sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Esquecimento do Passado



1 – Se reencarnamos para ressarcir dívidas, não seria interessante guardar a lembrança delas? Não haveria maior facilidade em aceitar sofrimentos e dissabores que ensejam o resgate?



O objetivo primordial da existência humana é a evolução. O resgate de dívidas é apenas parte do processo. Quanto ao esquecimento, funciona em nosso benefício. Seria impossível incorporar, sem pertubador embarelhamento, o rico, o pobre, o negro, o índio, o branco, o amarelo, o analfabeto, o letrado e tudo mais que já fomos, em múltiplas encarnações. É ilustrativo que muita gente vai parar em hospitais psiquiátricos simplesmente por sofrer a pressão de pálidas lembranças, envolvendo acontecimentos pretéritos.

 



2 – Se não lembramos o que fomos e fizemos, de que nos adianta?



Guardamos a experiência. O adulto não se lembra de seus primeiros passos, na infância, mas conserva a adquirida capacidade de andar.

 



3 – Há alguma causa física para o esquecimento?

 



Sim. O Espírito reencarnado registra clara e conscientemente apenas o que passa pelos cinco sentidos - tato, paladar, olfato, audição, audição e visão. Essa é uma das razões pelas quais também não lembramos das experiências no mundo espiritual durante as horas de sono.

 



4 – As vivências anteriores ficam perdidas?



Nada se perde. Ficam resguardadas nos arquivos do inconsciente, que se localiza na intimidade do Espírito, o ser imortal. É esse substrato das experiências pretéritas qie compõe a personalidade do indivíduo, com suas características tendências e aptidões. Em determinadas circunstâncias, naturalmente ou sob indução hipnótica, esses arquivos se abrem e surgem as reminiscências.

 



5 – Fala-se que o principal objetivo do esquecimento é possibilitar a reconciliação de desafetos do passado, reunidos pelos laços da consanguinidade no lar. Seria isso?

 

Pode acontecer, mas seria exagero generalizar. É mais freqüente nos ligarmos a Espíritos simpáticos, a fim de consolidarmos afeições e nos ajudarmos mutuamente nos caminhos da vida.




6 – Por que, então, há tantos conflitos e desentendimentos nos lares? Não seria lógico imaginar que estamos diante de adversários em confronto?

 



O objetivo das experiências junto a desafetos do pretérito, quando ocorram, não é a dissensão, mas a pacificação. Deus não nos une pela consaguinidade para vivermos às turras. Dessentendimentos no lar relacionam-se muito mais com a falta de compreensão, respeito e tolerância que caracteriza o ser humano, orientado pelo egoísmo. Falando o português claro: o rpoblema é a falta de educação. 
 


7 – Na análise de todas as circuntâncias que envolvam a reencarnação, conclui-se que é bom esquecer o pretérito...


É indispensável! No planeta em que vivemos, habitado por Espíritos atrasados, comprometidos com o vício e a irresponsabilidade, é importante desfrutar a bênção do recomeço, suprimindo, temporariamente, o passado. Imaginemos um condenado de consciência atormentada, desfrutando a misericordiosa possibilidade de cumprir sua pena sem a perturbadora lembrança de seus desatinos...

 



8 – Chegará o tempo em que recordaremos plenamente das vidas anteriores?

Sim, na medida em que se torne mais sofisticado o cérebro, habilitando-nos a recuperar informações confinados no inconsciente; em que se depure o sentimento, para que contemplemos o passado sem constrangimento; em que sejamos capazes de evitar desajustes decorrentes de um embaralhamento de lembranças... Levará milênios, talvez, mas chegaremos lá.

 

Richard Simonetti


Nenhum comentário:

Postar um comentário