Que Fizeste da Vida?
Olhai os pássaros de nosso país durante os meses de inverno, quando o céu está sombrio, quando a terra está coberta com um branco manto de neve, agarrados
uns aos outros, na borda de um telhado, eles se aquecem mutuamente, em silêncio. A necessidade os une. Contudo, nos belos dias, com o sol resplandecendo e a provisão abundante, eles piam quanto podem, perseguem-se, batem-se e se machucam. Assim é o homem. Dócil, afetuoso para com seus semelhantes nos dias de tristeza, a posse dos bens materiais muitas vezes o torna esquecido e insensível.
Uma condição modesta faz mais bem ao espírito desejoso de progredir, de adquirir as virtudes necessárias para seu rpogresso moral.
Fortificado assim contra os assaltos da matéria, o sábio, sob a pura luz da Razão, verá resplandecer seu
Enfrentará a provação com coragem, sabendo que ela é salutar, que ela é o choque que rasga nossas almas e
que só por este rasgão se derrama tudo quanto de fel e de amargura há em nós.
E se os homens se riem dele, se ele é vítima da intriga e da injustiça, ele aprenderá a suportar pacientemente
Após uma existência bem preenchida, chegará a hora solene e é com calma, sem desgostos que virá a morte,
Esse pórtico das regiões extraterrestres será penetrado com serenidade se a consciência, separada da sombra da matéria, erguer-se como um juiz,
Homem, meu irmão, tem fé em teu destino, porque ele
Olha nos esplêndidos céus esses astros brilhantes, esses sóis incontáveis que carregam em suas evoluções
Pois bem, chegará um dia em que todos esses sóis serão extintos, ou esses mundos gigantescos desaparecerão para dar lugar a novos globos e a
outras famílias de astros emergindo das profundezas. Nada o que vês hoje existirá. O vento dos espaços terá varrido para sempre a poeira desses mundos, porém tu viverás sempre, prosseguindo tua marcha eterna no seio de uma criação renovada incessantemente. Que serão então, para tua alma depurada e engrandecida, as sombras e os cuidados do presente? Acidentes fugazes de nossa caminhada que só deixarão, no fundo de nossa memória, lembranças tristes e doces.
Diante dos horizontes infinitos da imortalidade, os males do passado e as provas sofridas serão qual uma nuvem fugidia no meio de um céu sereno.
Considera, portanto, no seu justo valor, as coisas da Terra. Não as desdenhes porque, sem dúvida, elas são
necessárias ao teu progresso, e tua obra é contribuir para o seu aperfeiçoamento, melhorando a ti mesmo, mas que tua alma não se agarre exclusivamente a eles e que busque, antes de tudo, os ensinamentos nelas contidos.
Graças a eles compreenderás que o objetivo da vida não é o gozo, nem a felicidade, porém o desenvolvimento por meio do trabalho, do estudo e do
Léon Denis
Sobre o Autor
Léon Denis nasceu a 1º de janeiro de 1846 em Goug, pequena localidade da circunscrição de Toul (França), na antiga província francesa da Lorena, atravessada pela grande ferrovia Paris – Estrasburgo. Desencarnou em Tours a 12 de abril de 1927, aos 81 anos de idade. Fez estudos doutrinários, pesquisas mediúnicas, impulsionou o movimento espírita na França e no mundo e, especialmente, aprofundou em suas obras o aspecto moral do Espiritismo.
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