Perante o divino mestre
"Que Mal fez ele? — perguntou Pilatos. Porém cada vez clamavam mais Seja Crucificado!"
Jesus Cristo!...
Condenado sem culpa, vencido e vencedor...
Profundamente amado, violentamente combatido!
De todos os títulos, preferiu o de Mestre, conquanto devesse, nas Provas Supremas, reconhecer-se abandonado pelos discípulos.
De todas as profissões praticou, um dia, a de carpinteiro, ciente de que não teria para a ministração de seus apelos e ensinamentos nem culminâncias de poder terrestre e nem galerias de ouro, mas, sim, pobres barcos talhados em serviço de enxó e a golpes de formão...
Soberano da Eternidade, permitiu se lhe aplicassem a coroa de espinhos, deixando-se alçar num sólio constituído de dois lenhos justapostos, em dois traços distintos...
Ele que se declarou enfeixando o caminho, a verdade e a Vida, deu-se na Estrema Renúncia, em penhor de semelhante revelação, suspenso nas horas derradeiras, sobre o traço vertical que simbolizava a Fé, a erigir-se em Caminho para o Céu, e sobre o traço horizontal, que exprimia o Amor, alimentado a Vida, na direção de todas as criaturas, como a dizer-nos que Ele era, na Cruz, a verdade torturada e silenciosa, entre a Fé e o Amor, a sustentar-se claramente erguida para a justiça Divina, batida e suplicada pelos homens, mas de braços abertos.
Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Do livro "Perante Jesus"
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