sexta-feira, 9 de outubro de 2020

 É VERDADE, ACONTECEU NA CASA DO CAMINHO (02)

Vejamos o nosso irmão Jaime, portador de problemas renais crônicos, deslocava-se ao Hospital Santa Terezinha a cada dois dias, para a realização da hemodiálise, sempre retornando sofrido, abatido e, muitas vezes, raivoso.

O Sr. Jaime (Foto) tinha um amigo de nome Alípio, que diariamente fazia a sua caminhada de 500 metros, motivo de orgulho e satisfação pelo grande feito físico. O percurso era dentro do terreno da Casa do Caminho. Após o exercício físico, outra maratona estava reservada: passar horas e horas em discussão por problemas, desde o mais elementar, até o mais complexo. Algumas vezes chegavam a discussões acaloradas, prevendo até trovoadas mais fortes, entre um e outro, apesar das durezas das palavras. Cada um, Jaime e Alípio, estavam convencidos de sua superioridade na área da sapiência, e, concluídas as abordagens, os dois felizes e vitoriosos resmungavam de dentro de si, filosofando intimamente, balançando a cabeça, da tamanha ignorância do seu parceiro.

Observemos uma discussão entre os dois. Jaime sempre afirmava que não existia Deus. Alípio defendia a bondade e existência de Deus. Alípio exemplificava que o vento era obra de Deus, não obstante, o Sr. Jaime com aparente conhecimento dizia: "que o vento era obra dos homens, pois acionavam grandes ventiladores e proporcionava a movimentação do ar".

Lamentavelmente, nem Alípio nem Jaime, conheciam o pensamento de La Rochefoucauld, que nesta frase de sua autoria comentava: “O melhor meio para ser-se enganado é considerar-se mais esperto do que os outros”.

Bem, já dá para perceber a que nível de questionamento os dois amigos entregavam-se. Certamente, essa discussão deve estar sendo produzida no mundo espiritual, com certeza, com uma orientação mais serena e detendo um auxiliar para suprir a falta de sabedoria de que eram detentores quando encarnados.

- Walter Sarmento de Sá Filho



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