terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O Irmão do Caminho

O Irmão do Caminho

Simeão era muito moço ainda
Quando escutou a história de Jesus
E, acendendo esperanças na
alma linda
Inflamou-se de
, amor e luz...

Morando numa choça da montanha
Junto de antiga estrada, sem vizinho,
Era a
bondade numa vida estranha,
O amigo dedicado aos irmãos do caminho.

Lia os ensinamentos do Senhor,
Mas afirmava precisar
De ação que lhe exprimisse o grande
amor
Na
que decidira praticar.

Na pequena morada, pobre e agreste,
Cavou no solo um poço... Água de mina,
Que ele, olhos em luz e sorriso na face
Oferecia a quem passasse
Por lembrança de paz da Bondade Divina...

Simeão alcançara os oitenta janeiros,
Trabalhando e servindo dia a dia,
Sem quaisquer outros companheiros
Que não fossem viajantes
A pedirem pousada, companhia,
Uma noite de paz ou um copo de água fria.

Alta noite, uma voz chamou, baixinho:
-"Simeão, Simeão!... M
eu irmão do caminho!..."
-"Quem sois vós?" Respond
eu o interpelado.
-"Um peregrino desacompanhado...
Rogo pousada, irmão!" -Chamou o forasteiro.
Ergu
eu-se devagar o cansado hospedeiro,
Fez luz, abriu a porta.
Mas o vento avançou a chama semi-morta.
-"Entrai!..." disse o velhinho.
-"Agora sei que não estou sozinho."

O velhinho, entre passos
mal firmados,
Sempre movimentando a luz acesa,
Trouxe a bacia de água morna e leve
Mergulhando-lhe os pés ensangüentados...
Ao ver-lhe os dedos
maltratados,
Disse ao viajor, tomado de surpresa:
-"Quanto sangue verteis!... Como tendes andado!...
D
eu-lhe o estranho viajante esta resposta leve:
-"D
eus te abençoe, amigo, a assistência bem-vinda!...
creio que devo andar por muito tempo ainda!..."

De joelhos, Simeão,
Em lhe lavando os pés com
infinito carinho,
A refletir nas pedras do caminho,
Ao lhe tocar nas
crostas das feridas
A fim de removê-las,
Viu as chagas abertas
Eram duas estrelas...
O velhinho assombrado
Buscou fitar-lhe as mãos com ternura e respeito
E viu que estavam nelas
Grandes marcas da cruz, luminosas e belas,
Ampliando o fulgor que lhe envolvia o peito...
Ele grita, chorando de
alegria:
-"Jesus!... Sois vós Jesus?!..."
E o Senhor, levando as mãos em luz,
Disse, abraçando o ancião:
-"Vem a mim, Simeão,
É chegado o t
eu dia
De repouso e de luz no Mais Além..."

Simeão esquec
eu a velhice e o cansaço
E pousou a cabeça em s
eu regaço...

Depois do amanhecer, outros viajantes
Chegaram como dantes,
Pedindo água, descanso, reconforto,
Mas viram que Simeão o irmão do caminho
De joelhos, para, ali sozinho,
Muito embora sorrisse, estava morto...

Maria Dolores
Fonte: Centro Espírita Caminhos de Luz

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