domingo, 27 de dezembro de 2009

O PECADO DE MINHAS ORAÇÕES

Penso com horror nas minhas preces de outrora,
Quando eu pedia alguma coisa.


Vida, saúde, prosperidade e outros ídolos,
Como se algo houvesse de real,
Fora de ti, meu Deus, Realidade única, total, absoluta!
Como se em ti não estivessem contidas
Todas as coisas do universo!...

Como se todos esses pequenos "realizados"
Não fossem reflexos de ti, o grande "Real"!

Tamanha era a minha ilusão dualista,
Que eu julgava poder possuir algum efeito individual
Sem possuir a Causa Universal!


Hoje morreu em mim toda essa idolatria,
Esse ilusório dualismo objetivo.
Redimido pela verdade libertadora,
Sinto, hoje, nas profundezas do meu Ser, O grande monismo do Universo.


Hoje, o alvo das minhas orações,
És tu, Senhor, unicamente tu.
Hoje, sei e sinto que, possuindo a ti,
Possuo em ti todas as coisas
Que de ti emanaram,
E em ti ficaram...

Todas as coisas que, por mais distintas de ti,
São todas imanentes em ti.
Porque tu és a eterna Essência
De todas essas Existências temporárias.

Hoje não quero mais nada Senão a ti somente, Senhor,
Porque em ti está tudo
Que, fora de ti, parece existir.

E, porque assim te amo, Senhor,
Amo também tudo que é teu,
Tudo que, disperso pelo cenário cósmico,
Veio de ti, Está em ti,
Voltará a ti.

Revestiu-se de mística sacralidade
O meu antigo amor profano,
Desde que vejo o Deus do mundo
Em todas as coisas do mundo de Deus.
E o pecado das minhas orações de outrora
Foi remido pela verdade da minha prece de hoje.


O PECADO DE MINHAS ORAÇÕES Por Huberto Rohden.
(Texto extraído do inspirado livro “Escalando o Himalaia”, uma das grandes obras do grande filósofo brasileiro Huberto Rohden* – Editora MartinClaret.)
Foto: Cátia Moreira (de costa) na reunião de Evangelização primeira infancia - Comunhão Espírita Cristã A Casa do Caminho - Sousa - PB.

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