sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

AS FLORES

C h i c o sempre amou as flores.

A entrada de sua casa era formada por belas roseiras. Ele as cuidava com muito carinho.

Era comum vê-lo conversando com plantas e com os animais que conviviam em sua casa.

Certa feita, o jardim foi inundado de formigas, que ávidas destruíam as roseiras deixando-as quase sem folhas. O pessoal da casa queria comprar "formicida", para acabar com elas.

Já haviam encontrado um imenso formigueiro, que era o habitat das formigas.


Informaram ao Chico o que seria feito. Ele ficou profundamente preocupado. Como ele sabia que o ataque das formigas era à noite, após o término da reunião, ele vendo a quantidade de formigas que agiam nas roseiras, abaixando disse:


— Aviso a vocês minhas irmãs, que embora eu respeite muito as suas tarefas, sou obrigado a pedir para que vocês deixem esse jardim, porque senão uma grande tempestade vai cair sobre vocês. Não voltem mais aqui.


Chico fez isso por várias noites e ele percebeu, aliviado, que quase todas abandonaram o que faziam. E ele encerrava contando a todos que as poucas formigas que restavam tiveram que desencarnar, envenenadas, porque eram subversivas.



Sobre doação de órgãos:


P: — Chico você acha que o espírita deve doar as suas córneas? Não haveria nesse caso repercussões para o lado do perispírito, uma vez que elas devem ser retiradas momentos após a desencarnação do indivíduo?


R: — Sempre que a pessoa cultive desinteresse absoluto em tudo aquilo que ela cede para alguém, sem perguntar ao beneficiado o que fez da dádiva recebida, sem desejar qualquer remuneração, nem mesmo aquela que a pessoa humana habitualmente espera com o nome de compreensão, sem aguardar gratidão alguma, isto é, se a pessoa chegou a um ponto de evolução em que a noção da posse não mais a preocupa, esta criatura está em condições de dar, porque não vai afetar o perispírito em coisa alguma. No caso contrário, se a pessoa se sente prejudicada por isso ou aquilo no curso da vida, ou tenha receio de perder utilidades que julga pertencer-lhe, esta criatura traz a mente vinculada ao apego a determinadas vantagens da existência e, com certeza, após a morte do corpo, se inclinará para reclamações descabidas, gerando perturbação em seu próprio campo íntimo. Se a pessoa tiver qualquer apego à posse, inclusive dos objetos, das propriedades, dos afetos, ela não deve dar, porque ela se perturbará.


Érica

Entrevista concedida à Folha Espírita n° 104 em novembrode 1982.

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