quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A MORTE NÃO EXISTE


A MORTE NÃO EXISTE
de John Mc Creery



Não existe a morte. Os astros se vão

Para surgirem em outras terras,

Sempre brilhando no diadema celeste,

Espalham seu fulgor incessantemente.



Não existe a morte. As folhas do bosque

Convertem em vida o ar invisível;

As rochas se desintegram para alimentar

O faminto musgo que nelas se agarrou.



Não existe a morte. O chão que pisamos

Converter-se-á pelas chuvas estivais,

Em grãos dourados; em doces frutos;

Em flores que luzem suas policromias.



Não existe a morte. As folhas caem;

As flores murcham e desaparecem;

Esperam apenas durante as horas hibernais

O retorno do suave alento da Primavera.



Não existe a morte. Embora lamentemos

Quando o corpo denso de seres queridos

Que aprendemos a amar, sejam levados

De nossos amorosos braços, agora vazios.



Embora com o coração despedaçado,

Cobertos com as negras vestes de luto,

Levemos seus restos à obscura morada

E digamos que eles morreram.

 

Eles não morreram. Apenas partiram,

Rompendo a névoa que nos cega aqui;

Para nova vida, mais ampla, mais livre,

De esferas serenas, de brilhante Luz.



Apenas despiram suas vestes de barro,

Para revestirem-se com trajes cintilantes.

Não foram para longe, não nos deixaram;

Não se perderam; nem mesmo partiram.



Embora invisíveis aos nossos olhos;

Continuam nos amando. Estão conosco,

Nunca esquecem os seres queridos,

Que pelo mundo, atrás deixaram.



Por vezes sentimos na fronte febril,

Suave carícia ou balsâmico alento;

É que nosso espírito ainda os vê,

E nosso coração se conforta e tranqüiliza.



Sempre juntos a nós, embora invisíveis,

Continuam esses queridos espíritos imortais;

Pois, em todo o infinito Universo de Deus,

Só existe Vida - NÃO EXISTE A MORTE.

de John Mc Creery












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