terça-feira, 27 de dezembro de 2011

DOS MÉDIUNS.


DOS MÉDIUNS.

33. Os médiuns são as pessoas aptas a receberem a influência dos Espíritos e transmitirem os seus pensamentos.

Toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por isso mesmo, médium. Essa faculdade é inerente ao homem, e, por conseguinte, não é, de nenhum modo, um privilégio exclusivo: também há poucos nos quais não se lhe encontra algum rudimento. Pode-se, pois, dizer que todo o mundo, com pequena diferença, é médium; todavia, no uso, essa qualificação não se aplica senão naqueles nos quais a faculdade mediúnica se manifesta por efeitos ostensivos de uma certa intensidade.

34. O fluido perispiritual é o agente de todos os fenômenos espíritas; esses fenômenos não podem se operar senão pela ação recíproca dos fluidos emitidos pelo médium e pelo Espírito. O desenvolvimento da faculdade mediúnica prende-se à natureza mais ou menos expansível do perispírito do médium e à sua assimilação, mais ou menos fácil, com o dos Espíritos; prende-se, por conseqüência, ao organismo, e pode ser desenvolvida quando o princípio existe, mas não pode ser adquirida quando esse princípio não existe. A predisposição mediúnica é independente do sexo, da idade e do temperamento; encontram-se médiuns em todas as categorias de indivíduos, desde a mais tenra idade, até a mais avançada.

35. As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio de seu perispírito; a facilidade dessas relações depende do grau de afinidade que existe entre os dois fluidos; alguns há que se assimilam facilmente e outros que se repelem; de onde se segue que não basta ser médium para se comunicar indistintamente com todos os Espíritos; há médiuns que não podem se comunicar senão com certos Espíritos, ou com certas categorias de Espíritos, e outros que não o podem senão por uma transmissão de pensamento, sem nenhuma manifestação exterior.

36. Pela assimilação dos fluidos perispirituais, o Espírito se identifica, por assim dizer, com a pessoa que quer influenciar; não somente lhe transmite o seu pensamento, mas pode exercer sobre ela uma ação física, fazê-la agir ou falar à sua vontade, fazê-la dizer o que não quer; em uma palavra, servir-se de seus órgãos como se fossem os seus; pode, enfim, neutralizar a ação de seu próprio Espírito e paralisar-lhe o livre arbítrio. Os bons Espíritos se servem dessa influência para o bem, e os maus Espíritos para o mal.

37. Os Espíritos podem se manifestar de uma infinidade de maneiras diferentes, e não o podem senão com a condição de encontrarem uma pessoa apta a receber e a transmitir tal ou tal gênero de impressão, segundo a sua aptidão; ora, como não há nenhuma delas possuindo todas as aptidões no mesmo grau, disso resulta que umas obtêm efeitos impossíveis para as outras. Essa diversidade na aptidão produz diferentes variedades de médiuns.

38. A vontade do médium, de nenhum modo, é sempre necessária; o Espírito que quer se manifestar procura o indivíduo apto a receber a sua impressão, e dele se serve, freqüentemente, com o seu desconhecimento; outras pessoas, ao contrário, tendo a consciência de sua faculdade, podem provocar certas manifestações; daí duas categorias de médiuns: os médiuns inconscientes e os médiuns facultativos.

No primeiro caso, a iniciativa vem do Espírito: no segundo, vem do médium.

39. Os médiuns facultativos não se encontram senão entre as pessoas que têm um conhecimento mais ou menos completo dos meios de se comunicar com os Espíritos, e podem assim ter a vontade de se servirem de suas faculdades; os médiuns inconscientes, ao contrário, se encontram entre aqueles que não têm nenhuma idéia nem do Espiritismo, nem dos Espíritos, mesmo entre os mais incrédulos, e que servem de instrumento sem o saberem e sem o quererem. Todos os gêneros de fenômenos espíritas podem se produzir pela sua influência, e foram encontrados em todas as épocas e entre todos os povos. O ignorância e a credulidade lhes atribuíram um poder sobrenatural, e, segundo os lugares e os tempos, deles fizeram santos, feiticeiros, loucos ou visionários; o Espiritismo nos mostra neles a simples manifestação espontânea de uma faculdade natural.

40. Entre as diferentes variedades de médiuns, distinguem-se principalmente: os médiuns de efeitos físicos; os médiuns sensitivos ou impressionáveis; os médiuns audientes, falantes, videntes, inspirados, sonâmbulos, curadores, escreventes ou psicógrafos, etc.; não descreveremos aqui senão os mais essenciais (1).

(1) Para os detalhes completos, ver O Livro dos Médiuns.



Obras Póstumas, de ALLAN KARDEC

Um comentário:

  1. Olá.Gostaria de uma ajuda, se possível. Há mais ou menos um mês ouvimos em casa(apto) três batidas, quase todas as manhãs, entre 8 e 9 horas, no quarto, é sempre três batidas, em partes diferentes do quarto, elas vem do nada,é no ar. Já reviramos tudo, tentando achar alguma coisa que batesse, que esbarrasse,ventilador, piso, roupeiro, caixas, sei lá e não encontramos nada. As vezes minha irmã esta sozinha em casa nesse horário e as batidas acontecem, ela fica muito nervosa por isso resolvi pesquisar mas não achei nada que explique isso. Sempre três batidas secas, no ar, sempre entre 8 ou nove horas da manhã.Confesso que sou um tanto cética, ainda acho que deve ser alguma coisa física mas não consigo atinar o que é. Será que pode ser um espirito? Minha irmã tem certeza que é. Se alguém puder me dar uma luz agradeço muuuito.

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