domingo, 4 de abril de 2010

SINCERIDADE

SINCERIDADE

Um dos mais antigos tratados de guerra do mundo, e que remonta cerca de dois mil e quinhentos anos, trata da figura lendária de um filósofo-estrategista chamado Sun Tzu, que teria vivido na época dos Estados Guerreiros na China. O texto, antes utilizado apenas por estrategistas-bélicos, migrou para as cabeceiras dos economistas e administradores modernos na forma do livro “A Arte da Guerra”.



A formação de um vitorioso, então, para Sun Tzu, está no segredo, na dissimulação, na astúcia e na surpresa.



Gostaríamos de deter a nossa reflexão, especificamente, na “dissimulação”, que também podemos delinear como “capa”, “disfarce”, “camuflagem” ou “máscara”. Ou ainda, mais generosamente, apresentar como “ausência de sinceridade”.



No Evangelho segundo Mateus (5:37), o Mestre dos Mestres certificou: “Seja o teu falar: sim, sim; não, não.” Modelo e guia para toda a humanidade, Jesus é a inteira harmonia entre o falar e o agir. No Evangelho segundo João (18:37), o Cristo argüiu perante Pilatos: “Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade”.



Os seguidores do Mestre Nazareno, os que o são verdadeiramente, devem seguir os Seus passos e também dar testemunho da Verdade que tomaram como bússola de suas reencarnações.



O Espírito Emannuel avalia que “profunda sinceridade [...] caracterizava as mínimas ações” de Saulo de Tarso. Consoante Paulo e Estevão, a sinceridade sempre acompanhou o Prisioneiro do Cristo, ao ponto de ser, muitas vezes, tomado como combatente gratuito, e excessivamente enérgico, até dos irmãos de caminhada.



Nada obstante, o Apóstolo dos Gentios, tanto foi sincero quanto fiel que, “soube transpor em decênios de luta redentora e constante [...] um abismo [...] que havia entre ele e Jesus”.



O Espírito Lázaro, em O Evangelho segundo o Espiritismo, é franco ao afirmar: “Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências. [...] Quantos há cuja tingida bonomia não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula as deformidades interiores! O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que são brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam pela frente, se muda em dardo peçonhento, quando estão por detrás”.



Hammed, autor Espiritual do livro Renovando Atitudes, psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto, assevera que “ter duas ou mais faces resulta gradativamente em uma psicose da vida mental, porque, de tanto representar, um dia perdemos a consciência de quem somos e do que queremos na vida.”



Devemos, portanto, como autênticos espíritas, servidores de Jesus sob a batuta de Allan Kardec, apagar do dicionário de nossas práticas a dissimulação, a capa mentirosa, o disfarce de lobo em pele de ovelha, a camuflagem de falso-cristão e a máscara do verniz social, mas sem jamais perder o rumo da Caridade.



Através do amado Chico Xavier, o Espírito André Luiz, em Agenda Cristã, pondera que “Sua franqueza contundente receberá frases rudes” e que “O sincero a ninguém perturba. Harmoniza a todos”.



Fixemos, pois, nossa intenção sincera de reparação interna em Jesus e sejamos vitoriosos na guerra contra nossas próprias imperfeições, vivendo a arte de amar.

Texto de Wellington Ferreira
Copiado do blog de wellingtonespirita.blogspot.com
Foto: Wellington Ferreira

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