A
NOVIDADE MAIOR.
Inegavelmente o mundo progride,
embora com lentidão.
A vista disso, em cada dia, é
natural que a Terra surja, de algum modo, renovada em si mesma.
Entretanto, forçoso convir que no
lado externo das situações e das coisas, com leves modificações, aquilo que
vemos agora é o que já vimos.
O sol cuja marcha Josué supôs
haver, paralisado no combate contra o rei de Jerusalém, é o mesmo que clareia a
estrada do deserto para o beduíno de hoje.
A luz que afagava a cabeça de
Sócrates não sofreu diferenças.
O mar que Tibério fitava das
alturas de Capri oferece atualmente o mesmo espetáculo de imponência e beleza.
As grandes cidades da era moderna
são herdeiras das grandes cidades que o tempo sepultou em valas de cinzas.
As tricas políticas que criam a
guerra, nos dias que passam, não obstante mais espaçadas, são idênticas às que
faziam a guerra no tempo dos faraós.
Os escritores de inspiração
infeliz que há milênios envenenavam a cabeça do povo são substituídos na época
presente pelos escritores inconsequentes que articulam palavras nobres e
corretas fomentando os vícios do pensamento.
Inegavelmente o progresso é a
lei, contudo só o conhecimento de nós próprios conseguirá realmente
fundamenta-lo e apressa-lo em sadios alicerces na experiência.
Por essa razão, a maior novidade
para nós, acima de tudo, ainda e sempre é a nossa possibilidade imediata de
manejar a própria vontade e melhorar a vida, melhorando a nós mesmos.
EMMANUEL.
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