O FUTURO DAS GRANDEZAS MATERIAIS
Dentro de alguns séculos, os
colossos de Paris, de Roma e de Londres serão contemplados com o embevecimento
histórico das recordações; a torre Eiffel, a Abadia de Westminster serão como
as ruínas do Coliseu de Vespasiano e das construções antigas do Spalato. Os
ventos tristes da noite hão de soluçar sobre os destroços, onde os homens se
encontraram para se destruírem, uns aos outros, em vez de se amarem como
irmãos. Os raios da Lua deixarão ver, nas margens do Tamisa, do Tibre e do
Sena, o local onde a Civilização Ocidental suicidou-se à míngua de
conhecimentos espirituais. O império britânico conhecerá então, como a
Península Ibérica, a recordação dos seus domínios e das suas conquistas. A
França sentirá, como a Grécia antiga, um orgulho nobre por ter cooperado na
enunciação dos Direitos do Homem e a Itália se lembrará melancolicamente de
suas lutas.
De cada vez que os homens querem
impor-se, arbitrários e despóticos, diante das leis divinas, há uma força
misteriosa que os faz cair, dentro dos seus enganos e de suas próprias
fraquezas. A impenitência da civilização moderna, corrompida de vícios e
mantida nos seus maiores centros à custa das indústrias bélicas, não é
diferente do império babilônico que caiu, apesar do seu fastígio e da sua
grandeza. No banquete dos povos ilustres da atualidade terrestre, lêem-se as
três palavras fatídicas do festim de Baltasar. Uma força invisível gravou
novamente o “Mane – Thécel – Phares”* na festa do mundo.
Que Deus, na Sua misericórdia,
ampare os humildes e os justos.
Emmanuel
*Significado de mane, thecel, phares
Contado, pesado, dividido. Palavras que, segundo o
livro de Daniel, apareceram na parede da sala onde o Rei Baltasar promovia uma
festa sacrílega.
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