segunda-feira, 9 de abril de 2012

O PROMOTOR DE JUSTIÇA E O ESPIRITISMO

O PROMOTOR DE JUSTIÇA E O ESPIRITISMO
Atualmente, observa-se uma proliferação de faculdades de direito no país, e uma ingente quantidade de pessoas prestando concursos públicos para ingresso nas carreiras jurídicas no Brasil. Muitos são atraídos pelos altos salários e um certo status, olvidando-se, porém, da importância e responsabilidade inerente ao cargo.
Com efeito, quando um promotor de justiça, por exemplo, depara-se com um fato criminoso, tem a obrigação de levar à justiça ( por intermédio de uma denúncia), a fim de que seja punido com a aplicação rigorosa do código penal.
De outro lado, tem-se uma família à espera do julgamento de um processo judicial, que, não raro, demora anos para ser julgado nos tribunais brasileiros.
Durante todo o trâmite processual, advogados e promotores travam uma disputa de argumentos jurídicos, visando, em regra, à absolvição e condenação do réu respectivamente.
Todavia, não se pode olvidar que o promotor de justiça deve agir com imparcialidade, buscando a aplicação da Lei, ou seja, a incidência do que é justo, postulando a absolvição de inocente e a punição de culpados.
A visão antiga do promotor acusador não é mais consentânea com a constituição federal de 1988, a qual preconiza a observância de princípios de direitos humanos, dentre os quais, destaca-se a dignidade da pessoa humana.
Nesse sentido, o promotor justo, coerente, busca e tem interesse na absolvição do cidadão inocente, ainda que o referido órgão do Ministério Público tenha oferecido uma denúncia à Justiça.
Com efeito, um promotor, com uma visão espírita, buscará a justiça, e não a satisfação de vaidades. Perseguirá a condenação do corrupto, e não a perseguição de adversários. Recorrerá de decisões injustas, e não a interposição de recursos apenas para constar em estatísticas de sua instituição.
Demais disso, imaginem a responsabilidade que se tem ao oferecer uma ação penal em desfavor de um cidadão. Deve imaginar que, por trás dos papeis e documentos, existe uma família inteira sofrendo com o réu, além de um conjunto de amigos e colegas preocupados.
Destarte, a fim de realizar a missão confiada em suas mãos pela providência divina, deve ler atentamente cada processo com muito cuidado e responsabilidade, evitando a exposição de cidadãos sem que haja provas ou indícios suficientes acerca de irregularidades.
Com isso, estará exercendo seu munus com presteza e responsabilidade, angariando créditos terrenos e espirituais, cumprindo a verdadeira missão confiada pelo criador, qual seja, promover a justiça acima de qualquer vaidade ou adversidade.

Leandro Bastos Nunes - Perfil do Autor:
Procurador da República em Pernambuco. Ex advogado da União, ex conselheiro do Conselho Penitenciário em Pernambuco. Titular do ofício criminal especializado no combate ao crime organizado ( lavagem de dinheiro, sistema financeiro nacional, sonegação, contrabando, descaminho e crimes contra a administração pública). Palestrante em cursos de atualização para servidores do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Banco Central, e Defensoria Pública.

5 comentários:

  1. Excelente artigo, merecia ser publicado em todas as Delegacias e Promotorias. Parabéns ao Dr. Leandro

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  2. Se isso fosse seguido na prática, teríamos um mundo mais justo..

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Boas palavras e bom tema.
    É a velha história de não perder a humanidade e a essência ao analisar cada caso, por mais similar que pareça ser um do outro.
    É vida real que está por trás de todo o emaranhado de letras do processo, e o respeito ao "cuidar" de cada caso é o que diferencia cada profissional envolvido.

    - Tais Carramenha

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