou que o Senhor se lhe subtraía ao olhar
angustiado.
Antes, porém, observou que o Cristo, embora estivesse totalmente nimbado de intensa luz,
trazia nas mãos formosas e compassivas os profundos sinais dos cravos da cruz.

Livro PONTOS E CONTOS
Pelo Espírito
Irmão X

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Os benfeitores espirituais



132. Algemas seculares - No trato da obsessão, os encarnados observam somente uma face da questão: o afastamento do obsessor. Mas, como rebentar, de um instante para outro, algemas seculares, forjadas nos compromissos recíprocos da vida em comum? como separar seres que se agarram um ao outro, ansiosamente? Efetivamente, não faltam, embora raros, os casos de libertação quase instantânea. É que, nesses casos, pode ter chegado ao fim o laborioso processo redentor. De qualquer modo, o trabalho de assistência será sempre frutífero, e não podemos fugir ao nosso dever de assistência fraterna ao ignorante e sofredor, compreendendo, porém, que a construção do amor é também obra do tempo: nenhuma palavra, nenhum gesto ou pensamento, nos serviços do bem, permanece perdido. A tarefa é de sementeira, de cuidado, persistência e vigilância. Não se quebram grilhões de muitos séculos num instante, nem se edifica uma cidade num dia. É indispensável desgastar as algemas do mal, com perseverança, e praticar o bem, com ânimo evangélico. Ouvindo isto, André indagou se o desequilíbrio da mente poderia acarretar a enfermidade do físico. Alexandre disse que sim. As intoxicações da alma determinam as moléstias do corpo; o desequilíbrio da mente pode determinar a perturbação geral das células orgânicas. (Cap. 18, pp. 312 a 315)
137. O socorro espiritual está em toda a parte - O instrutor Anacleto, que chefiava o
serviço dos passes, pediu a André que observasse o coração, principalmente a válvula mitral, de uma senhora postada à mesa. Havia na região indicada uma tenuíssima nuvem negra, que cobria grande parte dela e atingia ainda a válvula aórtica, além de lançar filamentos quase imperceptíveis sobre o nódulo sino-auricular. Explicação de Anacleto: assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais. Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta paixões que a desarmonizam com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as emissões mentais daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de desequilíbrio. Às vezes, semelhantes absorções constituem simples fenômenos sem maior importância; todavia, em muitos casos, são suscetíveis de ocasionar perigosos desastres orgânicos, o que se dá mormente quando os interessados não têm vida de oração, cuja influência benéfica pode anular inúmeros males. Aquela senhora tivera, na manhã daquele dia, sérios atritos com o esposo, entrando em grave posição de desarmonia íntima. A pequenina nuvem que lhe cercava o órgão vital representava matéria mental fulminatória e sua permanência poderia ocasionar-lhe perigosa enfermidade. Anacleto atuou por imposição de mãos. Sua destra emitia sublimes jatos de luz que se dirigiam ao coração da senhora: os raios de luminosa vitalidade eram impulsionados pela força inteligente e consciente do emissor. Assediada pelos princípios magnéticos, a reduzida porção de matéria negra, que envolvia a válvula mitral, deslocou-se vagarosamente e, como se fora atraída pela vigorosa vontade de Anacleto, veio aos tecidos da superfície, espraiando-se sob a mão irradiante, ao longo da epiderme. Em poucos instantes, o organismo da enferma voltou à normalidade. O instrutor, em seguida, esclareceu que há legiões de trabalhadores especialistas no passe magnético amparando as criaturas nas instituições religiosas de todos os matizes, porquanto o homem que vive mentalmente, visceralmente, a religião que lhe ensina a senda do bem, está em atividade intensa e renovadora, recebendo, por isto mesmo, as mais fortes contribuições de amparo espiritual, porquanto abre a porta viva da alma para o socorro de Mais Alto, através da oração e da posição ativa de confiança em Deus. Assim, se aquela senhora, porque procurava a verdade, cheia de sincera confiança em Jesus, estivesse orando numa igreja católica romana ou num templo budista, receberia o socorro espiritual, por intermédio desse ou daquele grupo de trabalhadores do Cristo. Naturalmente – acrescentou Anacleto – no seio de uma organização espiritista, indene das sombras do preconceito e do dogmatismo, o concurso fraternal pode ser mais eficiente, mais puro e as possibilidades de aproveitamento mais vastas. Mas, os benfeitores espirituais transitam em toda parte onde existam solicitações da fé sincera. (Cap. 19, pp. 325 a 327)

Do livro MISSIONÁRIOS DA LUZ
André Luiz
Obra psicografada por Francisco Cândido Xavier
 

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A MEADA


Casimiro e Dequinha se divertem em companhia de Antonio e Desterro

A MEADA

- A conversação entre as duas jovens senhoras se desenvolvia no ônibus.
- Você não pode imaginar o meu amor por ele...
- Não posso concordar com você.
- Decerto que não me entende.
- Mas, Dulce, você chega a querer o Dionísio, tanto quanto ao marido?
- Não tanto, mas não consigo passar sem os dois.
- Meu Deus! Isso é coisa de casal sem filhos!...
- É possível...
- Você não acha isso estranho, inadmissível?
- Acho natural.
- Noto você demasiadamente apegada, não é justo...
- Sei que você não me compreende...
- Simplesmente não concordo.
- Mas Dionísio...
- Isso é uma psicose...
Dona Dulce e a amiga, no entanto, ignoravam que Dona Lequinha, vizinha de ambas, sentara-se perto e estava de ouvido atento, sem perder palavra.
De parada em parada. Cada uma volveu ao lar suburbano, mas Dona Lequinha, ao chegar em casa, começou a fantasiar... Bem que notara Dona Dulce acompanhada por um moço ao tomar o elétrico, aliás, pessoa de cativante presença. Recordava-lhe as palavras derradeiras: “vá tranqüila, amanhã telefonarei...”
Cabeça quente, vasculhando novidades no ar, aguardou o esposo, colega de serviço do marido de Dona Dulce, e tão logo à mesa, a sós com ele para o jantar, surgiu novo diálogo:
- Você não imagina o que vi hoje...
- Diga, mulher...
- Dona Dulce, calcule você!... Dona Dulce, que sempre nos pareceu uma santa, está de aventuras...
- O quê?!...
- Vi com meus olhos... Um rapazão a seguia mostrando gestos de apaixonado e, por fim, no ônibus, ela própria se confessou a Dona Cecília... Chegou a dizer que não consegue viver sem o marido e sem o outro... Uma calamidade!...
- Ah! mas isso não fica assim, não! Júlio é meu colega e Júlio vai saber!...
A conversa transitou através de comentários escusos e, no dia imediato, pela manhã, na oficina, o amigo ouve do amigo o desabafo em tom sigiloso:
- Júlio, você me entende... somos companheiros e não posso enganá-lo... O que vou dizer representa um sacrifício para mim, mas falo para seu bem... Seu nome é limpo demais para ser desrespeitado, como estou vendo... Não posso ficar calado por mais tempo...
Sua mulher...
E o esposo escutou a denúncia, longamente cochichada, qual se lhe enterrassem afiada lâmina no peito.
Agradeceu, pálido...
Em seguida, pediu licença ao chefe para ir a casa, alegando um pretexto qualquer. No fundo, porém, ansiava por um entendimento com a esposa, aconselhá-la, saber o que havia de certo.
Deixou o serviço, no rumo do lar e, aí chegando, penetrou a sala, agoniado...
Estacou, de improviso.
A companheira falava, despreocupamente, ao telefone, no quarto de dormir: “Ah! sim!...”,
“Não há problema”, “Hoje mesmo”. “Às três horas”... “Meu marido não pode saber...”.
Júlio retrocedeu, à maneira de cão espantado. Sob enorme excitação, tornou à rua. Logo após, notificou na oficina que se achava doente e pretendia medicar-se. Retornou a casa e tentou o almoço, em companhia da mulher que, em vão, procurou fazê-lo sorrir.
Acabrunhado, voltou a perambular pelas vias públicas e, poucos minutos depois das três da tarde, entrou sutilmente no lar... Aflito, mentalmente descontrolado, entreabriu devagarinho a porta do quarto e viu, agora positivamente aterrado, um rapaz em mangas de camisa, a inclinar-se sobre o seu próprio leito. De imaginação envenenada, concebeu a pior interpretação...
O pobre operário recusou em delírio e, à noite, foi encontrado morto num pequeno galpão dos fundos. Enforcara-se em desespero...
Só então, ao choro de Dona Dulce, o mexerico foi destrinçado.
Dionísio era apenas o belo gatinho angorá que a desolada senhora criava com estimação imensa; o moço que a seguira até o ônibus era o veterinário, a cujos cuidados profissionais confiara ela o animal doente; o telefonema era baseado na encomenda que Dona Dulce fizera de um colchão de molas, ao gosto moderno, para uma afetuosa surpresa ao marido, e o rapaz que se achava no aposento íntimo do casal era, nem mais nem menos, o empregado da casa de móveis que viera ajustar o colchão referido ao leito de grandes proporções.
A tragédia, porém, estava consumada e Dona Lequinha, diante do suicida exposto à visitação, comentou, baixinho, para a amiga de lado:
- Que homem precipitado!... Morrer por uma bobagem! A gente fala certas coisas, só por falar!...
Livro Estante da Vida
Irmão X
(meada)
sf.
Fig. Trama, embrulhada, confusão: Viu-se envolvido em complexa meada.
 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pragas


Cairbar Schutel

Capítulo XVI Do livro Interpretação Sintética do Apocalipse   1918
As sete últimas pragas

Autor: Cairbar Schutel

PRAGAS


Não queremos fechar este capítulo sem dizer alguma cousa sobre as chamadas PRAGAS DE DEUS.

Era crença antiga, que todo o mal que sobrevinha aos homens, era mandado por Deus, como castigo da sua desobediência.

Mas o mal vinha e vem para todos, e tanto os bons como os maus sofrem as suas conseqüências; uns sofrem mais, outros sofrem menos.

As religiões dogmáticas, como o Romanismo e o Protestantismo, que interpretam o Evangelho e as Escrituras à letra, estão subordinadas, ainda, a esse "deus" mau, vingativo, cruel, e, por isso, afirmam que Deus é quem manda as pragas massacrar os homens.

Para nós espíritas, que encontramos nos Ensinos Evangélicos o ESPÍRITO QUE VIVIFICA, as Escrituras comportam interpretação muito diferente das que conceberam os padres romanos e protestantes.

Deus não pode fazer o mal, porque, se assim fosse, o seu reino, estaria destruído. Quando os fariseus disseram que Jesus agia pelo espírito do mal, o Mestre respondeu: "Todo reino dividido contra si mesmo não pode subsistir". E demais, como é possível exterminar um mal com outro mal?

O fato, porém, é que o Apocalipse diz que as "PRAGAS SÃO MANDADAS POR DEUS". E as pragas são as tempestades, os raios, os terremotos, a seca, etc... Já dissemos que a evolução do Planeta traz como conseqüência uma revolução, quer na sua crosta, quer no seu centro, quer nas suas camadas atmosféricas; e as revoluções não se fazem sem dores. Entretanto, o homem poderia perfeitamente se livrar dessas dores se, usando bem da liberdade que o Criador lhe facultou, aplicasse a sua inteligência trabalhando para remover esses males, ou aparelhando-se a fim de os enfrentar sem perigo para a sua saúde e para a sua vida.

Assim como levaram anos e anos inventando máquinas de guerra, organizando planos sinistros, em que só cogitavam do mal, por que não trabalharam para preservar a saúde e a própria vida e dos seus semelhantes? Assim como descobriram o pára-raios, que livra uma casa ou edifício da faísca elétrica, não poderiam também descobrir isoladores de fenômenos sísmicos? Nós temos, por exemplo, o sismógrafo, que é um aparelho que registra a hora, a duração e a amplitude dos fenômenos sísmicos. Não poderíamos ter um outro aparelho para reduzir essa amplitude?

Não poderíamos mesmo prever o momento em que se deveria dar um desses fenômenos, como o astrônomo vê antecipadamente um eclipse, e fazermos sair da cidade ou da povoação ameaçada, as pessoas que aí morassem, para não sofrerem as suas conseqüências?

A mesma coisa se dá com a peste que, com muito trabalho e cautelas higiênicas, pode ser evitada perfeitamente, assim como se podem amenizar as conseqüências da seca, etc., etc... Diz o Antigo Testamento que, no reinado de Faraó, houve sete anos de fartura e sete anos de miséria, de seca, que absorveu todas as colheitas. Nomeado, porém, José, filho de Jacó, vice-rei do Egito, fez largas previsões para os anos de carestia e o povo foi remediado nas suas necessidades.

Tanto "vice-rei" temos nós na Terra, assim como temos tantos Faraós, e nenhum se lembrou de chamar um novo José para remediar as necessidades do povo e precavê-lo da futura crise que terrivelmente o ameaça!

É mais fácil dizer que "é castigo de Deus", é mais fácil blasfemar, negar a Divindade do que se submeter à sua santa vontade, que é sempre boa e vem ao encontro de nossas necessidades.

Dirá o leitor que os nossos projetos seriam irrealizáveis, por ser impossível descobrir os meios de pô-los em prática. E nós responderemos com o Doutor Pinheiro Guedes: "O impossível está sempre diante da fraqueza humana. Mas quantos impossíveis o homem de gênio tem vencido?! Que é a vida senão uma luta sem tréguas contra o impossível?!

"A vida é impossível sem o fogo; e a criatura humana descobre o meio de produzir o fogo. Era impossível transpor os mares; o homem venceu os mares. Quantos impossíveis se erguem ante o homem, são outras tantas batalhas a vencer. O progresso representa uma série de vitórias incruentas; a civilização, os despojos opimos. A ciência, as artes, as indústrias são conquistas, representam assinalados triunfos do espírito humano".

E que será mais fácil: provisões para sustentar uma guerra 4 anos, ou provisões para dar que comer a um povo, que ainda trabalha, por espaço de 4 anos? Será mais fácil fazer um vapor que ande no fundo do mar, ou reservatórios que guardem a água esterilizada para matar a sede de um povo?

Não, não digam, apegando-se à letra e desprezando o espírito, que Deus é quem mandou as PRAGAS, porque praguento é o homem que usa mal da sua liberdade, e não Deus que nos dá luz e inteligência para evitarmos o mal e gozarmos os frutos do bem que fizemos.

O que Deus faz, estatuindo suas leis, sábias e imutáveis, de toda a eternidade, é deixar que os homens, no uso de seu livre arbítrio, atraiam sobre si as reações naturais, tanto do bem como do mal. Os anjos representam, figuradamente, a ação viva e inteligente da Lei, de que são os executores, em todas as ordens da criação, não como instrumentos vingativos de um Deus pessoal, mas como vigilantes auxiliares do Ser Infinito, a fim de que "cada um receba conforme suas obras", e sempre, amorosamente, para experiência e retorno dos culpados, ou para estímulo e recompensa aos justos.

Felizes serão os que sofreram com paciência e resignação, "porque novas terras e novos céus, onde habita a justiça, ser-lhes-ão dados por herança.


 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mensagem de Conforto


Walter e Laurita, exemplos de virtude, a seguir.

Mensagem de Conforto
Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar.

Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.

Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja. Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de idéias.

Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.

Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.

Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.

Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.

Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.

Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.
André Luiz

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

DEUS E A REENCARNAÇÃO

Merlânio Maia

DEUS E A REENCARNAÇÃO
Merlânio Maia

Ah! Mistérios!... Ah! Mistérios!...
Quantas dores neste mundo!
Desde o berço ao cemitério
Traduz-se vil e infecundo
E o homem gritando aos céus
Pergunta em vão: - Por que Deus?
No exercício da razão
Onde a justiça na vida?
Por que a dor descabida?
Eis a divina equação

Se Deus é Bom e é perfeito
E é Todo onipotente
Por que ao mal não dá jeito,
Será que Deus vive ausente?
Ou não tem poder assim
Ou não quer do mal o fim?
Se ao mal não elimina,
Seremos obras do acaso?
Se Deus ainda faz caso
Onde a Justiça Divina?

Como entender que o perverso
O cruel, o enganador,
Que semeia no universo
Grito, sofrimento e dor
Tenha uma vida tranquila
Quando trama e aniquila
Dos mais pobres a esperança
E o usurário, o egoísta,
O criminoso estadista
Vive e morre na abastança?

Por outro lado o pequeno
O pobre que não tem paz
Trabalha de sol a sol
Sem nenhum conforto a mais
E a criança doente,
De enfermidade potente?
E outra que vem mutilada?
Onde, meu Deus, a justiça?
Que iniquidade enfermiça
Da tragédia desgraçada?

Mas Deus, Senhor amoroso,
Desde toda criação
Mostra-se um Pai bondoso
Que nos resolve a questão
Sua fórmula matemática
É perfeita, plena, prática,
Em todos os atos seus
E indica a REENCARNAÇÃO
Sua eterna solução
Eis a justiça de Deus

Pois que a reencarnação
É o perdão ilimitado
A vera reeducação
Para aquele desgraçado
Criminoso. E quem voltou
Mutilado, mutilou!
O enfermo, faltou com o Bem,
Na miséria, o milionário
Esbanjador, usurário,
Faltou com o amor também!

É impossível crer em Deus
Sem a reencarnação!
Sem esta os atos seus
Seriam a torpe versão
De um deus mesquinho e cruel
Criador de inferno e céu
Destruidor mais voraz
Sádico, cheio de maldade...
Inferior a humanidade
Que o homem seria mais

Impossível é aceitar
Deus sem reencarnação
Seria um deus sem amar
Seria um deus de ilusão
Mas com a palingenesia
A humanidade estagia
Numa educação constante
De uma justiça divina
Que ampara, instrui e ilumina,
Para o progresso radiante!


Deus é o Pai onipotente
Que cria e embeleza a vida
É o amor onipresente
É a verdade incontida
Imanência e transcendência
É a própria onisciência
Pelos Universos seus
É o progresso, é a perfeição!
Pois sem a reencarnação
Não há justiça, nem Deus!
Merlânio Maia feliz com Jesus. 


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Sinal Espírita


Sinal Espírita
Quando a pessoa entrou no Espiritismo, é fácil verificar: basta perquirir um fichário ou escutar uma indicação. Entretanto, a fim de positivar se o Espiritismo entrou na pessoa, é indispensável que a própria criatura faça menção disso, através de manifestações evidentes.
Vejamos dez das inequívocas expressões do sinal espírita na individualidade, que sempre se representa pelo designativo "mais", nos domínios do bem:
mais serviço espontâneo e desinteressado aos semelhantes;
mais empenho no estudo;
mais noção de responsabilidade;
mais zelo na obrigação;
mais respeito pelos problemas dos outros;
mais devotamento à verdade;
mais cultivo de compaixão;
mais equilíbrio nas atitudes;
mais brandura na conversa;
mais exercício de paciência.
Ser espírita de nome, perante o mundo, decerto que já significa trazer legenda honrosa e encorajadora na personalidade, mas, para que a criatura seja espírita, à frente dos Bons Espíritos, é necessário apresentar o sinal espírita da renovação interior, que, ante a Vida Maior, tem a importância que se confere na Terra às prerrogativas de um passaporte ou ao valor de uma certidão.
Albino Teixeira

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Atitudes de Urgência



A gentileza, a palavra amiga e o carinho cativam Vó Raimunda,
 onde admirada observa a mão amiga que lhe afaga.

Atitudes de Urgência
Em favor da paz em ti e em torno de ti, não te esqueças das atitudes de urgência.

Cultiva a fé em Deus para que não te falte a tranqüilidade de espírito.

Age sempre, buscando servir.

Lembra-te de que outros farão a ti o que fizeres dos outros e com os outros.

Espalha o bem que puderes, onde puderes e quanto puderes.

Não cobres tributos de gratidão.

Abstém-te de procurar defeitos no próximo, recordando que todos nós - os espíritos ainda vinculados à evolução da Terra - temos ainda o lado escuro do próprio ser por iluminar.

Evita o ressentimento para que o ódio não se te faça veneno na vida e no coração.

Esquece as ofensas, incondicionalmente, na certeza de que as agressões pertencem aos agressores.

Já que nem sempre será possível viver sem adversários, não olvides o respeito que lhes é devido.

Se erraste, apressa-te a corrigir-te.

Na hipótese de haveres ferido a alguém, solicita desculpa a quem prejudicaste, reparando essa ou aquela falta cometida.
Cumpre o dever a que te empenhaste.

Não descarregues em ombros alheio as obrigações que te competem.

Guarda fidelidade aos compromissos assumidos para que os teus companheiros se te mantenham fiéis.

Não acredites em facilidades sem preço.

Conserva correção nas tarefas pequenas, para que essa mesma correção não se te faça pesada nas grandes tarefas.

Nos instantes de crise, não te suponhas a única pessoa em provação sobre a Terra para que a tua dor não se converta em perturbação.

Trabalha sempre e sê útil, sem transitar nos labirintos do tempo perdido, ainda mesmo quando te reconheças sem a necessidade de trabalhar.

Usa criteriosamente a vida e os bens da vida, reconhecendo que tudo pertence a Deus que, por amor, te empresta semelhantes recursos e a Quem, no momento oportuno, tudo precisarás restituir. Nessas diretrizes, seguiremos tranqüilos, estrada adiante, e, conquanto as imperfeições de que ainda sejamos portadores, estaremos, com a Bênção de Deus, na condição de obreiros da paz.
Emmanuel
 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Os pecados capitais, as tentações e nós



Os pecados capitais, as tentações e nós




INTRODUÇÃO


1) As tentações no mundo são inegáveis. Miguel Vives dedicou ao assunto todo um capítulo (cap. IX) de seu livro "O Tesouro dos Espíritas", traduzido por J. Herculano Pires e publicado pela Edicel.


2) A Bíblia faz referência a várias delas:


* A tentação de Eva, no Paraíso, narrada em Gênesis, 3:1 a 24.

* As tentações de Satanás sobre Jesus (Lucas 4:3).

* O Eclesiástico trata do tema nos capítulos 2, 33 e 34 e até nos dá uma receita para rechaçá-la.

* A expressão contida na oração dominical: "não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal".

* A advertência feita por Tiago em sua notável epístola (1:14).

* A recomendação de Jesus sobre a necessidade de vigiar e orar, para não cairmos em tentação.


3) O Espiritismo trata do assunto em três questões sucessivas, contidas n' O Livro dos Espíritos:


LE 122:

"O livre arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Ele não teria mais liberdade se a escolha fosse determinada por uma causa independente da sua vontade. A causa está (...) nas influências a que cede em virtude de sua vontade livre. E' a grande figura da queda do homem e do pecado original; alguns cederam à tentação, outros lhe resistiram."


LE 122-A:

De onde provêm as influências que se exercem sobre ele? -- "Dos Espíritos imperfeitos, que procuram se aproximar para dominá-lo, e que se alegram em fazê-lo sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás."


LE 122-B:

Esta influência não se exerce sobre o Espírito senão em sua origem? -- "Ela o segue na sua vida de Espírito, até que tenha tanto império sobre si mesmo, que os maus desistam de obsidiá-lo."


4) Mas não é somente aí que "O Livro dos Espíritos" se refere ao assunto. A obra principal do Espiritismo fere o tema em 27 oportunidades diferentes, como se pode ver nas questões seguintes:

459, 460, 461, 465, 466, 467, 468, 469, 472, 497, 498, 511, 525, 567, 644, 645, 660, 671, 720 "a", 753, 845, 851, 872 (1o parágrafo), 909, 971, 971 "a" e 972.


5) Emmanuel reporta-se ao assunto em dois de seus livros: "Religião dos Espíritos" (cap. 88) e "Caminho, Verdade e Vida" (cap. 129).


6) André Luiz o examina diretamente em três obras bastante conhecidas: "Nos Domínios da Mediunidade" (cap. 16), "Ação e Reação" (cap. 7, 14 e 18) e "Sexo e Destino" (cap. VI)


Desenvolvimento


7) A tese espírita é de que ninguém na Terra é perfeito, logo estamos todos sujeitos às tentações, que nos acompanham pela vida a fora, consoante dito claramente na questão 122-B d' O Livro dos Espíritos. O Eclesiástico diz o porquê disto. (Ver NOTA F, item 7.)


8) Miguel Vives (desencarnado em 1906 em Tarrasa, província de Barcelona) esmiúça o assunto no cap. IX do livro "O Tesouro dos Espíritas", a que nos referimos. Diz Miguel Vives:


* Assim como existem as intempéries do tempo e do clima (frio, calor, poluição etc.), existem as intempéries morais e o homem necessita compenetrar-se de que ninguém neste mundo está imune a elas.


* As tentações podem ser de ordem física ou moral:

Ordem física
: sensualidade, extravagâncias, vícios, descanso indevido.

Ordem moral
: vingança, críticas maldosas, paixões exageradas, repulsa por certas pessoas.


9) Emmanuel, examinando o assunto no cap. 88 de "Religião dos Espíritos", assevera: "Somos tentados nas nossas imperfeições".


10) O Apóstolo Tiago adverte (1:14): "... cada um é tentado quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência", assertiva que mereceu de Emmanuel a seguinte análise (CVV, cap. CXXIX): "Examinemos particularmente ambos os substantivos tentação e concupiscência. O primeiro exterioriza o segundo, que constitui o fundo viciado e perverso da natureza humana primitivista. Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração".


11) André Luiz confirma esse entendimento, no cap. 18 do livro "Ação e Reação": "... a tentação é sempre uma sombra a atormentar-nos a vida, de dentro para fora. A junção de nossas almas com os poderes infernais verifica-se em relação com o inferno que já trazemos dentro de nós".


12) No livro "Nos Domínios da Mediunidade" (cap. 16, pág. 156), O mentor Áulus nos fala das causas por que muitos trabalhadores da seara espírita fracassam, ao darem ouvidos a elementos corruptores que os visitam pelas brechas da invigilância. (Ver NOTA B.)


13) E André Luiz, em "Ação e Reação" (cap. 7) explica-nos como nascem e se nutrem as tentações, assunto que desenvolveria mais tarde em "Sexo e Destino" (cap. VI). (Ver NOTA A e NOTA E, itens 5 e 6.)


CONCLUSÃO


14) Somos imperfeitos; logo, como não é possível, devido ao nosso estado de inferioridade, evitar a tentação, importa-nos não cair na rede. E' como diz Richard Simonetti: Encontramo-nos em meio a um temporal, e precisamos de um bom guarda-chuva.


15) Emmanuel, em "Religião dos Espíritos", obra já citada, lembra-nos que toda tentação é um teste renovador e, para vencer nesse teste, a fórmula é esquecer o mal e fazer o bem.


16) André Luiz registra, no livro "Ação e Reação" (cap. 14), importante advertência que o Assistente Silas faz em torno do assunto, a que voltaria depois em "Sexo e Destino" (cap. VI). (Ver NOTA D e NOTA E, item 7.)


17) O Eclesiástico, em se reportando à tentação, nos dá uma receita para rechaçá-la. (Ver NOTA C e NOTA F, item 5.)


18) "Vigiai e orai" é a receita indicada pelo Mestre dos Mestres.


19) Padre Germano, no cap. 22 da extraordinária obra "Memórias do Padre Germano", dá-nos a respeito um conselho precioso ao lembrar a volta de sua mãe à aldeia humilde em que ele era o pároco. Ela retornara depois de muitos anos. Doente e esquálida, confessou-lhe haver enjeitado todos os 10 filhos que tivera, e os via então, a todos eles, a converter-se em répteis... Passado, porém, o primeiro momento de calma, ela tornou a cometer, na vila, uma série de desatinos. Germano, cedendo à influência de obsessores, a expulsou da Igreja, mas seu remorso foi horrível. Recomenda-nos então o amorável padre: "Permanecei de sobreaviso; perguntai continuamente se o que pensais hoje está de acordo com o que ontem pensáveis". Eis uma forma prática de exercer a vigilância referida por Jesus.


20) A Igreja, ao relacionar o que ela considera os 7 pecados capitais da criatura humana, deu-nos também a receita para podermos neutralizá-los e combatê-los, sem imaginar, por certo, que todos eles podem tornar-se fatores atrativos da influência dos maus Espíritos, mas as virtudes que lhes são opostas constituem excelente preservativo:


soberba(orgulho,altivez,arrogância) x humildade
avareza x generosidade
luxúria(sensualidade,libertinagem) x castidade
ira x paciência
preguiça x disposição
gula x comedimento
inveja x caridade

21) Kardec adita a tudo isso a lição contida na questão 469 d' O Livro dos Espíritos:


LE 469
:

Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos? R.: "Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: Senhor, não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal."


22) Os Espíritos são bastante claros com relação ao tema: A influência negativa segue a vida do Espírito, até que este "tenha tanto império sobre si mesmo, que os maus desistam de obsidiá-lo" (LE, 122-B). Ora, é a prática do bem e a sintonia com o Pai que estabelecem um novo padrão vibratório, colocando a criatura humana, por sua elevação moral, a salvo de quaisquer influências negativas.


23) Miguel Vives, aludindo a uma conhecida fábula, assevera: "Quando resistimos à tentação, ela é a formiga do leão; mas quando nos entregamos, ela é o leão da formiga". E então propõe-nos: "Sejamos sempre o leão, e a tentação, a formiga, que nada teremos a temer".


 

 

 

 

Londrina, 27-7-96.

Astolfo O. de Oliveira Filho

(Fonte: Oconsolador.com.br)