segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Centro Espírita

Confraternização natalina, em 12.12.2010, na Casa Transitória
 com a participação dos 17 idosos.

O Centro Espírita, como a relva, nasce por toda parte, e quando os poderes temporais o decompõem ou esmagam, ele renasce com teimosia desafiante. Porque aqueles que viram e conheceram a Verdade, que a sentiram ao menos uma vez em seus corações, jamais a esquecem e jamais a negam. As almas frágeis se fizeram fortes ao sopro dos ventos proféticos. Criaturas ingênuas e desprovidas de tudo, órfãs da cultura secular, sentem-se apoiadas na rocha das experiências vitais do espírito e são capazes de enfrentar as titãs da cultura mundial com a firmeza dos estóicos. Nada as abala, nem sofismas nem maldições, porque experimentaram o toque da Verdade em si mesmas.

Os que dizem ter sido espíritas e deixado a Doutrina, nunca o foram. Se tivessem realmente penetrado no conhecimento doutrinário, de mente e coração, não poderiam voltar à ignorância do niilismo sem fundamento ou às fabulas do religiosismo contraditório e absurdo. Um marinheiro que
deixou o mar nunca se esquecerá do marulho das ondas e jamais perderá a lembrança das amplidões marinhas em que navegou.

Como diz Lázaro, numa das suas mensagens de O Evangelho Segundo o Espiritismo: só podem saltar o obstáculo e avançar “sob a dupla ação do freio e da espora”.
As almas frágeis precisam ser constantemente vigiadas e orientadas no Centro Espírita, pois se entregam facilmente a um misticismo inferior, tentando alcançar a angelitude através de submissão interesseira a espíritos mistificadores, dirigentes de vistas curtas e médiuns pretensiosos. Gostam de Ordens, Fraternidade, Escolas Evangélicas, de sacristia e coisas semelhantes, onde possam usar distintivos, insígnias e serem classificadas em graus de evolução. Todas essas modalidades de agrupamentos exclusivistas, separatistas e pretensiosas servem para protegê-las na sua fragilidade. Nãogostam de atitudes positivas e enérgicas e fariam do movimento espírita uma Irmandade do Senhor Morto, se conseguissem dominar o meio. Os presidentes e dirigentes de Centros precisam exercer rigorosa vigilância em suas instituições, para que essas almas infantis não deturpem santamente a Doutrina, com as melhores intenções de que o Inferno está cheio. Todas as formas de resíduos do passado igrejeiro agradam a essas almas traumatizadas, que são atraídas ao Espiritismo precisamente para se curarem nele e não para prejudicá-lo.

O Espiritismo não é uma Doutrina de passividade contemplativa. Sua finalidade, como os Espíritos Superiores disseram a Kardec, é revolucionar o mundo inteiro, modificado-o para melhor. A essência cristã do Espiritismo reflete as atitudes vigorosas do Cristo em luta com as estruturas asfixiantes do Mundo Antigo. O Espírita verdadeiro é um construtor do futuro. Cabe-lhe o dever inalienável de estudar a Doutrina, aprofundar-se no seu conhecimento, difundi-la com vigor e confiança para que a sua luz solar afugente as trevas de um passado contraditório de lamúrias, imprecações e louvores subservientes a Deus, como se Deus fosse um tirano injusto à espera do nossos rapapés para nos conceder a sua proteção.

O CENTRO ESPÍRITA
JOSÉ HERCULANO PIRES






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