quarta-feira, 14 de junho de 2017


Aos Obreiros.

 

(Sociedade Espírita de Paris, 17 de janeiro de 1864. - Médium, senhora Costel.)

 

Venho a vós, meus amigos, vós que sois os experimentados e os proletários do sofrimento; venho vos saudar, bravos e dignos obreiros, em nome da caridade e do amor.

Sois os bem-amados de Jesus, de quem eu fui o amigo; confortai-vos na crença espírita, como eu me confortei no seio do enviado divino. Obreiros, sois os eleitos no caminho doloroso da prova, onde caminhais com os pés sangrantes e o coração desencorajado.

Irmãos, esperai! Toda dificuldade traz consigo seu o salário; toda jornada laboriosa tem a sua noite de repouso. Crede no futuro que será vossa recompensa, e não procureis o esquecimento, que é ímpio. O esquecimento, meus amigos, é a embriaguez egoísta ou brutal; é a fome para os vossos filhos e as aflições para as vossas mulheres. O esquecimento é uma covardia. Que pensaríeis de um obreiro que, sob o pretexto de uma leve fadiga, desertasse da oficina e interrompesse covardemente a jornada começada? Meus amigos, a vida é a jornada da eternidade; cumpri bravamente o vosso trabalho; não sonheis com o repouso impossível; não avanceis a hora do relógio dos tempos; tudo vem a propósito: a recompensa à coragem e a bênção ao coração emocionado, que se confia à justiça eterna.

Sede Espíritas: tornar-vos-eis fortes e pacientes, porque aprendereis que as provas são uma garantia segura de progresso, e que elas vos abrirão a entrada das moradas felizes, onde bendireis os sofrimentos que dela vos terão aberto o acesso.

A vós todos, obreiros e amigos, minhas bênçãos. Assisto às vossas assembleias, porque sois bem-amados daquele que foi JOÃO O EVANGELISTA.

 

ALLAN KARDEC.

REVISTA ESPIRITA

JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS

7a ANO NO. 5 MAIO 1864

Nenhum comentário:

Postar um comentário