sexta-feira, 30 de junho de 2017


 

ABORTO

O aborto muito raramente se verifica obedecendo a causas de nossa esfera de ação. Em geral, origina-se do recuo inesperado dos pais terrestres, diante das sagradas obrigações assumidas ou aos excessos de leviandade e inconsciência criminosa das mães, menos preparadas na responsabilidade e na compreensão para este ministério divino. Entretanto mesmo ai, encontrando vasos maternais menos dignos, tudo fazemos, por nossa vez, para opor-lhes resistência aos projetos de fuga ao dever, quando essa fuga representa mero capricho da irresponsabilidade, sem qualquer base em programas edificantes. Claro, porém, que a nossa interferência no assunto, em se tratando de luta aberta contra nossos amigos reencarnados, transitoriamente esquecidos da obrigação a cumprir, tem igualmente os seus limites. Se os interessados, retrocedendo nas decisões espirituais, perseveram sistematicamente contra nós, somos compelidos a deixá-los entregues à própria sorte. Daí a razão de existirem muitos casais humanos, absolutamente sem a coroa dos filhos, visto que anularam as próprias faculdades geradoras. Quando não procederam de semelhante modo no presente, sequiosos de satisfação egoística agiram assim, no passado, determinando sérias anomalias na organização psíquica que lhes é peculiar. Neste ultimo caso, experimentam dolorosos períodos de solidão e sede afetiva, até que refaçam, dignamente, o patrimônio de veneração que todos nós devemos às leis de Deus.

Livro Os Missionários da Luz

 

O aborto provocado é falta grave?

Será melhor dizer doloroso crime. Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso. A mulher que o promove ou que venha a contestar semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarto uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. É, então, que se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por tempo longo a degenerescência das forças genitais.

Livro Ação e Reação

 

ACONSELHAR

Aconselhar é sempre útil, mas aconselhar excessivamente pode traduzir esquecimento de nossas obrigações.

Livro Os Mensageiros

 

AFEIÇÃO

- A simpatia ou a antipatia têm as suas raízes profundas no espírito, na sutilíssimo entrosagem dos fluidos peculiares a cada um e, quase sempre, de modo geral, atestam uma renovação de sensações experimentadas pela criatura, desde o pretérito delituoso, em iguais circunstancias.

Devemos, porém, considerar que toda antipatia, aparentemente a mais justa, deve morrer para dar lugar à simpatia que edifica o coração para o trabalho construtivo e legitimo da fraternidade.

Livro O Consolador

 

AFINIDADE

É pelo reflexo mental que se estabelece o fenômeno da afinidade, desde os reinos mais simples da Natureza.

Alberto Seabra - Livro Vozes do Grande Além

 

 

AFIRMAÇÕES

Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.

Livro Boa-Nova

 

AFLIÇÃO

A aflição não constrói a ansiedade não edifica. Saibamos ser dignos do clarim do Senhor, atendendo-lhe a Vontade Divina no trabalho silencioso, em nossos postos.

Livro Nosso Lar

 

 

AGRADAR

Agradar a todos é marchar pelo caminho largo, onde estão as mentiras da convenção. Servir a Deus é tarefa que deve estar acima de tudo e, por vezes, nesse serviço divino, é natural que desagrademos os mesquinhos interesses humanos.

 

ÁGUA

A água, no mundo, não somente carreia os resíduos dos corpos, mas também as expressões de nossa vida mental. Será nociva nas mãos perversas, útil nas mãos generosas e, quando em movimento, sua corrente não só espalhará benções de vida, mas constituirá igualmente um veiculo da Providencia Divina, absorvendo amarguras, ódios e ansiedades dos homens, lavando-lhes a casa material e purificando-lhes a atmosfera intima.

Livro Nosso Lar

 

AGUILHÃO

Obedece a Deus e passa,

Vive sempre atento a isto:

Todo aguilhão que te fere

É benção de Jesus-Cristo.

Livro Cartilha da Natureza

 

AJUDAR

Ninguém ajuda eficientemente, intensificando as forças contrárias, com não se pode apagar na terra um incêndio com petróleo. É indispensável amar! Os que descrêem perdem o rumo verdadeiro, peregrinando pelo deserto; os que erram se desviam da estrada real, mergulhando no pântano.

Livro Nosso Lar

 

É necessário muita coragem e muita renuncia para ajudar a quem nada compreende do auxilio que se lhe oferece.

Livro Nosso Lar

 

Quase todas as pessoas terrestres, que se valem de nossa cooperação, se sentem no direito de duvidar. É muito raro surgir um companheiro que se sinta com o dever de ajudar.

Livro Os Missionários da Luz

 

Ajudar não é impor. É amparar, substancialmente, sem pruridos de personalismo, que o beneficiado cresça, se ilumine e seja feliz por si mesmo.

Livro Agenda Cristã

 

Ajuda no caminho para que outros te beneficiem. Nem todos os instantes pertencem á primavera. Sê compassivo e generoso! O rico pede cooperação fraternal, a fim de que a fortuna o não encegueça; e o pobre reclama concurso para que a escassez não o conduza ao desespero.

Livro Pontos e Contos

 

O homem que ajuda por vaidade e ostentação, quase sempre, em pouco tempo, cria para si mesmo o hábito de auxiliar, atingindo sublimes virtudes. Aquele, porém, que muito fiscaliza os beneficiados e raciocina com excesso quanto ao “dar” e ao “não dar” converte-se, não raro, em calculista da piedade, a endurecer o coração por séculos numerosos.

Livro Alvorada Cristã

 

Quem conquistou o dom de ajudar, sem pedir remuneração, penetrou o caminho de acesso efetivo á Espiritualidade Superior.

Abel Gomes - Livro Falando à Terra

 

Estende a mão ao que ri e ao que chora:

O palácio e a choupana, o ninho e a sepultura,

Tudo o que vibra espera a luz que resplendora,

Na eterna lei de amor que consagra a criatura.

 

Planta a benção da paz, como raios de aurora

Nas trevas do ladrão, na dor da alma perjura,

Irradia o perdão e atende mundo afora,

Onde clame a revolta e onde exista a amargura.

 

Agora, hoje e amanhã, compreende, ajuda e passa;

Esclarece a alegria e consola a desgraça,

Guarda o anseio do bem que é lume peregrino...

 

Não troques mal por mal, foge á sombra e á vingança,

Não te aflija a miséria, arrima-te á esperança.

Seja a benção de amor a luz do teu destino.

Alberto de Oliveira - Livro Parnaso de Além-Túmulo

 

ALCOÓLATRA

O alcoólatra não é apenas o destruidor de si mesmo. É o perigoso instrumento das trevas, ponte viva para as forças arrasadoras da lama abismal.

O incêndio que provoca desolação aparece numa chispa.

O alcoolismo que carreia a miséria nasce num copinho.

Joaquim Dias

 

ALEGRIA

A alegria também, quando excessiva, costuma castigar o coração.

Livro Nosso Lar

 

ALIMENTAÇÃO

Tudo se equilibra no amor infinito de Deus, e, quanto mais evolvido o ser criado, mais sutil o processo de alimentação.

Livro Nosso Lar

 

ALIMENTOS

O homem encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mutua, a luz da compreensão, o interesse fraternal – patrimônios que se derivam naturalmente do amor profundo – constituem sólidos alimentos para a vida em si.

André Luiz – Livro Nosso Lar

 

ALLAN KARDEC

A ação de Bonaparte, invadindo as searas alheias com o seu movimento de transformação e conquista, fugindo á finalidade de missionário da reorganização do povo francês compeliu o mundo espiritual a tomar enérgica providencias contra o seu despotismo e vaidade orgulhosa. Aproximavam-se os tempos em que Jesus deveria enviar ao mundo o Consolador, de acordo com as suas auspiciosas promessas.

Apelos ardente são dirigidos ao Divino Mestre, pelos gênios que se reúnem e confraternizam nos espaços nas esferas mais próximas da terra. Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo baixa ao planeta, compenetrado de sua missão consoladora e, dois meses antes de Napoleão Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o papa Pio VII a coroá-lo na igreja de Notre Dame, em Paris, nascia Allan Kardec, aos 3 de outubro de 1804, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus-Cristo.

Livro A Caminho da Luz

 

*

 

O século XIX desenrolava uma torrente de claridade na face do mundo, encaminhando todos os países para as reformas úteis e preciosas.

As lições sagradas do Espiritismo iam ser ouvidas pela humanidade sofredora. Jesus na sua magnanimidade repartiria o pão sagrado da esperança e da crença com todos os corações.

Allan Kardec, todavia, na sua missão de esclarecimento e consolação, fazia-se acompanhar de uma plêiade de companheiros e colaboradores, Cuja ação regeneradora não se manifestaria tão-somente nos problemas de ordem doutrinaria, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século XIX. A ciência, nessa época, desfere os vôos soberanos que a conduziriam ás época, desfere os vôos soberanos que a conduziriam às culminâncias do século XX. O progresso da arte tipográfica consegue interessar todos os núcleos de trabalho humano, fundando-se bibliotecas circulantes, revistas e jornais numerosos. A facilidade de comunicações, com o telégrafo e as vias férreas, estabelece o intercambio direto dos povos. O laboratório afasta-se definitivamente da sacristia, intensificando as comodidades da civilização. Constrói-se a pilha de coluna, descobre-se a indução magnética, surgem o telefone e o fonógrafo. Aparecem os primeiros sulcos no campo da radiotelegrafia, encontra-se a análise especial e a unidade das energias físicas da Natureza. Estuda-se a teoria atômica e a fisiologia assenta bases definitivas com a anatomia comparada. As artes atestam uma vida nova. A pintura e a musica denunciam elevado sabor de espiritualidade avançada.

A dádiva celestial do intercambio entre o mundo visível e o invisível chegou ao planeta nessa onda de claridades inexprimíveis. Consolador da humanidade, segundo as promessas do Cristo, o Espiritismo vinha esclarecer os homens, preparando-lhes o coração para o perfeito aproveitamento de tantas riquezas do Céu.

Livro A Caminho da Luz

 

A tarefa de Allan Kardec era difícil e complexa. Competia-lhe reorganizar o edifício desmoronado da crença reconduzindo a civilização às suas profundas bases religiosas.

Atenta à missão de concórdia e fraternidade da América o plano invisível localizou ai as primeiras manifestações tangíveis do mundo espiritual, no famoso lugarejo de Hydesville, provocando os mais largos movimentos de opinião. A fagulha das plagas americanas, como partira igualmente delas a consolidação das conquistas democráticas.

A Europa busca ambientar as idéias novas e generosas, que encontram o discípulo no seu posto de oração e vigilância, pronto a atender aos chamamentos do Senhor. Numerosos cooperadores diretos da sua tarefa auxiliam-lhe o esforço sagrado, desdobrando-lhe as sínteses em gloriosos complementos. O orbe, com as suas instituições sociais e políticas, havia atingido um período de grandiosas transformações, que requeriam mais de um século de lutas dolorosas e remissoras, e o Espiritismo seria a essência dessas conquistas novas, reconduzindo os corações ao Evangelho suave do Cristianismo.

Livro A Caminho da Luz

 

*

 

Conta-se que logo após a sua desencarnação, quando o corpo ainda não havia baixado ao Pére-Lacahise para descansar à sombra do dólmen dos seus valorosos antepassados, uma multidão de Espíritos veio saudar o mestre no limiar do sepulcro. Eram antigos homens do povo, seres infelizes que ele havia consolado e redimido com as suas santas expansões afetivas, uma lâmpada maravilhosa caiu do céu sobre a grande assembléia dos humildes, iluminando-a com uma luz que por sua vez, era formada de expressões do seu “Evangelho segundo o Espiritismo”, ao mesmo tempo em que uma voz poderosa e suave dizia do infinito: - “Kardec, regozija-te com a tua obra”! A luz que acendeste com os teus sacrifícios na estrada escura das descrenças humanas vem felicitar-te nos pórtico misteriosos da imortalidade... O mel suave da esperança e da fé que derramaste nos corações sofredores, da Terra, reconduzindo-os para a confiança na minha misericórdia, hoje se entorna em tua própria alma, fortificando-te para a claridade maravilhosa do futuro. No Céu estão guardados todos os prantos que choraste e todos os sacrifícios que empreendeste... Alegra-te no Senhor, pois teus labores não ficaram perdidos. Tua palavra terá uma benção para os infelizes e desafortunados do mundo, e ao influxo de tuas obras a terra conhecerá o Evangelho no seu novo dia!...

Livro Crônico de Além-Túmulo

 

Do livro PÉROLAS DO ALÉM, Emmanuel, CHICO XAVIER

quinta-feira, 29 de junho de 2017


 



 


 

Loucura e amor

 

"Sorriso aberto e constante,

Sem parada, sem destino,

Quem não gostava de suas palavras?

 

Anoiteceu...

Era chegada a hora!

Clima de tristeza e dor anunciava.

 

Soluços inconformados...

Sorrisos se fechavam, lágrimas caíam,

Momentos de revolta retorciam os pensamentos.

Não tinha volta.

 

Foi-se, deixando em nós, o mais profundo carinho.

Foi-se, deixando em nós, as mais lindas

recordações de alegria.

Foi-se, deixando em nós, sua música errada na flauta,

Seu jeito doido de sentar-se ao piano,

Sua voz afinada no coral...

 

Não pudemos segurá-la entre nós,

Outra missão a chamava...

 

Nossos estudos na música continuarão,

Pois em cada nota tocada, em cada nota cantada,

Você será lembrada com carinho e amor por todos nós."

 

Esta página poética, intitulada "A Inesquecível Regina", de autoria de Rose Mari Mestrinari e publicada no jornal Folha de Mirassol, revela-nos um perfil da personalidade da jovem Regina Elena Fernandes, recordando saudosos e bons tempos, época em que as duas jovens cursavam piano clássico no Conservatório Musical de Mirassol, SP.

Rose Mari aborda também a trágica desencarnação de sua colega, quando, na noite de 24 de outubro de 1981, na cidade de Mirassol, caiu baleada pelo seu namorado, que, a seguir, se suicidou, fato verificado na própria residência de Regina. Mas, dois anos após o triste fato, contrariando o texto poético, ela voltou! Sim, pela psicografia de Chico Xavier, Regina voltou contando detalhadamente as origens da tragédia e comunicando aos queridos progenitores que já está bem refeita, dedicando-se, presentemente, na área da enfermagem à mesma criatura que lhe tirou a vida física, ainda portadora de evidentes sinais de doença mental.

A pedido dela mesma, foi esta a primeira tarefa de Regina na Espiritualidade, mostrando-nos que, sob o amparo de Jesus, o amor vence sempre.

Em face deste trabalho assistencial, recentemente revelado, Rose Mari, por certo, estava bem inspirada quando escreveu, em fins de 1981:

"Não pudemos segurá-la entre nós, Outra missão a chamava..."

Eis, a elucidativa carta de Regina:

Querido papai José Roberto e querida mãezinha Sirlei, peço-lhes me abençoem.

Sou eu mesma, a recordar os dois anos que se foram...

Outubro passado foi a marca inesquecível. Os dias se sobrepuseram sobre os dias e ressurgi do sofrimento para a consolação. De começo, foi o doloroso espanto da provação que se abateu sobre nós.

Pobre Pedro! Ele me dissera que receava os compromissos do casamento. Transportava consigo dificuldades congênitas, segundo os pareceres de um médico amigo. Falei da união espiritual, em que o companheirismo é a beleza do amor entre as almas. Ele chorou inconformado. Como ser pai se a paternidade se lhe erguia no peito por ideal que não podia arredar do coração? Conquanto me sensibilizasse, tranquei as lágrimas no peito, para que as dele fossem enxugadas. Poderíamos nos encontrar numa existência linda, em que as crianças sofredoras e órfãos se asilassem em nossos sentimentos de pais adotivos. Deus nos daria forças, seríamos felizes, na comunhão de sonhos e esperanças.

Pedro me pareceu reconfortado, mas alguns dias depois, penetrou a nossa casa, exterminando-me o corpo a tiros que me despojaram da vida física, sem qualquer possibilidade de restauração e, por fim, ele próprio, à vista da mãezinha Sirlei, atirou contra si mesmo, num suicídio que nunca mais esqueceremos.

Entretanto, embora soubesse que o papai José Roberto e a mamãe, com a Paula e com o Júnior, sofriam uma dor sem limites, ao ver-me desembaraçada dos constrangimentos a que fui submetida nos primeiros socorros que recebi,. em plena inconsciência de mim mesma, comecei a intensificar as minhas preces e os meus pensamentos positivos para que nos reerguêssemos espiritualmente da grande tribulação.

Sei que os pais queridos choravam comigo a extensão de minhas ilusões destruídas e peço-lhes me perdoem pelo trabalho que lhes causei.

Uma senhora que me recomendou chamá-la simplesmente por Maria, me prestou desvelada assistência, qual se me fosse uma enfermeira maternal. Dizendo-me representar a Vovó Amélia junto de mim, tudo fez por levantar-me o ânimo, e com o amparo de outros benfeitores nos foi possível ver a mãezinha Sirlei e a nossa Paula, o papai José Roberto e o nosso caro Júnior mais conformados.

E comunico aos pais queridos que pedi aos Mensageiros de Jesus me concedessem, por primeira tarefa na Espiritualidade, o serviço de proteção em auxílio ao quase companheiro da vida terrestre que me despojara do corpo físico, num momento de louca alucinação. Desse modo, o meu doente de hoje me obriga a estudar enfermagem e me confere o privilégio de trabalhar e servir para, em futuro próximo, servir e trabalhar no serviço aos outros.

Desculpem-me os pais queridos se me dedico presentemente ao mesmo irmão que me varou o veículo físico usando os projéteis que me prostraram. E que a lei do amor assim nos recomenda: amar aos que nos ferem e auxiliar aos que procuram destruir-nos.

E acima de tudo isso o nosso pobre amigo não agiu em sã consciência, porquanto a condição de alienado mental, no cérebro dele, é ainda evidente. Com a paciência da mãezinha Sirlei e com a dedicação do papai José Roberto sei que a bondade de Jesus me auxiliará a vencer no serviço a que me propus.

É com alegria que lhes faço a presente comunicação, mesmo porque tive a felicidade de nascer num lar que me ensinou a viver sem o ódio, procurando olvidar os meus caprichos e atender sempre aos Desígnios de Deus.

Querido papai, agradeço as suas vibrações de apoio em meu benefício, reconhecimento que torno extensivo à mãezinha Sirlei e aos meus avós Miguel e Rosa, José Mendonça e Amélia que até hoje me lembram nas orações.

Peço a Jesus conceda ao Júnior e a nossa querida Paula uma vida nobre e feliz.

Acompanhei-os até aqui e, antes, recebi a recomendação de, se possível, trazer aos nossos amigos, senhor Carlos Alberto e a dona Haylet, as notícias possíveis da jovem Simone, a filhinha deles, recentemente desencarnada. Visitei-a antes de nosso ajuste para a viagem até aqui e posso dizer-lhe que, embora ainda hospitalizada, a menina Simone está muito melhor, numa convalescença encorajadora e brilhante.

Ao abraçá-la, conheci ao lado dela um nobre amigo, que se me deu a conhecer sob o nome de Antônio Couceiro, dedicado a ela, para quem se volta com as melhores atenções. Esse amigo, aliás, nos recomendou pedir aos pais de nossa querida amiga não chorarem com tanta dor e aceitar-lhe o regresso à Vida Espiritual, com espírito de calma e compreensão.

Simone é um amor de criatura, de quem me honrarei, se puder ser aqui, para ela, uma irmã devotada. Observei que ainda traz consigo algumas seqüelas do aneurisma que lhe cortou o fio da existência, que naturalmente seria mesmo breve, de vez que nós todos, em todas as nossas provas, acatamos os Desígnios do Pai Misericordioso.

Querido papai José Roberto e querida mãezinha Sirlei, peço entregarem à Paula e ao Júnior as minhas lembranças de sempre, ao mesmo tempo que lhes rogo conservarem nos corações queridos, o coração reconhecido e saudoso da filha que os ama e respeita cada vez mais, sempre a filha reconhecida,

Regina Elena

Regina Elena Fernandes

 

Notas e Identificações

 

1 - Carta recebida por Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do GEP, em Uberaba, Minas, na noite de 05/11/1983.

2 - Papai José Roberto e mãezinha Sirlei — Seus pais, José Roberto Fernandes e Sirlei Mendonça Fernandes, residem em Mirassol, SP, à Rua 13 de Maio, 2.353.

3 - Outubro passado foi à marca inesquecível. — Regina desencarnou no mês de outubro.

4 - Pedro (...) transportava consigo dificuldades congênitas — Foi o namorado de Regina. A família da jovem ouviu dizer que a doença de Pedro era epilepsia, que explica perfeitamente o surto psicótico que motivou a trágica ocorrência.

5 - Paula e Júnior — Ana Paula Fernandes e José Roberto Fernandes Júnior, irmãos.

6 - Maria — Benfeitora Espiritual.

7 - O meu doente de hoje me obriga a estudar enfermagem — Ela sempre manifestava aos familiares o desejo de ser enfermeira ou fazer um curso para assistir deficientes.

8 - E me confere o privilégio de trabalhar e servir para, em futuro próximo, servir e trabalhar no serviço aos outros. — Regina era uma jovem prestativa e afável, principalmente com pessoas idosas e crianças.

9 - A condição de alienado mental, no cérebro dele, é ainda evidente. — Obviamente, ela se refere ao cérebro perispiritual, pois o perispírito (corpo espiritual ou psicossoma) é um "duplo", possuindo todos os órgãos do corpo físico.

10 - Meus avós Miguel e Rosa, José Mendonça e Amélia — Miguel Fernandes e Rosa Machado Fernandes, avós paternos, residem em Santos, SP. E os avós maternos, José Mendonça e Amélia Almeida Mendonça, residem em Fernandópolis, SP.

11 - Nossos amigos, senhor Carlos Alberto e dona Haylet — Estavam presentes à reunião Carlos Alberto Horcel e Haylet Couceiro Horcel, casal amigo da família e residente em Santos. Eles ficaram surpresos com a exatidão do nome "Haylet", dificilmente redigido corretamente.

12 - Simone, a filhinha deles, recentemente desencarnada. — Simone Couceiro Horcel partiu para o Além em 05/9/1983, com 13 anos de idade. Em vida material, Regina não a conheceu.

13 - Antônio Couceiro — Tio materno de Simone, desencarnado há 20 anos. A citação de seu nome na carta foi uma grande surpresa para o casal Horcel, que imaginava somente uma assistência dos avós desencarnados à filha querida.

14 - Regina Elena Fernandes — Nascida em Fernandópolis, SP, a 8/5/1963, mudou-se, em 1975, para Mirassol, onde prosseguiu seus estudos na Escola Estadual Genaro Domarco. Desencarnou 2 meses antes de receber o certificado de pianista do Conservatório Musical local. Suas colegas prestaram-lhe, na ocasião, bela homenagem, registrando no Convite de Formatura as expressivas palavras:

"À Regina Elena:

Você sempre nos ensinou a transformar a tristeza em alegria.

Hoje, através deste recado, queremos homenageá-la pelo dia da nossa formatura e transmitir-lhe toda a felicidade que estamos sentindo.

De onde você estiver, que continue sorrindo, que fique perto de nós, como sempre esteve.

Formandas - 1981"

 

Do livro “RETORNARAM CONTANDO”

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

ESPÍRITOS DIVERSOS

quarta-feira, 28 de junho de 2017


Necessitados

Grande é a escola da vida humana!...

Disputaste situações de destaque, junto ao homem de altos negócios, crendo encontrar ele o apoio de que necessitas, entretanto, na maioria dos casos, é justamente esse chefe responsável quem precisa de tua proteção sacrificial, a fim de sobreviver.

Aceitaste a união esponsalícia com o cavalheiro nobre e robusto, admitindo seja ele o benfeitor que se te fará defesa e salvaguarda, nas trilhas humanas, e, quase sempre, nele percebes o homem fatigado e aflito que não prescinde do teu auxílio, de modo a cumprir os encargos que a vida lhe reservou.

Solicitaste em casamento a jovem de bonita figuração, na certeza de que ela se te erguerá em consolo e fortaleza na jornada humana e, frequentemente, nela descobres a mulher frágil e por vezes doente, a requisitar-te continuada atenção para que não resvale em leviandade ou loucura.

Pediste à vida um filho, na esperança de conquistar em teu próprio rebento um companheiro fiel que te continuará o trabalho ou te realizará os mais belos ideais e terminas, muitas vezes, por identificá-lo na posição de um amigo infatigável, a fim de que não te arraste a problemas insolúveis.

Recebeste nos braços uma filha querida, imaginando que o futuro nela te configurará a presença de alguém que te abençoará na velhice ou te assistirá na enfermidade, mas em muitas ocasiões, cedo reconheces nesse coração adorável uma criatura vacilante e rebelde, a reclamar-te tolerância incansável, para que te não

precipites na delinquência.

E assim caminharás na estrada terrestre, aprendendo a amar e a construir, auxiliar e suportar a com heroísmo e paciência, até que te ausentes do Plano Físico na luz da vitória sobre ti mesmo.

E se perguntares ao Senhor da Vida o porquê de tudo isso ele te dirá certamente:

- "Sim, enviei-te os necessitados do mundo para que pusesses igualmente atender à tua necessidade de elevação".

 

Meimei

Do livro "Somente Amor"

 

terça-feira, 27 de junho de 2017


Caminhos Diferentes

 

Se tens o conhecimento exato disso ou daquilo, não menosprezes quem o ignore.

Que será de tua verdade se não a utilizas para construir ou abençoar?

Esclarece amando.

A semente escondida no solo será talvez, de futuro, a árvore cujo fruto te favoreça e o tronco, aparentemente desprezível, entre os dedos hábeis do artesão, pode vir a ser o violino que interpretará os sonhos do gênio que ainda não conheces.

Sobretudo, se já adquiriste essa ou aquela qualidade enobrecida, traze-a no estojo da humildade, para que não incomodes a ninguém com o brilho que possas irradiar. Que será de tua virtude, se não a empregas, em beneficio dos outros?

Socorre abençoando.

Certas plantas de gosto amargo possivelmente estão destinadas a fornecer-te medicamento, em tempo oportuno, e o charco socorrido é capaz de oferecer-te precioso jardim.

Não constranjas a ninguém com os teus pontos de vista.

Nem sempre os outros seguirão teu caminho, tanto quanto desejas ou como poderias talvez esperar, mas terão em si e por si obrigações diferentes que lhes foram assinaladas pela Sabedoria de Deus.

 

Meimei

Livro “Somente Amor”, psicografia de Chico Xavier.