Em plena
era nova
Há criaturas que deixaram, na
Terra, como único rastro da vida robusta que usufruíam na carne, o mausoléu
esquecido num canto ermo de cemitério.
Nenhuma lembrança útil.
Nenhuma reminiscência em bases de
fraternidade.
Nenhum ato que lhes recorde
atitudes com padrões de fé.
Nenhum exemplo edificante nos
currículos da existência.
Nenhuma ideia que vencesse a
barreira da mediocridade.
Nenhum gesto de amor que lhes
granjeasse sobre o nome o orvalho da gratidão.
A terra conservou-lhes, à força,
apenas o cadáver – retalho de matéria gasta que lhes vestira o espírito e que
passa a ajudar, sem querer, no adubo às ervas bravas.
Usaram os empréstimos do Pai
Magnânimo exclusivamente para si mesmos, olvidando estendê-los aos companheiros
de evolução e ignorando que a verdadeira alegria não vive isolada numa só alma,
pois que somente viceja com reciprocidade de vibrações entre vários grupos de
seres amigos.
Espíritas, muitos de nós já
vivemos assim!
Entretanto, agora, os tempos são
outros e as responsabilidades surgem maiores.
O Espiritismo, a rasgar-nos nas
mentes acanhadas e entorpecidas largos horizontes de ideal superior, nos impele
para frente, rumo aos Cimos da Perfectibilidade.
A Humanidade ativa e necessitada,
a construir seu porvir de triunfos, nos conclama ao trabalho.
O espírito é um monumento vivo de
Deus – o Criador Amorável.
Honremos a nossa origem divina,
criando o bem como chuva de bênçãos ao longo de nossas próprias pegadas.
Irmãos, sede vencedores da rotina
escravizante.
Em cada dia renasce a luz de uma
nova vida e com a morte somente morrem as ilusões.
O espírito deve ser conhecido por
suas obras.
É necessário viver e servir.
É necessário viver, meus irmãos,
e ser mais do que pó!
Eurípedes Barsanulfo
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