terça-feira, 27 de outubro de 2009

ASSÉDIO TRANSITÓRIO

“Conheci uma casa espírita cujas portas foram descerradas com grande alegria”. Tomou fôlego e prosseguiu aquela personalidade que havia brilhado no movimento espírita quando no corpo físico.

__ “Estagiando demoradamente naquele estado de encantamento, os companheiros não anteviram ou preferiram ignorar que no passar dos dias os percalços haveriam de se intensificarem. A presença do entusiasmo não lhes deixou considerar que os dias sequentes não seriam tão só de sol e céu azul.


Ninguém houve que pensou na possibilidade do surgimento da borrasca; as trovoadas foram ignoradas. O entusiasmo geral prenunciou apenas dias quais aqueles na senda deles, mas não lhes permitiu ver que a luta entre o bem e o mal é intensa por todos os rincões do Universo.


No começo era tudo alegria; as amizades a se consolidarem sugeriam laços préexistentes, estes encontros de amizades espirituais que se efetivam... Não demorou alguns meses para que se percebesse os sinais do cansaço naquelas faces. A onda do entusiasmo havia passado célere e agora estava requisitando a devoção para assumir o seu posto. As reflexões foram se aclarando e o encantamento precedente foi dando lugar a meticuloso estudo do horizonte mirado.


O temor apareceu, a responsabilidade para se assumir tamanha obra qual aquela gerou discretas tristezas nos amigos testas de frente da instituição. Se no começo os colaboradores uns aos outros se atropelavam, com o passar do tempo foram se dispersando e tão escassos ficaram que as atividades das casa ficavam concentradas no comando daqueles que não se arrefeceram e mantiveram os ideais acesos, embora muitas vezes lhes faltava o ânimo e a sombra agregada desafiava o fluxo daqueles discretos raios de luz que conseguiam preservar. As cobranças eram feitas, mas os ouvidos moucos nada registravam. Os poucos confrades que restavam oscilavam os passos entre a firmeza e a fragilidade e vez ou outra um se refugiava nos caminhos melancólicos da deserção voluntária, porém depois que a vida lhe aplicava sova, almejava reassumir os próprios postos de serviços. Voltavam sem atinarem para as lutas que enfrentavam aqueles que não vacilaram em transitar para frente, mesmo afrontando as próprias limitações que sabiam possuírem. Se mantiveram em lutas intérminas até quando puderam. Contudo os dias se encarregaram de propiciar a desistência coletiva. Os supostos mais fortes passaram a ser atacados pelos mais fracos. O melindre impossibilitou um ou outro de avançar. A fofoca fez com que um deles colocasse o caso pessoal acima do próprio idealismo e foi-se embora amaldiçoando aquela vertente por onde tantas bênçãos desceram dos planos superiores. Outros dos que restavam se apartaram do serviço sofrendo periódico incômodo do desânimo. Mais alguns paralisaram os passos sob o pretexto de serem imperfeitos e se acharem perdidos sem quaisquer perspectivas para avançarem. Quantos tiveram os passos atravancados devido as críticas. Foram diversos os que se recuaram por causado incômodo das ingratidões... De maneira geral, faltou-lhes a vigilância. As promessas foram esquecidas. As lutas mal estavam começando. Acendendo luz, olvidaram que estavam incomodando os que preferiam as sombras. Para tirá-los da ativa, não precisou muita coisa não; bastou suceder o chamado assédio transitório e o grupo foi se desagregando. Os adversários das idéias espíritas atuaram com discrição. Na falta do auto policiamento, conseguiam grandes feitos com o assédio transitório, visto que, sabendo ser impraticável a chamada obsessão pronunciada, adotaram esta técnica para agirem, pois que nesta situação não se precisa acoplar-se as mentes baseado em vinculação de experiências encarnatórias precedentes cujo ódio há muito tenha feito o trabalho da associação mental doentia. O assédio transitório é oportunista. Pega um hoje, outro amanhã, mais outro depois e cada qual daquelas vítimas poderão influenciar negativamente as outras, patrocinando desuniões, inimizades, distanciamentos, incompreensões, aversões e ressentimentos”. E o amigo concluiu:

__ “As portas que foram abertas com tamanho entusiasmo não resistiram muito tempo e foram fechadas. Onde a oração e a vigilância faltam, as trevas fazem a festa”.


Mensagem psicografada pelo médium Alaor Borges Junior, do espírito de ClóvisTavares, na reunião íntima do dia 08/03/2003.



P.S.: “O Espiritismo não vem procurar os perfeitos, mas os que se esforçam em o ser pondo em prática os ensinos dos Espíritos. O verdadeiro espírita não é o que alcançou a meta, mas o que sinceramente quer atingi-la. Sejam quais forem os seus antecedentes, que será bom espírita desde que reconheça suas imperfeições e seja sincero e perseverante no propósito de se emendar”. Allan Kardec

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