terça-feira, 28 de fevereiro de 2017


 

CAMINHA

 

 

A tarefa com Jesus é semelhante a grande caminhada.

*

Em plena marcha, compreenderás que o serviço do bem não te permite o luxo do repouso desnecessário.

*

Os apelos para que te interrompas surgem, habitualmente, de muitos modos.

*

É o cântico das sereias da antiga imagem literária, induzindo-te a distrações, que te imobilizem no esquecimento.

*

É a lamentosa alegação de cassandras do pessimismo, inventando fadigas que não sentes, tentando paralizar-te.

*

São companheiros que se envolvem na trama de intrigas e melindres a te requisitarem para o desequilíbrio.

*

São amigos que te deixam a sós, receando perder as vantagens que os vinculam a paixões possessivas.

*

Ouve a consciência que te impele ao dever e não te perturbes.

*

Seja qual for o convite que te façam para que te detenhas no campo cinzento da inércia, não te prendas a semelhante domínio da sombra.

*

Serve e caminha.

 

CONVIVÊNCIA

 

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

EMMANUEL

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017


O Melhor

 

Muitos sonhos nutriste

Que não se realizaram.

Pediste aos Céus a paz

E tivestes mais lutas.

 

Rogavas a abastança

E a carência te segue.

Achaste o Grande Amor

Em rude desencontro.

 

Seja qual for a prova

Não chores. Agradece.

Não duvides da Lei.

Deus faz sempre o melhor.

 

Provas

 

Aceita os instrumentos

Das provas que te apuram.

Toda renovação

Traz a dor aonde surja.

 

Que seria da pedra

Sem toques de martelo?

Sem massacres do trigo.

Não teríamos pão.

 

Nos teus dias de crise.

Sofre com paciência.

Tolerância nas provas

É degrau para Deus.

 

 

Sentenciados

 

Os irmãos reeducandos, refugiados nas penitenciárias, efetivamente não se encontram sozinhos.

Retidos em prisões sem grades, em quase todos os lugares da Terra, surpreendemos sentenciados diversos, dentre os quais salientamos:

Os presidiários das tribulações longas e dolorosas;

Os réus do remorso, que gemem sob o peso de culpas que ocultam inconfessadas, no imo da consciência:

Os detentos da rebeldia, que nunca se satisfazem com os recursos que a vida lhes coloca nas mãos:

Os prisioneiros do sofrimento nas trevas da inconformação, que se recusam a sair do labirinto de negação em que se escondem, fugindo à luz da consolação;

Os irmãos que choram e, ao mesmo tempo, se encarceram em lamentações sem proveito, na teimosia e no desespero, repelindo a terapêutica do perdão e do trabalho que se lhes faria estrada libertadora;

Os encadeados da angústia que se levantam contra os espinhos das grandes provações, suscetíveis de reconduzi-los ao equilíbrio e à paz de que se reconhecem distantes;

Ainda mesmo perante os irmãos considerados delinquentes, abstém-se de condenar.

Todos nós, espíritos endividados ante as Leis de Deus, se abrirmos o próprio íntimo, diante de companheiros que se empenham a conhecer-nos, ei-los a soletrarem esta frase com as nossas próprias lágrimas, no portal de entrada de nosso coração: “Compadece-te de mim”.

 

Silêncio e Prece

 

Se algo te aflige a vida.

Não desesperes. Pensa.

Olha a terra alagada

Prometendo a colheita.

 

Fita as nuvens imensas.

Desfazendo-se em chuva.

Quanto mal de outro tempo

Fez-se a bênção de hoje?

 

Se alguma dor te fere,

Faze silêncio e ora.

Na sombra que te cerca.

Deus fará nova luz.

 

Vencer

 

Resguarda a consciência

Sempre limpa de culpas.

Ante as provas da vida,

Não esmoreças, nunca.

 

Se vieste a cair,

Ergue te e recomeça.

Cultiva no trabalho

A bênção de teu pão.

 

Lembra a regra da paz:

Ama e perdoa sempre.

Estende o bem a todos

E vencerás com Deus.

 

extraído do livro “O ESSENCIAL”

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

EMMANUEL

domingo, 26 de fevereiro de 2017


SAÚDE

 

A saúde é assim como a posição de uma residência que denuncia as condições do morador, ou de um instrumento que reproduz em si o zelo ou a desídia das mãos que o manejam.

A falta cometida opera em nossa mente um estado de perturbação, ao qual não se reúnem simplesmente as forças desvairadas de nosso arrependimento, mas também as ondas de pesar e acusação da vítima e de quantos se lhe associam ao sentimento, instaurando desarmonias de vastas proporções nos centros da alma, a percutirem sobre a nossa própria instrumentação.

Semelhante descontrole apresenta graus diferentes, provocando lesões funcionais diversas.

A cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança criam zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência.

É assim que, muitas vezes, a tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem como fenômenos secundários, residindo a causa primária no desequilíbrio dos reflexos da vida interior.

Todos os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação.

Por outro lado, importa reconhecer que o relaxamento da nutrição constrange o corpo a pesados tributos de sofrimento.

Enquanto encarnados, é natural que as vidas infinitesimais que nos constituem o veículo de existência retratem as substâncias que ingerimos.

Nesse trabalho de permuta constante adquirimos imensa quantidade de bactérias patogênicas que, em se instalando comodamente no mundo celular, podem determinar moléstias infecciosas de variedades caracteres, compelindo-nos a recolher, assim, de volta, os resultados de nossa imprevidência.

Mas não é somente aí, no domínio das causas visíveis, que se originam os processos patológicos multiformes.

Nossas emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.

Os reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos voltam-se sobre nós mesmos, depois de convertidos em ondas mentais, tumultuando o serviço das células nervosas que, instaladas na pele, nas vísceras, na medula e no tronco cerebral, desempenham as mais avançadas funções técnicas;

acentue-se, ainda, que esses reflexos menos felizes, em se derramando sobre o córtex encefálico, produzem alucinações que podem variar da fobia oculta à loucura manifesta, pelas quais os reflexos daqueles companheiros encarnados ou desencarnados, que se nos conjugam ao modo de proceder e de ser, nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de alienação mental, na obsessão comum, ainda mesmo quando no jogo das aparências possamos aparecer como pessoas espiritualmente sadias.

Não nos esqueçamos, assim, de que apenas o sentimento reto pode esboçar o reto pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior, imprimindo no aparelho somático os desvarios e as perturbações que lhe são consequentes.

 

PENSAMENTO E VIDA

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

sábado, 25 de fevereiro de 2017



Meditação

 

 

Quando, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-me: "eu sou aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas."

Quando te julgares incompreendido dos que te circundam e vires que em torno há indiferença, acerca-te de mim: "eu sou a luz, sob cujos raios te aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos!"

Quando se te extinguir o ânimo para arrostares as vicissitudes da vida e te achares na iminência de desfalecer, chama-me: "eu sou a força capaz de remover-te as pedras do caminho e sobreporte às adversidades do mundo!"

Quando inclementemente te açoitarem os vendavais da sorte e se já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim: "eu sou o refúgio em cujo seio encontrarás guarida para teu corpo e tranqüilidade para teu espírito!..."

Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição e te considerares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-me: "eu sou a paciência que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis."

Quando te debateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos, grita por mim: "eu sou o bálsamo que cicatriza as chagas e te minora os padecimentos!"

Quando o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que ninguém pode inspirar-te confiança, vem a mim: "eu sou a sinceridade que sabe corresponder à franqueza de tuas atitudes e à excelsitude de teus ideais!"

Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento, chama por mim: "eu sou a alegria que insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos do teu mundo interior!"

Quando, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela por mim: "eu sou a esperança que te robustece a fé e te acalenta os sonhos!"

Quando a impiedade recusar-se a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me: "eu sou o perdão que te levanta o ânimo e promove a reabilitação do teu espírito!"

Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o ceticismo te avassalar a alma, recorre-te a mim: "eu sou a crença que te inunda de luz e entendimento e te habilita para a conquista da felicidade!"

Quando já não provares a sublimidade de uma afeição terna e sincera e te desiludires do sentimento do teu semelhante, aproxima-te de mim: "eu sou a renúncia que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo!"

E quando, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.

"Chamo-me amor, o remédio para todos os males que te atormentam o espírito! Eu sou Jesus!"

Emmanuel
 
 
 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017


Ensinemos humildade

 

Na propaganda espírita e na extensão do evangelho, é imperioso atender à tarefa básica que nos cabe cumprir.

Ensinaremos humildade com frases oportunas e bem feitas; entretanto, se o orgulho ainda mora conosco, toda a nossa conceituação primorosa é simples ruído ao vento.

Pregaremos o impositivo da fé, mobilizando apontamentos dos grandes instrutores. Todavia, se não revelamos confiança em Deus e em nós mesmos, o próximo necessitado encontrará em nossa intimidade apenas o sermão precioso e vazio.

Encareceremos a obrigação da caridade, como exclusivo recurso na sustentação da harmonia entre as criaturas. No entanto, se o egoísmo se oculta na cidadela de nosso espírito, em vão recorreremos ao socorro da virtude, de vez que a sinceridade não nos clareará o caminho.

Demonstraremos com robusta argumentação o valor do trabalho como fator de progresso, contudo, se confiamos nossa vida à rebeldia e à ociosidade, nossos apelos redundarão em pura inutilidade, porque a ferrugem de nossa existência contagiará quem nos ouve, gerando perturbação e indisciplina.

Somos, assim, em toda parte e em todas as situações, defrontados por uma obra essencial a cuja execução não conseguiremos fugir sem dano grave. Essa obra reside no aprimoramento de nossa própria alma. Somos o problema nevrálgico da salvação terrestre.

Sem nossa elevação pessoal, o lar que nos abriga é incapaz de soerguer-se. E sem a reabilitação de nosso templo doméstico, estará sempre incompleta a recuperação social que pretendemos efetuar com o Cristo.

Acordemos, desse modo, para as exigências da Vida Eterna. Construamos em nós a humildade e o amor, a fé e o serviço.

Ao luzeiro do Evangelho, a Humanidade é a assembleia que estuda e examina, esperando-nos o testemunho renovador.

Peçamos, pois, a cristo, a força precisa para a superação de nossas próprias fraquezas, na convicção de que, aperfeiçoando com sinceridade a nós mesmos, diante do mundo, Jesus, pela redenção do mundo, fará brilhantemente o resto.

Emmanuel

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017


As correntes da vida

 

 

Não nos esqueçamos de que o corpo na terra é o filtro vivo de nossa alma.

Nossos pensamentos expressar-se-ão segundo sentimos, tanto quanto nossos atos serão exteriorizados conforme pensamos.

Todos os processos emocionais de nosso coração atingem o cérebro, de onde se irradiam para o campo das manifestações e das formas.

Sensações e atitudes mais íntimas se mostram, invariavelmente, em nossa vida de relação.

A gula produz a deformidade física.

O orgulho estabelece a neurastenia sistemática.

A vaidade conduz, apressadamente, à loucura.

A cólera dá origem à congestão e à apoplexia.

O ciúme arrebata ao ridículo.

A maldade encontra sempre a casa escura do crime.

A inveja situa o homem na preguiça e na maledicência.

O desânimo alimenta o caruncho da inutilidade.

A ignorância faz a miséria.

A tristeza prolongada deixa na alma o cupim das moléstias indefiníveis.

O vício gera monstruosidades.

Os hábitos deploráveis trazem a antipatia em torno de quantos a eles se afeiçoam.

Emmanuel

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017


 
Milênio segundo
 
Dez séculos são passados...
Bizâncio, empalidecida,
Transfere esplendor e vida
Ao poderio de Otão.
Desde o grande Constantino,
O ocidente, aos tempos novos,
Faz-se assembleia de povos,
Esperando a paz em vão.
 
Há quem sonhe liderança
De nível superior...
Alguém que trouxesse amor
À construção do porvir;
Mas entre os feudos altivos,
Irrompe Henrique Segundo,
Que grita, à face do mundo:
"Conquistar ou destruir..."
 
O milênio começava,
Tendo a Guerra por destino...
Crescêncio, Arnoldo e Arduíno
São ínclitos europeus;
Tramam ódios e batalhas,
Morrem, no entanto, esquecidos,
Hoje, heróis de tempos idos
Na pátina dos museus.
 
Pedro, o Eremita, aparece...
Iniciam-se as cruzadas,
Nas cortes e nas Estradas,
Ao brado de "Deus o quer..."
Viajam para a matança
Frederico, Godofredo...
Todo o Ocidente sem medo
Cede as vidas que tiver.
 
Após Francisco de Assis,
Destaca-se a Renascença;
Fulge o prodígio da Imprensa,
A arte é brilho e elevação.
A América é um Mundo Novo,
Mas, entre o ouro e os conchavos,
Há milhões de homens escravos,
Rogando libertação!...
 
Clamando pelo Direito
Que a tirania extermina,
No cepo da guilhotina
Pede a França novas leis;
Entretanto, Bonaparte,
Águia da força e do mando,
Passa, na Terra, formando
Tronos outros e outros reis.
 
Novos tempos, novas armas...
Nações alteram limites,
Há sinistros apetites,
Na terra, no mar, no ar...
A vida suplica aos homens:
"Deus existe!... Sois cristãos,
Entrelaçai vossas mãos!.."
E os homens gritam: "lutar!..."
 
Os grandes conquistadores
Passaram a nobre arquivo,
Um só deles está vivo,
Espalhando amor e luz!...
Desde o século primeiro,
Esse imortal companheiro
É Jesus, sempre Jesus!...
Castro Alves
 
Centro Espírita União, São Paulo, 05 de outubro de 1983.
 
Do livro “PAZ E LIBERTAÇÃO”
 
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
ESPÍRITOS DIVERSOS

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017


Crítica e Trabalho

 

O trabalho edificante, em andamento no Plano Físico, onde se reúnem milhões de criaturas diferentes, não se desenvolve sem crítica.

A pancadaria verbal sempre cerca os obreiros.

E explode, afirmações quis estas:

- “Porque tanta lentidão nos detalhes?

- “É impossível que não estejam vendo as falhas que se mostram.”

- “Aquele cooperador é um desastre.”

- “Não se compreende tarefa assim tão importante em mãos tão incompetentes.”

- “Não consigo colaborar com gente tão despreparada!...”

- “Tudo cairá sobre a turma irresponsável.”

- “Estão todos errados...

- “Aguardemos o fracasso total...

 

Quando essas frases se te fizerem ouvir, não temas e prossegue trabalhando...

Imperfeições todos temos e teremos, até alcançarmos o Plano Divino.

Problemas evidenciam presença e colaboração.

Dificuldades trazem observação e observação gera segurança.

Deixa que a censura te vigie e prossegue adiante.

Apesar de nossos erros e acima de todas as nossas deficiências, a construção do Bem não nos pertence. Pertence a Jesus que zelará por ela, em nome de Deus. E sabemos que o trabalho de Jesus não pode e nem deve parar.

 
EMMANUEL
Do livro "O ESSENCIAL"

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER