quarta-feira, 30 de setembro de 2015


Obstáculos

 

Diante dos obstáculos, fazer o melhor e seguir para a frente.

Sempre desapontamos alguém e sempre alguém nos desaponta.

Assim como nem todos podem habitar o mesmo sítio, nem todos conseguem partilhar as mesmas ideias.

Nunca explodir, gritar, irar-se ou desanimar e sim trabalhar.

Depois de um problema, aguardar outros.

O erro ensina o caminho do acerto e o fracasso mostra o caminho da segurança.

Toda realização é feita pouco a pouco.

Nos dias de catástrofe, nada de cólera ou de acusação contra alguém, e sim a obrigação clara de repormos o comboio do serviço nos trilhos adequados e seguir adiante.

Quem procura o bem, decerto que há de sofrer as arremetidas do mal.

Plantar o bem, através de tudo e de todos, por todos os meios lícitos ao nosso alcance, compreendendo que, se em matéria de colheita Deus pede tempo ao homem, o homem deve entregar o tempo a Deus.

 

Francisco Cândido Xavier - Sinal Verde - Pelo espírito André Luiz

terça-feira, 29 de setembro de 2015


ESPERA  E  AMA  SEMPRE

 

Casemiro Cunha
 

          Não elimine a esperança

De uma alma triste ou ferida
Que a esperança é a luz eterna
Nas grandes noites da vida.
 
Feliz daquele que espera,
No caminho da amargura,
No coração da criatura.
Pois toda a dor vem e passa.
 
Ama e crê. Espalha o bem.
Porque, na Terra, em verdade,
É infeliz quem cuida apenas
Da própria felicidade.
 
 

ETERNA  CRUZ

 

                                    Casemiro Cunha

 

Sobre as lutas da Terra, o Mestre se debruça

E exclama, olhos no céu, amargurado e aflito:

-  “Há milênios, meu Pai, que choro no infinito,

Presa aos braços da cruz, minh’alma que soluça...”

 

Depois, fitando a Terra, eis que o Mestre inda exclama:

-  “Amai-vos, meus irmãos! Somente o amor ensina

A encontrar  a verdade e a luz  pura e divina;

Em verdade, é feliz somente aquele que ama!...”

 

Em vão, porém, Jesus grita ao mundo a verdade,

No mar da indiferença, a cega humanidade

Não procura a verdade e nem deseja a luz.

 

Caim devora Abel no caminho escabroso!

Sempre a sede carnal de prazer e de gozo,

E o Mestre continua, em lágrimas, na cruz...

 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015


A Razão de Ser do Espiritismo


Victor Hugo (espírito)

Quando o obscurantismo da fé dominava as mentes, levando-as ao fanatismo desestruturador da dignidade e do comportamento; quando a cultura, enlouquecida pelas suas conquistas no campo da ciência de laboratório, proclamava a desnecessidade de qualquer preocupação com Deus e com a alma, face à fragilidade com que se apresentavam no proscênio do mundo; quando a filosofia divagava pelas múltiplas escolas do pensamento, cada qual mais arrebatadora e irresponsável, inculcando-se como portadora da verdade que liberta o ser humano de todos os atavismos e limitações; quando a arte rompia as ligações com o clássico, o romântico e a beleza convencional, para expressar-se em formulações modernistas, impressionistas, abstracionistas, traduzindo, ora a angústia da sua geração remanescente dos atavismos e limitações do passado, ora a ansiedade por diferentes paradigmas de afirmação da realidade; quando se tornavam necessários diversos comportamentos sociais e políticos para amenizar a desgraça moral e econômica que avassalava a Humanidade; quando a religião perdia o controle sobre as consciências e tentava rearticular-se para prosseguir com os métodos medievais ultramontanos e insuportáveis; quando as luzes e as sombras se alternavam na civilização, surgiu o Espiritismo com a sua razão de ser para promover o homem e a mulher, a vida e a imortalidade, o amor e o bem a níveis dantes jamais alcançados.

Realizando uma revolução silenciosa como poucas jamais ocorridas na História, tornou-se poderosa alavanca para o soerguimento do ser humano, retirando-o do caos do materialismo a que se arrojara ou fora atirado sem a menor consideração, para que adquirisse a dignidade ética e cultural, fundamentada na identificação dos valores morais, indispensável para a identificação dos objetivos essenciais e insuperáveis da paz interna e da consciência de si mesmo durante o trânsito corporal.

Logo depois, no Collège de France, proclamando ser Jesus um homem incomparável, no seu memorável discurso, o acadêmico e imortal Ernesto Renan confirmava, a seu turno, embora sem qualquer contato com a Doutrina nascente, a humanidade do Rabi galileu, rompendo a tradição dogmática do Homem Deus ou do ancestral Deus feito homem.

Sob a ação do escopro inexorável das informações de além-túmulo, o decantado repouso ou punição eterna, o arbitrário julgamento mais punitivo que justiceiro, cediam lugar à consciência da vida exuberante que prossegue morte afora impondo a cada qual a responsabilidade pela conduta mantida durante a trajetória encerrada.

As narrações da sobrevivência tocadas pela legitimidade dos fatos fundamentadas na lógica da indestrutibilidade do ser espiritual, davam colorido diferente às paisagens da Eternidade, diluindo as fantasias e mitos que as adornaram por diversos milênios.

Permitiu que o ser humano se redescobrisse como Espírito imortal que é, preexistente ao berço e sobrevivente ao túmulo, facultando-lhe compreender a finalidade existencial, que é imergir no oceano do inconsciente, onde dormem os atos pretéritos e as construções que projetam diretrizes para o momento e o futuro, a fim de diluir as volumosas barreiras de sombra e de crueldade a que se entregou e que lhe obnubila a compreensão da sua realidade, emergindo em triunfo, para que lobrigue a imarcescível luz da verdade que o há de conduzir pelos infinitos roteiros do porvir.

Intoxicado pelos vapores da organização fisiológica, mergulhado em sombras que lhe impedem o discernimento, vagando pelos dédalos intérminos da busca da realidade, somente ao preço da fé raciocinada e lógica, portadora dos instrumentos que se derivam dos fatos constatados, o homem e a mulher podem avançar com destemor pelas trilhas dos sofrimentos inevitáveis, que são inerentes à sua condição de humanidade, vislumbrando níveis mais nobres que devem ser conquistados.

O Espiritismo traçou novos programas para a compreensão da vida e a mais eficaz maneira de enfrentá-la, desafiando o materialismo no seu reduto e os materialistas no seu cepticismo, oferecendo-lhes mais seguras propostas de comportamento para a felicidade ante as vicissitudes do processo existencial.

Não se compadecendo da presunção dos vazios de sentimento e soberbos de conhecimentos em ebulição de ideias, demonstrou a sua força arrastando desesperados que foram confortados, violentos que se acalmaram, alucinados que recuperaram a razão, delinquentes que volveram ao culto do dever, perversos que se transformaram, ateus que fizeram as pazes com Deus, ingratos que se reabilitaram perante os seus benfeitores, miseráveis morais que se enriqueceram de esperança e de alegria de viver, construindo juntos o mundo de bem-estar por todos anelado.

O Espiritismo trouxe a perfeita mensagem da justiça divina, por enquanto mal traduzida pela consciência humana, contribuindo para a transformação da sociedade, mas sem a revolução sangrenta das paixões em predomínio, que sempre impõe uma classe poderosa sobre as outras que são debilitadas à medida que vão sendo extorquidos os seus parcos recursos até a exaustão das suas forças, quando novas revoluções do mesmo gênero explodem, produzindo desgraça e ódios que nunca terminam...

Trabalhando a transformação moral do indivíduo, propõe-lhe o comportamento solidário e fraternal, a aplicação da justiça corretiva e reeducativa quando delinqui, conscientizando-o de que as suas ações serão também os seus juízes e que não fugirá de si mesmo onde quer que vá.

Todo esse contributo moral foi retirado do Evangelho de Jesus, especialmente do Seu Sermão da montanha, no qual reformulou os valores humanos até então aceitos, demonstrando que forte não é o vencedor de fora, mas aquele que se vence a si mesmo, e poderoso, no seu sentido profundo, não é aquele que mata corpos, mas não é capaz de evitar a própria morte.

Revolucionando o pensamento ético e abrindo espaço para novo comportamento filosófico, a Sua palavra vibrante e a Sua vivência inigualável, colocaram as pedras básicas para o Espiritismo no futuro alicerçar, conforme ocorreu, os seus postulados morais através da ética do amor sob qualquer ponto de vista considerado.

Nos acampamentos de lutas que se estabeleciam no Século XIX, quando a ciência e a razão enfrentavam a fé cega e a prepotência das Academias e dos seus membros fascinados como Narciso por si mesmo, o Espiritismo surgiu como débil claridade na noite das ambições perturbadoras e lentamente se afirmou como amanhecer de um novo dia para a Humanidade já cansada de aberrações de conduta como fugas da realidade e sonhos de poder transitório, transformados em pesadelos de guerras infames, cujas sequelas ainda se demoram trucidando vidas e dilacerando sentimentos.

A razão de ser do Espiritismo encontra-se na sua estrutura doutrinária, diversificada nos seus aspectos de investigação científica ao lado das demais correntes da ciência, do comportamento filosófico com a sua escola otimista e realista para o enfrentamento do ser consigo mesmo e da vivência ético-moral-religiosa que se estrutura em Deus, na imortalidade, na justiça divina, na oração, na ação do bem e sobretudo do amor, única psicoterapia preventiva-curativa à disposição da Humanidade atual e do futuro.


(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 7 de junho de 2001, em Paris, França)

(Jornal Mundo Espírita de Novembro de 2001)

domingo, 27 de setembro de 2015

Não estais a sós, ninguém está abandonado.

(Mensagem psicofônica ditada pelo Espírito Adolfo Bezerra de Menezes, por intermédio do médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da sua conferência da 62ª Semana Espírita de Vitória da Conquista, no dia 13 de setembro de 2015) 

Aqui nos encontramos para produzir as bênçãos de Deus dentro de nossas existências. Vivem-se hoje, na Terra, crises de muitas denominações. A criatura humana perdeu o endereço de Deus e, por isso, também perdeu o endereço de si mesma. O prazer, as utopias, as necessidades do encantamento frívolo, as distrações preenchem os espaços do viajante terrestre que viaja sem saber exatamente para onde. Não é de estranhar as pessoas se interrogando: qual é o objetivo essencial da minha vida? 

Se dúvidas e incógnitas pairam nas vossas interrogações existenciais, abri o evangelho de Jesus e leia uma frase, leia um artigo que possa significar resposta dos céus às sombras do desencanto, e deixai-vos arrastar pela misericórdia do Senhor. Não estais a sós, ninguém está abandonado, mas é natural que para identificar o acompanhamento, consulte-se a consciência. Busque o silêncio interior para escutar a música delicada do mundo espiritual. 

Estais convidados para implantar o reino de Deus na Terra, não vos aflijais, tende tento, tornai preciosas as vossas vidas. Falamos a Deus, orando. Deus nos responde, inspirando-nos. E quando o Pai deseja ajudar alguém, utiliza-se de nós para o socorro. Tornai-vos as mãos de Jesus acariciando a dor, a palavra de conforto moral do Mestre apontando caminhos, os pés que andam ao lado do padecente para impedir que ele tombe. 

Vós sois os chamados desta hora, reflexionai. Filhas e filhos queridos, o Senhor necessita de nós, quanto Dele necessitamos. Este é o nosso momento divino de libertação. Contemplemos os prazeres que já fruímos e verificaremos que passaram, deixaram sabor amargo ou um desejo de tormentosa repetição. Mas se nos deleitarmos com a presença de Cristo dentro de nós, então, a paz, a perfeita alegria e a esperança tomarão conta das nossas vidas. Sede alegres, viveis em paz. 

São os votos dos espíritos amigos aqui presentes, que nos pedem para transmitir-vos a mensagem da sua afetividade. Com carinho, o abraço terno do velho servidor e humilde amigo paternal Bezerra de Menezes. 

Muita paz, meus filhos.

sábado, 26 de setembro de 2015

Não desista do Bem!   


Seja qual for a dificuldade, persevera no Bem.
Fracasso é lição.

Dor é porta de acesso a esferas superiores.
Quem te agride não te conhece por dentro.

Os que te desprezam, desconhecem tua essência.

Pensa no Bem e esquece o mal.

Rompe as algemas que te atam ao pessimismo.

Mentaliza o progresso e abraça a tarefa nobilitante.

O tempo tudo encaminha e a tudo corrige.
Entra no clima da prece sincera, em cuja atmosfera ouvirás a voz do Mais Alto.

Segue para frente, confiando em Deus e em ti. A felicidade do amanhã começa no pensamento que cultivares agora.

Abraça o ideal elevado, entregando-te ao Bem possível. No final, a vitória será sempre do amor.

Irmã Scheilla.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sinal Espírita




Quando a pessoa entrou no Espiritismo, é fácil verificar: basta perquirir um fichário ou escutar uma indicação. Entretanto, a fim de positivar se o Espiritismo entrou na pessoa, é indispensável que a própria criatura faça menção disso, através de manifestações evidentes.

Vejamos dez das inequívocas expressões do sinal espírita na individualidade, que sempre se representa pelo designativo "mais", nos domínios do bem:

mais serviço espontâneo e desinteressado aos semelhantes;

mais empenho no estudo;

mais noção de responsabilidade;

mais zelo na obrigação;

mais respeito pelos problemas dos outros;

mais devotamento à verdade;

mais cultivo de compaixão;

mais equilíbrio nas atitudes;

mais brandura na conversa;

mais exercício de paciência.

Ser espírita de nome, perante o mundo, decerto que já significa trazer legenda honrosa e encorajadora na personalidade, mas, para que a criatura seja espírita, à frente dos Bons Espíritos, é necessário apresentar o sinal espírita da renovação interior, que, ante a Vida Maior, tem a importância que se confere na Terra às prerrogativas de um passaporte ou ao valor de uma certidão.


Albino Teixeira

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Reconforto




Por mais longo o caminho

Confia, luta e ama.

Mantém acesa a chama do teu ideal

Não temas o mal

Só o bem permanece
 



 Conduz sempre teus passos

Aos clarões da prece

Vem sorrir, vem cantar

Deixa a esperança te agasalhar

Vem cantar, vem sorrir

Que um novo dia vai surgir



Recebe com alegria a dor que te renova

Porque a tua prova é tua alforria

O teu pranto é luz

Erguendo-o ao lar celeste

Cercado pelas rosas do bem que fizeste



E segue pela estrada

Que o bom mestre seguiu

Erguendo a cada passo o irmão que caiu

Amando sempre mais, te envolverás em luz

E encontrarás a paz nos braços de tua cruz.



Auta de Souza

quarta-feira, 23 de setembro de 2015


 


Ferramentas de Deus


Desejavas, decerto, alma querida,
Que Deus te desse para a vida
Unicamente laços prediletos,
Os mais doces afetos
Que te consigam compreender.


Entretanto, cantando de esperança,
Recebes muitas vezes,
Por mecanismos sobrenaturais,
Muitos amados que se modificam
Enquanto o tempo avança,
Sejam eles o esposo, a esposa, o irmão, o amigo,
Parentes, companheiros, filhos, pais!. . .

Aqui, é um coração que resumia
Todos os teus projetos de ventura,
Que se te fez na luz do dia – a – dia
Um ponto inevitável de amargura.


Eis que encontras, ali, alguém que amaste
Por anjo de uma vida superior
E hoje se te surge
Por presença de dor.

Mais além, se destaca outra criatura
A quem te deste pelo afeto irmão
E agora te aparece por verdugo
Que te esquece a bondade e humilha o coração.


Entretanto, alma boa,
Serve mais, ama sempre, auxilia, perdoa. . .
Ternos amigos que se avinagraram!. . .
Temo-los onde vamos
A fim de aprimorar-nos,
Mesmo devagarinho. . .

São eles todos sempre
Ferramentas de Deus
Que nos aperfeiçoam em caminho.
Anota a vida, em torno:
A natureza é um claro exemplo disso.
O espinho guarda a rosa, a rocha escora o vale.


O freio salva o carro ao contê-lo em serviço.
Um dia, entenderás, alma querida,
Na luz do Mais Além,
Como é bom suportar quem nos despreze ou fira
Sem nunca desprezar ou ferir a ninguém.

Maria Dolores

Do livro: Encontro de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

terça-feira, 22 de setembro de 2015



Agora e Sempre


Senhor,

dá-nos forças para que não venhamos a esmorecer na jornada que empreendemos ao Teu lado.

Ampara-nos a fim de que não desertemos dos nossos deveres de cada dia, mormente das tarefas que abraçamos na Doutrina que Te revive os ensinamentos para o mundo.

Inclina-nos à paciência, ensinando-nos a compreender e a perdoar os que ombreiam conosco nos diferentes caminhos da vida.

Disciplina-nos a palavra, para que não nos convertamos em instrumentos de pessimismo e desalento às almas invigilantes.

Guia-nos ao bem, de forma que as nossas mãos cultivem, em Teu nome, as sementes da esperança e da paz em todos os corações.

Senhor, faze-nos conhecer qual seja a Tua Vontade a nosso respeito e que possamos servir-Te com alegria, onde e como queiras, agora e sempre!...
Irmão José

segunda-feira, 21 de setembro de 2015


Esnobismo


Um exotismo existe que ameaça as fileiras espíritas sem ser qualquer das excentricidades que aparecem no movimento doutrinário, à conta de extravagância marginal.

Disparate talvez pior, porquanto, se nas atividades paralelas ao caminho real da ideia espírita somos impelidos a reconhecer muita gente caracteristicamente sincera nas intenções louváveis, nessa outra esquisitice vamos encontrar para logo a máscara de atitudes e maneiras, em desacordo com os princípios arejados da Nova Revelação.


Reportamo-nos ao esnobismo que comparece, muita vez, em nossas formações, qual praga enquistada em plantação valiosa.


Companheiros que se deixam vencer por semelhante prejuízo fornecem em pouco tempo os sinais que lhe são consequentes.


Continuam espíritas e afirmam-se espíritas, mas começam afetando possuir orientação de natureza superior, passando a excessiva admiração pelas novidades em voga. E, desprevenidamente, sem maior atenção pelos ensinos da Doutrina que abraçam, cristalizam despropósitos no modo de ser.


Habitualmente, apaixonam-se por exterioridades sociais e escolhem classe determinada para frequentar. Isolam-se em grupo segregacionista, conquanto se supunham representantes da mais alta ortodoxia em matéria de opinião.


Acreditam muito mais em títulos transitórios do academicismo e em facilidades econômicas do que no valor substancial das pessoas.


Estimam espetáculos acima do serviço, e evidenciam apreço além do que é justo aos medalhões do mundo, à medida que se fazem mais distantes e envergonhados de quaisquer relações com os humildes.


Estão sempre dispostos a ordenar no trabalho em assuntos de organização, horário, local e condições, sem permitir que o trabalho os comande nas disposições e disciplinas com que foi estabelecido.


Nas obras de beneficência, tratam irmãos em penúria como se fossem párias sociais, ao passo que se inclinam reverentes perante qualquer figura de relevo mundano de mérito duvidoso.

 
Nós, os espíritas desencarnados e encarnados, devemos estar de sentinela contra semelhante absurdo.


O esnobismo - repitamos - é parasito destruidor da árvore de nossos princípios e realizações.

 
Vigiemo-nos. Imitemos o lavrador correto que zela pela própria lavoura, e, se o esnobismo surge, sorrateiro, em nossas atividades, procuremos de imediato, dar o fora com ele.

André Luiz

domingo, 20 de setembro de 2015


Saibamos Pensar

Se pretenderes receber a luz dos anjos para viver em paz entre os homens, observa como pensas, a fim de que a sombra de ontem não te anule a esperança de hoje.


Cada dia é frente movimentada na luta silenciosa, em que nos cabe entronizar na consciência aquela vitória espiritual sobre nós mesmos, capaz de assegurar-nos a suspirada penetração na Vida Celeste.

Hora a hora, aprendamos a pensar com o bem, pelo bem, junto do bem, através do bem e estendendo o bem, a fim de que venhamos a errar menos, diante das leis que nos regem.


Observando o irmão transviado, que a convenção apelida por malfeitor, mentaliza-lhe a recuperação que o integrará na comunidade das criaturas úteis e auxilia-o quanto possas.


Perante a irmã que se fez infeliz na conceituação dos outros, reflete no esforço que o seu valor feminino despendeu para ser nobre e digna e estende-lhe mão fraterna.


Ante o delinqüente que se transformou em réu da justiça, medita na batalha indefinível que o companheiro desventurado terá vivido em si próprio, antes de render-se à tentação e ampara-o com os recursos ao teu alcance.


Não cubras teus olhos com o crepe do pessimismo, nem envolvas réus no gelo da indiferença.


Aprende a pensar para o bem para que o bem te ensine a ver e a servir.


Onde o mundo situa o aviltamento e a corrupção, a falência e a queda, o pensamento reto descobre sonhos malogrados e aspirações desfeitas que a tempestade da ignorância e da penúria destruiu.


Não te confies às sugestões da tristeza e do desânimo, da crueldade e da maldição.


Passa auxiliando e sentirás no irmão da estrada a continuação de ti mesmo.


E, acendendo a luz da confiança e da bondade em torno dos próprios pés, guardarás a mente invulnerável à influência das trevas, convertendo o próprio espírito em vaso sagrado no qual o pensamento nobre, recolhido com limpidez e segurança, transformar-te-á a existência em estrela, brilhando na Terra em abençoada antecipação ao Reino de Deus.

Emmanuel

Do livro: Nós, Médium: Francisco Candido Xavier

sábado, 19 de setembro de 2015


Libertação

A finalidade precípua e mais importante da reencarnação diz respeito ao processo de auto iluminação do Espírito.


Herdeiro de suas próprias experiências mantém atavismos negativos que o retêm nas paixões perturbadoras, aturdindo-se com frequência, na busca frenética do prazer e da posse. Como consequências, as questões espirituais permanecem-lhe em plano secundário, em conceder-se ensejo de crescimento libertador.


Indispensável que se criem as condições favoráveis ao desenvolvimento dos seus valores éticos e espirituais que não devem ser postergardos. Somente através desse esforço - que é o empenho consciente para o auto encontro, o denodo para romper com as amarras selvagens da ignorância, da acomodação, da indiferença - que o logro se torna possível.


pessoas que detestam a solidão, afirmando que esta lhes produz depressão e angústia, sensação de abandono e de infelicidade.
Outras, no entanto, buscam-na como terapia indispensável ao refazimento das forças exauridas, caminho seguro para o reexame de atitudes, para a reflexão em torno dos acontecimentos da vida.


A solidão, todavia, não é boa nem má. Os valores dela defluentes são sentidos de acordo com o estado de espírito de cada ser.


O silêncio produz em alguns indivíduos melancolia e medo.

Parece sugerir-lhes um abismo apavorante, ameaçador.


Em outras pessoas, faculta a paz, o processo de readaptação ao equilíbrio, abrindo espaço para o auto conhecimento.


O silêncio, no entanto, não é positivo ou negativo. Conforme o estado íntimo de cada um, ele propicia o que se faz necessário à paz, à alegria.


Muitos homens se atiram afanosamente pela conquista do dinheiro, nele colocando todas as aspirações da vida como sendo a meta única a alcançar. Fazem-se, até mesmo, onzenários.

Inúmeros outros, todavia, não lhe dão maior valor, desperdiçando-o com frivolidade, esbanjando-o sem consideração. Terminam, desse modo, na estroinice, na miséria econômica.


O dinheiro, entretanto, não é essencial ou secundário na vida. Vale pelo que pode adquirir e segundo a consideração de que se reveste transitoriamente.


É indispensável que inicies o processo da tua libertação quanto antes.


Faze um momento habitual de solidão, onde quer que te encontres. Não é necessário que fujas do mundo, porém que consigas um espaço mental e doméstico para exercitares abandono pessoal e aí fazeres silêncio, meditando em paz.


Não digas que o tempo não te faculta ocasião.

Renuncia a alguma tarefa desgastante, a alguma recreação exaustiva, ao tempo que dedicas ao espairecimento saturador e aplica-o à solidão.


Nesse espaço, isola-te e silencia.


Deixa que a meditação refunda os teus valores íntimos e logre libertar-te das paixões escravizantes.


Considera o dinheiro e todos os demais valores como instrumentos para finalidades próximas, cuidando daqueles outros de sabor eterno e plenificador, que se te fazem essenciais para o êxito na tua jornada atual, a tua auto iluminação libertadora.

Joanna de Ângelis

sexta-feira, 18 de setembro de 2015


Sustentação

Por maior que seja a prova,

Não te afastes de Deus.

Pode a estrada ser fria,

No entanto, Deus te aquece.

Sentes que há sombra em torno,

Deus, porém, te ilumina.

Se te notas sem força,

Eis que Deus te sustenta.

Nos piores conflitos,

Deus se te faz descanso.

Não desista do bem.

Deus não te faltará.

Emmanuel

quinta-feira, 17 de setembro de 2015


Negócios


E ele lhes disse: Por que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?" - (LUCAS, 2:49, )


O homem do mundo está sempre preocupado pelos negócios referentes aos seus interesses efêmeros.

Alguns passam a existência inteira observando a cotação das bolsas. Absorvem-se outros no estudo dos mercados.

Os países têm negócios internos e externos. Nos serviços que lhe dizem respeito, utilizam-se maravilhosas atividades da inteligência. Entretanto, apesar de sua feição respeitável, quando legítimas, todos esses movimentos são precários e transitórios. As bolsas mais fortes sofrerão crises; o comércio do mundo é versátil e, por vezes, ingrato.

São muito raros os homens que se consagram aos seus interesses eternos. Frequentemente, lembram-se disso, muito tarde, quando o corpo permanece a morrer. Só então, quebram o esquecimento fatal.

No entanto, a criatura humana deveria entender na iluminação de si mesmo o melhor negócio da terra, porquanto, semelhante operação representa o interesse da Providência Divina, a nosso respeito.

Deus permitiu as transações no planeta, para que aprendamos a fraternidade nas expressões da troca, deixou que se processassem os negócios terrenos, de modo a ensinar-nos, através deles, qual o maior de todos. Eis por que o Mestre nos fala claramente, nas anotações de Lucas: - "Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?"
Emmanuel

quarta-feira, 16 de setembro de 2015


Em Horas Difíceis

...quando tempestades desencadearem, recordemos a palavra do Evangelho:

“Se Jesus é por nós, quem será contra nós?”

Bezerra de Menezes

terça-feira, 15 de setembro de 2015




Espera Mais

Pensa na dor dos que não esperaram...
Às vezes, ruge a tempestade da incompreensão no ambiente doméstico e experimentas o ímpeto de reagir colericamente.
Entretanto, nada digas.
Espera um tanto mais.


Apareceram dissensões entre amigos que se desarvoraram em lastimáveis atitudes e queres assumir posição drástica sob as impressões do momento.
No entanto, não te perturbes.
Espera um tanto mais.

Companheiros te trouxeram notícias alarmantes, com relação ao comportamento infeliz de irmãos determinados e, no íntimo, te dispões à censura apressada.
Não te afobes, porém.
Espera um tanto mais.


Recebeste injúrias que te doem no sentimento e te inclinas a promover a própria defesa, de imediato.
Entretanto, não desesperes.
Espera um tanto mais.

Nunca respondas à violência com a violência.
Em qualquer situação, acalma-te para fazer o melhor.
Muitos delitos, calamidades, desequilíbrios e tragédias caem na sucata do sofrimento e da culpa, por longo tempo, simplesmente porque as vítimas da precipitação não quiseram esperar.

Meimei

Do livro: Palavras Do Coração, Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 14 de setembro de 2015


Busquemos a Eternidade
". . . ainda que o homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova dia a dia." - Paulo. (II CORÍNTIOS, 4:16.)

Não te deixes abater, ante as alterações do equipamento físico.
Busquemos a Eternidade.

Moléstias não atingem a alma, quando não se filiam aos remorsos da consciência.

A velhice não alcança o espírito, quando procuramos viver segundo a luz da imortalidade.

Juventude não é um estado da carne.
Há moços que transitam no mundo, trazendo o coração repleto de pavorosas ruínas.

Lembremo-nos de que o homem interior se renova sempre.

A luta enriquece-o de experiência, a dor aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o caráter.

O espírito encarnado sofre constantes transformações por fora, a fim de acrisolar-se e engrandecer-se por dentro.
Recorda que o estágio na Terra é simples jornada espiritual.

Assim como o viajante usa sandálias, gastando-as pelo caminho, nossa alma apropria-se das formas, utilizando-as na marcha ascensional para a Grande Luz.
Descerra, pois, o receptor de teu coração à onda sublime dos mais nobres ideais e dos mais belos pensamentos e aprendamos a viver longe do cupim do desânimo e nosso espírito, ainda mesmo nas mais avançadas provas da enfermidade ou da senectude, será como sol radiante, a exteriorizar-se em cânticos de trabalho e alegria, expulsando a sombra e a amargura, onde estivermos.
Emmanuel

domingo, 13 de setembro de 2015


A Estranha Crise

O mundo vem criando soluções adequadas para a generalidade das crises que o atormentam.


A carência do pão, em determinados distritos, é suprida, de imediato, pela superprodução de outras faixas de terra.


Corrige-se a inflação, podando a despesa.


O desemprego desaparece pela improvisação de trabalho.

A epidemia é sustada pela vacina.


Existe, porém, uma crise estranha - e das que mais afligem os povos - francamente inacessível à intervenção dos poderes públicos, tanto quanto aos recursos da ciência nas conquistas modernas. Referimo-nos à crise da intolerância que, desde o travo de amargura, que sugere o desânimo, à violência do ódio, que impele ao crime, vai minando as melhores reservas morais do Planeta, com a destruição consequente de muitos dos mais belos empreendimentos humanos.

Para a liquidação do problema que assume tremendo vulto em todas as coletividades terrestres, o remédio não se forma de quaisquer ingredientes políticos e financeiros, por ser encontrado tão somente na farmácia da alma, a exprimir-se no perdão puro e simples.


O perdão é o único antibiótico mental suscetível de extinguir as infecções do ressentimento no organismo do mundo. Perdão entre dirigentes e dirigidos, sábios e ignorantes, instrutores e aprendizes, benevolência entre o pensamento que governa e o braço que trabalha, entre a chefia e a subalternidade.


Consultem-se nos foros - autênticos hospitais de relações humanas - os processos por demandas, questões salariais, divórcios e desquites baseados na intransigência doméstica ou na incompatibilidade de sentimentos, reclamações, indenizações e reivindicações de toda ordem, e observe-se, para além dos tribunais de justiça, a animosidade entre pais e filhos, a luta de classes, as greves de múltiplas procedências, as queixas de parentela, os duelos de opinião entre a juventude e a madureza, as divergências raciais e os conflitos de guerra, e verificaremos que, ou nos desculpamos uns aos outros, na condição de espíritos frágeis e endividados que ainda somos quase todos, ou a nossa agressividade acabará expulsando a civilização dos cenários terrestres.


Eis por que Jesus, há quase vinte séculos, nos exortou perdoarmos aos que nos ofendam setenta vezes sete, ou melhor, quatrocentos e noventa vezes.


Tão-só nessa operação aritmética do Senhor, resolveremos a crise da intolerância, sempre grave em todos os tempos. Repitamos, no entanto, que a preciosidade do perdão não se adquire nos armazéns, por que, na essência, o perdão é uma luz que irradia, começando de nós.

Emmanuel

Do livro: Mãos Unidas, Médium: Francisco Cândido Xavier