Allan Kardec |
O [...] “estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita [...], só pode ser feita com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado.” [1] (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Introdução VIII)________________________________________
O QUE É O ESPIRITISMO? [2]
A Doutrina Espírita é o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
Allan Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo (cap. VI – 4), esclarece:
“O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.”[3]
No preâmbulo do livro O que é o Espiritismo Allan Kardec define: “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” [4]
O Que Revela?
Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.
Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.
Sua Abrangência:
Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social.
Seus Ensinos Fundamentais:
Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.
Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.
No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.
Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.
O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.
Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.
Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.
Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.
Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.
Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.
Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.
A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.
O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.
A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.
A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.
A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.
A prática Espírita
Tendo em vista que comumente surgem informações relacionando a Doutrina Espírita com as atividades de jogos de tarô, cartas, quiromancia e outras, a Federação Espírita Brasileira esclarece como se desenvolve a prática espírita:
Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”.
A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.
O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.
O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.
A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem.
Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.
O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.
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HISTÓRIA DO ESPIRITISMO [5]
No século 19, um fenômeno agitou a Europa: as mesas girantes. Nos salões elegantes, após os saraus, as mesas eram alvo de curiosidade e de extensas reportagens, pois moviam-se, erguiam-se no ar e respondiam a questões mediante batidas no chão (tiptologia). O fenômeno chamou a atenção de um pesquisador sério, discípulo do célebre Johann Pestalozzi: Hippolyte Leon Denizard Rivail.
Rivail, pedagogo francês, fluente em diversos idiomas, autor de livros didáticos e adepto de rigoroso método de investigação científica não aceitou de imediato os fenômenos das mesas girantes, mas estudou-os atentamente, observou que uma força inteligente as movia e investigou a natureza dessa força, que se identificou como os “Espíritos dos homens” que haviam morrido. Rivail fez centenas de perguntas aos Espíritos, analisou as respostas, comparou-as e codificou-as, tudo submetendo ao crivo da razão, não aceitando e não divulgando nada que não passasse por esse crivo. Assim nasceu O Livro dos Espíritos. O professor Rivail imortalizou-se adotando o pseudônimo de Allan Kardec.
A Doutrina codificada por ele tem caráter científico, religioso e filosófico. Essa proposta de aliança da Ciência com a Religião está expressa em uma das máximas de Kardec, no livro “A Gênese”: "O espiritismo, marchando com o progresso, jamais será ultrapassado porque, se novas descobertas demonstrassem estar em erro sobre um certo ponto, ele se modificaria sobre esse ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará”. [6]
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ALLAN KARDEC [7]
Biografia
Muitas pessoas que se interessam pelo Espiritismo manifestam muitas vezes o pesar de não possuírem senão muito imperfeito conhecimento da biografia de Allan Kardec, e de não saberem onde encontrar, sobre aquele a quem chamamos Mestre, as informações que desejariam conhecer. Pois é para honrar Allan Kardec e festejar a sua memória que nos achamos hoje reunidos, e mesmo sentimento de veneração e de reconhecimento faz vibrar todos os corações.
Em respeito ao fundador da filosofia espírita, permiti-me, no intuito de tentar corresponder a tão legítimo desejo, que vos entretenha alguns momentos com esse Mestre amado, cujos trabalhos são universalmente conhecidos e apreciados, e cuja vida íntima e laboriosa existência são apenas conjeturadas. Se fácil foi a todos os investigadores conscienciosos inteirarem-se do alto valor e do grande alcance da obra de Allan Kardec pela leitura atenta das suas produções, bem poucos puderam, pela ausência até hoje de elementos para isso, penetrar na vida do homem íntimo e seguí-lo passo a passo no desempenho da sua tarefa, tão grande, tão gloriosa e tão bem preenchida.
Não somente a biografia de Allan Kardec é pouco conhecida, senão que ainda está por ser escrita. A inveja e o ciúme semearam sobre ela os mais evidentes erros, as mais grosseiras e as mais impudentes calúnias. Vou, portanto, esforçar-me por mostrar-vos, com luz mais verdadeira, o grande iniciador de quem nos desvanecemos de ser discípulos. Todos sabeis que a nossa cidade se pode honrar, a justo título, de ter visto nascer entre seus muros esse pensador tão arrojado quão metódico, esse filósofo sábio, clarividente e profundo, esse trabalhador obstinado cujo labor sacudiu o edifício religioso do Velho Mundo e preparou os novos fundamentos que deveriam servir de base à evolução e à renovação da nossa sociedade caduca, impelindo-a para um ideal mais são, mais elevado, para um adiantamento intelectual e moral seguros.
Foi, com efeito, em Lião, que, a 3 de outubro de 1804, nasceu de antiga família lionesa, com o nome de Rivail, aquele que devia mais tarde ilustrar o nome de Allan Kardec e conquistar para ele tantos títulos à nossa profunda simpatia, ao nosso filial reconhecimento. Eis aqui a esse respeito um documento positivo e oficial: “Aos 12 do vindemiário3 do ano XIII, auto do nascimento de Denizard Hippolyte-Léon Rivail, nascido ontem às 7 horas da noite, filho de Jean Baptiste - Antoine Rivail, magistrado, juiz, e Jeanne Duhamel, sua esposa, residentes em Lião, rua Sala n° 76. “O sexo da criança foi reconhecido como masculino. “Testemunhas maiores: “Syriaque-Frédéric Dittmar, diretor do estabelecimento das águas minerais da rua Sala, e Jean-François Targe, mesma rua Sala, à requisição do médico Pierre Radamel, rua Saint-Dominique n° 78. 3 Veja-se “Reformador” de abril de 1947, pág, 85
FEB. Allan Kardec. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.febnet.org.br/site/oquee.php?SecPad=214. Arquivo capturado em10 de dezembro de 2010.
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O QUE É O CENTRO ESPÍRITA? [8]
Conforme a Federação Espírita Brasileira, os Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas:
São núcleos de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, praticados dentro dos princípios espíritas;
São escolas de formação espiritual e moral, que trabalham à luz da Doutrina Espírita;
São postos de atendimento fraternal para todos os que os procuram com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação;
São oficinas de trabalho que proporcionam aos seus freqüentadores oportunidades de exercitarem o próprio aprimoramento íntimo pela prática do Evangelho em suas atividades;
São casas onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos têm oportunidade de conviver, estudar e trabalhar, unindo a família sob a orientação do Espiritismo;
São recantos de paz construtiva, que oferecem aos seus freqüentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a união fraternal pela prática do “Amai-vos uns aos outros”;
São núcleos que se caracterizam pela simplicidade própria das primeiras casas do Cristianismo nascente, pela prática da caridade e pela total ausência de imagens, símbolos, rituais ou outras quaisquer manifestações exteriores;
São as unidades fundamentais do Movimento Espírita.
Os objetivos dos Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas são:
Promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita, atendendo às pessoas:
- que buscam esclarecimento, orientação e amparo para seus problemas espirituais, morais e materiais;
- que querem conhecer e estudar a Doutrina Espírita;
- que querem trabalhar, colaborar e servir em qualquer área de ação que a prática espírita oferece.
Suas Atividades Básicas
Os Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas têm por atividades básicas:
Realizar reuniões de estudo da Doutrina Espírita, de forma programada, metódica ou sistematizada, destinadas às pessoas de todas as idades e de todos os níveis culturais e sociais, que possibilitem um conhecimento abrangente e aprofundado do Espiritismo em todos os seus aspectos;
Realizar reuniões de explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, aplicação de passes e atendimento fraterno através do diálogo, para as pessoas que procuram e freqüentam os núcleos espíritas em busca de esclarecimento, orientação, ajuda e assistência espiritual e moral;
Realizar reuniões de estudo, educação e prática da mediunidade, com base nos princípios e objetivos espíritas, esclarecendo, orientando e preparando trabalhadores para as atividades mediúnicas;
Realizar reuniões de evangelização espírita para crianças e jovens, de forma programada, metódica ou sistematizada, atendendo-os, esclarecendo-os e orientando-os dentro dos ensinos da Doutrina Espírita;
Realizar o trabalho de divulgação da Doutrina Espírita através de todos os veículos e meios de comunicação social compatíveis com os princípios espíritas, tais como: palestras, conferências, livros, jornais, revistas, boletins, folhetos, mensagens, rádio, TV, cartazes, fitas de vídeo e áudio;
Realizar o serviço de assistência e promoção social espírita destinado a pessoas carentes que buscam ajuda material: assistindo-as em suas necessidades mais imediatas; promovendo-as por meio de cursos e trabalhos de formação profissional e pessoal; e esclarecendo-as com os ensinos morais do Evangelho à luz da Doutrina Espírita;
Estimular e orientar os seus freqüentadores para a implantação e manutenção da reunião de estudo do Evangelho no Lar, como apoio para a harmonia espiritual de suas famílias;
Participar das atividades que têm por objetivo a união dos espíritas e das Instituições Espíritas e a unificação do Movimento Espírita, conjugando esforços, somando experiências, permutando ajuda e apoio, aprimorando as atividades espíritas e fortalecendo a ação dos espíritas;
Realizar as atividades administrativas necessárias ao seu normal funcionamento, compatíveis com a sua estrutura organizacional e com a legislação do seu país.
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COMUNHÃO ESPÍRITA CRISTÃ “A CASA DO CAMINHO” [9]
Palestra espírita, Sousa (PB), em 2010. |
História
Em 18 de abril de 1979, irmãos reencarnados no município de Sousa, sequiosos das luzes do Espiritismo, iniciaram as comunicações com o plano espiritual, sem nenhuma intenção de criar um Centro Espírita.
As reuniões eram fraternas, a exemplo das realizadas na época do Mestre Nazareno. Todos os sábados às vintes horas, em casas residenciais, os irmãos liam e comentavam “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Apesar das dificuldades de todos, surgiu a ideia de constituir e construir uma Casa Espírita, para melhor trabalhar e divulgar a Doutrina dos Espíritos.
No final de 1982, a oportunidade de adquirir um terreno a 6 km da cidade de Sousa, com 1,5 hectares, foi aproveitada. A boa vontade do grupo de abnegados conseguiu concretizar o intento e o terreno, denominado depois pela Espiritualidade Maior “Faixa de Luz”, foi quitado em dez prestações mensais.
Realizada a compra do pedaço de chão abençoado, em 26 de janeiro de 1983 foi lavrada a ata de fundação, de acordo com a lei vigente no Brasil, efetivado o respectivo registro em cartório de títulos e documentos, e o Grupo passou a ser denominado “Comunhão Espírita Cristã A CASA DO CAMINHO”, tendo como primeiro presidente o irmão Walter Sarmento de Sá Filho.
Vencidas etapas constitutivas, os Irmãos do Caminho continuaram o trabalho com afinco e alegria, iniciando de imediato a construção da “CASA TRANSITÓRIA”, um abrigo para idosos. Casa pronta, no dia 17 de agosto de 1984, chegaram os primeiros hóspedes: Zé Maria e Ascendino, lágrimas de felicidade e satisfação foram derramadas.
Em 1985 foi edificado, na mesma faixa, o “LAR DO NAZARENO”, escola de alfabetização, ensino fundamental e evangelização de crianças e jovens. Foram erguidos ainda a CASA DA PRECE e, no centro da cidade, o NÚCLEO ESPÍRITA.
Em 2010, o alicerce de uma nova sede foi iniciado com o sonho do trabalho com crianças especiais.
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O TRABALHADOR ESPÍRITA
O mestre Allan Kardec, ao instruir os espíritas do Brasil, exortou:
"Meus amigos! É possível que eu seja injusto convosco naquilo que vou dizer: - O vosso trabalho, feito todo de acordo – não com a doutrina – mas com o que interessa exclusivamente aos vossos sentimentos, não pode dar bom fruto". [10] (Allan Kardec)
Em “A Gênese”, Allan Kardec aduz:
"[...] adeptos [do Espiritismo] não são os que se sentem tocados pela observação de fenômenos extraordinários, mas os que dele recebem a consolação para suas almas; os a quem liberta das torturas da dúvida; aqueles a quem levantou o ânimo na aflição, que hauriram forças na certeza, que lhes trouxe, acerca do futuro, no conhecimento do seu ser espiritual e de seus destinos. Esses os de fé inabalável, porque sentem e compreendem". [6]
Conselho Federativo Nacional, “Orientação ao Centro Espírita”:
"A liberdade, característica da Doutrina, reflete-se na atuação do adepto. Mas é preciso não confundir livre iniciativa individual lastreada no conhecimento adquirido, com licença para fazer o que bem se entenda". [11]
No livro “O Passe”, Jacob Melo declara:
"[...] o que não é menos grave, contar com pessoas portadoras apenas de boa vontade ao serviço mas sem nenhum interesse em estudar, aprender ou reciclar conhecimentos, limitadas, quase sempre, às práticas do “já faz tanto tempo que ajo assim” ou “meu guia é que me guia e ele não falha nunca." [12]
Ari Lex, em “Pureza Doutrinária”, conclui:
"No movimento espírita costuma haver uma certa condescendência para com as pequenas deturpações, condescendência essa rotulada como tolerância cristã. Estão errados. Tolerância deve haver para as falhas das pessoas, que devem ser esclarecidas e apoiadas, ajudando-as a saírem do ciclo erro-sofrimento. Tolerância com as pessoas, sim, mas conivência com as deturpações, jamais. [...] É urgente e fundamental que todos aqueles que tiveram a ventura de entender o Espiritismo lutem, dia a dia, pela manutenção da pureza doutrinária. Que não se omitam. [...] O que não se pode permitir é que, em nome do Espiritismo, se pratiquem atos totalmente condenados pela Doutrina." [13]
Chico Xavier, em Emmanuel, "Quem são os médiuns na sua generalidade", esclarece:
"Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso [...] e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude". [14]
KARDEC E OS ADVERSÁRIOS DO ESPIRITISMO: [15]
"A natureza dos trabalhos espíritas exige calma e recolhimento. Ora, não há recolhimento possível se somos distraídos pelas discussões e pela expressão de sentimentos malévolos. Se houver fraternidade não haverá sentimentos de malquerença; mas não pode haver fraternidade com egoístas, com ambiciosos e orgulhosos. Com orgulhosos, que se escandalizam e se melindram por tudo; com ambiciosos, que se decepcionam quando não têm a supremacia, e com egoístas que só pensam em si mesmos, a cizânia não tardará a ser introduzida e, com ela, a dissolução. É o que gostariam os inimigos e é o que tentarão fazer. [...]
"Devo ainda vos chamar a atenção para outra tática de nossos adversários: a de procurar comprometer os espíritas, induzindo-os a se afastarem do verdadeiro objetivo da doutrina, que é o da moral, para abordarem questões que não são de sua competência e que poderiam, com toda a razão, despertar susceptibilidades e desconfianças. Também não vos deixeis cair nessa armadilha; afastai cuidadosamente de vossas reuniões tudo quanto disser respeito à política e às questões irritantes; nesse caso, as discussões não levarão a nada e apenas suscitarão embaraços, enquanto ninguém questionará a moral, quando ela for boa. Procurai, no Espiritismo, aquilo que vos pode melhorar; eis o essencial. [...] No próprio interesse do Espiritismo, que ainda é jovem, mas que amadurece depressa, deveis opor uma firmeza inabalável aos que buscarem vos arrastar por um caminho perigoso".
No “O Evangelho segundo o Espiritismo”, encontramos: [3]
"Deve o espírita estar compenetrado de que a sua vida toda tem de ser um ato de amor e de devotamento; que, faça ele o que fizer para se opor às decisões do Senhor, estas se cumprirão". (Bernardino, Espírito protetor).
"Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo". (O Espírito de Verdade)
"Espíritas, jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras, como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer". (Simeão)
"Se não se queixa das provas, tampouco deve queixar-se dos que lhe servem de instrumento. Se, em vez de se queixar, agradece a Deus o experimentá-lo, deve também agradecer a mão que lhe dá ensejo de demonstrar a sua paciência e a sua resignação".
"Vingar-se é, bem o sabeis, tão contrário àquela prescrição do Cristo: “Perdoai aos vossos inimigos”, que aquele que se nega a perdoar não somente não é espírita como também não é cristão. [...] Todo espírita que ainda hoje pretendesse ter o direito de vingar-se seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tem como divisa: Sem caridade não há salvação!" (Júlio Olivier)
"Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. [...] Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam". (Paulo, o apóstolo.)
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más".
"Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas, também, aos que houverem aproveitado, muito será dado".
"Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora". (Constantino, Espírito Protetor)
MISSÃO DOS ESPÍRITAS
"[...] Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo!... sois os escolhidos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai. [...] Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai.
[...]
"Que importam as emboscadas que vos armem pelo caminho! Somente lobos caem em armadilhas para lobos, porquanto o pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras imoladoras.
[...]
"Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! o arado está pronto; a terra espera; arai!
[...]
"Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que Ele vos confiou; mas, atenção! entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade".
(Erasto, anjo-da-guarda do médium)
OS OBREIROS DO SENHOR
"[...] Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! [...] Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” (O Espírito de Verdade)
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 30.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983.
2. FEB. O que é o Espiritismo. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.febnet.org.br/site/oquee.php?SecPad=216&Sec=330. Arquivo capturado em10 de dezembro de 2010.
3. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 84.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1982.
4. KARDEC, Allan. O que é o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 1982.
5. FEB. História do Espiritismo. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.febnet.org.br/site/oquee.php?SecPad=215. Arquivo capturado em10 de dezembro de 2010.
6. KARDEC, Allan. A Gênese. 24.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1982.
7. FEB. Allan Kardec. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.febnet.org.br/site/oquee.php?SecPad=214. Arquivo capturado em10 de dezembro de 2010.
8. FEB. Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas. [online] Disponível na Internet via WWW. http://www.febnet.org.br/site/oquee.php?SecPad=217&Sec=321. Arquivo capturado em10 de dezembro de 2010.
9. SÁ FILHO, Walter Sarmento de. História da Comunhão Espírita Cristã “A Casa do Caminho”. [com base em outros artigos do mesmo autor nos periódicos: “Missão Espírita”, “Folha do Caminho” e “Letras Espíritas” da Comunhão Espírita Cristã “A Casa do Caminho”, e do blog WWW. URL: http://acasadocaminhoemsousa.blogspot.com/].
10. FEB. Instruções de Allan Kardec aos Espíritas do Brasil, na Sociedade Espírita Fraternidade, pelo médium Frederico Júnior. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.febnet.org.br/site/movimento_brasil.php?SecPad=24&Sec=508. Arquivo capturado em10 de dezembro de 2010.
11. CONSELHO FEDERATIVO NACIONAL. Orientação ao Centro Espírita. 3.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1988.
12. MELO, Jacob. O passe: seus estudos, suas técnicas, sua prática. 17.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
13. LEX, Ari. Pureza Doutrinária. São Paulo: FEESP, 1988.
14. XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Emmanuel. 8.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
15. Texto extraído da Resposta de Allan Kardec à mensagem de Ano Novo dos espíritas lioneses, inserido na Revista Espírita de Fevereiro de 1862.
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