Males Encomendados
"Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que lhe seja dedicado, fazer mal ao seu próximo?
Não; Deus não o permitiria. "(Questão nº 351- Livro dos Espíritos)
Há pessoas que reclamam do chamado "malfeito".
Estariam sendo exercitados sortilégios para a evocação de entidades das sombras, com
o propósito de causar-lhes embaraços variados, relacionados com família, negócios, saúde...
A experiência demonstra que isso pode acontecer. Há Espíritos que se especializam em influenciar as criaturas humanas, atormentando-as, atuando "por encomenda".
está sozinho.
Multidões tremem quando essa possibilidade é mencionada para explicar a origem de
seus problemas. Mas considere algo fundamental:Os agentes das sombras não têm o poder de criar o mal. Apenas o alimentam. Isso significa que ninguém pode ser atingido pelo mal senão por intermédio do mal que há em si mesmo.
Jamais seremos induzidos à violência se conquistamos a mansuetude. Nem ao vício, se
Respeitável chefe de família assume estranho comportamento.
Demora-se fora do lar, alegando compromissos profissionais. Torna-se monossilábico e distante. Situa-se inquieto e agressivo. — Nessa história tem mulher — comentam familiares e amigos. Observação acertada.
Envolveu-se com uma jovem bela e volúvel que o seduziu. Pretende afastá-lo do lar. Não mede esforços para isso. Chegou a contratar um "despachante do além", um médium habituado a evocar Espíritos para empreitadas menos dignas. Foi acertado que o alvo seria "amarrado" num enleio passional. Iniciativas dessa natureza estão presentes no dia-a-dia de muitas pessoas.
Envolveu-se com uma jovem bela e volúvel que o seduziu. Pretende afastá-lo do lar. Não mede esforços para isso. Chegou a contratar um "despachante do além", um médium habituado a evocar Espíritos para empreitadas menos dignas. Foi acertado que o alvo seria "amarrado" num enleio passional. Iniciativas dessa natureza estão presentes no dia-a-dia de muitas pessoas.
A irresponsabilidade sustentada pelo egoísmo tem alcance ilimitado.
Quem cultiva a paixão por si mesmo não mede as conseqüências de seus desmandos, dos prejuízos que causa a outras pessoas. Interessa-lhe simplesmente a satisfação de seus caprichos. A jovem não está nem um pouco preocupada com o fato de que, atingindo seu objetivo, destruirá um casamento, traumatizando crianças e infelicitando uma esposa. Pensa nela mesma, na satisfação e nos benefícios que possa colher naquela relação indigna. — Que se dane o resto! — proclama indiferente.
O chefe de família foi envolvido, mas nem a jovem, nem o médium, nem o Espírito evocado exerceram influência irresistível. Ele não agiu por compulsão. Simplesmente lhe
Não criaram o adultério. Apenas exploraram sua tendência à infidelidade. Imaginemos alguém à beira de um precipício. Nenhum Espírito vai jogá-lo no abismo. Mas poderá sugerir: — Salte! Veja como é bom! Você experimentará a sensação de voar!
Um prazer indescritível! Muitos, aceitando convites assim, mergulham em paixões e
Invariavelmente, entretanto, "esborracham-se" no fundo do abismo, comprometidos em renitentes perturbações e angústias que lhes amarguram a existência.
Jesus nos legou a fórmula perfeita para evitar o envolvimento com o mal: "Vigiai e orai,
parâmetro a moral evangélica que nos oferece o roteiro ideal para uma existência equilibrada e feliz.
O que cogitamos é compatível com o Evangelho? Se a resposta for negativa, detenhamo-nos imediatamente em oração, rogando a Deus forças para resistir â tentação. E Deus, que criou o Bem, nos ajudará para que ninguém, aqui ou no além, induza-nos a fazer o que não deve ser feito.
Há outro ângulo importante no exemplo citado: A esposa. Não foi ela agredida em sua sensibilidade? Não estará sujeita a uma série de problemas físicos e psíquicos, em face da injúria de que foi vítima? Não poderíamos dizer que lhe fizeram muito mal? Aparentemente, sim. Sob a óptica espiritual, onde está a realidade podemos considerar que há sempre um componente cármico em nossas dores.
O que nos parece um grande mal pode ser apenas o resgate de débitos relacionados com
Normalmente, numa situação dessa natureza, a esposa deixa-se dominar pelo ódio.Pensa
Exige satisfações. Briga. Exaspera-se. Arma escândalo. Sobretudo, sente-se
profundamente infeliz. Entra em estado de angústia e ansiedade. Desorienta-se. Fica doente. Reação muito humana, mas nela está a origem de seus desajustes. Faltou-lhe a mesma iniciativa que teria preservado o marido: Consultar o Evangelho.
O que recomenda Jesus ante os males que nos façam? Todos sabemos. Está contido em
O perdão legítimo é filho da compreensão. Fundamental à esposa: Compreender que a jovem leviana que feriu de morte seu casamento agiu sob inspiração da imaturidade, envolvida pelas sombras. Compreender, como dizia sabiamente antiga lidadora espírita, que para preservar a própria integridade é preciso, em situações assim, ver no cônjuge um filho transviado, vitimado pelas próprias fraquezas. Compreender que se não relevamos e seguimos adiante, atinge-nos em plenitude o mal que nos endereçam, como fogo a propagar-se em tecido encharcado de gasolina.
Richard Simonetti
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