segunda-feira, 30 de abril de 2012


Atitude mental na vida diária
O professor José Herculano Pires elaborou um interessante roteiro para que nos conduzamos, no dia-a-dia, de uma forma equilibrada:
1. Ao acordar, diga a si mesmo: Deus me concede mais um dia de experiências e aprendizado. É fazendo que se aprende. Vou aproveitá-lo. (Repita isso várias vezes, procurando manter essas palavras na memória.)
2. Ligue-se a pensamentos bons e alegres. Repila as más idéias. Compreenda que você nasceu para ser bom e normal. As más idéias e as más tendências existem para você vencê-las, nunca para se entregar.
3. Mude a maneira de encarar os semelhantes. Na essência somos todos iguais. Se alguém está irritado, não entre em sua irritação. Trate-o com bondade. Ajude-o que também será ajudado.
4. Vigie seus sentimentos, pensamentos e palavras nas relações com os outros. O que damos recebemos de volta.
5. Não se considere vítima. Você pode estar sendo o algoz sem perceber. Pense nisso constantemente para melhorar suas relações com os outros. Viver é permutar. Examine o que você troca com os outros.
6. Ao sentir-se abatido, não entre nesse astral. É difícil sair dele. Lembre-se de que seus males são passageiros, mas se você os alimentar eles durarão. É você que sustenta seus males. Cuidado com isso!
7. Freqüente a instituição com que se sintoniza. Não fique pulando de uma para outra. Quem não tem constância nada consegue.
8. Se você ouve vozes, não dê atenção. Reflita simplesmente: Não tenho tempo a perder.
9. Se você tem visões, sente toques ou arrepios, não dê atenção, nem se assuste com esses efeitos físicos. Leia diariamente, de manhã e à noite, ao deitar-se, um trecho de “O Evangelho segundo o Espiritismo” e medite sobre o que leu. Abra o livro ao acaso. Neutralize influências negativas com o poder de sua vontade.
10. Reformule o conceito de si mesmo. Você não é um pobrezinho abandonado no mundo. Os próprios vermes são protegidos por leis naturais. Estabeleça pouco a pouco o controle de si mesmo, com paciência e confiança. Você não depende dos outros. Depende de sua mente. Mantenha-a arejada.
11. Estude as obras de Allan Kardec.

domingo, 29 de abril de 2012


Um método de viver
Humildade sem subserviência.
Dignidade sem orgulho.
Devotamento sem apego.
Alegria sem excesso.
Liberdade sem licenciosidade.
Firmeza sem petulância.
Fé sem exclusivismo.
Raciocínio sem aspereza.
Sentimento sem pieguice.
Caridade sem presunção.
Cooperação sem exigência.
Respeito sem bajulice.
Valor sem ostentação.
Coragem sem temeridade.
Justiça sem intransigência.
Admiração sem inveja.
Otimismo sem ilusão.
Paz sem preguiça.

André Luiz



 

sábado, 28 de abril de 2012


Frederico Menezes

POR ONDE FORES


Procura ver, além das formas, e ouvir acima das palavras, a fim de que aprendas a auxiliar.
Sob o espinheiro da irritação de um amigo, estará provavelmente um problema doloroso que desconheces.
Na base da resposta contundente de interlocutor determinado, a quem pediste cooperação e bondade, se esconde profundo pesar, prestes a se exprimir em aguaceiro de lágrimas.
No fundo da agressividade imprevista de um companheiro, do qual esperavas a frase consoladora que te arredasse das próprias inquietações permanece talvez um sofrimento maior que o teu.
E nas vozes que te pareçam inconvenientes, por demasiado extrovertidas e inoportunas, possivelmente se ocultam telas de angústia que, se expostas de improviso, te gelariam o coração.
Atende as tarefas que a vida te reservou e, sobretudo, empenha-te a entender, a fim de não reprovar.
No plano Terrestre, os chamados felizes suportam responsabilidades que se lhes afiguram algemas de cativeiro e muitos daqueles apontados por detentores de privilégios são criaturas chamadas à sustentação das atividades de outras muitas, trabalhando numa cela dourada por fora, mas encharcada por dentro pelo pranto da solidão.
Segue na estrada dos deveres que te foram assinalados, abençoando e amando sempre.
No mundo, somos todos viajores ante as rotas do tempo, em busca de aperfeiçoamento espiritual.
As tribulações que hoje marcam a senda dos outros, amanha talvez sejam também nossas.
Reflete na Bondade Infinita de Deus e caminha.Por onde fores, carrega contigo a benção do entendimento e a luz da compaixão.
Meimei
Francisco Cândido Xavier
Da obra: Deus Aguarda.


sexta-feira, 27 de abril de 2012

A Era da Transição segundo o espiritismo
Marta Antunes Moura
 
Em seu Discurso Profético afirma Jesus: Haveis de ouvir falar sobre guerras e rumores de guerras. Cuidado para não vos alarmardes. É preciso que essas coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Pois se levantará nação contra nação e reino contra reino. E haverá fome e terremotos em todos os lugares. Tudo isso será o princípio das dores.1
Tal profecia condiz com as condições vigentes na sociedade planetária atual que, a despeito do progresso tecnológico e científico alcançado, tem longo caminho a percorrer no campo da moralidade. Vivemos o Período de Transição situado entre diferentes gerações, como afirma Allan Kardec: [...] os elementos das duas gerações se confundem. Colocados no ponto intermediário, assistimos à partida de uma e à chegada de outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelas características que lhes são peculiares. As duas gerações que se sucedem têm ideias e pontos de vista opostos. Pela natureza das disposições morais e, sobretudo, das disposições intuitivas e inatas , torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.2
A Transição evolutiva apresenta características muito nítidas (veja “O Sermão Profético” em Reformador de março de 2012, p. 25), que podem ser sintetizadas na expressão “sinais dos tempos”, indicativa de que “são chegados os tempos marcados por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para a regeneração da Humanidade”.3
Isto posto, diremos que o nosso globo, como tudo o que existe, está submetido à lei do progresso. Ele progride fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem, e moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. Esses dois progressos se realizam paralelamente, visto que a perfeição da habitação guarda relação com a do habitante. Fisicamente, o globo terrestre tem sofrido transformações que a Ciência tem comprovado [...]. Moralmente, a Humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do abrandamento dos costumes. Ao mesmo tempo que o melhoramento do globo se opera sob a ação das forças materiais, os homens concorrem para isso pelos esforços de sua inteligência. [...]4
Cálculos que definem quanto tempo vai durar a Transição são meramente especulativos, pois importa considerar o livre-arbítrio, individual e coletivo, como fatores determinantes. Uma certeza, contudo, se sobressai: a Transição apresenta desafios significativos, consequentes das ações humanas e das transformações na estrutura da habitação planetária, fatores que definem as condições de vida em sociedade, do presente e do futuro. As tribulações do Período de Transição representam, contudo, oportunidades concedidas pela divina providência para melhoria moral e intelectual do ser humano. Nesse aspecto, pontua Kardec: Sim, por certo a Humanidade se transforma, como já se transformou em outras épocas, e cada transformação é marcada por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento: crises muitas vezes penosas, dolorosas, que arrastam consigo as gerações e as instituições, mas sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral.5
Os desafios da Transição produzem agitações em ambos os planos de vida: À agitação dos encarnados e dos desencarnados se juntam, por vezes e mesmo na maioria das vezes, já que tudo se conjuga, na Natureza, as perturbações dos elementos físicos; é então, por um tempo, uma verdadeira confusão geral, mas que passa como um furacão, depois do que o céu se torna sereno, e a Humanidade, reconstituída sobre novas bases, imbuída de novas ideias, percorre uma nova etapa de progresso.6
Os acontecimentos reveladores da Transição, consoante a previsão de Jesus anunciada no seu Sermão Profético (Mateus, 21:1-31; Mar-cos, 13:1-23 e Lucas, 21:5-24), falam, entre outros, de conflitos bélicos, lutas fratricidas, atos de violência, traições, caos social – todos reveladores do atraso moral que ainda predomina no Planeta – os quais, conjugados às calamidades naturais, produzem muito sofrimento, a despeito do significativo desen-volvimento tecnológico e científico. Vemos, assim, que o progresso intelectual fez surgir uma sociedade mais instruída, todavia moralmente enferma.
Até aqui, a Humanidade tem realizado incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Restalhes, ainda, um imenso progresso a realizar: fazerem que reinem entre si a caridade, a fraternidade e a solidariedade, que lhes assegurem o bem estar moral.7
Para tanto, faz-se necessário férreo combate às imperfeições espirituais, sobretudo o egoísmo, como asseveraram os Espíritos orientadores da Codificação Espírita. No processo de melhoria moral, a destruição do egoísmo é apontada como a base para a construção de uma sociedade humana mais solidária. O Espírito Fénelon reconhece, todavia, que não é tarefa fácil: De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de extirpar é o egoísmo, porque resulta da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pôde libertar-se, já que tudo concorre para mantê-la: suas leis, sua organização social, sua educação.[...]8
A eliminação do egoísmo ou minimização de ações egoísticas são, como tudo, um processo educativo, que requisita esforços incessantes no lar, na escola, no ambiente profissional, na via pública, no templo etc., como bem esclarece o Espiritismo: Louváveis esforços são empregados para fazer que a Humanidade progrida. Os bons sentimentos são animados, estimulados e honrados mais do que em qualquer outra época; não obstante, o verme roedor do egoísmo continua a ser a praga social. É um mal real, que se espalha por todo o mundo e do qual cada homem é mais ou menos vítima. Assim, é preciso combatê-lo como se combate uma moléstia epidêmica. Para isso, deve-se proceder como procedem os médicos: remontando à causa do mal. Que se procurem em todas as partes do organismo social, da família aos povos, da choupana ao palácio, todas as causas, todas as influências, patentes ou ocultas, que excitam, alimentam e desenvolvem o sentimento do egoísmo. Conhecidas as causas, o remédio se apresentará por si mesmo. [...] A cura poderá ser demorada, porque numerosas são as causas, mas não é impossível. Contudo, ela só se obterá se o mal for cortado pela raiz, isto é, pela educação, não por essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem. [...]9
O desenvolvimento de virtudes, consequência natural da batalha contra as imperfeições, faz surgir, então, uma sociedade mais espiritualizada, mais moralizada, atenta não só ao bem-estar próprio, mas ao do próximo. A Humanidade, tornada adulta, tem novas necessidades, aspirações mais vastas e mais elevadas; compreende o vazio com que foi embalada, a insuficiência de suas instituições para lhe dar felicidade; já não encontra, no estado das coisas, as satisfações legítimas a que se sente com direito. É por isso que se despoja das fraldas da infância e se lança, impelida por uma força irresistível, para margens desconhecidas, em busca de novos horizontes menos limitados. É a um desses períodos de transformação, ou, se o preferirem, de crescimento moral, que ora chega a Humanidade. Da adolescência ela passa à idade viril. [...] O presente é demasiado efêmero; ela sente que o seu destino é mais vasto e que a vida corpórea é restrita demais para encerrá-lo inteiramente. Por isso, mergulha o olhar no passado e no futuro, a fim de descobrir o mistério da sua existência e de adquirir uma consoladora certeza. E é no momento em que ela se encontra muito apertada na esfera material, em que transborda a vida intelectual, em que o sentimento da espiritualidade lhe desabrocha no seio, que homens que se dizem filósofos pretendem encher o vácuo com as doutrinas do niilismo e do materialismo! [...]10

Referências:
1 BÍBLIA DE JERUSALÉM. Diversos tradutores. São Paulo: Paulus, 2004. 3. reimp. Mateus, 24:6-8.
2 KARDEC, Allan. A gênese . Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 18, it. 28, p. 535.
3 ______. ______. It. 1, p. 513.
4 ______. ______. It. 2, p. 514.
5 ______. ______. It. 9, p. 521.
6 ______. ______. p. 522.
7 ______. ______. It. 5, p. 516.
8 ______. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 917.
9 ______. Comentário de Kardec à q. 917.
10 ______. A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 18, it. 14, p. 525-526.
Fonte: PORTAL DA FEB

quinta-feira, 26 de abril de 2012


Ações básicas no Centro Espírita

É bem expressivo o número de Instituições Espíritas constituídas em nosso país. Em Pernambuco muito particularmente, já podemos contar com mais de trezentas Instituições, filiadas ou não a uma Federativa, cada qual com o seu perfil administrativo, sociocultural. Apesar de todas terem como base a Codificação Kardequiana, e seus dirigentes dizerem conhecer os postulados da Doutrina Espírita, na prática observamos que uma grande parte destas Instituições agem bem diferente da proposta da Doutrina.


Em visita a algumas Casas Espíritas e em conversas com seus dirigentes, observamos pontos que geram dificuldades no processo administrativo e doutrinário, dificuldades que poderiam ser resolvidas, se alguns irmãos dirigentes, implantassem no centro espírita ADMINISTRAÇÃO DEMOCRÁTICA, unida a um plano de AÇÕES BÁSICAS, certamente as instituições estariam dentro dos padrões para os quais foram fundadas:


HOSPITAL - ESCOLA - OFICINA DE TRABALHO.


Problemas por ausência de público, e a não adesão de trabalhadores aos trabalhos, entre outros, são algumas das reclamações dos dirigentes. Fazendo uma análise geral na administração destas Casas, concluímos que nas instituições que enfrentam estes tipos de problemas, os dirigentes portam-se como verdadeiros “super heróis”, trabalham isolados, dirigem e fazem tudo sozinhos. Fazem a palestra toda semana, dirigem as reuniões públicas, o passe, a desobsessão, a consulta, a mediúnica, quando não são o “médium Principal”, atendem na secretaria, fazem a entrevista fraterna, não participam de reuniões de área, não visitam as instituições co-irmãs, exceto quando estão aniversariando. Não aceitam sugestões, muito menos delegam poderes, mas exigem de todos que prestem serviços à Instituição (sem direito a opinião), vê os trabalhadores como subalternos. Não divulgam as correspondências relacionadas ao Movimento Espírita, como também não participam, nem incentivam aos trabalhadores e ao público participarem dos eventos fora de “sua” Instituição, não mantém na casa o estudo sistematizado da doutrina espírita e quando mantém não participam, por comodismo ou por julgarem não mais precisar. Perpetuam-se nos cargos, e dizem agir assim, porque os outros trabalhadores não estão preparados ou não querem fazer o trabalho...


Interessante é que quando surge oportunidade de eventos para orientação e reciclagem dos trabalhos como dos trabalhadores, estes mesmos dirigentes não aceitam, e quando permitem que estes trabalhos sejam feitos dentro de “suas” Instituições, na maioria das vezes não colocam em prática. Com isso, geram Instituições antagônicas, criam práticas fora da Coerência Doutrinaria, como por exemplo: luzes apagadas para orar, preces de pé, garrafas dos irmãos em tratamento destampadas para a fluidificação, ventiladores desligados para não dispersar fluídos, determinadas portas fechadas para os espíritos não saírem..., número volumoso de pessoas a mesa da tribuna, muitas vezes maior que na assistência, pessoas sendo convocadas para o trabalho (dirigente e precistas) no momento de iniciar a tarefa completamente despreparados para o serviço, exórdios infinitos prejudicando a palestra, médiuns deseducados, despreparados, etc., etc., etc. E ainda pior, durante o horário da palestra pública, mantém outros trabalhos (exceto evangelização infanto-juvenil) retirando dos trabalhadores como dele mesmo a oportunidade de obter novos conhecimentos.


Além de todos estes procedimentos que caracterizam a falta de estudo da Codificação, algumas ainda incluem práticas alternativas alheias à Doutrina Espírita., dentre as quais citamos: CROMOTERAPIA, RADIESTESIA, CRISTALTERAPIA, FITOTERAPIA, entre outras. Não queremos aqui entrar na eficácia destes trabalhos, sabemos que alguns vêm buscando reconhecimento social, profissional e acadêmico. Mas certo é que não fazem parte da Doutrina Espírita. Todas as práticas aqui citadas, só vêm corroborar o quanto ainda é grande o número de Irmãos Espiritistas apegados a FORMALISMOS, SUPERTIÇÕES E EXPRESSÕES DE CULTO EXTERIOR.


O mínimo que a Casa Espírita espera dos que se propõem a dirigir a Instituição, como também de qualquer dos seus departamentos é que se tenha conhecimento básico da Doutrina Espírita. Superar problemas administrativos e doutrinários sempre será possível, desde que as equipes de trabalhos, e principalmente os dirigentes, criem planos de organização e métodos. As Federativas mantém programas de cursos, seminários e capacitações, em todas as áreas de trabalho do Centro Espírita.


Procedimentos simples como:


· saber ouvir;


· estar aberto para sugestões e críticas construtivas;


· incentivar o crescimento do relacionamento interpessoal no Centro Espírita;


· levantar dados e informações sobre os departamentos;


· definir metas;


· descentralizar as atividades;


· delegar poderes;


· levantar com o grupo as necessidades de reciclagem, capacitação e aprimoramento dos trabalhos e trabalhadores;


· proporcionar recursos físicos, didáticos e tecnológicos para o aprendizado;


· envolver as pessoas nas decisões;


· compartilhar resultados;


· fazer avaliação periódica dos trabalhos;


· manter um programa de palestras interessante e didática;


· ampliar listagem de expositores Espíritas;


· trocar experiências com outros Centros Espíritas;


· manter intercâmbio e parceria com o Movimento Espírita;


· etc.,


caracterizam Instituições harmoniosas, onde TODOS os colaboradores sentem-se incluídos, por conseqüência participativos. Evitando assim, as cadeiras vazias por ausência de público e a não adesão dos Irmãos aos trabalhos, como também a falta de conhecimento doutrinário.


Quando as portas das Instituições Espíritas são abertas para o aprendizado, a Doutrina Espírita alcança seus objetivos: INSTRUÇÃO, EDUCAÇÃO, ESCLARECIMENTO, RENOVAÇÃO, CONSOLO E SOLIDARIEDADE. Portanto, propicia ao SER conhecimento das Leis Universais, justiça, destino, imortalidade e fé raciocinada, equilibrando-o e erguendo-o na sua estrutura Moral. Mudando o SER no individual este por conseqüência mudará na coletividade. Mas tudo isso só é possível, quando a Doutrina Espírita é estudada na sua essência, e colocada em prática na sua pureza, evitando assim que cada um faça dentro dos Centros Espíritas trabalhos baseados em “ACHISMO”, pois este tipo de procedimento negligencia os trabalhos, os trabalhadores e todos os que precisam de ajuda e conhecimento para a evolução do Espírito, além de colocar em dúvida o nome da Doutrina Espírita, como o da própria Instituição.

ESPÍRITAS! AMAI-VOS, eis o primeiro ensinamento; INSTRUÍ-VOS eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana.” 2


Espíritas! Não podemos continuar enraizando erros em nossa Doutrina. Todas as verdades encontram-se na Codificação. Instruí-vos. Eis a fórmula correta para evitar “Espiritismo à moda da casa”.


(1) Rosemere Kiss Guba foi Coordenadora de Apoio às Adesas da Comissão Estadual de Espiritismo - CEE/PE
(2) O ESPÍRITO DE VERDADE (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. VI / 5) - Rosemere Kiss Guba (PE)

Fonte: http://www.ipepe.com.br/centro.html

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Caibar Schutel

Higiene do coração


“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.” (Mateus 5.8)
Há corações limpos e há corações sujos. Para aqueles reservou o Senhor a visão de Deus.
E assim como há necessidade da higiene do corpo, para que o corpo funcione regularmente, com mais forte razão faz-se preciso higiene do coração, para que o Espírito ande bem.
É preciso limpar o coração para se ver a Deus. Ninguém há de coração sujo que tenha olhos abertos para o Supremo Artífice de Todas as Coisas.
“A boca fala do que o coração está cheio; do interior procedem as más ações, os maus pensamentos.”
Coração sujo, homem sujo; coração limpo, alma límpida, apta para ver Deus.
Faz-se mister limpar o coração. Mas, de que forma começar esse asseio?
É preciso que nos conheçamos primeiramente; é preciso conhecermos o coração. Nosce te ipsum, conhece-te a ti mesmo! Saber quem somos e os deveres que nos cumpre desempenhar; interrogar cotidianamente a nossa consciência; exercitar um culto estritamente interno, tal é o início dessa tarefa grandiosa para a qual fomos chamados à Terra.
A limpeza de coração substitui o culto externo pelo interno. As genuflexões, as adorações pagãs, as preces cantadas e mastigadas, nenhum efeito têm diante de Deus.
O que o Senhor quer é a limpeza, a higiene do coração.
Fazer culto exterior sem o interior é o mesmo que caiar sepulcros que guardam podridões!
Limpar o coração é renunciar ao orgulho e egoísmo com toda a sua prole malfazeja! É pensar, estudar, compreender, é crer no Amado Filho de Deus pelos seus ditames redentores!
É ser bom, indulgente, caridoso, humilde, paciente, progressista; é, finalmente, renunciar ao mal para abraçar o bem; deixar a aparência pela realidade; preferir o Reino dos Céus ao Reino do Mundo, pois só dentro do Supremo Reinado poderemos ver Deus!
Caibar Schutel

terça-feira, 24 de abril de 2012


TIRADENTES
Mensagem recebida em 21 de abril de 1937,
Dos infelizes protagonistas da Inconfidência Mineira, no dia 21 de abril de todos os anos, aqueles que podem excursionar pela Terra volvem às ruínas de Ouro Preto, a fim' de se reunirem entre as velhas paredes da casa humilde do sítio da Cachoeira, trazendo a sua homenagem de amor à personalidade do Tiradentes.
Nessas assembléias espirituais, que os encarnados poderiam considerar como reuniões de sombras, os preitos de amor são mais expressivos e mais sinceros, livres de todos os enganos da História e das hipocrisias convencionais.
Ainda agora, compareci a essa festividade de corações, integrando a caravana de alguns brasileiros desencarnados, que para lá se dirigiu associando-se às comemorações do proto mártir da emancipação do País.
Nunca tive muito contato com as coisas de Minas Gerais, mas a antiga Vila Rica, atualmente elevada à condição de Monumento Nacional, pelas suas relíquias prestigiosas, sempre me impressionou pela sua beleza sugestiva e legendária. Nas suas ruas tortuosas, percebe-se a mesma fisionomia do Brasil dos Vice-Reis. Uma coroa de lendas suaves paira sobre. as suas ladeiras e sobre os seus edifícios seculares, embriagando o espírito do forasteiro com melodias longínquas e perfumes distantes. Na terra empedrada, ainda existem sinais de passos dos antigos conquistadores do ouro dos seus rios e das suas minas e, nas suas igrejas, ainda se ouvem soluços de escravos, misturados com gritos de sonhos mortos, do seu valoroso heroísmo. A velha Vila Rica, com a névoa fria dos seus horizontes, parece viver agora com as suas saudades de cada dia e com as suas recordações de cada noite.
Sem me alongar nos lances descritivos, acerca dos seus tesouros do passado, objeto da observação de jornalistas e escritores de todos os tempos, devo dizer que, na noite de hoje, a casa antiga dos Inconfidentes tem estado cheia das sombras dos mortos. Aí fui encontrar, não segundo o corpo, mas segundo o espírito, as personalidades de Domingos Vidal Barbosa, Freire de Andrada, Mariano Leal, José Joaquim da Maia, Cláudio Manuel, Inácio Alvarenga, Dorotéia de Seixas, Beatriz Francisca Brandão, Toledo Pisa, Luís de Vasconcelos e muitos outros nomes, que participaram dos acontecimentos relativos à malograda conspiração. Mas, de todas as figuras veneráveis ao alcance dos meus olhos, a que me sugeria as grandes afirmações da pátria era, sem dúvida, a do antigo alferes Joaquim José da Silva Xavier, pela sua nobre e serena beleza. Do seu olhar claro e doce, irradiava-se toda uma onda de estranhas revelações, e não foi sem timidez que me acerquei da sua personalidade, provocando a sua palavra.
Falando-lhe a respeito do movimento de emancipação política, do qual havia sido o herói extraordinário, declinei minha qualidade de seu ex-compatriota, filho do Maranhão, que também combatera, no passado, contra o domínio dos estrangeiros.
- "Meu amigo - declarou com bondade -, antes de tudo, devo afirmar que não fui um herói e sim um Espírito em prova, servindo simultaneamente à causa da liberdade da minha terra.
Quanto à Inconfidência de Minas, não foi propriamente um movimento nativista, apesar de ter aí ficado como roteiro luminoso para a independência da pátria.. Hoje, posso perceber que o nosso movimento era um projeto por demais elevado para as forças com que podia contar o Brasil daquela época, reconhecendo como o idealismo eliminou em nosso espírito todas as noções da realidade prática; mas, estávamos embriagados pelas idéias generosas que nos chegavam da Europa, através da educação universitária. E, sobretudo, o exemplo dos Estados Americanos do Norte, que afirmaram os princípios imortais do direito do homem, muito antes do verbo inflamado de Mirabeau, era uma luz incendiando a nossa imaginação.
O Congresso de Filadélfia, que reconheceu todas as doutrinas democráticas, em 1776, afigurou-se-nos uma garantia da concretização dos nossos sonhos. Por intermédio de José Joaquim da Maia procuramos sondar o pensamento de Jefferson, em Paris, a nosso respeito; mas, infelizmente, não percebíamos que a luta, como ainda hoje se verifica no mundo, era de princípios. O fenômeno que se operava no terreno político e social era o desprezo do absolutismo e da tradição, para que o racionalismo dirigisse a Vida dos homens. Fomos os títeres de alguns portugueses liberais, que, na colônia, desejavam adaptar-se ao novo período histórico do Planeta, aproveitando-se dos nossos primeiros surtos de nacionalismo. Não possuíamos um índice forte de brasilidade que nos assegurasse a vitória, e a verdade só me foi intuitivamente revelada quando as autoridades do Rio mandaram prender-me na rua dos Latoeiros."
- E nada tendes a dizer sobre a defecção de alguns dos vossos companheiros? - perguntei.
- "Hoje, de modo algum desejaria avivar minhas amargas lembranças. . . Aliás, não foi apenas Silvério quem nos denunciou perante o Visconde de Barbacena; muitos outros fizeram o mesmo, chegando um deles a se disfarçar como um fantasma, dentro das noites de Vila Rica, avisando quanto à resolução do governo da província, antes que ela fosse tomada publicamente, com o fim de salvaguardar as posições sociais de amigos do Visconde, que haviam simpatizado com a nossa causa. Graças a Deus, todavia, até hoje, sinto-me ditoso por ter subido sozinho os vinte degraus do patíbulo." - E sobre esses fatos dolorosos, não tendes alguma impressão nova a nos transmitir?
E os lábios do Herói da Inconfidência, como se receassem dizer toda a verdade, murmuraram estas frases soltas:
- "Sim. . . a Sala do Oratório e o vozerio dos companheiros desesperados com a sentença de morte... a Praça da Lampadosa, minha veneração pelo Crucifixo do Redentor e o remorso do carrasco. . . a procissão da Irmandade da Misericórdia, os cavaleiros, até o derradeiro impulso da corda fatal, arrastando-me para o abismo da Morte..."
E concluiu:
- "Não tenho coisa alguma a acrescentar às descrições históricas, senão minha profunda repugnância pela hipocrisia das convenções sociais de todos os tempos."
- É verdade - acrescentei -, reza a História que, no instante da vossa morte, um religioso, falou. sobre o tema do Eclesiastes - "Não atraiçoes o teu rei, nem mesmo por pensamentos." E terminando a minha observação com uma pergunta, arrisquei:
- Quanto ao Brasil atual, qual a vossa opinião a respeito?
- "Apenas a de que ainda não foi atingido o alvo dos nossos sonhos. A nação ainda não foi realizada para criar-se uma linha histórica, mantenedora da sua perfeita independência. Todavia, a vitalidade de um povo reside na organização da sua economia e a economia do Brasil está muito longe de ser realizada. A ausência de um interesse comum, em "favor do País, dá causa não mais à derrama dos impostos, mas ao derrame das ambições, onde todos querem mandar, sem saberem dirigir a si próprios." Antes que se fizesse silêncio entre nós, tornei ainda:
- Com relação aos ossos dos inconfidentes, vindos agora da África para o antigo teatro da luta, hoje transformado em Panteão Nacional, são de fato autênticos esqueletos dos apóstolos da liberdade? .
- "Nesse particular - respondeu Tiradentes com uma ponta de ironia -; não devo manifestar os meus pensamentos. Os ossos encontrados tanto podem ser de Gonzaga, como podem pertencer, igualmente, ao mais miserável dos negros de Angola. O orgulho humano e as vaidades patrióticas têm também os seus limites... Aliás, o que se faz necessário é a compreensão dos sentimentos que nos moveram a personalidade, impelindo-nos para o sacrifício e para a morte. ..”
Mas, não pôde terminar. Arrebatado numa' aluvião de abraços amigos e carinhosos, retirou-se o grande patriota que o Brasil hoje festeja, glorificando o seu heroísmo e a sua doce humildade.
Aos meus ouvidos emocionados ecoavam as notas derradeiras da música evocativa e dos fragmentos de orações que rodeavam o monumento do Herói, afigurando-se-me que Vila Rica ressurgira, com os seus coches dourados e os seus fidalgos, num dos dias gloriosos do Triunfo Eucarístico; mas, aos poucos, suas luzes se amorteceram no silêncio da noite, e a velha cidade dos conspiradores entrou a dormir, no tapete glorioso de suas recordações, o sono tranqüilo dos seus sonhos mortos.
Fonte: Extraído do livro Crônicas do além túmulo, Francisco C. Xavier/ Humberto de Campos
Fonte: AprendizdeEspirita

segunda-feira, 23 de abril de 2012





DEUS
O Universo é obra inteligentíssima obra que transcende a mais genial inteligência humana.
E, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do universo é superior a toda inteligência.
E a inteligência das inteligências, a causa das causas, a lei, das leis, o principio dos princípios, a razão das razões,a consciências consciências:
É Deus! Deus!
que vós revelais pela natureza, vossa Filha e nossa mãe. Reconheço-vos eu, senhor,
na poesia dá Criação,na criança que sorri, no ancião que tropeça, no mendigo que implora, na mão que assiste na mãe que vela, no pai que instrui no aposto que evangeliza
DEUS! Reconheço-vos eu, Senhor no amor da esposa,no afeto do filho, na estima da irmã, na justiça do justo,na misericórdia do indulgente, na fé do pio, na esperança dos povos, na caridade dos bons, na inteireza dos íntegros!
DEUS! Reconheço-vos eu ,Senhor, no estro do vate,na eloqüência do orador, na inspiração do artista,na santidade do moralista, na sabedoria do filósofos, nos fogos dos gênio!
DEUS! Reconheço-vos eu, Senhor, na flor dos vergeis,na relva dos vales,no matiz dos campos, na brisa dos prados, no perfume das campinas, no murmúrio das fontes, no rumorejo das franças, na musica dos bosques, na placidez dos lagos, na altivez dos montes na amplidão dos oceanos, na majestade do firmamento!
DEUS! Reconheço-vos nos lindos antelios, nos íris multicor, nas auroras polares, no argênteo da Lua, no brilho do Sol, na fulgência das estrelas no fulgor das constelações!
DEUS! Reconheço-vos eu,Senhor, com Jesus quando ora:
Pai nosso que estais no céu:.
Ou com os anjos quando cantam:
Glória a Deus nas alturas:.
Poema de Eurípides Barsanulfo

domingo, 22 de abril de 2012


O Espírita e a Caridade

O espírita estudioso sabe que toda a moral de Jesus está consubstanciada na caridade e na humildade: caridade, que é o contraponto do egoísmo, e humildade, que representa o contraponto do orgulho.
Não há quem não anseie pela felicidade. Entretanto, ela jamais será alcançada sem a presença dessas duas virtudes. Isso porque a felicidade é um estado de espírito e tem a ver com o equilíbrio da mente e do coração, neste mundo e no outro.
Ninguém tem, efetivamente, essa paz de espírito se a consciência lhe cobra ter sido, no relacionamento com o próximo, maquiavélico, falso, dissimulado, insincero, antifraterno.Essa paz interior, entretanto, brota, quando o sentimento de solidariedade, de fraternidade, de amor, é exercitado, de inúmeras maneiras:
A paciência com o próximo mais próximo;
O amparo à criança e ao idoso;
A assistência ao enfermo e ao recluso, e assim por diante.
Cada um tem a sua programação reencarnatória e nela diversas formas de praticar a caridade e a humildade.
Salvar-se, no entendimento espírita, significa bem aproveitar essas oportunidades, saindo-se vencedor nessa programação.Representa caridade e humildade calar-se diante da ofensa e perdoar.
Quem assim age está indo contra o egoísmo e o orgulho. E não é somente com relação ao próximo, mas também em relação a Deus.Quem ama o próximo está amando ao Criador. Quem revolta-se diante do próximo está se revoltando diante do Pai Maior: é como se dissesse, murmurando, “Deus é injusto colocando no meu caminho pessoa ou pessoas que me servem de prova, testando-me continuamente.”
Não se podendo amar verdadeiramente a Deus sem a prática efetiva da caridade em relação ao próximo, a garantia do progresso espiritual e moral reside no seu exercício.
Às vezes ouve-se questionamentos sobre se a filantropia seria caridade ou não.
A filantropia, por definição, significa amor à humildade.Assim sendo, se é caridade o amor ao próximo, é caridade também o amor à humildade (Jesus nos ama, a todos).
Como se sabe sobejamente, pelos ensinamentos espíritas, a caridade pode ser espiritual e/ou material e isso se aplica tanto a uma pessoa em particular como a um grupo maior ou menor de pessoas.
Na programação reencarnatória de todos está presente tanto uma como outra forma de caridade, desde a vida em família como a vida em sociedade.
O que varia de um para outro indivíduo é a particularidade da tarefa, seja em função de prova, de reparação, ou de ambos.No estágio evolutivo em que nos encontramos, ninguém se considerará missionário, no sentido religioso da palavra. Entretanto, quedar indiferente em relação às necessidades do próximo, se se pode de alguma forma ajudar, representa culposa omissão, da qual um dia se haverá de prestar contas.
A Doutrina Espírita, com o seu tríplice e indispensável aspecto, enfatizando a prática da caridade como condição para o desenvolvimento espiritual e moral, mostra o caminho a ser seguido pelos que já a compreendem.
Quanto mais estudo mais é sentida a necessidade da prática da caridade; quanto mais a caridade é praticada mais profundamente é sentido o efeito dessa causa em termos de bem estar espiritual.
Pela análise da essência da mensagem espírita, constata-se que o Espiritismo representa o Consolador, a reviscência do Cristianismo na sua pureza dos primeiros tempos cristãos. Ser espírita verdadeiro e buscar ser verdadeiro cristão.

sábado, 21 de abril de 2012

Espiritismo na Prática

Espiritismo na Prática

Autor: Joanna de Ângelis (espírito), psicografia de Divaldo Franco

Mergulhando a mente nas profundas lições da Doutrina Espírita, o homem se ilumina e descobre os tesouros que buscava, a fim de enriquecer-se de conhecimento e beleza, realizando uma experiência humana caracterizada pela ética-moral relevante, que ressalta do conteúdo superior absorvido.

Não obstante a excelência das informações espíritas, estas impõem como finalidade precípua a transformação íntima da criatura, que deve adotar uma conduta pautada nos seus ensinamentos, graças aos quais se fazem imediatos o aprimoramento moral, a renovação emocional e sua conseqüente aplicação no comportamento social.

Sem a devida utilização dos recursos intelectuais que decifram as incógnitas da existência corporal, toda essa conquista não passará de adorno sem sentido, que não contribui, significativamente, para a felicidade real do indivíduo.

O conhecimento propõe responsabilidade, e esta aciona os mecanismos dos deveres fraternais, concitando à ação positiva, cujos efeitos a Humanidade fruirá em paz e plenitude.

A prática espírita se expressa através da incorporação dos ensinamentos à atividade cotidiana, demonstrando a transformação do caráter melhor, com os seus saudáveis efeitos de bem-estar no grupo social no qual o indivíduo se movimenta.

Irradiando a serenidade que decorre da identificação da lei de causa e efeito, esta modificação conclama, sem palavras, quantos o cercam, a uma correspondente atitude, superando as reações perniciosas que decorrem da ignorância delas.

Por extensão, as ações se expandem em favor do próximo, contribuindo para que as suas aflições sejam diminuídas, atendendo-lhes aos efeitos visíveis, ao mesmo tempo remontando às raízes geradoras das desgraças, a fim de erradicá-las.

A prática do Espiritismo faculta a construção de uma nova sociedade, na qual o egoísmo cede lugar à solidariedade, e a injustiça permite a ação da ética dos direitos humanos, a todos proporcionando o uso e a vivência das bênçãos que o amor de Deus propicia igualitariamente.

Surge, então, como decorrência, uma inevitável alteração dos códigos legais e estatutos atuais com formulações mais consentâneas com o amor, tomando o lugar das leia arbitrárias ainda vigentes em vários Organismos e Nações da Terra.

A prática espírita acende estrelas de esperança nos céus plúmbeos da atualidade e aponta os rumos da solidariedade a todos quantos se enjaulam no personalismo e nas ambições desvairadas do eu enfermo.

Há todo um imenso campo a joeirar.

A terra árida dos corações, maltratada e ao abandono, aguarda a tecnologia do amor a fim de reverdecer, e esse esforço concentrado cabe à prática espírita daqueles que se iluminaram com o conhecimento.

Todas as doutrinas espiritualistas fomentam a ação do bem e a renovação moral do homem, no entanto, só o Espiritismo lhes confere a demonstração da sobrevivência da alma, por meio da mediunidade dignificada.

Utilizar desse imenso acervo de fatos para a prática salutar, colocada no dia-a-dia, é o compromisso que assume o homem inteligente que, tendo a mente esclarecida, dulcifica o coração e torna-se amante do bem, da verdade e da caridade legítima.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dez Apontamentos de Paz






Dez Apontamentos de Paz



1º Aprenda a desculpar infinitamente para que os seus erros, à frente dos outros, sejam esquecidos e perdoados.

2º Cale-se, diante do escárnio e da ofensa, sustentando o silêncio edificante, capaz de ambientar-lhe a palavra fraterna em momento oportuno.

3º Não cultive desafetos, recordando que a aversão por determinada criatura é, quase sempre, o resultado da aversão que lhe impuseste.

4º Não permita que o egoísmo e a vaidade, o orgulho e a discórdia se enraízem no seu coração, lembrando que toda a idéia de superstimação dos próprios valores é adubo nos espinheiros da irritação e do ódio.

5º Perante o companheiro que se rendeu às tentações de natureza inferior, deixe que a compaixão lhe ilumine os pontos de vista, pensando que, em outras circunstâncias, poderia você ocupar-lhe a indesejável situação e o lugar triste.

6º Não erga a sua voz demasiado e nem tempere a sua frase com fel para que a sua palavra não envenene as chagas do próximo.

7º Levante-se, cada dia, com a disposição de servir sem a preocupação de ser servido, de auxiliar sem retribuição e cooperar sem recompensa, para que a solidariedade espontânea te favoreça com os créditos e recursos da simpatia.

8º Esqueça a calúnia e a maledicência, a perversidade e as aflições que lhe dilaceram a alma, entendendo nas dores e obstáculos do mundo as suas melhores oportunidades de redenção.

9º Lembre-se de que os seus credores estão registrando a linguagem de seus exemplos e perdoar-lhe-ão as faltas e os débitos, à medida que você se fizer o benfeitor desinteressado de muitos.

10º Não julgue que o serviço da paz seja mero problema da boca mas, sim, testemunho de amor renúncia, regeneração e humildade da própria vida, porque, somente ao preço de nosso próprio suor, na obra do bem, é que conseguiremos reconciliar-nos, mais depressa, com os nossos adversários, segundo a lição do Senhor.

Se vos internardes pelo terreno baldio da queixa, em breve, vos achareis mergulhados no charco de compridos lamentações.


Autor: André Luiz
Psicografia de Chico Xavier.
Do livro: Mentores e Seareiros

quinta-feira, 19 de abril de 2012

IMPEDIMENTOS

*
"Pondo de lado todo o impedimento... corramos com perseverança a carreira que nos está proposta". - Paulo. (HEBREUS, 12:1.)

Por onde transites, na Terra, transportando o vaso de tua fé a derramar-se em boas obras, encontrarás sempre impedimentos a granel, dificultando-te a ação.
Hoje, é o fracasso nas tentativas iniciais de progresso.

      Amanhã, é o companheiro que falha.



      Depois, é a perseguição descaridosa ao teu ideal.

      Afligir-te-ás com o fel de muitos lábios que te merecem apreço.

      Sofrerás, de quando em quando, a incompreensão dos outros.

      Periodicamente encontrarás na vanguarda obstáculos mil, induzindo-te à inércia ou à negação.

      A carreira que nos está proposta, no entanto, deve desdobrar-se no roteiro do bem incessante...

      Que fazer com as pessoas e circunstâncias que nos compelem ao retardamento e à imobilidade?


      O apóstolo dos gentios responde, categórico:
"Pondo de lado todo o impedimento".

      Colocar a dificuldade à margem, porém, não é desprezar as opiniões alheias quando respeitáveis ou fugir à luta vulgar. É respeitar cada individualidade, na posição que lhe é própria, é partilhar o ângulo mais nobre do bom combate, com a nossa melhor colaboração pelo aperfeiçoamento geral. E, por dentro, na intimidade do coração, prosseguir com Jesus, hoje, amanhã e sempre, agindo e servindo, aprendendo e amando, até que a luz divina brilhe em nossa consciência, tanto quanto inconscientemente já nos achamos dentro dela.




 EMMANUEL

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A reencarnação e a Igreja


155 anos de O Livro dos Espíritos.

A reencarnação e a Igreja

Orígenes, sábio cristão e mestre da igreja, ensinava que "todas as almas chegam a este mundo fortalecidas pelas vitórias ou debilitadas pelas derrotas de uma vida pregressa.

O seu lugar neste planeta é determinado por seus méritos ou deméritos do passado". Essa assertiva do sábio Orígenes traduz sua ampla confissão da sua crença viva na reencarnação da alma.

São Clemente, de Alexandria, era adepto fervoroso da teoria da reencarnação e isso pode ser facilmente encontrado em muitos de seus escritos.

Em favor da teoria reencarnacionista, São Gregório, Bispo de Nissa, afirmou que "a alma precisa purificar-se e isso não acontecendo durante a vida na Terra, deve ser realizado em outras vidas futuras".

Santo Agostinho, no seu livro Confissões, chegou a interpelar a si mesmo: "não vivi em outro corpo antes de entrar no ventre de minha mãe?" Eis aqui provada, por sua própria confissão, a crença de Santo Agostinho na sua própria reencarnação.

Somente em 553, durante o Concílio de Constantinopla, graças às artimanhas da imperatriz Theodora, que exerceu forte influência em seu esposo – o Imperador Justiniano –, é que a reencarnação tornou-se heresia e seus adeptos passaram a ser perseguidos. Apesar disso e das perseguições que se seguiram aos então considerados "hereges", muitos doutores da igreja continuaram acreditando e divulgando os legítimos princípios da reencarnação. Em nossos dias, no seio da igreja contemporânea, cultos sacerdotes, em caráter sigiloso, continuam aceitando a tese reencarnacionista. Conheci o prezado e saudoso padre Gregório. Cheguei a dialogar com o mesmo e confessou-me ele que aceitava a reencarnação do espírito e, para minha maior alegria, tirou do bolso de sua batina e mostrou-me uma foto do nosso Chico Xavier. Sim, meus amigos, o espiritismo tem como pedra angular a reencarnação que, racionalmente, explica todos os meandros da evolução do espírito.

Por Domério de Oliveira
Revista Cristã de Espiritismo

terça-feira, 17 de abril de 2012

MÉDIUM ESPÍRITA


O médium Chico Xavier

MÉDIUM ESPÍRITA

Quando o Médium Espírita apareceu na assembléia doutrinária, sinceramente decidido à tarefa que lhe fora designada, abraçou o serviço com ardor; no entanto, das pequenas multidões que o acompanhavam saíram vozes: “é por demais verde, não tem experiências”. O seareiro do Bem assumiu ares de adulto e adotou costumes austeros e mostrou-se entusiasta, mas ouviu novo conceito: “é um temperamento perigoso, entregue à chocarrice”. Procurou então adicionar veemência ao otimismo e os circunstantes fizeram coro: “é explosivo, dado à violência”.


O servidor arrefeceu os impulsos e começou a usar textos esclarecedores para fundamentar as próprias asserções, lendo pareceres de autoridades, e escutou novo apontamento: “é um burro que não sabe falar, senão recorrendo a notas alheias”.

Abandonou, daí em diante, o sistema de citações e passou a dar somente respostas rápidas sobre os problemas que lhe vinham à esfera de ação, e exclamaram para logo: “é um preguiçoso, sem qualquer atenção para o estudo”. Nessa altura, o obreiro da Espiritualidade julgou mais razoável servir à Causa da Luz, no próprio lar; contudo, ouviu: “é um covarde, não enfrenta responsabilidades diante do povo”. O Médium regressou às atividades públicas e entrou a colaborar na sementeira do conhecimento superior, onde fôsse chamado, e surgiu outra sentença: “é um manequim da vaidade, manobrado por agentes das trevas”.


O atormentado trabalhador procurou evitar discussões e escolheu atitude de reserva, falando apenas em torno das questões mais simples da edificação espiritual, e comentou-se: “é mole demais, sem qualquer fibra moral para os testemunhos de fé”. Registrando isso, esposou o regime da mente arejada com o verbo franco, e anotaram, de imediato: “é um obsidiado, entregue à mistificação”. Tentou acomodar-se, fazendo unicamente aquilo que considerava como sendo o seu próprio dever, e clamaram: “é vagabundo, nada quer com o trabalho”. Ele tornou a inflamar-se de boa vontade, oferecendo o máximo das próprias forças à construção da Espiritualidade Maior, e acusaram: “é revolucionário, deve ser vigiado...”


Aflito, o medianeiro procurou o Mentor Espiritual que lhe propiciava amparo constante, e chorou:

- Ah! benfeitor meu, que faço se não satisfaço?

- De quem recebeste a tarefa do bem? – perguntou o amigo. – Do Senhor ou dos homens?

- Do Senhor – soluçou o Médium.

- Então – replicou o abnegado companheiro -, levarei tua indagação ao Senhor e amanhã trarei a resposta.

No dia seguinte, ao amanhecer, quando o servidor orava, rogando força e inspiração, surgiu-lhe à frente o instrutor espiritual e falou, sereno:

- O Senhor mandou dizer-te que, em te nomeando para colaborar na Obra de redenção, assim o fêz porque confiava em teu amor para com os irmãos da família humana, e que, por isso mesmo, não te solicitou o inventário das críticas que porventura te fossem feitas, e sim te recomendou tão-somente servir e trabalhar.


Nesse instante, o primeiro clarão diurno varou, de chofre, a vidraça. O medianeiro, de alma subitamente bafejada por nova compreensão, mirou o fio de luz que vencera as trevas para aquecê-lo em silêncio... Em seguida, pensou e pensou, a pouco e pouco invadido de estranho júbilo... Desde então, o Médium Espírita olvidou a si mesmo e aprendeu com o raio de Sol que a sua força vinha do Senhor e que a sua felicidade se resumia em servir e servir, trabalhar e trabalhar.


Extraído do livro “Estante da Vida”
Irmão X
Chico Xavier