quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Proselitismo, não. Divulgação, sim.

É PRECISO DIVULGAR

Proselitismo, não. Divulgação, sim.

Ensina-nos o Espiritismo que não devemos promover atividades tendentes a conquistar adeptos com o objetivo de ampliar a quantidade de participantes da Doutrina Espírita. Tal comportamento seria a repetição de um erro que marca a história das religiões. Adesão de fachada não muda o homem e torna-se um procedimento inútil aos propósitos da Criação. De nada serve participar desta ou daquela religião, sem viver os ensinamentos do Cristo. Exatamente por isso, a Doutrina dos Espíritos tem o compromisso de buscar a integração qualificada, apresentando a sua idéia libertadora, mas sem imposição de pensamentos, restando ao homem, como não poderia deixar de ser, o livre-arbítrio para seguir o caminho que desejar.

Indispensável é a divulgação, haja vista que não seria curial reduzir a Terceira Revelação ao círculo restrito de poucos, postura tão equivocada como o proselitismo. Erram os que pensam que religião é assunto da consciência. Conhecer a verdade e não transmiti-la é egoísmo. Cabe a nós, espíritas encarnados, divulgar ao mundo o Consolador Prometido, anunciado pelos Emissários de Deus, os espíritos desencarnados.

Não há tempo a perder. Como bem disse Bezerra de Menezes em comunicação recebida em 6 de dezembro de 1969 pelo médium Francisco Cândido Xavier “Vivemos um grande minuto na existência planetária, no qual a civilização, para sobreviver, há de alçar o coração ao nível do cérebro e controlar o cérebro, de tal modo que o coração não seja sufocado pelas aventuras da inteligência”.

A mensagem deixa evidente a imperiosa necessidade de procedermos à divulgação do Espiritismo, possibilitando aos homens a renovação na perspectiva da vida, destruindo o materialismo que tanto tem influenciado negativamente na terra.

A Doutrina Espírita apresenta, de modo racional e não apenas como artigo de fé, a continuidade da vida após a morte do corpo físico, anulando o nadismo, que é a angústia do homem. A imortalidade da alma é idéia de muito presente na humanidade, mas sempre cercada de misticismo, sem conseguir, portanto, afastar o medo do nada, mesmo daqueles seguidores de religiões e ditos espiritualizados. O espiritismo, diferentemente, traz a noção exata da imortalidade da alma e seus reflexos no contexto da vida corpórea. Projeta o homem para uma reflexão sobre o passado, presente e futuro, deixando patente à necessidade da prática do bem como caminho para a felicidade. Apresenta o plano espiritual como nosso mundo primitivo e a necessidade do desapego à matéria, esfera de passagem do qual nada de corpóreo levaremos ao retornamos a pátria espiritual, e que tudo o que importa são nossas obras. A Justiça Divina é perfeitamente compreendida com o Espiritismo e situações inexplicáveis aos olhos do que até agora conhecíamos passa a possuir uma clareza cristalina. A reencarnação, a lei de causa e efeito, tudo tão perfeito como o é seu Criador.

É preciso levar a todos a Doutrina Espírita e para tanto cabe aos que já a conhecem apresentá-la aos outros. “Trabalhar pela divulgação das leis divinas que regem a vida, mostrar aos homens que elas tem aplicação automática pelo poder soberano e amoroso de Deus, é a missão mais urgente, honrosa e necessária para todos os espíritas e para todos aqueles que aspiram à transformação do nosso mundo para melhor” (Juvanir Borges de Sousa, Reformador de setembro de 2005, p. 5). Os homens precisam conhecer a Verdade e vivê-la, não há mais tempo para persistir nas ilusões da matéria ou do perdão dos pecados, somos imortais e a cada um segundo suas obras. Temos a responsabilidade pela implantação das idéias espíritas, mas devemos fazê-lo com muita serenidade, sem interferir na liberdade dos homens. Como dito no inicio, divulgação, sim, proselitismo, não.

Sousa-PB, 06 de novembro de 2005.

Bernardo A. S. Lacerda (foto acima)

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