sexta-feira, 24 de junho de 2011

BOM SENSO

Natércio

BOM SENSO

 
Imaginemos o nosso alto sertão paraibano há 50 anos atrás, sem estradas, sem televisão, sem rádio, e, especialmente, observemos o pensamento de nosso avô paterno Azarias Sarmento de Sá, na década de 50, pois, ao dirigir-se aos netos, assim se expressava:

- Meus Queridos Netos, já caminhei por muitas estradas, vivi anos trabalhando nas seringueiras, às margens do rio Juruá, um dos afluentes do rio Amazonas, vi muitas coisas na vida, tenho experiência suficiente para demonstrar a minha preocupação com o futuro que os aguarda. Chegará um tempo em que vocês não ficaram sentados na calçada, como nos encontramos nestes instantes, proseando, trocando idéias, e, pior é que terão dinheiro no bolso e faltarão alimentos para adquirir.

Em nossa mente infantil, acreditávamos na suas palavras proféticas, não obstante, pensávamos existir uma pontinha de fantasia e, na medida em que os anos porvindouros chegassem iriam dissipar as nuvens escuras do futuro que vaticinava nosso avô.

Que palavras fortes, firmes e reais, ainda hoje ecoa em nossa alma. Ele estava coberto de razão, o cidadão de hoje não encontra mais segurança nem mesmo em sua residência, imagine ficar até tarde da noite, sentado em cadeiras na sua calçada e receber os amigos para prosear, sob pena de acontecer um assalto, uma agressão física ou verbal.

Como dizia Cecília Meireles: “Ai palavras, ai palavras, Que estranha potência a vossa!”

Temos esperanças no porvir, as etapas vividas em pleno século XXI, são fundamentais para o nosso aperfeiçoamento moral, não estamos nos queixando, necessitamos agilizar nosso contato com DEUS, nosso Pai, e sentirmos a Sua infinita misericórdia para com os seus filhos.

Lembremo-nos de uma grande dificuldade que Chico Xavier atravessava e já quase sem forças para receber as agressões gratuitas e maldosas, foi necessário a intervenção de Emmanuel, seu espírito protetor que assim falou paternalmente para seu protegido: “Chico - – Não te aflijas com os que te batem – o martelo que atormenta o prego com pancadas fá-lo mais seguro e mais firme.”

Para um melhor aproveitamento, é bastante seguir o modelo do nosso Mestre e Senhor Jesus, conforme O Evangelho segundo o Espiritismo, “Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens.”

Sejamos práticos, imaginemos os erros cometidos em encarnações anteriores e ante a nossa pobreza, nos achamos injustiçados, esquecidos por Deus. Que vão filosofia, em verdade, a dor não bate na porta errada. A nossa sagacidade em querer levar vantagem em tudo, ainda ressoa em nossa alma, a exemplo do Cardeal Richelier, nos longínquos anos de 1500, ao reencarnar na França, o Cardeal nada possuía de legitimo representante de Jesus, a quem apregoava seguir. A sua índole era tão inferior, tão perversa, haja vista, sempre afirmar com sagacidade e sem o mínimo pudor, pois, qualquer cidadão de bem da nobreza da França que desejasse levar a fogueira, e apropria-se de bens e tornar a família escrava, o Cardeal precisava de apenas um mês para colocar a corda no pescoço do inocente, tempo suficiente para arregimentar testemunhas falsas e declarar hereges e inimigos do povo e de Deus.

É aquele ditado popular: “Quando desejamos matar o cão, basta só dizer que está com raiva.”

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