A
MORTE DO JUSTO
Em
seguida à primeira evocação do Sr. Sanson, feita na Sociedade de Paris, um
Espírito deu sob esta epígrafe a comunicação seguinte:
“Foi
a de um justo a morte desse homem de quem neste momento vos ocupais, isto é,
esperançosa e calma. Como o dia sucede naturalmente à aurora, a vida espiritual
se lhe sucedeu à vida terrestre, sem rompimento nem abalo.
O
seu último suspiro foi tanto como um hino de reconhecimento e amor.
E
quão poucos os que atravessam assim a rude transição! Quão poucos os que após a
confusão e desespero da vida concebem o ritmo harmonioso das esferas!
Como
o homem de saúde perfeita, de chofre mutilado, sofre nos membros separados ao
corpo, assim, a alma do céptico, separada do corpo, se despedaça e, lancinante,
se precipita no Espaço, inconsciente de si mesma.
“Orai por essas almas perturbadas; orai por
todos os sofredores, que a caridade não se restringe à Humanidade visível, mas
deve socorrer e consolar os habitantes do Espaço.
Disso tivestes a prova
evidente na súbita conversão desse Espírito tocado pelas preces espíritas sobre
o túmulo do homem de bem que vindes interrogar e que deseja fazer-vos progredir
no bom caminho.
O
amor não tem limites; enche o Espaço e dá e recebe mutuamente as suas divinas
consolações. Também o mar se desenrola numa perspectiva infinita, cujo
espetáculo deslumbra o espírito, parecendo confundir-se no seu limite com os
céus. São duas grandezas que se extremam. Pois bem; assim é o amor; mais
profundo que as ondas, mais infinito que o Espaço, a todos vós, encarnados e
desencarnados, deve unir na santa comunhão da caridade, fusão sublime do finito
e do eterno. Georges.”
“Por
mim mesmo juro — disse o Senhor Deus — que não quero a morte do ímpio, senão
que ele se converta, que deixe o mau caminho e que viva.” (EZEQUIEL, 33:11.)
A
morte não separa os que se amam. Tudo tem um porquê nesta vida. Deus tudo sabe.
Flammarion
Nenhum comentário:
Postar um comentário