Renoir 1869 |
Retorno
– “Rua, filho infeliz!...” – grita brandindo a vara
O severo Dom João, de gesto frio e rude...
– “Não me mates, meu pai!... Socorro!... Deus me ajude!...” .
Clama o rapaz, fugindo à mão que o desampara.
Mas não existe dor que o tempo não transmude.
Envelhece Dom João na casa nobre e rara,
Lembra com novo amor o filho que expulsara;
Quer reencontrá-la agora e viaja amiúde...
Certa noite, ante um rio, ao vento rijo e forte,
O castelão viajor pede auxílio e transporte...
Mas surge por barqueiro estranho maltrapilho...
É um moço salteador que o saqueia e tortura...
Dom João fita o agressor... É o filho que procura...
E morre a suplicar : – “não me mates, meu filho!...”
Valentim Magalhães
Palestra em 30.08.3012, com o tema o ABORTO,
apresentação de Carlos Henrique (Foto - camisa branca)
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